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08/08/2015

CAMINHO PARA A INSOLVÊNCIA: De como o melhor que pode acontecer ao paraíso prometido aos gregos pelo Syriza é ser um purgatório (XXXV) – Ad infinitum

Outros purgatórios a caminho dos infernos.

Segundo um estudo do National Institute of Economic and Social Research (NIESR), citado pelo Negócios, o terceiro programa de assistência irá afundar ainda mais a economia grega e a Grécia precisará de um perdão da dívida de 55% do PIB. É difícil não concordar com a primeira conclusão e quanto à segunda poderá duvidar-se se 55% serão suficientes.

Há só um pequeno problema quanto ao perdão preconizado pelo NIESR de 55% do PIB, equivalentes a 131 mil milhões, a saber: este perdão seguir-se-ia ao de 2011 de mais de 100 mil milhões de euros de dívida detida por privados, perdão cujos resultados foram tais que se tornou indispensável mais um resgate e, segundo o NIESR, um novo perdão ainda mais elevado.

O NIESR não explica no seu estudo o que terá mudado para se esperar que este processo não prossiga ad infinitum com grande gáudio dos eleitores gregos e provável irritação dos eleitores dos outros 18 países da Zona Euro, o que não preocupará especialmente o NIESR que estará mais atento aos eleitores britânicos.

Esta falta de explicação talvez se explique sabendo-se o que é o NIESR. Segundo o próprio NIESR, «is Britain's longest established independent research institute, founded in 1938 (and) is independent of all party political interests.» Esta independência convive alegremente com o facto do seu director Jonathan Portes ter sido o chief economist de Gordon Brown durante os anos em que o Labour esteve no governo e um dos inspiradores da política económica que deixou o UK de joelhos.

1 comentário:

Unknown disse...

Parece-me evidente, que as opiniões dos anglosaxonicos, por muito mérito que certamente têm, só devem valer para eles: esperar que sirvam os interesses da UE é duma ingenuidade sem sentido, porque a historia está plena de exemplos em que os EUA e Ingl. só fazem (e muito bem) o que lhes interessa.