Our Self: Um blogue desalinhado, desconforme, herético e heterodoxo. Em suma, fora do baralho e (im)pertinente.
Lema: A verdade é como o azeite, precisa de um pouco de vinagre.
Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
The Second Coming: «The best lack all conviction, while the worst; Are full of passionate intensity» (W. B. Yeats)

30/06/2004

DIÁRIO DE BORDO: A batalha de Alvalade (EPÍLOGO).

Nem a descarada ajuda da bicha árbitra, nem a ajuda desinteressada do Jorge Andrade, nada impediu os nossos rapazes de vencer aquele grupo de maricas, todos de branquinho, como se fosse um desfile de LBGTs.

Não fosse o pé desaparafusado do Pauleta, os branquinhos tinham saído de Alvalade com 4 secos.

Parabéns rapazes. Continuem assim (se não puderem ficar melhor).

DIÁRIO DE BORDO: A batalha de Alvalade - outra vez.

Depois da batalha da Luz, a batalha de Alvalade - outra vez.

Derrotadas as hostes castelhanas, humilhados os antigos aliados (será preciso lembrar o penalti do Postiga, tipo Autumn Leaves? ou o do Ricardo, tipo toma e embrulha?). É a vez daquelas tulipas saltitantes, vestidas com aqueles equipamentos amaricados, ainda a cheirarem a cânhamo, serem colhidas pelos nossos rapazes. Barba por fazer, perna peluda, ar másculo, ajeitando a ferramenta dentro dos calções cada vez que erram um passe (muitas vezes), os nossos rapazes não falharão.

Se falharem será culpa do árbitro - uma bicha chamada de Frisk que não engana ninguém, a não ser a doutora Charlotte.

DIÁRIO DE BORDO: Cherne grelhado ou Filet de Mérou à la crème d'ail? (2)

(Continuação)

Alguns leitores do Impertinências comentaram que o doutor Durão Barroso é livre de escolher e não tem que ser penalizado por essa escolha. Concordo que é livre de escolher. Os eleitores são livres de o penalizar por ter violado um compromisso eleitoral, não apenas tácito, mas explícito, por declarações suas ao propor-se para um segundo mandato.

Haveria uma circunstância em que a sua escolha deveria ser aceite pelos eleitores: se o benefício político previsível para Portugal, resultante do seu desempenho futuro como presidente da CE, fosse inquestionavelmente superior ao custo político visível de deixar encalhado um governo que já estava à deriva, sem a garantia duma solução credível de sucessão. É um SE demasiado grande. E não vale o argumento da supracional. Mesmos os federalistas concordarão que será mais fácil em 25 países encontrar um presidente aceitável para a CE, do que a qualquer maioria encontrar um primeiro-ministro decente para Portugal.

Chegado aqui, faço a agulha para os outros ângulos de análise.

Do ponto de vista institucional, creio que a questão é pacífica. É difícil não concordar com o professor Jorge Miranda, que tive o privilégio de ter como professor (não de direito constitucional) quando estudante da dismal science. Disse ele ao Público «Haja ou não eleições, o Presidente da República terá de nomear um novo Governo ... logo que se formalize a demissão de Durão Barroso o presidente tem de nomear um novo primeiro-ministro», que não pode ser «uma pessoa à margem da escolha de um partido com maioria relativa». «Deve-se evitar a antecipação das eleições ... porque as legislaturas devem ir até ao fim. A não ser que o nome escolhido para primeiro-ministro seja pouco consensual e que provoque instabilidade na maioria». Crystal clear.

No mesmo sentido, a doutora Assunção Esteves disse ao Público que «o Presidente tem hipótese sempre de convocar eleições, mas não tem de o fazer necessariamente. Mas a primeira alternativa é nomear alguém da maioria. Se achar que as condições não são as melhores, se não houver um projecto de governabilidade, então convoca eleições. Mas a legislatura é de quatro anos e tem base partidária».

Não vale a pena mandar mais poeira para os olhos da opinião pública, como faz o professor Freitas do Amaral na sua carta aberta ao PR, misturando, no seu caldeirão de intelectual do albergue espanhol, direito constitucional e ciência política temperados com as suas preferências, obsessões, opiniões avulsas e apelos convulsivos.

Em conclusão, do ponto de vista institucional, o PR não pode (não deve) dissolver a AR sem o partido maioritário lhe apresentar uma alternativa de governo. Compete-lhe decidir então se essa alternativa tem ou não legitimidade e apresenta garantias de estabilidade suficientes para evitar a convocação de novas eleições, a dois anos de vista do termo da legislatura. Compete-lhe decidir e assumir as suas responsabilidade. É para isso que foi eleito. Não foi eleito para brincar às presidências abertas, inventadas pelo doutor Soares para fornicar a governação do professor Cavaco.

Tudo o resto é contrabando de ideias. Também não gosto desta Constituição que temos. Mas é a que temos e devemos respeitá-la. A esquerdalhada tem deveres especiais de respeito, porque passa a vida a encher a boca com aquela tralha programático-social-comunista que encharca as duzentas e tantas páginas, que mais parecem um contrato colectivo de trabalho dos metalúrgicos, do que uma constituição.

Se ainda hoje tiver pachorra, abordarei o o ângulo político da questão. É um bom dia para isso, porque 90% da bloguilha vai estar a marimbar-se para tudo o que não seja o Portugal-Holanda.

Nova definição impertinente:
Carta Aberta
É uma contradição nos termos. Uma carta é fechada. Uma carta que é aberta, não é fechada (La Palice). É, pois, uma carta que não é uma carta. É uma circular que tem como destinatários reais toda a gente menos o destinatário formal. É também uma grande falta de vergonha de quem a escreve, ao divulgar os seus termos por terceiros, muitas vezes antes do destinatário a conhecer, sem cuidar de saber se autorizaria. É, em suma, um insulto à inteligência de todos os seus destinatários.

PUBLIC SERVICE: Island in a sea of delusion.

While half Portugal quarrels about prime minister resignation to go Brussels and other half dreams about Portuguese football team get a most wanted passport to semi-final of European cup, someone keeps his mind clear enough to quote Alexander Tyler:
«A democracy cannot exist as a permanent form of government. It can only exist until the voters discover that they can vote themselves money from the public treasury. From that moment on, the majority always votes for the candidates promising the most money from the public treasury, with the result that a democracy always collapses over loose fiscal policy followed by a dictatorship

Tyler's thought applies more than it appears to the Portuguese situation, after 6 years of socialist loose budgeting and 2 years of shy reforms.

29/06/2004

DIÁRIO DE BORDO: Cherne grelhado ou Filet de Mérou à la crème d'ail? (1)

Tenho estado tão entretido a ler as fratricidas blasfémias do Blasfémias que não tive tempo de escrever impertinências sobre o incontornável problema da sucessão do doutor Durão Barroso.

«Só há uma maneira de impedir o que parece um curso inexorável: que quem deve falar, fale. Que diga, alto e bom som, o que pensa e o que diz em privado. Que quem tem autoridade para falar, e muita gente a tem, fale» escreveu JPP no Abrupto. Muitos dos que deviam falar ficarão calados. E, dos que falarem, muitos não terão autoridade para falar. E, dos que falarem com autoridade, nenhum dirá impertinências.

Podemos olhar para o dilema do cherne de diferentes ângulos. Começo pelo que poderia ser o ponto de vista do próprio doutor Durão Barroso. Se tiver pachorra, continuarei com o ângulo institucional e o ângulo político.

Compreende-se perfeitamente que o ainda primeiro-ministro troque um desconsolado na periferia por um consolado no centro. Que troque a horda manhosa de pêessedês, sedenta de mordomias, por grupos selectos que já têm mordomias, ainda que não desdenhem aumentá-las, mas sem ânsias. Que esqueça os punhais da traição escondidos atrás de vibrantes declarações de apoio dos seus colegas de partido. Que deixe para trás a maçada de maninfestações contra a guerra, contra o desemprego, contra a globalização. Contra-contra, diria o Scolari, se fosse político. Que troque um salário merdoso de primeiro-ministro por um salário decente de presidente da CE. Que deixe de ter que responder às interpelações, comentários, pedidos de esclarecimento e outros expedientes parlamentares do tele-evangelista e dos radicais chic do BE, dos trogloditas do PCP, dos bloquistas do PS e as de outras luminárias parlamentares. Que deixe de se preocupar com os queques de direita com quem teve de se coligar. Que deixe para trás as eleições legislativas com as suas incontornáveis campanhas de peixarada, beijinhos e abraços, comícios de vendedores de banha da cobra.

É certo que terá que se ocupar a valorizar a contextualidade episódica. Mas é diferente. É outra coisa. Não é certo que tenha de se transformar num eurocrata. Um dos seus antecessores não o foi. Não é certo que Durão Barroso tenha a liderança e a visão dum Jacques Delors. Mas também não é certo que as não tenha.

Em resumo, do seu ponto de vista pessoal, compreendo perfeitamente que o doutor Durão Barroso troque o Portugal dos Pequeninos pela Órópa.

Sobra um pequeno pormenor. O doutor Durão Barroso foi eleito para governar por uma legislatura um país deixado de rastos pela incúria guterrista, num pântano de crise económica e orçamental. Anunciou intenções e iniciou tímidas reformas, cuja continuidade ele tem obrigação de perceber ficará seriamente comprometida. Não foi eleito para compor o seu currículo ou prosseguir uma carreira internacional.

O doutor Durão Barroso não deve, por isso, esperar que algum dia venha a merecer outra vez a confiança dos eleitores. Não a minha, pelo menos.

CASE STUDY: É preciso ser muito saudável para resistir a tanta doença (6º capítulo). A saga continua.

Agora que os portugueses ainda estão na fase eufórica do campeonato da Órópa, sob influência do síndrome do rectângulo de Alvalade, é bom lembrar que, ao virar duma qualquer esquina, uma doença espera por nós.

Ponto de situação (ver aqui, aqui, aqui, aqui e aqui): 4 milhões hipertensos, 38% com reumatismo ou artrite, 15 a 20.000 com parkinsonismo, 130 mil homens com cancro na próstata, 200.000 fibromiálgicos e milhão e duzentos mil com fadiga crónica (estimativa do Impertinências), 4.000 electricistas com doenças profissionais, 30.000 portugueses que sofrem dos intestinos, 14 milhões de dias de baixa por ano devido a problemas respiratórios, 15 a 20% da população com prurido, vermelhidão e lacrimejo na primavera, 4.000 (1 em cada 2.500 pessoas) que sofrem duma das mais de 40 doenças neuromusculares e 1.500 crianças com doenças reumáticas de causa desconhecida, 44.000 dias de falta por doença (15 dias por ano e alma) dos funcionários da Judite.

Segundo as últimas informações da preciosa fonte dos cadernos de saúde dos semanários, podemos adicionar 1 em cada 4.000 recém nascidos que sofre de fibrose quística, mais de um mi1hão de mulheres (1 em cada 5) e cerca de 300.000 homens (1 em cada 15) que sofrem de varizes, 5% das mulheres que sofrem da síndrome dos ovários poliquísticos, meio milhão de portuguesas e portugueses que sofrem de apneia do sono e 1 em 200 que sofrem de epilepsia.

Duas notas finais, como diz o professor Marcelo: registo com preocupação mais duas doenças sexistas (as varizes e os ovários poliquísticos) e, com surpresa acrescida, o fracasso eleitoral do Movimento pelo Doente, talvez só compreensível por estarem de baixa a maioria dos seus eleitores.

Post scriptum:
«Embora muitos médicos se mostrem preocupados com o palato, com a úvula e respectivas dimensões, muitas vezes negligenciam a língua», lembra-nos sensatamente o 17º caderno (Saúde Pública) do saco de plástico, a propósito da apneia ou doutra coisa qualquer. É um bom conselho que aqui acolho: blogonautas de todos os azimutes não negligenciem a língua.

28/06/2004

CASE STUDY: Descentralização da reforma administrativa.

Para quem tenha dúvidas que a regionalização, ou a descentralização, como lhe quizerem chamar, é uma boa medida para melhor a eficiência da vaca marsupial pública, veja-se o frémito inovador que, desde a câmara mais importante do país, finalmente liderada por alguém genuinamente da Kapital, até à mais modesta junta de freguesia, atravessa a administração local.

Um só exemplo. A câmara de Fafe impõe, desde o princípio do ano, a todos os seus funcionários (funcionários não é adjectivo é substantivo, lembre-se) a marcação do ponto hora a hora. Impõe e impõe bem. Para os que tinham por costume deixar o casaco nas costas da cadeira, dizer até logo e voltar no dia seguinte, esta medida vai obrigá-los a dizer até já. Para os outros, conformados, que ficavam polindo o tampo da cadeira e puindo os fundos das calças, dormitando, por vezes em posições pouco ergonómicas, isso vai obrigá-los a um módico de exercício que em muito vem melhorar a sua qualidade de vida.

27/06/2004

AVALIAÇÃO CONTÍNUA: As impertinências do Feio.

Secção Assaults of thoughts
«Se há dez anos, eu falasse em teatro comercial caía-me tudo em cima. Só interessava o teatro independente. Independente em quê? Nem monetariamente é independente. Se não for o estadinho a dizer-lhes «toma lá dinheiro e faz qualquer coisa» nem existe.

Três afonsos para o António Feio por estas impertinências, ditas ao repositório de vacuidades do saco de plástico - a revista Única. O Feio só não faz o pleno dos afonsos por ter usado a expressão «há dez anos».

Nova entrada para o Glossário das Impertinências:

Teatro independente, Arte independente
O teatro que depende do estado; o teatro a quem o estado diz «toma lá dinheiro e faz qualquer coisa» (A. Feio). Por extensão, o conceito pode aplicar-se a qualquer outra arte «independente» cujo público é um qualquer júri a quem pagam para dar pareceres.

PUBLIC SERVICE: Why Europe is so irresolute against terrorism?

«For a decade or so, Europe had more terrorist attacks than the Mideast. Will it happen again?
Between 1991 and 2000, the world witnessed 3.810 terrorist attacks. And nearly a third of them - 31% - occurred right here in Europe


[European Security Advocacy Group]

26/06/2004

DIÁRIO DE BORDO: Reaganomics. A pesada herança.

A citação que comentei aqui do A Praia, incluía a seguinte frase: «As consequências mais notórias das suas políticas são sentidas até hoje: aumento das desigualdades sociais, aumento do número de pessoas a viver em situação de pobreza, crescimento extraordinário do número de pessoas a viver na rua.»

Qual foi a pesada herança da Reaganomics?

«In 1999 a quarter of US households were poor (with less than $25,000 pa). By this standard 40 percent of Swedish households would be considered poor. Of course, some prefer to measure poverty relatively. In this context of US poor households, 45.9 percent own their own home, 72.8 percent have a car, and 77 percent have air conditioning. Their average living space is 1,200 sq ft per household. The European average including both rich and poor is 1,000 sq ft.»
[Ver aqui - via Dissecting Leftism]

25/06/2004

DIÁRIO DE BORDO: Há grunhos em todo o lado.

Inglaterra: desacatos com portugueses após o jogo

Que isto possa acontecer na mais antiga democracia do mundo, é mais uma demonstração de que a grunhice é patologia que ataca em todo o lado, apesar das boas condições sanitárias.

DIÁRIO DE BORDO: A quadratura do rectângulo da Luz.

Antes de continuar a gastar estupidamente gasolina e a buzinar alarvemente, contribuindo para lixar a retoma, venho a casa, num pulo, escrever uma impertinência.

Também não era preciso ter tantas contemplações com aqueles grunhos, só por nos terem ajudado há 200 anos a expulsar a pior corja do mundo - a corja francesa.

Rendo-me. A defesa daquele guarda-redes piolhoso, que está a tomar o lugar do Baía, no último penalti dos grunhos e, acima de tudo, aquele penalti marcado ao grunho keeper foi um absurdo, como disse o Mourinho da exibição do Ricardo Carvalho contra o inimigo castelhano.

Que se lixe. Se não tínhamos retoma, também não é por isso que passamos a ter. Mas sempre é melhor, já que não temos, cobrarmos dos gajos que não precisam de retoma, porque estão há anos na toma.

Até amanhã. Vou gastar mais gasolina e buzina.

24/06/2004

DIÁRIO DE BORDO: Depois do rectângulo de Alvalade, o rectângulo da Luz.

aqui evoquei a importância do quadrado para afastar a ameaça castelhana no século XIV. Para vencer o inimigo, contámos então com o génio táctico do Scolari da época (não se pode falar propriamente de génio, no caso do Scolari contemporâneo) e com a preciosa ajuda dos arqueiros ingleses, nossos aliados.

Como acontece frequentemente no mundo real, também na realidade virtual do futebol, os aliados de ontem podem ser os inimigos de hoje. Vencida a batalha de Alvalade, temos hoje a batalha da Luz. Será mais um passo no caminho da reconquista da auto-estima e, em consequência, no início duma retoma sustentada.

Deixem-se de tretas. Ganhar ou perder este jogo é igual ao litro, quer para a auto-estima, quer para a retoma. Em relação à primeira, já aqui escrevi que o problema dos portugueses não é a falta, é o excesso. Em relação à segunda, para sermos rigorosos, deveríamos concluir que a eliminação, tornando-nos disponíveis para recomeçar a trabalhar, apressaria a retoma,

O que está em causa é APENAS futebol. E daí? E daí, VAMOS A ELES, antes que eles venham a nós. PERDER, NEM A FEIJÕES.

CASE STUDY: Discriminação positiva nos passes sociais.

O governo anunciou a «discriminação do preço do passe social em função do rendimento do utente».

O emplastro porta-voz do MUSP-Movimento dos Utentes dos Serviços Públicos (um apêndice do PCP?) insurgiu-se contra esta anunciada medida com o incrível argumento «o passe social é um direito adquirido»

O emplastro porta-voz da Deco (um apêndice do PS?) declarou-se «claramente favorável à existência de passes sociais para as classes desfavorecidas».

Estamos a falar de quê? De um passe válido apenas na região da Grande Lisboa e actualmente apenas usado pelos tesos e alguns diletantes, como o Impertinências (que é um teso, mas com classe).

Estamos a falar de quê? Discriminação positiva? Positiva não sei, mas sem dúvida discriminação. Qualquer indígena, que ganhe mais do que 2 salários mínimos, endivida-se na primeira oportunidade para comprar um chaço com rodas. Qualquer indígena, que não ganha a ponta dum corno, mas tem um patrocinador, crava-lhe um chaço na primeira oportunidade (caso típico dum estudante universitário que more a 1.235 metros da escola). Dotados de chaços, os pelintras e os patrocinados, passam a usufruir do privilégio de ficar 2 horas por dia entalados no trânsito ou à procura dum cais para ancorar o chaço e sair de 4 em 4 horas para carregar moedinhas, ou, o mais provável, por fundear o chaço em cima do passeio, atrapalhando os pedestres aos saltinhos entre os cócós dos lulus.

Estamos a falar de quê? Estamos a falar de pedir a declaração de IRS (versão do governo)? Estamos a falar dos «recibos de água, electricidade ou telefone» (versão Deco)? A burocracia necessária para controlar uma redução de meia dúzia ou mesmo uma dúzia de euros no preço do passe, que não dá nem para carregar o telemóvel do utente, terá um custo incomensurável com qualquer módico de acréscimo da justiça social, seja lá o que isso for.

Estamos a falar de quê? O passe social não passa dum mecanismo de transferência de rendimentos para alguns pelintras da região de Lisboa, rendimentos extorquidos pelo estado aos outros pelintras espalhados pelo país e aos indígenas possidentes. Os cobres extorquidos são, de seguida, derramados sob a forma de subsídios pelas goelas dos insaciáveis buracos dos gigantescos défices de exploração das empresas públicas de transporte (a maior parte) ou para ajudar à festa nalgumas empresas privadas.

Estamos a falar de quê? Estamos a falar de distorção dos preços. Estamos a falar de sinais errados para as escolhas económicas. Estamos a falar de tornar mais acessível viver cada vez mais longe do trabalho. Estamos a falar de ineficiências.

Qualquer mente sofrivelmente liberal arrepia-se só de ouvir falar disto. Mas quais mentes? É mais fácil encontrar as caganitas do lince da Serra da Malcata em S. Bento, do que um liberal na Grande Lisboa ou noutras paragens.

Discriminação positiva? Duvido. Demagogia em movimento? Talvez.

23/06/2004

PUBLIC SERVICE: Another liar?

«I can confirm that after the events of September 11, 2001, and up to the military operation in Iraq, Russian special services and Russian intelligence several times received .?.?. information that official organs of Saddam's regime were preparing terrorist acts on the territory of the United States and beyond its borders, at U.S. military and civilian locations

Who said that? Bush. Right? Wrong. Vladimir Putin said.

[Via Dissecting Leftism]

DIÁRIO DE BORDO: Reaganomics.

A propósito da morte de Reagan foram escritas imensas asneiras, muitas manipulações e algumas imprecisões sobre a reaganomics. Esquecendo o resto, falando destas últimas, retenho apenas uma, por provir das Espécies ameaçadas do Impertinências. Escreveu o A Praia, na ocasíão, mas que só li aqui e agora:

«Reagan deixou ao seu sucessor um défice orçamental gigantesco, alicerçado no aumento massivo dos investimentos militares e na redução sem precedentes dos impostos dos mais ricos. (Ao tomar posse como Presidente, havia prometido equilibrar o orçamento; em oito anos, triplicou o défice.) As consequências mais notórias das suas políticas são sentidas até hoje: aumento das desigualdades sociais, aumento do número de pessoas a viver em situação de pobreza, crescimento extraordinário do número de pessoas a viver na rua

O que efectivamente se passou?

Reaganomics at work

22/06/2004

TRIVIALIDADES: Estão a ficar parecidos.

«Andrade engañó a los españoles al asegurar que Rusia iba ganando 3-1» escreveu ontem a Marca, a bíblia castelhano do fútbol.

Quem é que costuma inventar desculpas mal amanhadas?

CASE STUDY: Os criativos da IKEA desvendam-nos a alma.

Há dias puseram-me na caixa do correio um folheto da IKEA - affordable solutions for better living - multinacional sueca que abriu recentemente uma loja em Alfragide.

Não sei quem são os criativos que inventaram a campanha de abertura, mas os slogans são um retrato perfeito da alma nacional.

Alguns exemplos:
«Tome o pequeno-almoço nas calmas e ponha as culpas no trânsito»
«Finja que tem uma reunião fora e vá para casa fazer sala»
«Feche-se no WC e ligue a dizer que está preso no elevador»
«Passe a manhã na cama e diga que o despertador avariou»

21/06/2004

PUBLIC SERVICE: Private goes Heaven.

The first time a civilian pilot at the controls of a privately financed aircraft had crossed the threshold of space.

LOG BOOK: For a Fistfull of Dollars.

Could a young Fidel in his 12's have started 19 years later a long career as communist and anti-american because president Roosevelt didn't answer his demand for «a $10 bill green American»?


[Young Fidel's letter «embellished with an elaborate signature»]

20/06/2004

DIÁRIO DE BORDO: O rectângulo de Alvalade também serve.

Contrariando o cepticismo impertinente, um Nuno Álvares nascido no Rio Grande do Sul, mesmo sem os arqueiros ingleses, lá conduziu os magriços a congelar a fúria castelhana (desculpa lá, ó Camacho).

Resultado? 5 milhões de treinadores a discutir esquemas à volta das máquinas de café há 4 dias e que vão continuar mais uma semana. «Ai o PIB», escreveu o Jaquinzinhos,

Faço minhas as palavras dele. Que se lixe o PIB! O pior ainda são os euros que os castelhanos vão levar nos bolsos para casa.

ESTÓRIA E MORAL: Depois do quadrado de Aljubarrota, o rectângulo de Alvalade

Estória

Em 1384, estando iminente a transferência dos centros de decisão de Lisboa para Castela, o Mestre de Avis, Dom João, filho bastardo de Dom Pedro, encabeçou a revolta contra Leonor Teles e o seu amante galego, por um lado, e contra Dom João I de Castela e sua mulher Dona Beatriz, filha de Dom Fernando, por outro.

Depois da morte do Conde de Andeiro às mãos do Mestre de Avis, da fuga de Leonor Teles para Castela, e após várias escaramuças, tem lugar a batalha decisiva de Aljubarrota. Em Aljubarrota, Nuno Álvares Pereira (outro bastardo), com a célebra táctica do quadrado, mais tarde copiada por Bonaparte (Napoleão), diz-se, e a ajuda de arqueiros ingleses, derrotou as tropas castelhanas invasoras.

620 anos depois, estando iminente, outra vez, a transferência dos centros de decisão de Lisboa para Madrid, Barcelona, etc., temos, no lugar da Leonor Teles, o engenheiro Guterres, que fugiu do pântano para o limbo da política. Os seus vários condes de Andeiro estão a fazer de mortos, à espera da ressureição em 2006. O Mestre de Avis foi substituído pela dupla Cherne/doutor Sampaio. No lugar de Nuno Álvares, passámos a ter o brasileiro Luís Felipe Scolari. Trocámos o quadrado de Aljubarrota pelo rectângulo de Alvalade.

Estamos obviamente em pior situação, mas o que mais me preocupa é a falta dos arqueiros ingleses.

Moral

«Hegel observa em uma de suas obras que todos os factos e personagens de grande importância na história do mundo ocorrem, por assim dizer, duas vezes. E esqueceu-se de acrescentar: a primeira vez como tragédia, a segunda como farsa.»
[O 18 Brumário de Luís Bonaparte, Karl Marx]



[Esboços de Scolari, encontrados nos seus aposentos, no coio dos lagartos, em Alcochete]

AVALIAÇÃO CONTÍNUA: O novo jornalismo é igual ao velho, mas sem factos.

Secção Perguntas Impertinentes

Na sua comunicação na mesa-redonda «Capitalismo pela Paz» realizada na semana passada na Tenda Mundo Melhor na Cidade do Rock, Peter Arnett, ex-CNN e ex-NBC, agora a escrever um livro em Bagdade, disse:

«Vivemos numa época de novo jornalismo, em que é dada aos profissionais de comunicação a possibilidade de falarem como toda a gente. Na minha fase inicial de carreira, por altura da guerra do Vietname, o jornalista não se envolvia nos acontecimentos, é certo. Mas hoje somos encorajados a ter uma opinião. Os jornalistas falam. Há um novo estilo de jornalismo que se impõe.»

É caso para perguntar, se os jornalistas começam a falar como toda a gente, a borrifarem-se para os factos, a opinarem e darem largas à sua pesporrência, o que os distinguirá da gente? Qual é o valor que tais jornalistas acrescentam a um jornal? Como justificar que lhes paguem as prosas que produzem em vez de publicar cartas dos leitores? Porquê pagar 1, 2 ou 3 euros por uma resma de papel de má qualidade, que suja as mãos, se posso ler, à borla, opiniões muito mais originais e geralmente melhor escritas, nos milhares de blogues, em várias línguas, de excelente qualidade que se publicam na blogosfera?

Enquanto não chega uma resposta convincente, atribuo 3 chateaubriands a Peter Arnett, ex-jornalista e actual ficcionista. Ficam mais 2 chateaubriands reservados para quando perder o resto da lucidez e da decência e passar a defender o jornalismo de causas.

19/06/2004

SERVIÇO PÚBLICO: Começou o campeonato da Órópa.

Começou hoje o campeonato da Órópa. Começou e começou bem com a República Checa a ganhar 3-2 à Holanda.

STATE OF MEN / CONDIÇÃO MASCULINA: The Sex-for-Food Program / Geometria feminina não euclidiana.

Summary for the sake of
Fascism is enemy of science. I mean, all kinds of fascism, such as communism, nazism, islamic fundamentalism and, last but not least, politically correctness.
Here stuff to give the politically correctness flock some scratch for the back of theirs, this weekend.
A research shows that historically sexual attraction lies on very practical things. The absence of a heat period in human beings and the female capability to offer sex constantly is a strategy to keep the male nearby to provide food and protection for the long period required to nurture the human child. A Sex-for-Food program should I say?
Another research shows the importance of female geometry to attract male and explains male preferences for wide hips (good for child bearing) and large breasts (that deliver more milk).
Now we are aware. Carpe diem.

__________________________________________________
[Geometria feminina não-euclidiana / non Euclidean Female Geometry]

As ideologias, em particular os fascismos, como o comunismo, o nazismo, o fundamentalismo islâmico, sem esquecer o politicamente correcto, são inimigas da ciência.
À tropa do politicamente correcto ofereço duas doses de sarna para se coçarem neste fim de semana, enquanto esperam pelo desafio ibérico do século.

Através dum link dos impagáveis Marretas, cheguei às investigações do professor Manuel Domínguez-Rodrigo, da Universidade Complutense de Madrid. Por razões que ele explica, a ausência do cio nos humanos, proporcionando uma oferta de sexo constante, ter-se-à desenvolvido como estratégia de atracção - um truque da espécie - para conseguir comida e protecção dos machos e garantir a sobrevivência da prole, conseguindo assim os melhores resultados genéticos para a espécie. Para usar a expressão crua do jornalista "as hominídeas do passado decidiram levar a cabo um intercâmbio comida-sexo". É claro que a melhoria histórica do nível de vida foi modificando gradualmente os termos do intercâmbio e da comida chegou-se até aos diamantes, no período imediatamente anterior ao advento da pílula. Este advento modificou tudo, por razões que um dia o Impertinências vai abordar.

Pode parecer um bocado suspeito citar uma fonte enviesada aos olhos do politicamente correcto (o Manuel é macho, supõe-se). Sendo o homem espanhol, isso também não ajuda aos olhos de 80% dos patrícios.
Cito, por isso, outra pesquisa (ver aqui e aqui) de Grazyna Jasienska da Jagiellonian University em Cracóvia, Polónia, que É MULHER e NÃO é americana. Esta pesquisa evidencia a importância da geometria feminina na atracção sexual - aparentemente mais um truque da espécie para levar o macho a preferir uma boa reprodutora. É mais um truque a juntar ao do sexo 24/7.

18/06/2004

PUBLIC SERVICE: Green Bible challenged.

A group of experts led by Bjorn Lomborg, author of the heterodox «The Skeptical Environmentalist», and the black sheep of the greens, conducted since 2002 a discussion under the name of Copenhagen Consensus project whose «basic idea was to improve prioritization of the numerous problems the world faces, by gathering some of the world's greatest economists to a meeting where some of the biggest challenges in the world would be assessed».

The results of the Copenhagen Consensus work, grounded on cost-benefit analysis method, challenge the green bible of the environmentalists and were summarized by The Economist in this crystal clear table:



Watch what happened to those sacred cows such as the beloved Kyoto Protocol.

17/06/2004

BLOGARIDADES: 16 de Junho. Doomsday?

O Bloomsday parece ter-se transformado no Doomsday da Bloguilha.

Ele é O Comprometido Espectador que anuncia o encerramento por incompatibilidade com o sustento da família (percebo-o perfeitamente). Ele é o Abrupto que confirma as nossas suspeitas, passa-se para a UNESCO (parabéns) e nos entretem prometendo vagamente produção «sempre que tenha oportunidade».
Valha-nos o Aviz que faz agora um ano (parabéns) e parece resistir.
A lista impertinente nunca foi grande. Por isso a taxa de mortalidade é elevadissima: Cataláxia, Merde in France, O Comprometido Espectador, O Meu Pipi, Procuro marido, para só citar as baixas que me lembro.

Será enguiço?

TRIVIALIDADES: O Plano Marechal.

Segundo o DN, «O Presidente Lula da Silva defendeu ontem, na abertura da 11.ª Conferência das Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento (Unctad), a adopção de um programa para ajudar as nações pobres, semelhante ao Plano Marshall, que permitiu a recuperação dos países europeus afectados pela Segunda Guerra Mundial.»

A ideia é má? Depende. First things, first. Como há 60 anos, antes de lhes dar dinheiro, teremos que apear, por incompetência e/ou corrupção, quase todos os governos dessas nações pobres. Nações pobres, não por haver nações ricas. Pobres por terem governos incompetentes e/ou corruptos que pedem planos para as salvar da miséria a que eles próprios e os seus antecessores as conduziram.

16/06/2004

TRIVIALIDADES: Portugal 2 - Rússia 0

Agora só falta ganhar-lhes no outro campeonato. Vamos ter que começar já e precisaremos de 20 anos.
[Não esquecer que no outro campeonato pode-se usar as mãos fora da área]

TRIVIALIDADES: Portugal 0 - Rússia 10.

Dentro de duas horas defrontar-se-ão as selecções portuguesa e russa. Pelo que se viu até agora, o desfecho pode muito bem inclinar-se para a Rússia. A menos que os rapazes consigam aplicar apropriadamente a única arma de destruição maciça de que dispõem - o desenrascanço. É uma arma intensamente aleatória que com facildade se dispara nos pés, como a história abundantemente demonstra. É o que nos resta, na falta dum apoio maternal mais intenso e do António Oliveira com os seus alhos e crucifixos.

Se perdermos contra a Rússia em futebol não nos preocupemos. Muito mais importante e com consequências muito mais dramáticas para as próximas gerações são os 10 a 0 que eles nos dão, todos os anos, no campeonato do ensino. E quem é que se rala com isso?

[Ver a entrada desenrascanço na imperdível Wikipedia - The Free Encyclopedia]

PUBLIC SERVICE: Bloomsday 100th (to Molly Bloom, a yes woman)

«June 16 is an extraordinary day. On that day in 1904, Stephen Dedalus and Leopold Bloom each took their epic journeys through Dublin in James Joyce's Ulysses
[ReJoyce Dublin 2004. Go for it.]


[the Dubliner expatriate, himself]

15/06/2004

TRIVIALIDADES: O Campeonato da Órópa

Depois dum curto intervalo para as eleições na Órópa, voltamos ao que interessa - o campeonato da Órópa.

«Albufeira: adeptos ingleses envolvem-se em confrontos com a GNR»
Para quê importar grunhos? Não chegam os que cá temos? E a esquerdalhada a exigir o regresso a casa dos nossos anjos da Guarda. Deixem-nos ficar no Iraque, coitadinhos. Estão lá mais seguros.

«Adeptos ingleses agridem franceses no Parque das Nações»
Até pode ser. Dos grunhos tudo se espera. Mas a foto duma bela grunha inglesa carinhosamente empoleirada em dois franceses amaricados não condiz.

«Portugal tem bons jogadores, mas não tem boa equipa», disse o grego Nikolaídis, querendo ser simpático para as gentes da terra, depois de ter comprovado a 2ª parte da sua tese, ajudando a enfardar 2 secos no seleccionado tuga.

Ontem uma estação qualquer mostrou imagens dos nossos rapazes que, segundo o repórter e um psicólogo de serviço, estavam a recuperar da derrota, depois dum convívio com a família. Errado, tudo errado. Família? Mandem vir só as mãezinhas deles. Psicólogo? Mandem vir um astrólogo. Ou então perdoem ao Oliveira e mandem-no vir com os alhos e os crucifixos.

TRIVIA: Arabian capital markets relieved.

How could one explain why American investors are so shy after coalition invasion of Iraq when their muslin counterparts are so happy? Or should I say relieved?


14/06/2004

SERVIÇO PÚBLICO: Ando há 10 anos a dizer isso e ninguém me ouve.

«No fundo, temos um País de mentalidade estruturalmente socialista e estatista, que se foi consolidando ao longo destes 30 anos, para o que relevou também o contributo dos vários governos liderados pelo PSD. Esta mentalidade é causa principal de um grande imobilismo e de uma resistência crescente a qualquer mudança que questione os fundamentos dos chamados direitos adquiridos. E isto é preocupante. Em Portugal e em toda a Europa, cujos eleitores penalizam fortemente quem pretenda reformar o sacrossanto modelo social europeu
Falta talvez uma abordagem diferente (liberal, por exemplo) que implique rupturas com o status quo e que, desde Margaret Thatcher, ninguém na Europa tem coragem de assumir.
»
[palavras ainda húmidas da tinta de LR do Blasfémias]

Qual a chave que abrirá a porta à reforma do sacrossanto modelo social europeu? A mesma que abriu a porta à Maggie. O espectro do desemprego, da redução das pensões, do fim das férias tropicais, etc. (um grande ETC.), ali mesmo ao virar da esquina. Uma classe média que já percebeu que alguma coisa tem que mudar para que tudo possa ficar na mesma.

E porquê é preciso chegar aí? Um prémio Nobel da Física disse um dia que o cérebro humano é a matéria mais inerte do universo. That's why.

DIÁRIO DE BORDO: O que eles dizem, escreve-se.

O prudente vencedor, doutor Ferro Rodrigues:
«Naturalmente que no próximo congresso serei candidato a secretário-geral», disse. À cautela Ferro desafia Governo a manter Vitorino na Comissão Europeia, não vá o dito aparecer por cá numa má altura.

O debutante, doutor Monteiro:
«Um excelente começo» chamou às 33 mil cruzes postas pelos eleitores que se esqueceram dos óculos em casa.

O grande derrotado, doutor Durão Barroso:
«Temos de ser capazes de fazer o nosso país andar para a frente. Temos de dar melhores condições de vida aos portugueses, dar-lhes mais justiça social. Temos a responsabilidade de lhes garantir a esperança», explicou, anunciando o próxima chuva de subsídios e a subsequente derrapagem orçamental.

O grande expectador (o espectador expectante), professor Marcelo:
«Banhada» classificou a derrota da maioria governamental que ficará um pouco mais à mercê das suas sessões alfarrabistas de domingo à noite.

Movimento pelo Doente, a grande decepção:
Silêncio dorido que não explica para onde foram os seus votos que anunciei aqui e aqui e aqui e aqui e aqui.

DIÁRIO DE BORDO: Parece que houve eleições.

Parece que houve eleições para o parlamento europeu. Só me dei conta depois daquela peixarada dos caciques acolitados pelas matilhas de grunhos na lota de Matosinhos. Cheguei tarde. A campanha terminou aí e fiquei sem saber o que estaria em causa nestas eleições - se estivesse em causa alguma coisa.

Fosse como fosse, não devia ser importante. E, como no futebol, ganhou o melhor. Venceu a coligação dos ignorantes, como o Impertinências, com os distraídos, os indiferentes, os atrasados, os em fim de semana prolongado, e os adeptos da tese do Ensaio sobre a Lucidez. Isto sim, é uma surpresa. Pelo menos para mim. Nunca pensei ficar do mesmo lado do Saramago. Nem mesmo neste albergue espanhol da abstenção.

13/06/2004

AVALIAÇÃO CONTÍNUA: A perda de lucidez pode não ser definitiva. (CORRIGIDO)

Secção Óbio Ululante

Escreveu o professor Saldanha Sanches, na sua coluna do Expresso «O fosso público-privado»:

«Impossível com os actuais espartilhos que rodeiam a função pública que está a tornar cada vez mais difícil a atracção de gente capaz, em regime de dedicaçâo exclusiva, sem acumulações legais ou ilegais, para os cargos de direcçâo. E que tornam o sector público o inútil sorvedouro de recursos que actualmente é.
Um dos méritos desta nomeação feita em estado de necessidade desculpante é recordar que se o Estado não mantém uma relação mínima entre salários públicos e salários correspondentes no sector privado para funções com o mesmo conteúdo técnico, ainda que pagando sempre menos que no sector privado, não vai conseguir renovar os seus quadros.
Não é possível continuarmos tal como estamos. Mudar significa aceitar que haja outra política salarial. Que exista alguma rotaçâo (sem promiscuidades) entre público e privado. Que se corrijam os piores aspectos do sector público. E que tudo isto seja discutido numa lógica bipartidária


O professor Saldanha Sanches, renegado e excomungado, há 29 anos, pelo papa, cardeais e bispos do MRPP, incluindo o camarada doutor Durão Barroso, dá-nos assim um exemplo de que não devemos perder a esperança antes de tempo. A perda de lucidez pode não ser definitiva. Leva 5 afonsos por defender mais um ponto de vista esotérico, desta vez para os seus camaradas bloquistas.

BLOGARITIES: Merde in France, never again?

Merde in France moved permanently to ¡No Pasarán!


(If you feel uncomfortable with the apparent lack of respect for the Che fable, you should read this and follow the links)

W. fled with this provocative picture



12/06/2004

TRIVIALIDADES: Os nossos rapazes viram-se gregos.

Segundo uma sondagem da Marktest publicada no Semanário Económico, 60% dos portugueses inquiridos concordavam que o bom desempenho da Selecção Nacional pode ajudar a reanimar a economia.

Para esses 60% a economia vai ficar moribunda depois da derrota da selecção às mãos da inteligência táctica grega.

A coisa é grave? Nem por isso. Se o nosso futebol ficar ao nível do de países como a Áustria, a Finlândia ou a Noruega, que não chegaram à fase final, qual é o problema? Nenhum. Até tem piada, porque um deles vai organizar o Euro 2008, a meias com um outro país também pobre (a Suiça). O par de tesos não consegue melhor do que fazer 6 estádios merdosos. Compare-se com os nossos DEZ. Quem tem falta de auto-estima são esses pindéricos.

Para quem acha que os nossos futebolistas são uns paralíticos, imagine-se o que seria se este fosse um campeonato de electricistas, ou soldadores, ou professores de matemática, ou mecânicos, ou engenheiros civis, ou programadores ABAP/4, ou etc. Gostava de ver. Fariam bem pior, pelas razões que todos sabemos, e nem teriam as desculpas que os nossos rapazes do chuto sempre podem invocar. Sem pretensões de ser exaustivo, aqui vão algumas: treinador brasileiro, árbitro italiano, a claque grega não ajudou nada, estava um calor do caraças, e, acima de tudo, o Pinto da Costa, de vingança do Scolari não ter posto o Baía nos postes, encomendou um feitiço para o Ricardo não ver as bolas gregas.

CASE STUDY: É preciso ser muito saudável para resistir a tanta doença (5º capítulo).

Os cadernos de saúde dos semanários são uma fonte inesgotável para o conhecimento das doenças dos portugueses. A eles tenho recorrido intensamente, como aqui, aqui, aqui e aqui.

O ponto de situação: 4 milhões hipertensos, 38% com reumatismo ou artrite, 15 a 20.000 com parkinsonismo, 130 mil homens com cancro na próstata, 200.000 fibromiálgicos e milhão e duzentos mil com fadiga crónica (estimativa do Impertinências), 4.000 electricistas com doenças profissionais, 30.000 portugueses que sofrem dos intestinos, 14 milhões de dias de baixa por ano devido a problemas respiratórios.

A estes números podemos acrescentar esta semana 15 a 20% da população com prurido, vermelhidão e lacrimejo na primavera, 4.000 (1 em cada 2.500 pessoas) que sofrem duma das mais de 40 doenças neuromusculares e 1.500 crianças com doenças reumáticas de causa desconhecida.

Algumas profissões, como os já citados electricistas, parecem mais vulneráveis à doença. É o caso das 2.621 almas policiais e administrativas que se encontram inscritas na folha de pagamentos da Judite, que têm por ano 44.000 dias de falta por doença (15 dias por ano e alma). Saber que o director da PJ já anunciou um gabinete de apoio psicológico para é uma boa notícia - mens sano in corpore sano.

Quando escrevo estes posts dedicados à doença, lembro-me do doi-me +, que depois duma crise de flatulência foi internado numa clínica psiquiátrica. Desejo-lhe um rápido restabelecimento.

Lembro-me também do Movimento pelo Doente e da sábia pergunta que se pode encontrar no seu site: «o Sistema Nacional de Saúde em Portugal enferma de graves deficiências?» Sem dúvida, respondo. O SNS está gravemente doente.

11/06/2004

DIÁRIO DE BORDO: Boas e más notícias.

A melhor notícia é a palha para a vaca marsupial pública que está a ficar mais barata. A pior é o consumo a puxar pela economia, outra vez.

[Ver notícia e, principalmente, o elucidativo INFOGRAMA]

10/06/2004

DIÁRIO DE BORDO: A águia americana e o pavão francês em Savannah.

O G8 reunido em Savannah saudou a aprovação por unanimidade no Conselho de Segurança da ONU da resolução proposta pelos EU. Aprovou ainda o plano da Administração Bush Broader Middle East and North Africa Initiative.

Porque precisou a Administração Bush de tanto tempo para perceber que talvez fosse possível encontrar compromissos aceitáveis? Ou dar oportunidade ao impotente pavão francês para adejar as suas belas penas?

Pour mieux se distinguer, M. Chirac avait choisi de conserver sa cravate, quand M. Bush avait demandé à ses homologues de porter une tenue décontractée. Il a de même refusé d'utiliser la petite voiture électrique mise à disposition pour les déplacements.

ESTÓRIA E MORAL: O Dez de Junho e eu.

Estória

Ano após ano, espero ansiosamente até às vésperas do Dia da Pátria a chegada dum telefonema, duma carta, enfim, dum sinal vindo da Casa Civil da Presidência da República. E nada.

Este ano, uma vez mais, nada.

E porquê? Sim, porquê? Percebo que nunca me tenha saído senão uma ou duas aproximações na lotaria. Conformo-me que nem um cêntimo me tenha pago o totobola ou o totoloto. Mas uma comendazita, uma condecoraçãozita, ao menos uma fita para pendurar, não seria normal esperar?

Mais um ano e dezenas, ou centenas, de novos comendadores e condes corados do O'Neill, e eu nada. Quantos portugueses ainda não foram prendados no dia da Pátria? Alguns, muito poucos. E os que ainda não o foram sabem que o serão, só não sabem quando.

Não é o meu caso. Pertenço definitivamente a uma espécie em vias de extinção - a dos portugueses que ainda não foram condecorados, e a uma outra espécie rara - a dos portugueses que perderam a esperança de ser condecorados no 10 de Junho.

Moral

A moral? Qual moral? Não há moral nenhuma nisto. Há coisa mais imoral?

09/06/2004

DIÁRIO DE BORDO: Não me reconheço.

Vejo na Sic Notícias as imagens da lota de Matosinhos. Posso estar a ser injusto, mas Sousa Franco não parecia nada incomodado. Pelo contrário. O seu ego parecia luzir de satisfação com o banho de multidão.

A mim incomodou-me imenso aqueles molhos de grunhos analfabetos aos gritos, com a excitação de matilhas de caciques, uivando uma contra a outra, e agitando a cauda à vista do dono.

Não me reconheço no país das lotas, dos caciques e das matilhas.

DIÁRIO DE BORDO: Sousa Franco assassinado pela mediocridade.

Sousa Franco morreu após desacatos entre socialistas em Matosinhos

Sousa Franco tinha um ego inflacionado e foi um dos responsáveis pela derrapagem orçamental, como aqui foi escrito. Mas NÃO ERA UM MEDÍOCRE e não merecia esta morte. E não merece a elegia xaroposa, nem a hipocrisia enxaropada, que lhe vão dedicar os seus correligionários e adversários, respectivamente.

CONDIÇÃO MASCULINA: O descrédito conjugal.

Faz algum tempo, li no Blasfémias um post da blasfema Sara Mueller, comentando um acórdão do Tribunal da Relação do Porto. Perdi o link e a minha preguiça afasta-me da Torre do Tombo blasfema. Perdi o link mas não o aturdimento, que, na primeira oportunidade, me espicaçou para procurar o dito acórdão, cujo sumário diz tudo o que é preciso:

«O cônjuge de sinistrado em acidente de viação que em virtude do acidente ficou afectado na sua capacidade sexual, tem direito a ser indemnizado por se sentir afectado directamente no seu direito à sexualidade no âmbito dos deveres conjugais com referência expressa ao débito conjugal.

Não vou perder-me nas miudezas jurídicas. Vou direito ao assunto - o débito conjugal. O débito?

Não contesto o direito do cônjuge ser ressarcido, pelo causador do dano, pela falta de comércio sexual com o sinistrado. Pelo contrário. Compreendo-o muito melhor do que o recíproco direito do sinistrado que, ao ver suprimido o veículo da pulsão, bem poderia usar a oportunidade para se libertar das amarras da luxúria, rejeitar o pecado e ascender às alturas do espírito. Nestes tempos de hedonismo, talvez fosse o último, mas não seria o primeiro. Aurélio Agostinho, que aos 33 anos se libertou do vício contumaz, e por isso se transmutou em Santo Agostinho precedeu-o 16 séculos.
Diferentemente, qualquer indemnização que o cônjuge venha, porventura, a receber será sempre magra compensação para essa falta.

Mas, se a perda da coisa tem a protecção da lei, a produção sexual do sinistrado não deveria constituir um seu crédito conjugal?
Classificá-la como débito não é mais um exemplo de discriminação do género masculino, desta vez fundada na ciência jurídica ou, pelo menos, na doutrina adoptada pelos doutos juizes do TRP?
Que espera o Bloco de Esquerda para abraçar esta causa?

08/06/2004

CASE STUDY: Our Coventry-by-the-sea. The slow blitz.

The gifted English sisters Vitriolica and Majolica moaned in their masterpiece blog the destruction of Sesimbra as a paradigm of WHAT RUINS THE HERITAGE and HISTORICAL AESTHETIC VALUES of THIS FORMERLY GREAT NATION.

I agree. The destruction of this nice small fishing village, where I spent holidays two or three times 40 years ago, has been carried out by a herd of barbarians equal to nazis who destroyed Coventry during the night of 14 November 1940.
Equal? Not exactly. Sesimbra’s barbarians were much less skilled demolishers. They spent 35 years and they have needed the active cooperation of local authorities and the meekness of local folks.

AVALIAÇÃO CONTÍNUA: ELES que se amanhem.

SECÇÃO IDIOTAS INÚTEIS

Trabalhadores dos hotéis em greve durante Euro 2004 pedem prémio a patrões

Trabalhadores dos casinos marcam greve para dia 18

Enfermeiros de Leiria ameaçam fazer greve fora dos dias de jogos
E porque não nos dias dos jogos?

Bombeiros desmobilizaram depois de entregar reivindicações
Mariquinhas!

4 bourbons para os sindicatos, por continuarem iguais a si próprios, e 5 pilatos para os grevistas, por terem percebido que não tem nada a ver com o assunto. O problema, seja ele qual for, como todos sabemos, é d'ELES.

SERVIÇO PÚBLICO: Os remédios da doutora Teodora.

«Restrição orçamental efectiva a prazo, determinada pelo quadro macroeconómico e não pelo ciclo político. O objectivo é obrigar os políticos a ter em conta os custos das medidas que adoptam, mesmo que eles se manifestem em oportunidades que não os prejudiquem directamente».

Como?
Plurianualidade
• Orçamento top-down
• Descentralização da gestão


[Estado actual da economia. Caminho para o futuro. - Teodora Cardoso]

DIÁRIO DE BORDO: De Boise (Idaho) até à Portela (epílogo). My Own Private Idaho.

Depois dum percurso de mais de 12.000 km, partindo de Boise (Idaho), o zingarilho chegou à Portela em 60 horas. Os últimos 500 metros até ao armazém 69 do aeroporto, onde está a alfândega, consumiram 3 dias. A extracção do zingarilho do armazém 69 requereu mais de 3 horas, incluindo a recolha da factura e da carta de porte no transitário e duas etapas cumpridas na alfândega.

1ª etapa. Preenchimento de um formulário em 2 vias no r/c do armazém 69, uma subida ao 1º andar e o preenchimento doutro formulário quase igual ao anterior, em outras duas vias; a constatação que, sendo 12:04, a tesouraria da alfândega (situada 2 secretárias a sul e a 4 metros de distância) já tinha fechado às 12:00 pelo que se impunha nova incursão a partir das 14:00.

2ª etapa. Preenchimento de mais formulários em várias vias, incluindo uma declaração verbal e uma guia de saída. Ida à tesouraria para pagar o IVA com mais um formulário. Descida ao r/c para pagar mais a taxa de armazenamento e preencher mais um formulário. Ida ao armazém com vários formulários em várias vias para levantar o zingarilho. O que foi conseguido depois duma longa espera até às 16:30.

Durante a expedição o Impertinências tomou contacto, uma vez mais, com o ambiente frenético que se vive hoje em dia nas repartições, por onde vagueiam inúmeros utentes da vaca marsupial pública tentando escapar ilesos a qualquer acidente de trabalho e empurrando entre si tarefas e formulários.

Nalguma longínqua galáxia uma qualquer comissão estuda uma qualquer reforma administrativa.


[O fugidio zingarilho, finalmente desencalhado]

07/06/2004

AVALIAÇÃO CONTÍNUA: Bem-vindo ao Clube. (CORRIGIDO)

Secção Res ipsa loquitor

Sousa Franco lançado para Belém, diz-se. Se for assim, o professor vem juntar-se ao candidato permanente doutor Mário Soares, ao alter ego deste, professor Freitas do Amaral, ao candidato reticente engenheiro António Guterres, ao candidato do tabu professor Cavaco Silva, ao candidato condicional (se Cristo descer à terra) professor Marcelo Rebelo de Sousa, ao candidato impaciente doutor Pedro Santana Lopes, e a muitos outros, como o doutor Carlos Monjardino, o doutor Vasco Vieira de Almeida, sem esquecer o candidato perpétuo - aquele doutor do MRPP cujo nome não me ocorre.

Quem melhor do que o professor Sousa Franco, que já foi potencial fundador do CDS, efectivo do PPD e da ASDI, força de bloqueio do professor Cavaco no Tribunal de Contas e ministro do governo anterior ao pior desde Dona Maria II, poderia representar a República? Cinco chateaubriands é o mínimo que lhe posso dar.

06/06/2004

PUBLIC SERVICE: June 6th, Omaha Beach.

Around 3,000 casualties in the first 3 hours out of 37,000 dead, 172,000 wounded/missing in Allied Forces and 200,000 killed/wounded in German side, during the entire operation Overlord.

Someone wrote a couple of days ago that had CNN had been there at the time and we would speak German these days.


(American soldiers landing to fight for a good cause - the saving of our bloody asses)

05/06/2004

LOG BOOK: Universal Syncopations (UPDATED)

Bamboo Forest and 8 other pieces of pure beauty by Miroslav Vitous, Jan Garbarek, Chick Corea, John McLaughlin and Jack DeJohnette - the best of two worlds.



[«Universal Syncopations» heard one more time in memory of Ronald Reagan, an average actor and an outstanding statesman.]

04/06/2004

LOG BOOK: Mandela, the very best.

Nelson Mandela, the very best of African leaders, to retire next month at 86. Can you see someone to fill the hole? I can't.
The very best of African leaders? I should say the very best of world leaders.



Thank you grandpa Nelson. Enjoy your retirement. You deserve it.

03/06/2004

BLOGARIDADES: Raio X à alma nacional.

Nos meus impertinentes favoritos há duas coisas que me chateiam. Uma, escreverem muito melhor do que eu. Outra, estarem sempre a roubar-me temas.

Como este que, a propósito do impertinente Mourinho, faz um raio X rápido à alma nacional.

Ando a empurrar com a barriga para a frente o blogue definitivo sobre a Alma Nacional e um dia destes só preciso de fazer uma colectânea.

TRIVIALIDADES: Em comunhão com o povo de esquerda.

O doutor António Costa, vice-cabeça de lista do PS, terá dito no comício gastronómico em Viseu (uma boa escolha para dar ao dente, reconheça-se) que o governo terá dado «uma das poucas boas notícias, concedendo tolerância de ponto no próximo dia 11» e que «eles sabem que, quanto maior for a participação dos portugueses, maior será a vitória do PS».

Estará o vice-cabeça a insinuar que os portugueses são tão calaceiros que só se animam com baldas ao ponto? Estará a insinuar que a base eleitoral do PS é constituída por esses baldistas que trocam cumprimento do dever cívico por um fim de semana num pardieiro na Quarteira?

Se é assim, mostra um bom conhecimento da sua clientela.

E com o eles não esconde a sua comunhão com a alma nacional carente de auto-estima.

DIÁRIO DE BORDO: De Boise (Idaho) até à Portela são praí uns 600 metros.

No dia 28 às 18:54 comprei uma memória suplementar para o meu laptop no site da Crucial Technology (passe a merecida propaganda). Em qualquer momento podia seguir o seu percurso, pela mão da FedEx, desde Boise até à Portela, onde chegou no dia 1 às 10:08, cerca de 68 horas depois.

Scan Activity...................Date/Time.........Comments
Package status/LISBON PT..06/01/2004 10:08 Clearance Delay
Package status/MADRID ES..06/01/2004 06:37 In transit
Package status/MADRID ES..06/01/2004 06:37 In transit
Left FedEx/PARIS FR.........05/31/2004 20:54
Arrived/PARIS FR..............05/31/2004 19:04
Left FedEx/MEMPHIS TN.....05/30/2004 16:36
Left FedEx/MEMPHIS TN.....05/30/2004 13:19
Left FedEx/MEMPHIS TN.....05/30/2004 13:01
Package status/BOISE ID.....05/29/2004 18:00 Package in FedEx
Arrived at FedEx/BOISE ID...05/29/2004 17:59
Left FedEx/BOISE ID..........05/29/2004 17:32
Picked up/BOISE ID...........05/29/2004 14:18

Talvez, um grande TALVEZ, 5ª feira à tarde consiga desencalhar o zingarilho preso na engrenagem alfandegária, que terá levado mais de 50 horas para percorrer uns 500 metros entre o terminal na Portela e a Alfândega do aeroporto.

02/06/2004

SERVIÇO PÚBLICO: Cuidado com essa banca!

«Na Feira do Livro de Lisboa encontrei uma banca cheia de livros de Ignacio Ramonet. Estão ao lado das obras de Viviane Forrester e de Noam Chomsky. É o que se pode chamar "concentrado de disparate"».

[Cortesia do Jaquinzinhos, em intenção dos incautos. Infelizmente ficamos sem saber qual a tenda, pelo que convém ligar o detector de esquerdalhada, cuja presença, com os seus típicos sinais exteriores, pode indiciar a proximidade do tétrico trio]

SERVIÇO PÚBLICO: Abu Ghraib in Rio.

Motim em prisão do Rio faz 30 mortos

Abu Ghraib in Rio? Apesar de tudo há algumas diferenças. Para só citar uma das mais importantes, o George W. Bush tratou-se e já não é alcoólatra (embora às vezes pareça).

PUBLIC SERVICE: Legend and facts didn't fit.

Who hurts the most oil scarcity and high prices?
United States. Right?



Wrong.

01/06/2004

DIÁRIO DE BORDO: Bem-vindos.

Sem vontade de estudar, sem vontade de trabalhar, sem vontade de ter filhos e de os criar, valham-nos os imigrantes.
Taxa de desemprego dos imigrantes do leste europeu em Portugal 1%.
Valor acrescentado bruto gerado pelos imigrantes 5%.

CASE STUDY: Portuguêsmatic, o europeu do futuro.

«No final de 2003, os portugueses possuíam ... 141 cartões por cada 100 habitantes»

Os turcos poderão ter funcionários bankamatic, mas nós termos o cidadãomatic.