Our Self: Um blogue desalinhado, desconforme, herético e heterodoxo. Em suma, fora do baralho e (im)pertinente.
Lema: A verdade é como o azeite, precisa de um pouco de vinagre.
Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
The Second Coming: «The best lack all conviction, while the worst; Are full of passionate intensity» (W. B. Yeats)

26/07/2024

Birds of a Feather Flock Together (8) - Who could be better to discuss peace in the Middle East than the Putin-Assad duo responsible for 600,000 victims in the Syrian civil war?

Reuters

O que está o imperador Xi Jinping a preparar?

Desde 2020 a capacidade de armazenamento de petróleo da China aumentou de 1,7 mil milhões para 2 mil milhões de barris e o stock actual de 1,3 mil milhões de barris (compara com 800 mil milhões dos EUA) cobre quase quatro meses de importações. Entre 2010 e 2020 a capacidade de armazenamento subterrâneo de gás cresceu 6 vezes para 15 bcm (mil milhões de metros cúbicos) e o objectivo é atingir a 55 bcm em 2025 e, incluindo tanques de gás de petróleo liquefeito, o objectivo total de armazenamento é 85 bcm até 2030. Os stocks de trigo e milho representam 51% e 67% do total mundial e são suficientes para o consumo de um ano. Os stocks de soja duplicaram desde 2018. Estima-se que os stocks de cobre, níquel e outros metais raros sejam suficientes para cobrir entre 35% e 133% do consumo anual. (fonte)

Parece haver duas explicações mais prováveis para o crescimento acelerado dos stocks e o secretismo oficial que tem envolvido a divulgação dos seus valores. A explicação mais benigna é que o imperador Xi antecipe a possível eleição de Donald Trump e receie que imponha restrições às exportações para a China e tente pressionar outros países para fazerem o mesmo. A outra explicação é que o imperador Xi se prepare para invadir Taiwan e antecipe o quase certo embargo de exportações para a China.

25/07/2024

E estamos assim... como os gatos

Observador                                                               Observador

24/07/2024

Another nail in the coffin of wokeness: schools playing adoptive parents with other people’s children

«The “SAFETY Act,” AB 1955, signed by California Democratic governor Gavin Newsom, legally forbids schools from adopting any policy that would force them to disclose “any information related to a pupil’s sexual orientation, gender identity, or gender expression to any other person without the pupil’s consent.” Schools may not, as a matter of policy, inform parents of a child’s new gender identity unless the child volunteers her approval. The law also prohibits schools from punishing any school employee found to have “supported a pupil” hurtling down a path toward risky and irreversible hormones and surgeries.

The law effectively shuts down the local parents’ rights movement in California by eliminating its most important tool: the ability to organize at the community level to stop schools from deceiving them. No longer can families hope to convince their school boards to require schools to notify parents that their daughter, Sophie, has been going by “Sebastian” in class; that her teacher, school counselor, and principal have all been celebrating Sebastian’s transgender identity; that they’ve been letting her use the boys’ bathroom and reifying the sense that she is “really a boy.” 

It is difficult to avoid the conclusion that the law supports the priming of minor children for a secret life with a new gender identity. This includes having school-aged children participate in sexualized discussions and make identity declarations with school faculty, which are often actively hidden from the child’s parents. Elon Musk called the law “the final straw” for families and announced his intention to move both SpaceX and X, two of California’s most prominent tech companies, out of the state as a result. “The goal [of] this diabolical law,” he tweeted, “is to break the parent-child relationship and put the state in charge of your children.”»

Excerpt from Abigail Shrier: New California Law Lets Schools Keep Secrets from Parents

23/07/2024

Sequelas da Nau Catrineta do Dr. Costa (17)

Continuação das Crónicas: «da anunciada avaria irreparável da geringonça», «da avaria que a geringonça está a infligir ao País» e «da asfixia da sociedade civil pela Passarola de Costa» e do «Semanário de Bordo da Nau Catrineta». Outras Sequelas da Nau Catrineta do Dr. Costa.

As “contas certas” trocadas em miúdos

A última Spending Review do Tribunal de Contas divulgada a semana passada desacredita liminarmente a gestão orçamental dos três ministros das Finanças do Dr. Costa, concluindo que o governo não esteve interessado em saber o dinheiro era bem ou mal gasto, considerando que se sucederam «três experiências distintas de desenvolvimento … (de revisão da despesas pública). As duas primeiras revelaram-se episódicas e desconexas e não permitiram um desenvolvimento contínuo do exercício. A terceira experiência está atualmente em curso». «A indicação dispersa, descoordenada e não fundamentada de medidas destinadas a gerar poupanças por ganhos de eficiência não é um processo de revisão da despesa

No topo da Óropa

Se há rankings em que o Estado sucial português está bem colocado são os rankings do peditório. Segundo o relatório do Banco Europeu de Investimento, do qual foi um dos vice-presidentes o Dr. Ricardo Mourinho Félix, um verdadeiro socialista para todo o terreno, saído directamente de SE das Finanças onde ajudava o Dr. Centeno, Portugal com 1,4 mil milhões de euros foi o oitavo país que mais financiamentos de “coesão” recebeu em 2023.

Lost in translation: para o ano já cá não estou, por isso fáxavor de mandar já o pilim

Foi divulgado o email do Dr. Medina para extorquir 100 milhões às Águas de Portugal acusando o seu presidente de «falta de diligência e de profissionalismo exigidos a um gestor público» por ainda não ter acatado a ordem de entregar o guito ao MF para cumprir o brilharete da redução da dívida pública.

O último a sair apaga a luz

No ano passado voltou a subir de 65 mil para 70 mil o número de tugas, a maioria jovens qualificados, que abandonaram o paraíso socialista trocando-o por infernos neo-liberais.

22/07/2024

Crónica de um Governo de Passagem (10)

Navegando à bolina
(Continuação de 9)

A Nação não está em bom Estado

Escrevo de ouvido e de leitura, visto que, como de costume nos espectáculos políticos, não vi o debate, chamemos-lhe assim, do Estado da Nação no parlamento. Parece ter sido uma peixeirada de baixo nível, quero dizer ao nível de muitos parlamentares e em particular daqueles que falam para ressabiados com QI<80 e apelam aos intestinos da plateia.

O governo AD ainda tem de pedalar muito para chegar ao nível dos governos do Dr. Costa

Queixa-se o PS que o governo AD está a demitir toda a gente nomeada pelos governos PS. Feitas as contas certas, o governo AD fez sete demissões em quatro meses, ainda muito longe do score de 273 demissões do primeiro governo PS no mesmo período.

«Quem tem a bitola certa nunca se perde nos trilhos da vida»

Já escrevi que também quanto à preferência pela bitola ibérica, incompatível com a bitola internacional adoptada na Óropa, o governo AD do Dr. Montenegro partilha das ideias dos governos do Dr. Costa. Para não me repetir, remeto para as «11 perguntas ao ministro Miguel Pinto Luz» de Henrique Neto que são tão pertinentes e evidentes que fazem suspeitar que a resposta seja mais uma teoria da conspiração.

Governo AD imita o PS e também defende que «o SNS é um tesouro»

Nos 30 dias iniciados em 14 de junho foram encerrados mais 34 atendimentos SOS para grávidas, um aumento de 40%, e quadruplicaram os serviços com congestionamentos, comparativamente com o mesmo período do ano passado (fonte).

… e também mostrou algum serviço de Boas Novas

Fechou acordos salariais com professores e polícias, anunciou vários pacotes, e anunciou decisões sobre o TGV, o novo aeroporto de Lisboa e uma nova ponte sobre o Tejo.

21/07/2024

A produtividade do trabalho pode aumentar trabalhando-se melhor ou trabalhando-se mais

A maioria das pessoas (que sabem o que é a produtividade) tendem a pensar que a produtividade do trabalho na economia americana é largamente superior à da maioria dos países da União Europeia. O que é verdade quando medimos a produtividade do trabalho em termos nominais, isto é, pelo valor médio por trabalhador da produção de bens e serviços a preços correntes. Se em vez disso, tivemos em conta o poder aquisitivo da moeda nos diferentes países e compararmos o valor médio da produção por trabalhador a preços a paridade do poder de compra (PPP) a produtividade por trabalhador altera-se nalguns casos substancialmente. Se dermos mais um passo e medirmos a produtividade a PPP por hora trabalhada chegamos ainda a outros valores diferentes.

Há uns meses a Economist fez esse exercício e calculou as produtividades segundo esses três diferentes conceitos. Os resultados representados no diagrama mostram algumas coisas interessantes: a produtividade a PPP por hora trabalhada nos EUA desce quatro lugares no ranking revelando que a produtividade americana se deve em parte a simplesmente trabalharem mais horas; a produtividade asiática (Japão e Coreia do Sul) depende ainda mais das horas de trabalho; a maioria dos países europeus mais desenvolvidos sobe no ranking da produtividade por hora.

Quanto ao Portugal dos Pequeninos, a produtividade medida em qualquer dos conceitos é fraca mas a produtividade total poderia aumentar se trabalhássemos mais horas, ou seja, se fizéssemos o contrário do que o pensamento económico milagroso nos está a sugerir que façamos: a semana dos quatro dias.

20/07/2024

Consequências imprevistas das boas intenções de que o inferno está cheio ou não há almoços grátis


A partir do próximo ano entrará em vigor na UE uma regulamentação que obrigará os importadores de cacau, café, borracha, soja, óleo de palma, madeira ou produtos de gado a provar que esses produtos não têm origem em terras que foram desflorestadas depois de 2020. Um importador incumpridor terá uma multa que pode ir até 4% do seu volume de negócios na UE. Para cumprir essa regulamentação milhões de pequenas fazendas terão de ser geolocalizadas e as cadeias de fornecimento terão ser ser adaptadas desde a América Latina à Ásia, passando por África onde isso será especialmente difícil de realizar. Tudo indica que não haverá tempo até ao fim do ano, o que terá um impacto profundo sobre os pequenos produtores e as economias dos países para quem as exportações desses produtos são vitais. (fonte)

Para fabricar um veículo de combustíveis fósseis são precisos 30 kg de cobre e peróxido de manganês. Para fabricar um veículo elétrico são necessários 200 kg de minérios raros, incluindo grafite e cobre. Só a quantidade de sílica para fabricar painéis solares é maior por unidade de energia do que todos os minérios necessários para produzir energia usando carvão. A maior parte dos minerais necessários para os equipamentos de produção de energias renováveis não se encontra na UE nem nos EUA e concentra-se em países como a República Democrática do Congo (70% da produção de cobalto), Brasil (90% do nióbio) ou a China (80% ou mais do gálio, germânio, volfrâmio, telúrio e bismuto), China que controla uma parte significativa da indústria mineira africana. E quando esses minerais se encontram na UE a sua extracção está sujeita a tantas restrições  que são necessários anos para abrir novas minas. Estamos a trocar a dependência da Rússia, Arábia Saudita e de outros produtores de petróleo, na sua maioria Estados autocráticos, pela dependência dos minerais necessários à "economia verde" existentes em outros ou nos mesmos Estados autocráticos. (fonte)

Estes são dois exemplos das consequências imprevistas e indesejadas de políticas e medidas inspiradas pelas boas intenções (algumas delas eventualmente incontornáveis a longo prazo) que são adoptadas com base no lunatismo e no pensamento milagroso do qual podem resultar consequências evitáveis e o agravamento das inevitáveis, ignorando o trade-off entre medidas alternativas e prioridades.