«Segundo um estudo (*) sobre o padrão de uso de psicofármacos em Portugal, publicado no ano passado na revista “Nature”, mais de 1,5 milhões de pessoas — 15% da população — tomam estes medicamentos (benzodiazepinas), que causam forte dependência e, com uso prolongado, podem provocar défice cognitivo», ilumina-nos o Expresso.
O mesmo estudo revela que no consumo diário medido em doses diárias definidas por mil habitantes de ansiolíticos e de antidepressivos na OCDE, os portugueses ocupam o primeiro e o segundo lugares, respectivamente, e na prevalência de depressão crónica com 12,2% ocupam o segundo lugar entre os 38 países da OCDE. É obra!
Ocorre-me que isso possa explicar a obsessão visível na observação das nossas elites e nomeadamente nos políticos e plumitivos que opinam (frequentemente os mesmos), uns como comentadores e outros como jornalistas, sobre os feitos da pátria e dos patrícios, obsessão que Eduardo Lourenço descreveu com um estado de «permanente representação, tão obsessivo é neles (os portugueses) o sentimento de fragilidade íntima inconsciente e a correspondente vontade de a compensar com o desejo de fazer boa figura, a título pessoal ou colectivo.» Talvez devessem aumentar a dose de ansiolíticos e de antidepressivos.
(*) «Prepandemic psychotropic drug status in Portugal: a nationwide pharmacoepidemiological profile» de Luís Madeira, Guilherme Queiroz & Rui Henriques
2 comentários:
Embrutecidos…
Embrutecidos…!
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