Navegando à bolina |
(Continuação de (10)
Multiplicam-se as declarações sobre o OE 2025 que ainda ninguém sabe o que virá a ser, sem nenhum propósito visível para além de constituir um pretexto para meter o palito no bolo do adversário. Como quer que seja, em si mesmo, o orçamento interessa muito pouco, desde logo porque até hoje os orçamentos aprovados são sempre compridos mas nunca foram cumpridos.
Não se sabe ao certo o que vai ser, só se sabe que não será barato
Só a despesa aprovada pela oposição PS-Chega que o Dr. Marcelo aprovou na terça-feira passada atingiu a bonita soma de mil milhões de euros, dos quais metade resulta da redução do IRS até ao 6.º escalão e um sexto resulta do fim das portagens (fonte).
Como se fosse pouco, o governo anunciou um aumento do «suplemento da condição militar» (don’t ask) para 200 euros agora, para 250 em 2025 e 300 em 2026.
De longe vê-se melhor
Enquanto por cá se continua a adicionar despesa para comprar votos ou pagar promessas, a Comissão Europeia, sem ainda considerar essa despesa adicional, já vai avisando que o OE2025 está demasiado expansionista.
Governo AD imita o PS e também defende que «o SNS é um tesouro»
Três meses depois de tomar posse, o governo do Dr. Montenegro mudou as regras de contratação dos novos médicos especialistas e transferiu os concursos para as Unidades Locais de Saúde (uma medida certa na altura errada). O resultado foi induzir mais entropia num SNS que já a tinha em excesso.
Incrementar a asneira
Explicando que o governo não concorda com a redução das portagens do Interior e do Algarve, o ministro das Infraestruturas propõe em alternativa «baixá-las todas». Na melhor versão, pode ser só uma figura de retórica, e nesse caso o ministro não deveria deixar que a retórica comandasse o discurso político. Na pior e mais provável, é o resultado de uma confusão no pensamento político do ministro que imagina que o papel do governo é colocar os contribuintes que não circulam em autoestradas a pagar as portagens dos que circulam.
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