Our Self: Um blogue desalinhado, desconforme, herético e heterodoxo. Em suma, fora do baralho e (im)pertinente.
Lema: A verdade é como o azeite, precisa de um pouco de vinagre.
Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
The Second Coming: «The best lack all conviction, while the worst; Are full of passionate intensity» (W. B. Yeats)

31/05/2021

Como atrasar irremediavelmente o plano de vacinação? Resposta: um dia de cada vez (50) - O efeito "almirante" parece esgotado

Média diária desde o início da vacinação em 27-12-202070% da população vacinada no final de Setembro100 mil pessoas incluindo "privados"maiores de 60 anos vacinados na primeira semana de Junho70% da população com pelo menos uma dose da vacina no início de Agosto
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O efeito "almirante" parece esgotado. Exceptuando umas fogachadas ocasionais, os ciclos semanais não ultrapassam sustentadamente a média de 80 mil doses diárias. Uma vez mais, é um Sr. Almirante incomparável com o apparatchik socialista que o precedeu mas prisioneiro de uma organização kafkiana com apparatchiks pouco motivados e capturados pela rotina do nove-e-meia vou-tomar-um cafezinho-e-já-volto cinco-e-meia.

Crónica da asfixia da sociedade civil pela Passarola de Costa (87) - Em tempo de vírus (LXIV)

Avarias da geringonça e do país seguidas de asfixias

É demasiado. Até mesmo para um governo socialista

Com uma marinha que tem dois submarinos e apenas um está operacional e cinco fragatas e apenas uma está operacional, só ao Dr. Costa e ao seu ministro da Defesa lembraria torrar 8 milhões para comprar uma lancha para a guarda-costeira tripulada por guardas da GNR.

No Estado Novo eram os fontanários, no Estado sucial são os parques para bicicletas

Com a diferença que os fontanários eram inaugurados pelos presidentes da junta de freguesia locais e os parques para bicicletas são inaugurados (com laçarote) pelos ministros socialistas do Ambiente.

Take Another Plan. A obra do Dr. Pedro Nuno

Somando aos 1.200 milhões já enterrados, o Dr. Pedro Nuno torrou mais 462 milhões no aumento de capital da TAP passando a ser o sócio quase único. O Sr. Humberto Pedrosa, o sócio privado sobrevivente, deve ter chorado de alegria, antecipando o que serão os resultados este ano depois dos prejuízos de 1.418 milhões em 2020.

Entretanto, o Dr. Pedro Nuno teve uma reunião com o Michael O'Leary, a qual segundo a imprensa amiga teria deixado o CEO da Ryanair de "orelhas a arder". Pelo que transpirou da reunião e pela entrevista ao Observador de Michael O'Leary, concluo que o jornalista amigo trocou as orelhas.

O que podemos concluir da gestão da TAP pelo pedronunismo? Principalmente duas coisas, a saber: (1) «Pedro Nuno Santos não é qualificado para ter a tutela da TAP» que foi o understatement encontrado por Sérgio Palma Brito para classificar o desempenho da criatura numa esclarecedora entrevista ao jornal Sol e (2) por muito milhares de milhões que esse desempenho irá custar ao país, se contribuir para evitar que o Dr. Pedro Nuno chegue a S. Bento e multiplique por dezenas ou centenas esse custo, o preço até é barato.

Boa Nova

O marketing do Dr. Costa vai soltando todos os dias, através dos seus agentes nas redacções, Boas Novas extraídas do PRR, como os 1.300 milhões para capitalizar empresas, ou pela boca dos secretários de Estado que emergem da clandestinidade para nos dizerem que o emprego cresceu em 320 mil pessoas nos últimos cinco anos.

Há duas semanas a ministra do Estado e da Presidência Dr.ª Vieira da Silva anunciou que os fans ingleses que viriam ao Porto assistir à final da Champions ficariam dentro de uma "bolha".

Choque da realidade com a Boa Nova

O secretário de Estado do Trabalho esqueceu-se de mencionar que a população empregada depois de ter atingido um máximo de 4.913,1 mil em 2019 desceu nos anos seguintes sucessivamente para 4.814,1 mil e 4.737,7 mil e em Janeiro deste ano caiu novamente para 4.647,3 mil, ou seja, em três anos desceu 265,8 mil.

A "bolha" da Dr.ª Vieira da Silva

30/05/2021

O Estado Novo tinha uma Comissão de Censura Prévia, o Estado sucial do PS pretende uma comissão de censura a posteriori (2)

Uma continuação deste post com as palavras de António Barreto:

«É um dos piores sinais de evolução de um povo e das suas elites: colaborar na sua própria opressão. O despotismo nacional que sempre espreita e a falta de tradição democrática e liberal ajudam a explicar esta vontade de impor uma virtude, de regular a opinião, de filtrar crenças e de certificar convicções. Há, entre nós, muita gente que espera que o Estado (de direita ou de esquerda) se ocupe das consciências e da moral pública. Para bem de todos, com certeza.

Previsivelmente, esta lei presta atenção a todos os novos direitos, novos clientes e novos públicos, aos fracos e vulneráveis, às questões de género e de raça, a tudo quanto está na moda. E sobretudo à verdade e à virtude. Muito bem. Outros já fizeram o mesmo. Por exemplo, o famoso artigo 8º da Constituição de 1933, do Estado Novo de Salazar, dizia que “a liberdade de expressão do pensamento sob qualquer forma (…) é um direito e uma garantia individual do cidadão”. Mas também dizia que “leis especiais regularão o exercício da liberdade de expressão do pensamento (…) devendo prevenir preventiva ou repressivamente a perversão da opinião pública na sua função de força social e salvaguardar a integridade moral dos cidadãos”. (...)

Salazar não faria melhor! Salazar não fez melhor! Polacos, Húngaros e Turcos não fariam melhor! Fascistas e comunistas não fariam melhor. Porquê? Porque agora utiliza-se a democracia para fazer as mesmas coisas. Usa-se a democracia para fazer o serviço sujo. Recorre-se à democracia para manipular, orientar e proibir. Emprega-se a democracia para favorecer e privilegiar. Utilizam-se todos os meios e recursos democráticos para limitar, condicionar, espiar e vigiar!»

Excerto de A Inquisição, a Censura e o Estado

Nota: Ao contrário do que se pretendeu insinuar sub-repticiamente com as abundantes referências a iniciativas legislativas europeias e internacionais  no projecto de lei de aprovação da Carta de Direitos Fundamentais na Era Digital apresentado pelo Partido Socialista, o atentado à liberdade de expressão agora aprovado não resulta de qualquer directiva europeia ou internacional. Pelo contrário, essas iniciativas internacionais visam não o controlo dos conteúdos pelos governos, como a lei agora aprovada, mas garantir a protecção dos dados individuais, o acesso à internet e... a livre expressão.

Terá o Dr. Miguel Sousa Tavares sofrido uma epifania?

Se me contassem que Miguel Sousa Tavares, aka o tudólogo, quase sempre atento, venerador e grato ao governo do Dr. Costa, tinha escrito na sua coluna no Expresso algo que poderia ter sido escrito aqui no (Im)pertinências, não acreditaria. Apesar disso, ele escreveu o que a seguir reproduzo parcialmente con gusto. 

«A conclusão geral a tirar é que, primeiro que tudo, o Estado está ao serviço dos seus e só depois ao serviço da comunidade. Essa é, com as excepções da ordem, a filosofia reinante na Administração Pública portuguesa. Como aqui escreveu João Vieira Pereira na semana passada, o monstro está de volta e “a pandemia veio agora dar mais uma desculpa para alguns erros que nos vão custar caro, em impostos, claro está. O que se está a passar na Função Pública é o exemplo perfeito”. O número de funcioná­rios é o maior dos últimos nove anos (antes da troika), o valor médio dos salá­rios na Função Pública é o mais alto de sempre (1800 euros brutos) e as pensões de reforma dos servidores do Estado regressaram aos valores de 2004, também os mais altos de sempre, quando o ministro Vieira da Silva conseguiu impor uma reforma que evitou a falência iminente do sistema. Mas, na verdade, a pandemia apenas concedeu rédea solta para uma política que já estava implantada antes dela. O regresso às 35 horas na Função Pública foi um marco político e financeiro que só podia ter como consequência o aumento da contratação ou a degradação dos serviços.

A sobrevivência de um Governo que se mantém à conta das cedências constantes às chantagens financeiras dos seus parceiros de esquerda, num espectáculo ininterrupto e deprimente a que o resto do país assiste, impotente, sabendo que, no final, tudo se traduzirá em mais dívida e mais impostos, é um processo contínuo de captura da riqueza da nação a favor de despesa fixa, eterna e não compensadora do Estado. Podemos fazer um esforço para acreditar que todas essas medidas contêm em si as melhores intenções para combater as desigualdades e garantir o Estado social. Simplesmente, quando vêm para ficar para sempre e quando reclamam quase metade da riqueza do país não funcionam, antes pelo contrário — temos 40 anos de demonstração da sua inoperância em conseguir inverter o círculo de morte da nossa economia: a baixa produtividade, a ausência de capital para investir, a falta de competitividade devido à asfixia fiscal e os baixos salários, com origem, em grande parte, na mesma razão. Porém, não sejamos ingénuos — se o Inferno está cheio de boas intenções, o Paraíso prometido está cheio de aldrabões: os que querem um Estado cada vez maior, mais gastador, mais endividado, mais cobrador e mais senhor do jogo não o fazem inocentemente, só para defender os pobrezinhos. Fazem-no também, ou sobretudo, porque isso é o mais próximo que podem ter de um Estado totalitário numa democracia europeia.»

29/05/2021

SERVIÇO PÚBLICO: A diferença entre ganhar dinheiro servindo clientes e perder dinheiro servindo-se dos contribuintes

«Nós estamos a fazer favores ao público português. Trazemos tarifas baixas, concorrência e escolha aos portugueses. Sem nós, muitos milhões de portugueses que trabalham fora não conseguiriam pagar o voo de regresso a Portugal para o Porto, para Faro ou para Lisboa, sem as tarifas baixas da Ryanair. Nós continuamos a voar para aeroportos como Faro e Porto ao longo do inverno, quando a maioria das companhias charter e as companhias “de verão” desaparecem. Continuamos a investir fortemente em Portugal. Trazemos milhões de visitantes a Portugal. Pagamos remunerações altas aos nossos pilotos, às nossas tripulações de cabine e aos nossos engenheiros, e negociamos totalmente e de forma aberta com os sindicatos e assinamos contratos coletivos com todos eles. Trazemos muitos benefícios aos portugueses sem ter que pedir 300 euros a cada homem, mulher e criança portugueses.

Nós trazemos muitos mais benefícios para a economia portuguesa. A TAP é uma companhia muito pequena e transporta muito menos, creio que cerca de 14 milhões de passageiros por ano. Nós reconhecemos plenamente que a TAP faz alguns voos de longo curso, mas a custos muito altos. E esses voos de longo curso seriam feitos por outras companhias caso a TAP não recebesse um subsídio de 3 mil milhões de euros. Para dar algum contexto, a Ryanair faz a ligação a Portugal. No verão de 2021 vamos operar 120 rotas para Portugal. A TAP apenas oferece, penso eu, 60 a 65 rotas, por isso ligamos Portugal e os portugueses a mais do dobro dos destinos que a TAP. Perguntamos ao ministro Santos, que apesar de tudo é o ministro das Infraestruturas… Ele não é o ministro da TAP! Perguntámos: o que vai fazer ao aeroporto do Montijo enquanto vai desperdiçar três mil milhões de euros de dinheiro dos contribuintes na TAP, e ele não tinha resposta.»

Da entrevista a Observador de Michael O'Leary, CEO da Ryanair  

A Ryanair está a trabalhar em primeiro lugar para os seus accionistas ganharem dinheiro e ao fazê-lo presta aos portugueses um serviço melhor do que a TAP que está em primeiro lugar a trabalhar para a nomenclatura e os apparatchiks que parasitam o Estado sucial à custa do dinheiro torrado dos contribuintes,

Torrefacção Lusitana, Lda.

É do conhecimento geral (quer dizer do conhecimento de umas poucas centenas de cidadãos) que sob a governação de vários socialismos se torraram no Portugal dos Pequeninos, a que não por acaso, também chamamos carinhosamente Torrão Pátrio, milhares de milhões de euros dos contribuintes europeus para construir equivalentes modernos do Convento de Mafra, na melhor hipótese, ou para benefício e gáudio de uma camada de insaciáveis apparatchiks, na pior.

O que é (ainda) menos conhecido e raramente falado é que esses milhares de milhões tiveram como beneficiários exclusivos as luso-elites extractivas e a multidão de apparatchiks pendurados no Estado sucial, como se confirma neste ponto de situação do blasfemo Telmo Azevedo Fernandes, que se pode resumir assim relativamente ao período 2014-2020:

  • 0,8% das empresas receberam subsídios 
  • 0,19% recebeu dinheiro para se ligar às universidades e centros de inovação e dessas só cerca de 4% lançaram novos produtos
  • 0,03% dos lares (fogos) receberam dinheiro para melhorar a eficiência do consumo de energia
  • Isso não impediu que com 2,3% da população e 1,5% do PIB da União Europeia, o Portugal dos Pequeninos tivesse 28% dos 25 maiores beneficiários de subsídios

Nota: A Torrefacção Lusitana foi uma pequena e simpática empresa que durante décadas ocupou um prédio emblemático do Bairro Alto, cujo nome no meu espírito evocou sempre a vocação do Portugal dos Pequeninos de mineração do guito europeu para o torrar em manadas de elefantes brancos e cor-de-rosa.

28/05/2021

Mitos (311) - A longa noite fascista pode ter sido mais iluminada do que a primeira República

Como é sabido, a esquerdalhada tem sempre de reserva a demonização do Estado Novo colando-lhe atributos duvidosos (como fascista, para designar algum folclore de uma ditadura nacionalista e beata), exagerando-lhe os crimes (umas dezenas de assassinatos em quase cinco décadas, o equivalente a umas horas ou, vá lá, uns dias da maioria dos regime glorificados pela esquerdalhada), e negando, ou pelo menos menorizando, algumas das realizações que o regime conseguiu, a começar pela estabilidade política, social, económica e financeira que se seguiu à baderna e violência caótica da I República.

Uma das realizações da Estado Novo, até agora escamoteada em contraste com os supostos sucessos republicanos, foi no campo das políticas de educação e em particular na erradicação do analfabetismo. A verdade é que, ao contrário da mitologia da esquerdalhada, o Estado Novo fez obra, como se fica a saber pelas conclusões do estudo Can autocracy promote literacy? Evidence from a cultural alignment success story  de Nuno Palma e Jaime Reis publicado recentemente e em boa hora citado por Aguiar-Conraria na sua coluna do Expresso

Citando o resumo dos autores:

«Do countries with less democratic forms of government necessarily have lower literacy rates as a consequence? Using a random sample of more than 9000 individuals from military archives in 20th century Portugal, we show that 20-year old males were 50% more likely to end up literate under a nondemocratic regime than under a more democratic one. Our results are robust to controlling for a host of factors including economic growth, the disease environment, and regional fixed effects. We argue for a political economy and cultural explanation for the relative success of the authoritarian regime in promoting basic education.»

27/05/2021

SERVIÇO PÚBLICO: Com a verdade nos enganam - "influenciados por três russos envolvidos numa revolução mal-sucedida"

«No Congresso do Bloco houve uma frase memorável. Um congressista, Américo Campos, afirmou o seguinte: “É curioso que três russos envolvidos numa revolução mal-sucedida, com mais de 100 anos, influenciam um partido de esquerda do século XXI.” Os três russos são, obviamente, Lenine, Trotsky e Estaline. Não sei se o camarada Américo percebeu devidamente o que estava a dizer. Se percebeu, não sei se já foi expulso ou silenciado pelo partido, como faziam os famosos três russos aos seus camaradas que se afastavam da linha oficial (e como fizeram uns aos outros, mais precisamente Estaline a Trotsky).

De propósito ou sem querer, o camarada Américo revelou o grande disfarce do Bloco. Um partido que continua a seguir uma ideologia que fracassou e espalhou violência, miséria e pobreza em todo o lado onde chegou ao poder. Mas usa uma linguagem moderna atraente para os jovens e até os liberais urbanos para disfarçar a sua verdadeira natureza. Um partido onde quem pensa são os discípulos dos três russos, neste caso Louça, Fazendas e Rosas, mas os rostos da falsa modernidade são a Catarina, as manas Mortágua e a Marisa. Ninguém tenha ilusões, o poder está com os velhos revolucionários, não está com as senhoras simpáticas. Além disso, as senhoras simpáticas pensam como os velhos revolucionários. Tudo o que sabem foi com eles que aprenderam.

Nas ideias de muitas das moções apresentadas no Congresso, há uma linha constante: o anti-capitalismo, e a luta contra a economia de mercado e a iniciativa privada. A política económica do Bloco tem um objectivo máximo: a nacionalização da economia. Os bancos, os CTT e a TAP seriam apenas o início. Depois nacionalizariam a EDP, a Galp, as várias indústrias, as seguradoras, a hotelaria, as empresas agrícolas e os meios de comunicação social. Quando Louçã sugere Mariana Mortágua para ministra das Finanças, o que quer dizer é que ela seria a CEO da economia portuguesa, e ele seria naturalmente o Chairman.» 

Excerto de O anti-capitalismo do Bloco, João Marques de Almeida no Observador

Por falar em anti-capitalismo, recordo que o capitalismo e os mercados são apenas a democracia liberal a funcionar na economia, sem os quais a democracia no mínimo é meramente formal e no máximo não existe. E, já agora, recordo também que a aliança espúria e oportunista do Dr. Costa com os marxismos comunista e bloquista, para governar apesar de ter perdido as eleições de 2015, contaminou irremediavelmente o Partido Socialista e está a transformá-lo num partido colectivista cujo propósito se resume à ocupação do aparelho de Estado fazendo o país pagar por isso um elevado preço.

26/05/2021

ESTÓRIAS E MORAL: O Sr. Eng. no Portugal dos Pequeninos e Mr Johnson na pérfida Albion estão em galáxias diferentes

Estórias

Boris Johnson, o primeiro-ministro do Reino Unido, está a ser acusado de ter desaparecido durante doze dias em Fevereiro, faltando a cinco reuniões cruciais do Cabinet Office Briefing Rooms, alegadamente para acabar  o livro The Riddle of Genius sobre Shakespeare, pelo qual tinha recebido adiantamentos durante vários anos do editor Hodder & Stoughton, totalizando £100 mil libras.

Os assessores de BoJo receiam que a principal acusação venha de Dominic Cummings, seu ex-consultor principal de estratégia despedido recentemente, que parece disposto a pôr a boca no trombone garantindo que BoJo está sobre pressão para entregar o livro e conseguir o dinheiro necessário para formalizar o divórcio com a sua ex-mulher Marina Wheeler. Para apimentar mais a coisa, Cummings foi despedido por pressão da actual companheira de BoJo. (Fontes: The Independent e Mirror).

A duas horas e meia de voo para Sul, um outro primeiro-ministro foi durante vários anos alegadamente subornado por várias pessoas, incluindo um influente banqueiro do regime para favorecer os interesses dos corruptores, tendo (sempre alegadamente) recebido muitos milhões de euros por esse favorecimento, através de um seu fiel amigo o qual, mesmo tendo sido também preso, manteve a versão que se tratava de empréstimos seus ao primeiro-ministro.

Moral

Apesar da distância entre Downing Street e S. Bento serem uns meros 2 mil km, a distância entre os calibres intelectuais (e morais), dos respectivos moradores e entre as fidelidades ou falta delas dos seus próximos é de vários parsecs, pelo que podemos considerar esses dois locais situados em galáxias diferentes.

Mitos (310) - Diferenças salariais entre homens e mulheres (12) - Segundo a ciência de causas da igualdade de "género", a Turquia e a Finlândia são paradigmas da igualdade e da desigualdade salarial, respectivamente

Outros mitos sobre as diferenças salariais entre homens e mulheres

Em retrospectiva: o pay gap atribuído à discriminação de sexos (que o politicamente correcto chama géneros) é um dos «factos alternativos» mais populares nos meios esquerdistas. Não é que não exista um pay gap, aliás existem vários, mas desde pelo menos a II Guerra nenhum deles se funda a discriminação de sexos ou de raças. De resto, com a mesma falta de fundamento, seria mais fácil apontar a discriminação entre bem nascidos e mal nascidos de ambos os sexos ou, se preferirem, de todos os 112 "géneros" identificados pelo Tumblr.

Fonte: Expresso

Para fundamentar a tese do pay gap resultar da discriminação de sexos é usada uma modalidade de ciência de causas, como a que parece estar na origem do diagrama acima construído com base no estudo «Sticky floors or glass ceilings? The role of human capital, working time flexibility and discrimination in the gender wage gap» citado pelo Expresso, onde Turquia e Finlândia surgem como paradigmas da igualdade e da desigualdade salarial, respectivamente.  Se o "algoritmo" tem resultados absurdos, é porque é absurdo.

Para não repetir o que já foi dito em vários dos posts anteriores desta série, republico o diagrama seguinte. 

Fonte

Como se pode ver, aquilo que pode ser legitimamente atribuído à discriminação, ou seja as diferenças que resultam de comparar o que é comparável, expurgando todas as outras diferenças de posto de trabalho, de nível e de empresa, tem um peso residual em qualquer dos três países onde os inquéritos foram conduzidos.

25/05/2021

SERVIÇO PÚBLICO: O conflito Hamas-Forças de Defesa de Israel visto de perto

 «I was born in the Jordanian-occupied Old City in Jerusalem and lived in a UN refugee camp from 1966 until 1999. During the First Intifada, I worked for B’Tselem, the Israeli Information Centre for Human Rights in the Occupied Territories, and in 1996 I founded the Jerusalem-based Palestinian Human Rights Monitoring group. With my background in Palestinian campaigning and as a resident of East Jerusalem today, you might assume that I am against Israel’s current military actions. But this could not be further from the truth. The blame for this month’s bloodshed lies solely at the feet of Hamas.

Those who wish to divert attention from Hamas’s war crimes would like to blame the latest conflict on a complicated legal dispute in the Sheikh Jarrah neighbourhood. But this was a private matter between Jews who have a property deed from the 1800s and the residents of four homes who have refused to pay rent. This cannot be framed as ‘ethnic cleansing’. It is little more than a landlord-tenant squabble. It should have been a matter for the local courts, but instead this small-time event wound up in an appeal at the supreme court, and hit the press. Hamas quickly saw an opportunity.

Prime Minister Mahmoud Abbas, the leader of the Fatah party, is at his weakest point in many years. He had just cancelled parliamentary elections because he knew he would lose. Hamas saw Sheikh Jarrah as an opportunity to show Palestinians in Jerusalem and elsewhere that they could ‘do something’ while Fatah could not. They spread lies and propaganda on social media, deliberately inciting violence among Palestinians in East Jerusalem. Hamas then ‘responded’ to the riots by firing rockets indiscriminately towards Tel Aviv and Jerusalem, guaranteeing an Israeli military response.

Hamas does not care where these missiles land: as many as one in seven, in fact, have been reported by the Israel Defence Forces to have crashed down within Gaza during this latest round of fighting, resulting in 20 casualties. They see a lopsided body count as a positive development, as it allows them to claim that Israel is the aggressive party in the conflict they started. This Islamist terror group is dangerous for our people: we cannot continue to be a conduit for their work.

Hamas is not fighting for a human rights cause; they are committing war crimes to boost their political standing. A recent video showed the Hamas leadership celebrating missile launches from a party in Qatar. These people are out of harm’s way. They leave their foot soldiers, often young and desperate men with no employment prospects, to launch the attacks from residential buildings. We recently saw an Israeli strike on a tower that housed Al Jazeera, AP, and other news outlets. According to Israeli sources, Hamas maintained military intelligence offices in the building and had previously launched attacks from that exact location, using the foreign media as human shields. The Israeli intelligence was enough for the Americans to accept the strike head of the event. ‘We showed them the smoking gun proving Hamas worked out of that building,’ a senior diplomatic source told the Jerusalem Post. ‘I understand they found the explanation satisfactory.’

You never would have heard about this in the western media though, because the reporting out of Gaza is not honest. Hamas tightly controls all press access and foreign media have the choice of reporting the news the way Hamas tells them to, or not being allowed into Gaza at all. Almost all of them choose the former.

Palestinians are forced to choose between the corrupt, ineffectual Fatah and the fanatical, genocidal Hamas. Of course, this is largely an academic debate. There is no real ‘choice’ – there has not been an election in 15 years. But there is another, more pressing issue than the depressing state of our current leadership: the refusal to recognise the reality that Israel and the Jews are here to stay.

Seventy-three years have passed since Israel was established. Egypt, Jordan, Morocco, Bahrain, Sudan, and the United Arab Emirates all understand that Israel is not a temporary stain on the map, but a permanent feature of the Middle East. Unfortunately many Arabs, including most Palestinians, still deny this obvious truth.

Obsessing over the Israeli-Palestinian issue has been a disaster for the Arab world: it has held back our development for generations and cost the Palestinian people dearly. Israel is still here – and isn’t going anywhere. The Arab world is large and there is plenty of room for all of us. We have been blessed with natural resources that could provide bountiful opportunities. Instead of focusing our wealth and talent on creating a better life for us, our leaders have spent decades fighting Israel. It is long past time for all Arabs to stop wasting resources trying to conquer a tiny country that we will never defeat. Only then will we have peace and prosperity.»

Hamas, not Israel, is to blame for the latest bloodshed, Bassem Eid na Spectator

Como atrasar irremediavelmente o plano de vacinação? Resposta: um dia de cada vez (49) - É melhor ter um Almirante capaz do que um apparatchik incapaz, mas não chega

Média diária desde o início da vacinação em 27-12-202070% da população vacinada no final de Setembro100 mil pessoas incluindo "privados"maiores de 60 anos vacinados na primeira semana de Junho70% da população com pelo menos uma dose da vacina no início de Agosto

Depois do brilharete do fim de semana de 15-16, a máquina voltou a ir abaixo: de uma média diária móvel de 7 dias de 80 mil no dia 16 caiu para os 72 mil ontem. A este ritmo e levando em conta que nos meses de Verão será muito difícil melhorar o ritmo de vacinação, não parece provável que toda a população esteja vacinada antes do início do Inverno.

24/05/2021

Só com democracia e liberdade se combatem as irmandades do anti

«Os movimentos anti-qualquer coisa desenham os seus inimigos, bastam-se a si próprios e designam os que se devem abater. Dispensam em geral o pensamento e a reflexão, destinam-se a provocar reflexos condicionados, tropismos tribais e movimentos gregários espontâneos. Detectam os inimigos conforme as conveniências. Não têm doutrina. Ou antes, se têm doutrina, escondem-na. (...)

Verdade é que comunismo não se vence com o anticomunismo, da mesma espécie. Como é certo que o fascismo não se derrota com o antifascismo, uma sua variante. E o racismo não se resolve com o antiracismo, forma perversa de racismo. Para qualquer destes venenos, para qualquer destes espectros, a democracia e a liberdade são as melhores armas.»

Excerto de Anti, António Barreto

Crónica da asfixia da sociedade civil pela Passarola de Costa (86) - Em tempo de vírus (LXIII)

Avarias da geringonça e do país seguidas de asfixias

O Eng. Sócrates que há no Dr. Costa

O título do semanário de reverência é elucidativo: «Costa apresenta obras em rodovias como triunfo, após convencer Bruxelas de que Portugal não tem “estradas a mais”». Para o caso de haver dúvidas, saiba-se que, segundo o Avante da Sonae, «a linha Évora – Elvas foi anunciada como um investimento para mercadorias, mas está preparada para velocidades de 250 km/h e o Governo já admitiu que nela passará o TGV para Madrid.»

A luz no fundo do túnel pode ser o novo comboio a chegar

Em Abril diminuiu para 423.888 o número de desempregados inscritos no IEFP. Com tantas empresas a fechar em sectores de mão-de-obra intensiva, como a restauração, como explicar o milagre? O milagre está na população empregada que nos últimos três meses acabados em Janeiro teve uma redução de 140,2 mil, de 4.787,5 para 4.647,3.

Ampliando a freguesia eleitoral. Sempre!

A população empregada está a diminuir mas não é por culpa do Dr. Costa. Os funcionários públicos que ele emprega não cessam de aumentar: no final do 1.º trimestre deste ano eram 726 mil, mais 6,8 mil do que no fim do ano, mais 17,6 mil do que no final do 1.º trimestre do ano passado e mais 71 mil do que o governo de Passos Coelho lhe deixou. E também o ganho médio mensal aumentou para 1.798€. O Dr. Costa não brinca em serviço e está já a trabalhar para as próximas eleições.

Que pena o Dr. Costa não multiplicar o PIB como multiplica os funcionários públicos

A economia portuguesa registou no 1.º trimestre uma queda de -3,3% do PIB, a maior queda dos 20 países da UE de que já se conhecem dados, dos quais 11 cresceram, incluindo a maioria dos países da Europa de Leste que desde há uma década têm vindo um a um a ultrapassar Portugal.

Se a TAP for o campo de exercícios do Dr. Pedro Nuno Santos para tomar as rédeas do cavalo do poder, estamos fritos

A Ryanair apresentou queixa ao Tribunal Europeu de Justiça pelas ajudas à TAP que lhe deu razão e sobre o apoio de 1,2 mil milhões. E o que diz o Dr. Pedro Nuno que gera a TAP pelo telefone? «Não estamos preocupados», diz.

Enquanto isso o que fez a TAP, sob a superior orientação do Dr. Pedro Nuno, «quando se tornou evidente que os números da pandemia em Portugal iriam fazer do país um dos destinos mais seguros da Europa, coincidindo com a abertura programada das restrições no Reino Unido»? Segundo o Dr. Sousa Tavares, «qualquer idiota à frente de uma companhia aérea voando entre os dois países teria, não logo, mas antecipadamente, montado uma estratégia para tirar partido da oportunidade.» Mas, pelos vistos, o Dr. Pedro Nuno não é qualquer idiota e a «Rya­nair fê-lo, anunciando, assim que Portugal entrou na “lista verde” do Reino Unido, uma operação, seguramente planeada com antecedência, para trazer 170 mil ingleses até ao Algarve durante o Verão

O zeppelin do Dr. Galamba em risco de se despenhar

Com o abandono anunciado da EDP o projecto H2Sines de estimação do Dr. Galamba onde seriam torrados 1,5 mil milhões de euros está em risco de não sair do power-point. E porque abandona a EDP? Pela razão muito óbvia que qualquer "privado" só se envolve num projecto deste tipo se estiver garantido dinheiro abundante dos contribuintes, de preferência contribuintes dos "frugais", e a EDP perdeu a tusa ao ver que o PRR só tem previstos 185 milhões de euros para a festa do hidrogénio.

23/05/2021

Lost in translation (352) - A direita só voltará ao governo depois da camarada Mortágua terminar a obra do Costa, disse ele

Dr. Louçã quando não usava máscara

Francisco Louçã garante que graças à "força" do BE "não haverá mais maiorias absolutas, nem a direita voltará ao Governo". Histórico bloquista volta ainda a lançar Mariana Mortágua como ministra.

O nosso web bot de AI com machine learning baseada numa Neural Network com acesso a servidores de Big Data que usamos para interpretar os discursos mais herméticos do tele-evangelismo gastou horas para traduzir o discurso do Dr. Louçã: «a direita só voltará ao governo depois da camarada Mortágua terminar a obra do Costa, acabar com o dinheiro dos outros e chamar a troika».

DEIXAR DE DAR GRAXA PARA MUDAR DE VIDA: Portugueses no topo do mundo (40) - No ranking dos pedintes os portugueses são dos melhores entre os melhores

Fernando Campos Nunes surge logo em 3.º lugar com €76,6 milhões. António Mota em 4.º com €72,6 milhões. Mário Ferreira é 16.º e Maria Fernanda Amorim a 24.ª. No total, a lista é composta por sete portugueses, cinco polacos, três checos, três alemães e sete outras nacionalidades.

Com 2,3% da população e 1,5% do PIB da União Europeia, o Portugal dos Pequeninos tem 28% dos 25 maiores pedintes e um lugar no pódio. Somos os melhores entre os melhores pedintes. A confirmação que S. Ex.ª o presidente dos pedintes tem razão.

22/05/2021

Uma inspiração para ilegalizar o Chega? Já que estão com a mão na massa...

11-05 Rússia quer aprovar lei que impede oposicionistas de concorrer às legislativas

21-05 Advogadas juntam-se a Ana Gomes para pedir ilegalização do Chega

O czar Vladimiro quer ilegalizar as organizações «extremistas». A Pasionaria do Rato e as advogadas de causas querem ilegalizar o Chega por além de «fascista» ser uma «organização racista». E ninguém se lembrou de invocar a «resolução sobre sobre a importância da memória europeia para o futuro da Europa» do Parlamento Europeu que «Condena todas as manifestações e a propagação de ideologias totalitárias, tais como o nazismo e o estalinismo, na União», para pedir a ilegalização dos partidos comunistas e neocomunistas?

No Novo Império do Meio a propriedade privada é tolerada e a dos membros do partido é promovida. O que não é tolerado são as liberdades

Quando Chloé Zhao, a cineasta chinesa expatriada nos EUA, ganhou em Fevereiro o Globo de Ouro pelo mesmo Nomadland que lhe haveria de dar o Oscar três meses depois, os jornais oficiais controlados pelos apparatchiks do PCC saudaram-na e exaltaram-na como um orgulho para a China. Logo de seguida o zelotas esgravataram o seu passado e  desenterraram uma afirmação sua que a China é «um lugar onde há mentiras por toda parte».

O resultado - esperado por quem não tenha ilusões sobre o jugo que o imperador Xi Jinping e o PCC exercem sobre o povo chinês - foi o desaparecimento do nome de Chloé Zhao dos mídia e das redes sociais e o cancelamento da distribuição do seu filme na China.

Nada de novo, apenas o habitual. O nome de Hao Haidong, o melhor marcador do futebol chinês que agora vive no estrangeiro, que disse o ano passado que o Partido Comunista «causou atrocidades horríveis contra a humanidade», foi de seguida completamente obliterado dos mídia e dos sites chineses.

21/05/2021

Dúvidas (307) - O que perguntaria um marciano ao ler sobre o ranking das escolas?

O que perguntaria um marciano acabado de chegar ao Portugal dos Pequeninos, sabendo no ano lectivo de 2019-2020 as escolas estiverem fechadas durante algum tempo e quase não houve ensino presencial, ao ler títulos de notícias sobre os resultados dos exames e sobre ranking das escolas nesse ano lectivo?

As médias subiram e as privadas melhoraram

Apenas um colégio e uma escola pública com média negativa

Primeiros 50 lugares são para privadas

Um quarto dos alunos do secundário tem mais de 18 valores a Educação Física

Um marciano poderia perguntar:

  1. Porque não adoptam o ensino à distância?
  2. Porque não inscrevem todos os alunos nas escolas privadas?
  3. O que falta para o vosso país ser um viveiro de atletas de alta competição?

Sendo meio marciano e sabendo coisas sobre o Portugal dos Pequeninos que um marciano acabado de chegar não saberia, como o facilitismo que infecta as políticas socialistas de educação, apesar de tudo  faria a segunda pergunta.

A Intifada TikTok

«In Israel last month, a video on the social media platform TikTok encouraged users to film themselves assaulting Orthodox Jews. That video became a spark that ignited outrage across the country. A band of Jewish extremists, Lehava, organised a march in response. They clashed with Arab groups at Damascus Gate. In a situation that was already a tinderbox, things escalated from there.

Why did it happen? Why would any ordinary person get pleasure from assault? ‘There is a competition for likes and views,’ a 15-year-old victim told an Israeli news organisation. ‘A video of an Arab slapping an ultra-Orthodox man will get you both.’ A violent riot set off by teenage longing for likes. Welcome to the TikTokisation of global politics.

The genius of a social media algorithm is to find out what you like and give you more of it. YouTube brought videos. Facebook and Instagram brought photos. Twitter added argument and then soon ended up exerting a powerful hold over traditional media. But the big entrant in the past few years has been TikTok, which combines all of those elements in arguably the most addictive format yet.

The Chinese-owned social media platform has about 730 million users worldwide, of whom an estimated ten million are in Britain. To its fans, it’s a harmless stream of silliness. To critics, it’s an inferno of narcissistic rubbish. In just a few minutes, a user can watch everything from inspirational baking recipe videos and make-up tutorials to viral challenge clips — in the vein of the famous ice bucket challenge, which raised more than £150 million worldwide for motor neurone disease. But as the Israeli video shows, it’s not all so wholesome.

It’s not that violent clashes in Jerusalem are anything new. The difference today is that any one incident is far more likely to be filmed, uploaded and shared to millions within a matter of minutes. This has a radicalising effect, especially since clips can be edited to inflame passions. Last week, a video circulated of an Israeli car being stoned — then the driver ramming the crowd. The clip went viral in Gaza. At the same time, outrage in Israel was stoked by a film of a Jewish man being beaten up and ending up in hospital.

‘Everyone is calling it the TikTok intifada,’ Dr Tehilla Shwartz Altshuler, a senior fellow at the Israel Democracy Institute, said last month. ‘We are only seeing the tip of the iceberg.’ Her point was that TikTok videos are at least visible. The Jewish youth are more likely to use WhatsApp, which is private (and often impenetrable even to intelligence services), so it is harder to know what is being shared. But the trend is well understood: filming and sharing violent videos accelerates conflicts. And it’s never been easier to film or share.»

Excerto de TikTok intifada: the role of new media in old conflicts, James Ball na Spectator

20/05/2021

A Drª. Rochelle poderia ser um exemplo para a Dr.ª Graça, mas não é. Por causa delas e das circunstâncias


«The head of the Centers for Disease Control and Prevention, facing blowback over the agency’s new liberalized mask guidelines, offered a stark reassurance on Sunday: Only unvaccinated people are at risk if they take off their masks.

“If you are vaccinated, we are saying you are safe, you can take up your mask and you are not at risk of severe disease or hospitalization from Covid-19,” the C.D.C. director, Dr. Rochelle P. Walensky, said on “Fox News Sunday.” “If you are not vaccinated, you are not safe. Please go get vaccinated or continue to wear your mask.”» (NYT)

O que mostra o relatório do Tribunal de Contas sobre o Novo Banco. O ponto de vista arrasador de um outsider

«No fundo o relatório não tem novidades, o relatório vem confirmar aquilo que era um conjunto já de considerações que todos suspeitávamos e que na verdade o que vem dizer é que tudo no cenário mais benevolente, e vamos ser benevolentes, é de um amadorismo e de uma falta de profissionalismo absolutamente atroz. Mesmo em relação àquilo que foi a forma como os vários governos, quer o governo Passos quer o governo Costa, anunciaram isto ao país, era já claro que quando o governo Passos insistiu em 2014 que isto não tem custos para os contribuintes e o governo Costa depois diz exatamente o mesmo em 2016-17, todos sabemos que isso não é verdade. Portanto isso revela, como o próprio TdC vem depois confirmar, uma enorme iliteracia financeira e, portanto, no mínimo o que teríamos a dizer que governo Passos e o governo Costa são ignorantes, pessoas ignorantes que não sabem do que estão a falar, porque obviamente que havia custos, isso era óbvio. O debate era se os custos são muito altos ou não são e isso leva à segunda confirmação pelo tribunal de contas de que os governos não consideraram as soluções foram adotadas por qualquer tipo de análise custo-benefício ou por qualquer tipo de consideração de cenários alternativos tendo concluído que este cenário era o cenário mais apropriado, mas apenas por achismos e outras considerações.

Na minha perspectiva quais são as duas grandes tramas que este relatório bem mostrar? Primeiro, que toda esta operação do Novo Banco desde 2014 é uma operação que está suportada em pseudo trabalho técnico por parte de sociedades de advogados famosas de Lisboa que custaram muitos milhões, não é centenas, é muitos milhões de euros, ao BdP e a outras instituições e o que isto veio demonstrar é que todo esse tecnicismo afinal é amador e achista, ou seja não existe, esse tecnicismo não existe. Pagámos milhões por um tecnicismo que não existe.

Segundo, vem confirmar suspeitas que todos já tínhamos de que nada do que é feito desde 2014 é por ordem do banco central. A desculpa de que é o Eurosystem e de que é o banco central, esses malvados em Frankfurt, que mandam o BdP fazer é o contrário. O banco central simplesmente fecha os olhos, não quer saber, dada a pequeníssima dimensão que isto tem na Europa e permite ao regulador português fazer o que quiser. O banco central limita-se a proteger as costas do regulador português. E, portanto, a responsabilidade é inteiramente dos reguladores portugueses, não é do banco central, não é de Frankfurt, não é desses malvados que estão lá longe e isso leva-me à última consideração que é mais grave de todas

É que nada disto têm consequências, nem consequências técnicas nem regulatórias, nada aconteceu nos reguladores, aliás acresce aqui uma vertente gravíssima mas continuamos a escamotear, que é obviamente o BdP que tem neste momento um conflito de interesses monumental porque o governador do BdP é ele directamente visado neste relatório e ele próprio vem dizer, a instituição dele vem dizer, que o relatório é uma porcaria, não interessa. A última pessoa que pode falar disto é Mário Centeno, porque é obviamente visado neste relatório. Como é que Mário Centeno e o BdP vêm opinar sobre o relatório? Não há consequências técnico-regulatórias nenhumas e não há consequências políticas e quando digo consequências políticas não estou só a dizer que haja consequências em termos da natureza dos titulares de cargos políticos, quero dizer os eleitores não querem saber disto para nada, vão pagar, vão pagar muito por isto e não há consequências políticas.»

Nuno Garoupa, professor de Direito na Universidade George Mason, Washington, numa intervenção no programa "Pensamento Crítico" do Jornal Económico [transcrição por reconhecimento de voz] 

19/05/2021

Pro memoria (411) – O choque com a realidade do carro eléctrico de Sócrates (VIII) - A tradição ainda é o que era

[Mais choques com a realidade do carro eléctrico de Sócrates]

Em retrospectiva:
  • Segundo os planos do governo socialista de José Sócrates, até 2020 existiriam 25 mil postos de carregamento e 180 mil veículos eléctricos;
  • Em Agosto de 2020, segundo o Alternative Fuels Observatory existiam cerca de 1.750 postos de carregamento, o equivalente a 1/14 da visão socrática;
  • No princípio de 2020, a CEO da EDP Comercial, Vera Pinto Pereira, disse que ambicionaria ter no final deste ano 300 postos de carregamento público e 750 pontos de carregamento privado.
Fast forward, Maio de 2021, a mesma CEO da EDP Comercial, Vera Pinto Pereira, diz que já tem 900 postos contratados e 500 operacionais, ou, dito de outro modo, dos 300 + 750 = 1050 que havia dito teria em 2020 tem menos de metade operacionais. Para compensar faz uma previsão de 40 mil em 2025 incluindo o estrangeiro.

Detecta-se aqui um padrão, não é verdade? É o padrão dos anúncios socialistas numa das empresas emblemáticas do regime, não por acaso em tempos uma coutada dos Espírito Santo, os banqueiros do regime, e agora do capitalismo de Estado chinês. 

Já o escrevi e repito, no Portugal dos Pequeninos isso não é um problema porque os eleitores não têm memória, a maioria dos políticos não têm vergonha, não existe algo a que se possa chamar opinião pública e a opinião publicada está a cargo de uma maioria de serventuários.

O ruído do silêncio da gente honrada no PS é ensurdecedor (194) - O modelo de gestão Jota

«Somos o único país europeu “gerido” por uma classe sui generis, única no mundo ocidental. O nosso Governo e os cargos de liderança técnica da administração e empresas públicas são ocupados por indivíduos vindos da política, principalmente da Juventude Socialista, sem qualquer experiência profissional nos privados, onde seria preciso apresentar resultados e aproveitar oportunidades. Tais “jotas” não têm capacidades nem técnicas, nem de gestão, se não para trocarem votos internos como forma de vida e autopromoverem-se comentando-se a si próprios nas TVs e nos jornais intimidados ou subornados com dinheiro do Etado. Políticos que são notícia e, simultaneamente, a comentarem eles próprios a notícia, é caso caricato e único na Europa.  Só assim é possível disfarçar que o pensamento “estratégico” destes “dirigentes” vindos da Juventude Socialista consiste em não pensarem em nada, mas imitarem e dizerem sim a tudo o que políticos seniores, igualmente mentirosos e incompetentes, como Sócrates, Vara, Costa ou Cabrita lhes ensinam. É o modelo de gestão “Jota”.»

A TAP nem a lista verde britânica aproveita, Pedro Caetano vive em Londres e escreve sobre o modelo de gestão Jota, a propósito da TAP mas poderia ser sobre outra qualquer empresa do complexo político-empresarial socialista.

18/05/2021

Áctivistas da identidade de género, «deixem as nossas crianças em paz!»

Jornal Sol

TIROU-ME AS PALAVRAS DA BOCA: A troika que saiu pela porta da frente pela mão do governo de Passos Coelho vai regressar pela porta das traseiras do Dr. Costa

«As recomendações para se avançar com as reformas foram sempre aparecendo no quadro do exercício do semestre europeu – como se pode ver aqui –, mas totalmente ignoradas. Qualquer tentativa de alerta servia para o Governo fazer as mais variadas declarações de intenções a quem protagonizava esses avisos. Durante praticamente os últimos cinco anos, o Governo permitiu-se usar uns truques para controlar as contas públicas e assim demonstrar que não eram necessárias reformas nenhumas porque se tinha conseguido um milagre. O primeiro excedente orçamental era um almoço grátis. (...)

Infelizmente para todos nós, a pandemia expôs o estado em que estava o Serviço Nacional de Saúde, da falta de recursos humanos e técnicos à desorganização. E a necessidade de suportar a economia basicamente através de empréstimos com garantia de Estado mostrou como as contas públicas estavam longe da correcção que poderiam já ter sido feita, se a política económica e financeira tivesse sido mais corajosa.

A reforma do Estado ficou por fazer, mesmo tendo todos a consciência de que é financeiramente impossível aguentar os compromissos subjacentes às regras de progressões nas carreiras – optou-se por ir atirando o problema para a frente. Nas pensões o PS foi resolvendo o problema acusando Pedro Passos Coelho de querer cortar pensões e dizendo que estava tudo bem. (...)

Mas agora temos de novo a promessa de reformas. Como já várias vezes se tinha alertado, uma das condições de acesso aos subsídios do Plano de Recuperação e Resiliência é cumprir as recomendações integradas no semestre europeu. (...) 

Quando não resolvemos um problema ele apanha-nos sempre lá à frente ainda maior. Perdemos quase cinco anos, em que o Governo fingiu que não era preciso mudar nada, que bastavam umas cativações de dinheiro nas áreas que poucos identificavam, ao mesmo tempo que se alterava cirurgicamente as regras dos impostos para cobrar mais dinheiro, e o problema ficava resolvido. Não ficou, esteve debaixo do tapete. A pandemia levantou o tapete e expôs as fragilidades na Saúde. E agora, para recebermos os subsídios, temos de os pagar com as reformas que o Governo não quis fazer. E assim regressam as políticas e reformas defendidas pelos economistas que construíram o plano da troika. Vamos ver se é desta que há coragem política para de facto melhorar a nossa vida

O regresso da troika, Helena Garrido no Observador

17/05/2021

Como atrasar irremediavelmente o plano de vacinação? Resposta: um dia de cada vez (48) - Estará o Sr. Almirante a ganhar tracção?

Média diária desde o início da vacinação em 27-12-202070% da população vacinada no final de Setembro100 mil pessoas incluindo "privados"maiores de 60 anos vacinados na primeira semana de Junho70% da população com pelo menos uma dose da vacina no início de Agosto

O facto notável a assinalar são as 194 mil doses ao fim de semana, mais do dobro da melhor média diária até agora. Ainda assim, nada está garantido porque por várias vezes os dias de bons desempenhos são seguidos de maus. Um coeficiente de variação semanal (desvio-padrão / média na semana terminada no dia) de 0,28 nos últimos 7 dias indicia um trabalho aos impulsos.

Ricardo Araújo Pereira passou cum laude o teste do algodão

A minha dúvida foi esclarecida. RAP não reincidiu no humor de causas e não repetiu com o Sr. Vieira o número venerador e respeitoso que costuma fazer com o Sr. Jerónimo Sousa. O próximo passo para obter o grau de humorista sem causas é aplicar a mesma receita ao Sr. Jerónimo.

Comentando os comentários, sim é certo que uma criatura que pretende fazer humor «não tem que ser isento nem imparcial» e poderá fazer o que bem lhe der na real gana. Tem é de sujeitar-se a que outras criaturas o considerem funcionário de um partido, sacerdote de um credo ou propagandista e não humorista. 

Sim, e também é verdade que qualquer cientista pode resolver ser um Lysenko e ser considerado apenas um funcionário do PCUS e que o seu Lysenkoismo seja classificado como charlatanice e não como ciência.

Crónica da asfixia da sociedade civil pela Passarola de Costa (85) - Em tempo de vírus (LXII)

Avarias da geringonça e do país seguidas de asfixias

A contra-reforma socialista

A coisa já estava em marcha desde Janeiro com a apresentação pelo PS da proposta de Lei 68/XIV do regime jurídico das freguesias que permitiria criar freguesias com um mínimo de 900 eleitores e no interior (que inclui mais de 200 freguesias) com um mínimo de 300 eleitores. Para se ter uma ideia do potencial de criação de lugares para apparatchiks tenha-se em conta que das mais de 3 mil freguesias existentes cerca de três quartos têm menos de mil residentes e a média desta últimas é cerca de 445. Com a sua vocação manobrista, o Dr. Costa pretendia matar dois coelhos com uma só cajadada: colocar os boys socialistas e afagar o aparelho comunista que carecidíssimo de tenças autárquicas. No final só matou um coelho porque a proposta foi aprovada com a abstenção dos comunistas.

Ampliando a freguesia eleitoral

O ministério da Saúde vai contratar mais 2.474 funcionários. A justificação segundo o Avante da Sonae não é suprir as necessidades do SNS, é «cumprir os compromissos assumidos com o PCP, o PEV e o PAN». A multiplicação dos funcionários públicos desta vez foi alargada às Forças Armadas. que pela primeira vez em 10 anos viram os seus efectivos crescerem.

Movimento das Forças Desarmadas, em reconstrução

Não obstante o crescimento das tropas comandadas (crescimento que, segundo as leis de Murphy, deveria fazer felizes os chefes), os chefes, pelo menos os antigos, não estão felizes e a propósito da "reforma" que o ministro da Defesa pretende fazer a aprovar escreveram uma carta, cujo primeiro signatário é antigo presidente da República general Ramalho Eanes, onde se questionam sobre «qual a influência dos grupos de interesses e grupos de pressão que se movem na área das indústrias de defesa?» e insinuam que se a reforma for adoptada «as consequências serão em cada vez em maior número e mais graves». O que vos faz lembrar isto?

«Estamos preparados»

Isso garantia a ministra quando a pandemia ainda estava às portas. Os portugueses inquiridos pelo Eurofound consideraram que o SNS não estava nada preparado no Verão do ano passado e estava quase na mesma na Primavera deste ano.

Living, working and COVID-19 (ler um resumo aqui)

16/05/2021

Teste do algodão: usará Ricardo Araújo Pereira com Luís Filipe Vieira o mesmo humor que usou com os palhaços que o precederam na comissão de inquérito do Novo Banco?

Em episódios anteriores do Isto é Gozar com Quem Trabalha, Ricardo Araújo Pereira ridicularizou, e bem, vários cromos que foram ouvidos na comissão de inquérito do Novo Banco. 

O Sr. Luis Filipe Vieira que foi o último a ser ouvido deu um espectáculo ainda mais deprimente dos que os seus antecessores, pela arrogância e a mentira descarada.

 

Sabendo-se que tem duas paixões, o PCP e o Benfica, RAP tem agora uma oportunidade de mostrar isenção e independência e não reincidir no humor de causas repetindo com o Sr. Vieira o número venerador e respeitoso que costuma fazer com o Sr. Jerónimo Sousa,

15/05/2021

Afinal, até talvez exista racismo em Portugal

Antes dos áctivistas começarem a trombetear por via das trombetas do jornalismo de causas que os portugueses estavam contaminados pelo rácismo, imaginava que o racismo como fenómeno social não tinha relevância em Portugal.

Concedo agora que estava enganado. Há dias uma "notícia" da Lusa (a Tass socialista) incluiu «o termo “Preta” no corpo do texto associado à deputada socialista» Romualda Fernandes. Ora como a deputada é de facto é preta, para mim tratava-se de um adjectivo supérfluo mas inofensivo.

Não foi assim que o jornalismo de causas, a comentadoria do regime e as forças vivas do situacionismo viram a coisa. Para eles tratou-se de um insulto e exigiram imediato apuramento de responsabilidades (creio que é assim que diz). Prontamente, um coro de indignados exigiu a demissão do jornalista que escreveu a peça, o editor de política da Lusa sentiu-se obrigado a demitir-se e a "notícia" vaporizou-se dos sites dos jornais que a tinha publicado.

Se todas essas almas consideraram que referir-se uma pessoa preta como "preta" é um insulto «absolutamente inqualificável» (PS ), isso só pode ser o resultado dessas almas considerarem inferior a condição de "preto", já que ninguém se indigna por chamarem "branco", ou mesmo "branquela" a uma criatura branca. E isso, sim, isso é racismo. E isso, sim, é um problema.

É possível reduzir alguns riscos, é possível optar entre alguns riscos, não é possível eliminar o risco

A propósito de um comentário sobre o risco de morte por tomar a vacina da AstraZeneca (ou qualquer outra vacina), recordo que não foram registadas em Portugal até agora mortes. Em contrapartida, foram registados cerca de 841 mil casos de infecção pelo vírus SARS-COV-2, ou 8,2% da população, e desses morreram infectados com o vírus cerca de 17 mil pessoas representando 2,0% dos infectados e 0,165% da população residente.

14/05/2021

Como atrasar irremediavelmente o plano de vacinação? Resposta: um dia de cada vez (47) - o Sr. Almirante melhora mas não descola

Média diária desde o início da vacinação em 27-12-202070% da população vacinada no final de Setembro100 mil pessoas incluindo "privados"maiores de 60 anos vacinados na primeira semana de Junho70% da população com pelo menos uma dose da vacina no início de Agosto

Já o escrevi: temos de reconhecer mérito ao Sr. Almirante que conseguiu melhorar a média diária de 10-15 mil do apparatchik Dr. Francisco Ramos para os actuais 70-80 mil. No entanto, não está a conseguir passar esta barreira de uma forma sustentada e ainda está longe dos propósitos anunciados de atingir uma média diária de 100 mil. Talvez seja o aparelho anacrónico que tem à disposição - a  sua circunstância como sugeriu o outro contribuinte neste post em que o comparava à sua contraparte britânica

Apesar do objectivo 70% da população vacinada (ou seja com duas doses) no final de Setembro parecer agora atingível, o Sr. Almirante reformulou-o transformando-o em 70% da população com pelo menos uma dose da vacina no início de Agosto, o que é uma coisa muito diferente. Não é bonito, Sr. Almirante. Estas habilidades são mais próprias dos apparatchiks socialistas.

Comprovando que a psicose das vacinas de algumas criaturas não encontra fundamento, em mais de 3 milhões de doses administradas só se constataram 5.359 reacções adversas - uma taxa de 0,15% -,  a maioria associada à vacina da Pfizer e não à AstraZeneca, desmentindo a campanha política em relação a esta vacina.

13/05/2021

ESTÓRIA E MORAL: Se o Sr. Eng. tivesse andasse a malhar na esposa durante o tempo em que andou a ser (alegadamente) corrompido, o crime de violência doméstica não teria sido considerado prescrito

Estória

Como é sabido, o acórdão do Tribunal Constitucional n.º 90/2019, (alegadamente) fabricado para limpar a folha dos amigos, postulou que a contagem da prescrição do crime de corrupção activa se inicia desde a promessa de corrupção, mesmo que os subornos se tenham sucedido ao longos dos anos. Assim, por exemplo, se o Sr. Dr. Salgado tivesse aliciado (alegadamente) o Sr. Eng. Sócrates em 2005 e transferido (alegadamente) para as suas contas bancárias desde então até 2010 uma tença mensal, nessa altura em 2010, o (alegado) crime de corrupção, a que era aplicável um prazo de prescrição de 5 anos, já teria prescrito e a folha do Sr. Eng. Sócrates estaria impecavelmente limpa.

Veja-se o que se aconteceria ao Sr. Eng. se, em vez deter sido (alegadamente) corrompido pelo Sr. Dr. Salgado, tivesse malhado na esposa durante esse tempo, de acordo com o Acórdão de 22 Fev. 2021 do Tribunal da Relação de Guimarães (Processo 344/19.8GAVNF.G1):

Caso haja continuidade há um único crime, caso não haja ocorrerão tantos crimes, quantas as intenções autónomas postas em prática. No caso dos autos, nos períodos de convivência, a postura do arguido em nada se alterou. O que está em causa é uma postura reiterada sempre que os arguidos estavam a viver em comum, nunca tendo havido mais de 6 meses de hiato, nos comportamentos agressivos por o arguido ter ido trabalhar para o estrangeiro. E, esse hiato ou espaço temporal apenas decorria de, nesse tempo não estarem juntos, por o arguido estar a trabalhar na Áustria. Assim, não é de autonomizar qualquer das condutas como crime autónomo, estando-se antes perante um crime habitual, reiterado ou de trato sucessivo. Nesta tipologia de crimes, o prazo prescricional do procedimento criminal só se inicia com a prática do último ato. Pata o crime de violência doméstica o prazo prescricional é de 10 anos. Tendo em conta que o último facto praticado pelo arguido ocorreu em 31 de Agosto de 2019, só a partir daí começou a correr o dito prazo prescricional de 10 anos, não existindo prescrição no caso dos autos.

Moral

Se puder escolher, deixe-se corromper durante toda a vida mas não bata no cônjuge durante muito tempo.

Quote of the day - A matter of degree, not kind

«The difference between repression of truth and a lie is a matter of degree, not kind. Untruth corrupts the soul and the state alike, and one form of corruption feeds the other.» 
12 Rules For Life, Jordan Peterson

12/05/2021

CASE STUDY: Odemira, um exemplo de dissonância cognitiva no marketing socialista (2)

Na sequência do post anterior sobre este tema, cito o que escreveu ontem no Expresso Diário Miguel Júdice, um dos poucos comentadores políticos que ainda se pode considerar independente, desmentindo factualmente a narrativa do governo e da comentadoria oficial:

«a) O Ministro Cabrita mentiu (talvez por ter sido mal informado) quando afirmou que o Estado era o maior credor do resort Zmar;

b) O Ministro Cabrita voltou a mentir (desta vez só pode ser sua a ideia) quando afirmou que a requisição se justificava por motivos de saúde pública, quando afinal nenhum dos imigrantes ali colocados estava infetado ou sujeito a quarentena, pois todos podiam ir trabalhar;

c) Ao contrário do que eu na minha ingenuidade pensava, soube que não foi um “chefão” local quem impediu o advogado de entrar no Zmar para contactar os seus clientes, foi o Ministro Cabrita;

d) A entrada violenta no Zmar, às 4h da manhã do dia 6 de maio, ordenada pelo MAI, ocorreu quando o Ministério da Economia estava a negociar um protocolo e fora combinada a uma reunião de negociação para esse mesmo dia;

e) A decisão de colocar imigrantes no Zmar deveu-se a uma intenção, manifestamente propagandística, de mostrar que o Governo e Presidente da Câmara socialista se preocupavam com as condições sub-humanas de habitação dos imigrantes e estavam ativamente a resolver o problema;

f) Essa estratégia é óbvia e foi uma resposta à atenção dos media procurando sacudir água do capote alentejano e responsabilidades; se assim não fosse, teriam requisitado há anos esse resort e muitos outros, pois o problema de habitações sub-humanas infelizmente existe noutros pontos do país, com imigrantes sazonais, permanentes e os mais desfavorecidos de entre os cidadãos portugueses (somos o 2º país da União Europeia com maior percentagem de pessoas a viver em casas com más condições de habitabilidade);

g) Seja como for, a requisição civil era clara e inequivocamente apenas para resposta à Covid 19, pelo que foi usada em desvio de poder (como se diz em direito administrativo) e por isso é abusiva e ilegal;

h) Os imigrantes – segundo parece - foram bem recebidos no resort e bem tratados, sem qualquer reação focada contra eles;

i) Ninguém informou os imigrantes quando foram acordados para ser deslocados a meio da noite, ninguém lhes pediu a opinião, ninguém antecipou as consequências para eles em matéria de subsistência económica e descobriu-se rapidamente que não querem estar lá, a 15 kms do local de trabalho;

j) Apenas foram instaladas 24 pessoas no Zmar e mais de metade delas saíram quase de imediato, levados por empresários das estufas e pela Câmara Municipal;

k) Também na Pousada da Juventude sobraram quartos que chegavam para todos e, segundo me foi dito, pelo menos alguns deles nem sequer estavam em quarentena, quanto mais infetados, e foram trabalhar.»

O Estado Novo tinha uma Comissão de Censura Prévia, o Estado sucial do PS pretende uma comissão de censura a posteriori

Em Julho do ano passado o grupo parlamentar do PS apresentou um projecto de lei de aprovação da Carta de Direitos Fundamentais na Era Digital, que teve contributos e pareceres de diversas entidades. O projecto foi discutido e a Carta aprovada no 9 de Abril na sua versão final por todos os deputados, excepto os grupos parlamentares do PCP, PEV, Chega a Iniciativa Liberal. No dia 8 de Maio o decreto da AR foi promulgado sem hesitações por S. Ex.ª.

Nos 10 meses entre a apresentação pelo PS e a aprovação pelo parlamento devem contar-se pelos dedos as referências públicas à Carta: a pesquisa Google ["Carta de direitos Fundamentais na Era digital" site:pt 2/07/2020 – 9/04/2021] apresenta 12 referências e não são conhecidas discussões públicas do tema.

A Carta atribui à Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) o poder de apreciar queixas contra entidades que pratiquem a «desinformação», definida como

«toda a narrativa comprovadamente falsa ou enganadora criada, apresentada e divulgada para obter vantagens económicas ou para enganar deliberadamente o público, e que seja suscetível de causar um prejuízo público, nomeadamente ameaça aos processos políticos democráticos, aos processos de elaboração de políticas públicas e a bens públicos.»

A ERC, assim transformada numa espécie de Comissão de Censura a posteriori, aplicará o regime sancionatório da Lei n.º 53/2005, de 8 de Novembro que no seu artigo 67.º lhe permite «processar e punir a prática das contra-ordenações [que se regem] pelo disposto no regime do ilícito de mera ordenação social e, subsidiariamente, pelo disposto no Código de Processo Penal» [e] «ainda participar às autoridades competentes a prática de ilícitos penais». 

Os perigos que a Carta comporta são tão antecipáveis  que até a ERC no seu parecer sobre a proposta do PS chamou a atenção para vários riscos nomeadamente o de «uma limitação desproporcionada e injustificada da liberdade de expressão».

Imaginemos esta ferramenta na mão de uma comissão de apparatchiks nomeados por deputados de uma geringonça, formatados para encontrar narrativas falsas ou enganadoras, para processar e punir a prática das contra-ordenações e para participar às autoridades competentes a prática de ilícitos penais por gente desafecta ao regime, como se dizia no tempo da outra senhora.

[Reconheço que a Carta me passou despercebida - a mim e a quase toda a gente, pelos vistos - e só me dei conta por ter lidos estes posts do Blasfémias sobre o tema]