Our Self: Um blogue desalinhado, desconforme, herético e heterodoxo. Em suma, fora do baralho e (im)pertinente.
Lema: A verdade é como o azeite, precisa de um pouco de vinagre.
Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
The Second Coming: «The best lack all conviction, while the worst; Are full of passionate intensity» (W. B. Yeats)

31/10/2019

Dúvidas (280) – Irá o Brexit consumar-se? (XVII) - Bojo tem mais vidas do que o gato de Cheshire

«Cat: Where are you going? Alice: Which way should I go? Cat: That depends on where you are going. Alice: I don’t know. Cat: Then it doesn’t matter which way you go.»

Spectator
Renascido das cinzas, com as eleições de 12 de Dezembro, Bojo ganha uma oportunidade para enviar para a reforma Corbyn, o esquerdista senil encalhado numa ruga do contínuo espaço-tempo, e Farage, o populista inventor do Brexit.

COMO VÃO DESCALÇAR A BOTA (29) - Os milagres anunciados de Centeno

Outras botas para descalçar

Diz o diário da manhã Diário de Notícas que «Centeno corta peso dos gastos com pessoal para mínimo histórico» e para certificarem a sua tese (ou será de Centeno?) mostram o gráfico com as percentagens do PIB:


Mas não mostram a evolução das despesas com pessoal em valor, como no gráfico seguinte:

Fonte: Pordata

E o que se pode concluir? Desde 1995, com excepção de 7 anos, dos quais 4 no período do resgate entre 2011 e 2015, o PS foi governo todos os anos e as despesas com pessoal aumentaram sempre. Desde 2016 continuaram a aumentar e o rácio reduziu-se ligeiramente devido ao crescimento do PIB que segundo as previsões do FMI e OCDE será inferior nos próximo anos. Ora com os 40 mil novos funcionários contratados por este governo e as pressões de comunistas e bloquistas, agora fora da geringonça e carecidos de mostrar serviço, só por milagre é que as despesas com pessoal certamente e o rácio em relação ao PIB provavelmente não continuarão a crescer. De resto, podemos apostar singelo contra dobrado que em 2022 e 2023 o Ronaldo das Finanças já terá saído do que pode ser o pântano de Costa por essa altura.

30/10/2019

DIÁRIO DE BORDO: Senhor, concedei-nos a graça de não termos outros cinco anos de TV Marcelo (92) - «É tudo menos o que Portugal precisava que ele fosse»

Outras preces

«Só que por muito popular que seja, Marcelo não tem qualquer autoridade, pois aquela que lhe vislumbram é meramente aparente, e só na medida em que ele se sujeita a seguir o ar do tempo. O Presidente e a sua acção não são uma cura para o problema que ele talvez identifique, mas sim um sintoma da doença.

Olhando para este mandato de Marcelo, é fácil ver o padrão das suas intervenções públicas: a maior parte é pura e simplesmente inócua, limitando-se à exibição da sua pessoa (ou melhor, da sua personagem pública) pelas feiras e praias deste país, distribuindo abraços e beijinhos por quem “gosta muito” de “ver o Professor na televisão”. E sempre que se manifesta sobre algo de substantivo, seja qual for o assunto, Marcelo toma sempre a posição que julga ser a da maioria dos “portugueses comuns”, e só se pronuncia de forma crítica sobre algo (a maneira como o governo lidou com os incêndios de 2017, por exemplo) quando – e só depois de – se gerar um certo grau de comoção e insatisfação públicas.

Embora talvez inadvertida, a alcunha de “papagaio” que o senhor das Forças Armadas talvez não tenha atribuído a Marcelo mas que meio país logo julgou descrevê-lo é particularmente apta: tudo o que Marcelo diz é um eco do que “os portugueses” (no sentido que a conhecida filósofa política Teresa Guilherme dava ao termo) dizem nos cafés. Marcelo é um escravo da sua necessidade de ser popular, o que faz com que seja um escravo do instável sentimento público. Por outras palavras, é tudo menos o que Portugal precisava que ele fosse.»

O Presidente “influencer”, Bruno Alves no Económico

Encalhados numa ruga do contínuo espaço-tempo (90) - No passado a esquerdalhada tinha a pretensão de escrever o futuro. No presente dedica-se a reescrever o passado

«Uma das maiores partidas que Salazar pregou às esquerdas foi não se ter deixado sepultar no Mosteiro dos Jerónimos. Imaginem a alegria que agora teriam as esquerdas, se pudessem dividir o país, como fizeram os seus correligionários do outro lado da fronteira, com a profanação do túmulo do general Franco. Em vez disso, resta-lhes pôr saias nos assessores nascidos com o sexo masculino (é assim que se deve dizer?), e esperar que dê fotos na imprensa e comentários nas redes sociais. Para além das saias, há a bandeira da República Portuguesa. Em 1910, para marcar a ruptura de regime, os antepassados carbonários da extrema-esquerda insistiram numa nova bandeira, com as cores da revolução. E é essa mesma bandeira que o esquerdismo, depois de a ter imposto ao país, agora acha “imperialista”, pelo menos na opinião dos fãs da deputada do Livre.

Em 1910, os revolucionários mudaram as cores da bandeira e eliminaram a coroa. No entanto, mantiveram as armas nacionais e adicionaram-lhes a esfera armilar. A ideia era ainda anexar a história que a bandeira contava. A extrema-esquerda de hoje, porém, não gosta dessa história. Todo o passado português lhe parece criminoso. Gostaria, por isso, de o apagar. Nada disto, aliás, é muito original. Decorre, de maneira muito pedestre, da colonização das universidades portuguesas pelo radicalismo académico americano.»

Excerto de «Partidos desesperados para dar nas vistas», Rui Ramos no Observador

29/10/2019

ACREDITE SE QUISER: A verdade segundo um mentiroso compulsivo e outras estórias


Nota: este é uma espécie de continuação dos posts «Dissecando a mente de um grande aldrabão», «Apanha-se mais depressa um mentiroso do que um coxo. Se for um psicopata leva um pouco mais de tempo» (1) e (2

Se acaso tiverem dúvidas sobre a veracidade da estória contada pelo Eng. Sócrates ao Juiz Ivo Rosa, leiam a seguinte, enviada por um amigo, que é bastante mais verosímil.

«Então foi assim que tudo aconteceu:
Um dia fui jogar golfe e quando estava a escolher o taco, notei que havia uma rã perto de mim.
Para meu espanto a rã disse-me:
- Croc-croc! Taco de ferro, número nove!
Eu achei graça e resolvi provar que a rã estava errada.
Peguei no taco que ela sugeriu e bati na bola. Para minha surpresa a bola parou a um metro do buraco!
- Boa!! - gritei eu, virando-me para a rã - Se calhar és a minha rã da sorte!
E resolvi levá-la comigo até ao próximo buraco.
- O que é que achas, rã da sorte?
- Croc-croc! Taco de madeira, número três!
Peguei no taco 3 e bati. Bum! Directa ao buraco!
Dali em diante, acertei todas as tacadas e acabei por fazer a melhor pontuação da minha vida! Resolvi levar a rã para casa mas no caminho, ela voltou a falar:
- Croc-croc! Las Vegas !
Nem hesitei! Fui directo para o aeroporto, comprei um bilhete para Las Vegas e nem avisei ninguém!
Chegados a Las Vegas a rã disse:
- Croc-croc! Casino, roleta!
Evidentemente obedeci à rã que logo sugeriu:
- Croc-croc! 10 mil dólares, preto 21, três vezes seguidas.
Era uma loucura fazer aquela aposta, mas não hesitei.A rã já tinha ganho toda a credibilidade.
Coloquei todas as minhas fichas no 21 três vezes seguidas e ganhei milhões! Peguei naquela massa toda e fui para a recepção do hotel, onde exigi uma suite presidencial.
Tirei a rã do bolso, coloquei-a sobre os lençóis de cetim e disse:
- Rãzinha querida! Não sei como te pagar todos estes favores! Fizeste-me ganhar tanto dinheiro que vou ser-te grato para sempre!
E a rã:
- Croc-croc! Dê-me um beijo! Mas tem que ser na boca!
Tive um pouco de nojo, mas pensei em tudo o que ela me tinha dado e acabei por lhe dar o beijo na boca!
No momento em que a beijei, a rã transformou-se numa linda ninfa de 21 anos, completamente nua, sentada na minha cama que me foi empurrando, devagarinho, para a banheira de espuma. Mas não vou contar agora mais pormenores sobre esta parte...
E juro que foi assim que consegui toda a minha fortuna!
»

Declarações de José Sócrates ao Juiz de Instrução no Processo Marquês.

CASE STUDY: Trumpologia (53) - AI (Arrogance and ignorance), as usual

Mais trumpologia.

Depois de ter deixado os curdos, os principais aliados dos americanos no combate ao Estado Islâmico, à mercê do déspota Erdogan, a quem twittou uma bazófia inspirado na sua «inigualável sabedoria» e a quem escreveu no mesmo sentido, o Donaldo recebeu como resposta humilhante que a sua carta tinha ido para o caixote do lixo do déspota.

De caminho, justificou o abandono dos curdos com «kurds didn't help us in Second World War», o que na altura me pareceu uma justificação esfarrapada, até que descobri que, além de esfarrapada, era falsa e revelava a sua habitual e confrangedora ignorância.

Na verdade, os curdos que na época faziam parte do Império Britânico foram mobilizados e incorporados em várias unidades curdas, como a Assyrian Parachute Company, que combateram em inúmeras batalhas da II Guerra Mundial - ver por exemplo o site «Assyrian RAF Levies» e em particular esta página.

Há jornalismo de boas e de más causas e grupos com boas e más agendas. As causas e as agendas boas devem ser facilitadas e as más dificultadas. Quais são as boas e as más? Simples: as boas são as nossas causas e as nossas agendas


Porquê? perguntareis.

É uma pergunta já respondida por antecipação há três semanas, pelo jornalista de causas / militante / comentador / analista, ex-comunista, ex-Plataforma de Esquerda, ex-Política XXI, ex-bloquista, ex-Livre, ex-Tempo de Avançar, Daniel Oliveira:

«É precisamente isto que está prestes a acontecer com a compra da TVI pelo grupo Cofina, que já tem um brutal peso no cabo e na imprensa. O mais poderoso grupo de comunicação social português passará a estar nas mãos de um grupo que se dedica ao jornalismo sensacionalista e que tem uma agenda política conservadora bastante clara. E este grupo terá uma dimensão inaceitável para a realidade portuguesa, o que faz perigar o pluralismo informativo e, consequentemente, a democracia. (...)

Se a Cofina fosse apenas um grupo de comunicação social isto seria já de si grave. Mas não é. A Cofina tem uma agenda política. Recomendo que vejam a série “The Loudest Voice”, na HBO. É sobre o nascimento da Fox News e como um projeto comercial e um projeto político se casaram, sob a tutela empresarial de Rupert Murdoch, e rebentaram com adquiridos direitos democráticos de décadas


Outra resposta (a do Jornal SOL):

«Há anos, Balsemão assumiu publicamente a guerra contra o negócio da Altice e da Prisa sobre a Media Capital. Agora, a Impresa já começou a mexer-se nos bastidores para tentar evitar que a Cofina se transforme no maior grupo de comunicação português com a compra da TVI.»

28/10/2019

Crónica da asfixia da sociedade civil pela Passarola de Costa (3)

Avarias da geringonça e do país seguidas de asfixias


Um governo grande não é um grande governo

Estamos perante o governo com mais efectivos desde 1976: são 70-governantes-70, entre os quais 26 dos actuais deputados. Com os assessores e outros exemplares das outras espécies que parasitam os governos, estima-se que haverá emprego para quinhentos boys and girls. De onde a boutade que corre por aí: «estou confuso, o Costa prometeu um médico ou um secretário de estado para cada família

Tão amigos que nós fomos

Perante o numeroso governo, Jerónimo de Sousa fez uma apreciação mais própria de um novo inimigo do que de um velho aliado: «70 membros do governo. Se fosse para servir o povo, não via mal. Mas conhecendo a peça, diria que foi mais para se servirem do povo. Parece que em vez de procurarem pessoas para os cargos, procuraram cargos para as pessoas»

Novos amigos sucederão aos velhos

Diz a lenda que Churchill terá corrigido um conservador neófito explicando-lhe que na bancada oposta não estavam os inimigos, como ele pensava, mas os adversários. Os inimigos estão deste lado, explicou.

Para Rio, no PS também não estão os inimigos, estão os aliados. Os inimigos estão no PSD. É por isso, que se Rio continuar a liderar o PS-D , o PS só será derrotado pela realidade. É óbvio que Rio não é nenhum Churchill - a ser alguma coisa será um Chamberlain - e, lamento dizê-lo, não vejo no horizonte nenhum Churchill por aquelas bandas.

No Estado Sucial não há conflito de interesse. Há interesses em conflito

Terminou o conflito de interesses de Nuno Artur Silva que mudou o seu chapéu de administrador da RTP para o chapéu de secretário de Estado do Cinema, Audiovisual e Media. Terminou, como é costume no Estado Sucial, com a venda à família da sua empresa Produções Fictícias.

Ideias para um grupo parlamentar politicamente correcto

Como bandeira do poliamor, uma ménage à trois, composta por um gay jihadista, um judeu cristão ortodoxo bissexual e uma lésbica animalista. O trio adoptará um@ filh@, a quem não será atribuído nenhum dos 112 géneros disponíveis, gerado por uma freira católica convertida ao marxismo-leninismo, a partir de um óvulo fecundado por um espermatozóide extraído aleatoriamente de uma mistura de sémen de vári@s pesso@s, incluindo um índio navajo, um caucasiano transsexual de Wall Street , um mongol, um índio guarani gay, um irlandês anglicano da City, um pigmeu do Botsuana, entre outros.

O grupo será assessorado por seis militantes da ILGA e exigirá a suspensão das sessões do parlamento durante o período de amamentação d@ filh@ comum por voluntári@s do Resistimos que se revezarão com biberões de leite recolhido pelo PAN de animais que perderam as suas crias.

27/10/2019

A propósito de um símbolo do esclavagismo e do racismo e de um assessor de saias

«... uma esquerda que aspirava a instaurar uma ditadura  enchendo a Assembleia de operários de capacete e fato de macaco para os presentes esquerdismos da deputada negra, da deputada gaga e do assessor de saias, só nos resta constatar que em política as espécies nem sempre evoluem.»

Excerto de «Tapando a bandeira com a saia», Helena Matos no Observador

25/10/2019

Um dia como os outros na vida do estado sucial (39) - Conflito de interesses ou interesses em conflito? - Epílogo

Continuação daqui e dali.

Recapitulando:

Em Fevereiro do ano passado um comunicado da CT da RTP denunciava que se «mantém há 3 anos como administrador, o proprietário de uma produtora e de um canal concorrente da própria empresa, o Dr. Nuno Artur Silva, dono da empresa “Produções Fictícias” e do “Canal Q”»

Mais tarde foi produzido um «abaixo-assinado enviado ao primeiro-ministro, ao ministro da Cultura, à administração da RTP e ao presidente do conselho geral independente da empresa pública de rádio e televisão» por «mais de 200 figuras da cultura e dos media (que) questionam saída de Nuno Artur Silva» (NAS) muitas delas fornecedores de produtos da cóltura.

A semana passada NAS escreve sobre a compra da Média Capital (dona da TVI) pelo grupo Cofina que «pode vir a ser no futuro próximo a maior ameaça à democracia portuguesa», por outras palavras o que já tinha sido defendido pela Impresa do Dr. Balsemão.

Poucos dias depois NAS foi nomeado secretário de Estado do Cinema, Audiovisual e Media, atingindo-se assim o que se pensaria ser inultrapassável em matéria de conflito de interesses.

Novos desenvolvimentos:

Anteontem, NAS, que toma posse como secretário de Estado do Cinema, Audiovisual e Media no próximo sábado, informou que vendeu a sua empresa Produções Fictícias a duas pessoas, sendo o novo sócio maioritário seu sobrinho. O contrato foi assinado 3 dias antes do anúncio público da sua nomeação.

E pronto, cá temos confirmado o que já sabíamos: (1) no Estado Sucial português não há conflito de interesses, só há interesses em conflito e (2) a família socialista é muito mais do que uma família no sentido estrito. É uma famiglia no sentido napolitano. Além disso, para quem tivesse dúvidas, ficou claro que a família socialista não deixa por isso de continuar a ser também uma família em sentido estrito.

24/10/2019

ARTIGO DEFUNTO: Draghi não deu nada. Draghi tirou aos aforradores a sua justa remuneração em benefício dos devedores

«Draghi deu às famílias a maior poupança de sempre no crédito da casa» titulou o jornal Eco para explicar o benefício que os compradores de casas tiveram com a redução da remuneração do capital dos aforradores devida aos juros artificialmente baixos.

A conta virá na próxima crise, com juros artificialmente elevados.

Mitos (296) - O contrário do dogma do aquecimento global (XXII)

Outros posts desta série

Em retrospectiva: que o debate sobre o aquecimento global, principalmente sobre o papel da intervenção humana, é muito mais um debate ideológico do que um debate científico é algo cada vez mais claro. Que nesse debate as posições tendam a extremar-se entre os defensores do aquecimento global como obra humana – normalmente gente de esquerda – e os negacionistas – normalmente gente de direita – existindo muito pouco espaço para dúvida, ou seja para uma abordagem científica, é apenas uma consequência da deslocação da discussão do campo científico, onde predomina a racionalidade, para o campo ideológico e inevitavelmente político, onde predomina a crença.

Os factos mostram cada vez mais que estão acontecer fenómenos que mostram mudanças climáticas caracterizadas por um aumento das temperaturas médias e extremas. Seria inútil negar isso, apesar de décadas de manipulação de dados por parte dos cientistas de causas ambientais que têm tido o efeito da fábula do pastor mentiroso e do lobo. Outra coisa diferente e atribuir essas mudanças exclusivamente à acção humana, o que evidentemente não explica as mudanças climáticas extremas que ocorreram no passado que não podem ser atribuídas à acção humana.

O texto seguinte refere objectivamente factos que que indiciam essas mudanças, mas peca por meter pela porta do cavalo uma conclusão não demonstrada quando refere em grande parte impulsionado pelas actividades humanas.

23/10/2019

Um dia como os outros na vida do estado sucial (38) - Conflito de interesses ou interesses em conflito? - Parte II

Continuação daqui.

Em Fevereiro do ano passado um comunicado da CT da RTP denunciava que se «mantém há 3 anos como administrador, o proprietário de uma produtora e de um canal concorrente da própria empresa, o Dr. Nuno Artur Silva, dono da empresa “Produções Fictícias” e do “Canal Q”»

Os factos conhecidos indiciavam um conflito de interesses entre as qualidades de administrador da RTP e de proprietário de empresas produtoras. Nuno Artur Silva (NAS) alegou na altura «que a lei não o “obriga” a vender as “Produções Fictícias” desde que a RTP não mantenha com esta produtora quaisquer negócios». É o argumento clássico nesta matéria dos conflitos de interesse: não é ilegal.

Entretanto foi produzido um «abaixo-assinado enviado ao primeiro-ministro, ao ministro da Cultura, à administração da RTP e ao presidente do conselho geral independente da empresa pública de rádio e televisão» por «mais de 200 figuras da cultura e dos media (que) questionam saída de Nuno Artur Silva» muitas delas fornecedores de produtos da cóltura e, portanto, em situação de potencial conflito de interesses ao defenderem não haver conflito de interesses na permanência de outro fornecedor.

Se a situação de então já tinha tudo para ser a caldeirada em que as gentes do PS se costumam envolver, verificou-se mais uma das clássicas leis de Murphy que nos diz que a coisa nunca está tão má que não possa piorar. E piorou com a posição de NAS a semana passada sobre a compra da Média Capital (dona da TVI) pelo grupo Cofina que segundo ele «pode vir a ser no futuro próximo a maior ameaça à democracia portuguesa», se conjugada com «o nível elevado de abstenção, com a reconfiguração da direita portuguesa e, sobretudo, com a eleição do deputado do Chega». Posição que por outras palavras já tinha sido tomada pela Impresa do Dr. Balsemão. E o golpe de misericórdia nos conflitos de interesse foi dado quando o homem foi nomeado secretário de Estado do Cinema, Audiovisual e Media.

Confirma-se assim que no estado sucial português não há conflito de interesses. Há apenas interesses em conflito. E conclui-se que a família socialista é muito mais do que uma família no sentido estrito. É uma famiglia no sentido napolitano.

Ora aí está um título post mortem da geringonça

Expresso (Semanário de ex-reverência, for a while)
Dependendo do que se entenda por derrapar, há muito que a despesa pública derrapa. O que há de novo é que, por força da desafectação de uma parte dos efectivos do jornalismo de causas, o controlo das más notícias começou a derrapar. Quem se mete com o BE e o PCP também leva.

22/10/2019

Manifestações de paranóia/esquizofrenia (31) - Boas notícias para a saúde pública

Outras manifestações de paranóia/esquizofrenia

Depois do anúncio preocupante para a saúde pública da manifestação anti-racista e de solidariedade com Joacine Katar Moreira, na verdade mais justificada pela celebração da perturbação de fluência da fala por gente que indicia um preocupante sintoma de esquizofrenia, uma perturbação mental que segundo, a Sociedade Portuguesa de Psiquiatria e Saúde Mental, «poderá afetar cerca de 50 mil pessoas em Portugal», tivemos boas notícias.

Jornal i
Afinal, como se vê na foto, o número de pessoas sofrendo de esquizofrenia na sua manifestação mais grave não ultrapassa umas poucas dezenas. Não devemos perder a esperança no SNS.

O dinheiro dos credores esgotou-se primeiro do que a capacidade da Portela (4) - Portela, ontem, hoje, amanhã e sempre

Sequência daqui e dali.

Em retrospectiva:

«A manterem-se as taxas de crescimento actuais, entre 2003 e 2007 esgota-se a capacidade do actual aeroporto. É evidente que é possível, com alguns investimentos complementares, aumentar a vida útil deste aeroporto por mais dois ou três anos. Eu diria que, em 2007 ou 2008, a capacidade do actual aeroporto estará esgotada.» (Guilhermino Rodrigues, secretário de estado dos Transportes, 29-05-1998)

«O aeroporto da Portela deverá começar a enfrentar dificuldades a partir de 2020, altura em que possivelmente ultrapassará os 18 milhões de passageiros para os quais ficou dimensionado com o plano de expansão da infra-estrutura.» (Negócios, 18-04-2010)

«... a ANAC admite que o Aeroporto da Portela atinja 24,8 milhões de passageiros este ano, o que representaria uma subida de 16%! Quando nos lembramos que muitos estudos garantiam que o aeroporto não aguentava mais de quinze milhões de passageiros...» (Expresso Diário, 10-05-2016)

Em 2017 passaram pelo Aeroporto da Portela um novo recorde de 26,7 milhões de passageiros e há planos para poderem ser movimentados 49 milhões.

Em 2018 o número de passageiros na Portela aumentou para 29 milhões.

Nos doze meses terminados em Setembro deste ano a Portela recebeu 30 milhões de passageiros.

Actualização:

Há poucos dias, um grupo de especialistas, onde está Carmona Rodrigues, um ex-presidente da APA e José Furtado, especialista português no sector, apresenta Alverca como alternativa a Aeroporto do Montijo. Portela será o aeroporto secundário. (Económico)

Pelos vistos, Sérgio Monteiro, o então secretário de Estado das Infraestruturas, era capaz de ter razão quando em Julho de 2015 disse ao Expresso que «nos próximos 50 anos não é necessário um novo aeroporto

A Portela aguenta? Ai aguenta, aguenta.

21/10/2019

Manifestações de paranóia/esquizofrenia (30) - Somos todos gagos?

Outras manifestações de paranóia/esquizofrenia

«Está marcada para esta segunda-feira à tarde uma manifestação anti-racista e de solidariedade com Joacine Katar Moreira, eleita deputada pelo Livre nestas eleições legislativas.» (Jornal i)

Admito ter andando distraído e talvez por isso não me ter apercebido de qualquer indício de anti-racismo em relação à Dr.ª Joacine. Ao contrário, apercebi-me de uma onda de simpatia e compaixão, únicos motivos plausíveis para ter sido eleita para um cargo cuja actividade principal requer expressar-se com facilidade e clareza e para o qual, por isso, a sua notória gaguez a desaconselharia.

Admito, porém, que a insistência esquizofrénica na inexistente discriminação da Dr.ª Joacine e o esforço para transformar a sua origem guineense e a perturbação de fluência da fala numa bandeira política acabem por gerar uma hostilidade semelhante à que a própria Dr.ª Joacine manifestou em relação a André Ventura, deputado de outro partido minoritário.

Crónica da asfixia da sociedade civil pela Passarola de Costa (2)

Avarias da geringonça e do país seguidas de asfixias

Temos estes princípios. Se não gostarem temos outros

Com a cambalhota do «virar da página da austeridade» e do combate à «obsessão do défice» para as «contas certas» e as cativações, a cambalhota do “em defesa do SNS, sempre” para o sufoco financeiro, e a cambalhota dos amores acrisolados com os berloquistas para os desamores, para só citar as mais populares, Costa já nos tinha mostrado serem os seus princípios bastante flexíveis. Ao contrário, os seus fins são bastantes estáveis e o número um é manter-se no poder. Foi supérfluo, por isso, dar mais uma cambalhota, como de expurgar com zelo todas as relações familiares do seu actual governo, depois de as ter defendido para justificar a promiscuidade no seu governo anterior.

Apreciamos a liberdade da nossa imprensa

O programa da RTP Sexta às nove de Sandra Felgueiras esteve suspenso durante o período eleitoral. Percebeu-se o porquê da suspensão quando a primeira edição a seguir às eleições veio lembrar os 11 arguidos do governo e revelar quatro novos suspeitos de crime relacionados com a concessão de lítio.

Entretanto, a edição seguinte, também sob o electrizante tema do lítio, veio a revelar ligações perigosas com o ministro Matos Fernandes e o seu ajudante João Galamba. Enquanto não encontra forma de o acabar, a direcção da RTP já começou a tomar medidas de emergência para limitar o abuso reduzindo a duração do programa para 20 minutos.

20/10/2019

CASE STUDY: Trumpologia (52) - Finalmente, a esquerdalhada encontrou uma alma gémea na Casa Branca

Mais trumpologia.

«Finalmente, a esquerda tem o que sempre quis: um Presidente americano que recusa intervenções militares no Médio Oriente, mesmo quando há populações civis vítimas do uso da força por parte de ditadores, como na Síria, ou compromissos com aliados, como no caso dos Curdos. Enquanto Trump estiver na Casa Branca, não veremos as esquerdas a marcharem nas ruas das cidades europeias contra as guerras americanas. Entretanto, os ditadores da região matam milhares de populações indefesas, e acabam com as minorias Cristãs no Médio Oriente. Veremos se alguma sobreviverá quando finalmente chegar a hora da Europa.

A outra grande causa das esquerdas radicais nas últimas décadas foi o ataque à globalização e ao comércio livre (aqui devemos excluir o PS e outros partidos sociais democratas europeus). Lembram-se das ‘cimeiras anti-globalização’ organizadas por Lula em Porto Alegre, onde as grandes figuras das esquerdas radicais europeias gostavam de ir? As esquerdas radicais nunca esconderam a defesa do protecionismo e do nacionalismo económico contra a globalização americana, à qual que chamam o “consenso de Washington”. Ora, hoje na Casa Branca, há uma pessoa que pensa como as esquerdas radicais contra a globalização e a favor do protecionismo.»

«Trump está a fazer o que a esquerda sempre quis», João Marques de Almeida no Observador

CASE STUDY: A genética do sucesso escolar - ajudemo-los no secundário e deixemo-los entregues a si próprios na universidade

As conclusões do estudo «The genetics of university success», publicado nos Scientific Reports da nature, realizado por uma equipa de investigadores do King's College e baseado na análise de 3.000 pares de gémeos idênticos e não idênticos e em 3.000 outras pessoas no Reino Unido, confirmam que os factores genéticos explicam a maioria (51%) das diferenças de desempenho nos alunos do ensino secundário no que respeita ao acesso à universidade, enquanto o ambiente partilhado (escola e família) explicam 36% e as circunstâncias individuais (o «non-shared environment») contribuem com apenas 13%.

Porém, com alguma surpresa, mostram que uma vez na universidade a contribuição do ambiente partilhado desce para menos de 1%, os factores genéticos descem para 46% e a maior parte do desempenho (53%) é atribuível ao «non-shared environment».

Conclusão: se os incentivos aos alunos para compensarem o handicap da sua origem social fazem sentido no ensino secundário, nas universidades esses incentivos, máxime a famigerada discriminação positiva, carecem de fundamento e cada um deve estar entregue a si próprio. Lá cai mais um mito do politicamente correcto.

Disclaimer: esta conclusão pode não ser válida para países colectivistas, como o Portugal dos Pequeninos, onde a maioria dos estudantes universitários frequentam uma universidade perto de casa onde permanecem agarrados à barra da saia da mãe e às calças do pai (ou vice-versa, tratando-se de um casal de um dos 111 "géneros" alternativos) e, em consequência, o shared environment continua a ser dominante.

19/10/2019

CASE STUDY: Câmara de Lisboa, uma aplicação prática da lei de Parkinson (6) - Um exemplo local do socialismo costista

Este post é o 6.ª da série: (1), (2), (3), (4) e (5)

Em retrospectiva, com mais de 10 mil funcionários para 505 mil residentes, a câmara de Lisboa tem o dobro dos funcionários por mil habitantes de Madrid ou Barcelona. Entre esses 10 mil encontram-se mais de um milhar de licenciados, incluindo em áreas inesperadas como Marketing, História, Línguas e Literatura, entre outras (ver aqui uma lista do ano de 2012). Sem esquecer mais de um centena de "acessores" (não, não são assessores, eles não assessoram, eles acederam)  - ver aqui uma lista de há dois anos.

Entretanto, a adicionar aos mais de 10 mil, a câmara prevê no orçamento de 2020 contratar mais 517  para diversas áreas, aumentando as despesas com pessoal em 12,2%, as quais atingirão 277 milhões o que dá um salário mensal médio de quase 2 mil euros. As justificações para estas contratações são reformas e a «descentralização de competências da administração central para o município». De passagem, registe-se que os contratados pela câmara no próximo ano equivalem a dois anos de reformados e a administração central, enquanto descentraliza para os municípios, aumentou os seus efectivos de utentes da vaca marsupial pública em 41 mil durante o consolado do Dr. Costa.

Como todos já deveríamos saber ao fim de quatro décadas, o socialismo não é barato e ainda temos um longo caminho a percorrer.

CASE STUDY: Trumpologia (51) - Entrada de leão, saída de sendeiro

Mais trumpologia.

Primeiro Trump avisou o mundo que «se a Turquia fizer algo que eu, em minha grande e inigualável sabedoria, considere estar fora dos limites, destruirei e destruirei totalmente a Economia da Turquia (já fiz isso antes!)», 

Ainda as forças americanas estavam fazer as malas, aconteceu o que toda a gente sabia que aconteceria, o exército da Turquia, um aliado formal dos Estados Unidos e membro da NATO, iniciou a caça aos curdos, uma minoria que serviu de tropa de choque às forças americanas para erradicarem o Estado Islâmico na Síria. Apesar disso e de outras coisas, como o seu papel na derrota de Saúdam Hussein, para Trump os curdos não mereciam grande consideração por não terem colaborado no Dia D. E não, ele não disse isto como uma piada.

Foi então que Trump, num exercício da arte de alienar os aliados de facto e deixar os aliados pró-forma fazerem o que os inimigos não ousam, escreveu a Erdogan a ameaçá-lo que destruiria a economia turca, e recebeu como resposta no diário Hürriyet:
«A carta de 9 de outubro foi rejeitada pelo Presidente Erdogan e deitada no lixo».

18/10/2019

DIÁRIO DE BORDO: Senhor, concedei-nos a graça de não termos outros cinco anos de TV Marcelo (91) - S. Exa convocou os colegas para uma cimeira

Outras preces

«Marcelo Rebelo de Sousa recebeu esta tarde (ontem), no Palácio de Belém, em Lisboa, várias dezenas de influencers portugueses, um convite que seguiu para nomes como as Youtubers Sea3po e Mafalda Sampaio (Maria Vaidosa), a blogger Maria Guedes ou a apresentadora Raquel Strada. Rapidamente se tornou viral, tantas foram as publicações feitas nas redes sociais para os muitos milhares de seguidores destes influenciadores.» (eco)

S. Exa convocou os colegas influencers para uma cimeira. Dá para acreditar? Com esta criatura dá. Não dá é para levar a sério. Não precisamos de uma gravitas empertigada como a de Eanes ou desajeitada como a de Cavaco, mas, que diabo!, há outras alternativas a estas palhaçadas. Se ao menos a criatura nos poupasse a fazer de twit e só escrevesse twits como o outro da Casa Branca.

Então? E a gestão do Dr. Costa, do Dr. Medina e do Arquitecto Salgado, a Web Summit e as startups que florescem em cada esquina não contam? (2)

Há duas semanas as elites alfacinhas tomaram conhecimento que, não obstante a excelência da gestão municipal de oito anos do Dr. Costa, de quatro anos do Dr. Medina e de doze anos do Arquitecto Salgado, filho de António Maria Roma Machado Cardoso Salgado, sobrinho-bisneto do 1.° Visconde de Faria e Maia, e de sua mulher Maria Amália Inês do Carmo Pais de Sande e Castro, trineta do Representante do Título de Marquês de Sabugosa e 7.° Conde de Sabugosa, 9.° Conde de São Lourenço e 9.° Alferes Mor do Reino de Portugal, e do 1.° Conde da Figueira e bisneta do 1.° Conde de Burnay e primo-irmão de Ricardo Salgado, as elites alfacinhas tomaram conhecimento, escrevi eu, não obstante tudo isso e ainda a Web Summit e as startups que florescem em cada esquina, o IMD Smart City Index 2019 nos tinha colocado no 76.º lugar, no quartil inferior do ranking de 100 das cidades mais inteligentes.

Se a capital alfacinha está mal colocado no ranking da inteligência, está muito melhor colocada no ranking do congestionamento de trânsito. Segundo o Traffic Index da tomtom, um fornecedor de serviços GPS, Lisboa é colocada no 77.º lugar das 403 cidades mais congestionadas do mundo, por uma improvável coincidência, quase no mesmo lugar do ranking da inteligência, mas desta vez no quartil superior do ranking.


Registe-se, pois, que a governação do Dr. Costa, do Dr. Medina e do Arquitecto Salgado nos colocou depois de doze anos entre as cidades menos inteligentes e, em compensação, entre as mais congestionadas. Parabéns a todos e, sobretudo, aos alfacinhas que os escolheram.

17/10/2019

QUEM SÓ TEM UM MARTELO VÊ TODOS OS PROBLEMAS COMO PREGOS: O alívio quantitativo aliviará? (63) O clube dos incréus reforçou-se (XX)

Outras marteladas e O clube dos incréus reforçou-se.

Recapitulando:

O intervencionismo do BCE, que copiou com atraso a Fed e o BoE, adoptando o alívio quantitativo e as taxas de juro negativas ou nulas, desde o «whatever it takes» do Super Mario há 6 anos, é parecido como terapêutica com a sangria dos pacientes praticada pela medicina medieval para tratar qualquer doença, incluindo a anemia.

As raras vozes dissonantes (temos citado algumas delas) não têm chegado para perturbar e muito menos abafar os salmos cantados pelo coro imenso dos prosélitos louvando a bondade das políticas de injecção de dinheiro e de juros artificialmente baixos dos bancos centrais.

E se as vozes dissonantes são raras na Óropa, aqui no Portugal dos Pequeninos pouco se ouvem. Ouviu-se há dois meses José Maria Brandão de Brito, Chief Economist do BCP e por isso com independência não confirmada.

E ouviu-se esta semana Avelino de Jesus, economista e professor no ISEG, que vai ao fundo da questão para mostrar como o BCE ao interferir com as leis económicas se comporta como um aprendiz de feiticeiro colocando a UE em risco de ser vítima do feitiço.
 
«Ora, o juro representa uma das mais elementares leis económicas: é a manifestação das preferências temporais dos indivíduos. Numa economia de escassez sempre preferimos ter um bem hoje a possuí-lo amanhã. O juro representa o custo que atribuímos a ter o bem amanhã em vez de o ter hoje e tem o papel central na obtenção dos equilíbrios económicos entre o consumo, a poupança e o investimento desejados pelos indivíduos.

16/10/2019

Nazismo e comunismo, perdão estalinismo, a mesma luta


No passado dia 19 de Setembro o Parlamento Europeu aprovou por 535 votos a favor, 66 contra e 52 abstenções, a «resolução sobre sobre a importância da memória europeia para o futuro da Europa» onde

«Condena todas as manifestações e a propagação de ideologias totalitárias, tais como o nazismo e o estalinismo, na União»

O que tem isso de extraordinário? perguntareis e eu respondo quatro coisas:
  1. O facto de o PE ter reconhecido formalmente a equivalência entre nazismo e estalinismo;
  2. O facto não terem tido coragem para reconhecer a equivalência entre nazismo e comunismo, em vez de estalinismo, visto que escreveram nazismo e não hitlerianismo;
  3. O facto de ainda haver 66 deputados europeus que não condenam as ideologias totalitárias e 55 que têm dúvidas;
  4. O facto de só hoje, passadas quase quatro semanas, um jornal português (o Observador) ter noticiado a condenação do nazismo e do estalinismo e, ainda assim, citando o jornal espanhol ABC.
Entretanto, como é que o PS do Dr. Costa, um soi-disant europeísta, acomoda esta equivalência sabendo que o seu parceiro da geringonça não só se reclama do comunismo em geral como, em particular, do legado estalinista?

E já que estou de perguntador, o que significam as quatro semanas de silêncio nos mídia portugueses como indicador da presença maciça nas redacções da esquerdalhada cúmplice do totalitarismo, a mesma esquerdalhada que se indigna com os Orbáns, os Le Pen et alia?

O PS aproveita o pior do socialismo e o pior do Portugal dos Pequeninos

O socialismo é de esquerda e a esquerda, escrevi aqui há mais de uma década, mas voltaria a escrevê-lo hoje, é para mim o credo que sacrifica a liberdade em nome da igualdade, na dúvida (esquerda «democrática») ou sempre (a «outra» esquerda).

Para prosseguir a igualdade, o socialismo democrático usa em doses variadas o Estado Social como instrumento das suas políticas. As doses variadas vão desde a dose mínima da social-democracia nórdica até à dose máxima do socialismo mediterrânico, nomeadamente do luso-socialismo encarnado no Partido Socialista.

Por outro lado, a sociedade portuguesa segundo o modelo 5-D de Geert Hofstede, frequentemente citado no (Im)pertinências (aqui, por exemplo), é entre as muitas estudados por ele uma das menos individualistas ou, por outras palavras, uma das mais colectivistas em todo o mundo. É uma sociedade em que assume um papel primordial a pertença ao grupo, ao clã, seja a família, o clube, o partido, grupo do qual o indivíduo depende emocionalmente e com o qual se identifica e no qual se apoia e a que é fiel. Daí a forte tendência para a endogamia nas universidades, nas empresas, nos partidos e o nepotismo, como especialidade do colectivismo.


E assim chegamos ao Partido Socialista com a sua tendência para fazer crescer o Estado, a pretexto das suas políticas, e a sua tendência para o ocupar com gente pertencente ao clã socialista e, sempre que possível, ao clã familiar ou ao pequeno círculo de amizades baseadas na cumplicidade.

15/10/2019

CASE STUDY: Um expediente muito pouco católico

Há cerca de um mês foi divulgado o ranking Times Higher Education 2020 muito celebrado nos mídia portugueses e no site da Faculdade de Direito da Universidade Católica Portuguesa (UCP) com o título «Católica: a melhor universidade em Portugal», explicando que a UCP ficou na entre posição 351 e 400 de 1396  e que «esta é a melhor classificação de sempre alcançada por uma instituição portuguesa no THEWUR»

Confesso que, por razões que não vêm ao caso, fiquei particularmente satisfeito, achei perfeitamente normal dado o nível de excelência que é reconhecido à UCP e fiquei por aqui.

Fiquei por aqui até ler «O milagre dos rankings explicado aos leigos» um artigo do Expresso assinado por Alberto Amaral, Presidente da Agência de Avaliação do Ensino Superior, onde este explica que no ranking Times Higher Education se incluiu o número de citações/autor e várias universidades no Egipto, Jordânia e Sri Lanka fintam o ranking publicando trabalhos com centenas ou mesmo milhares de autores e aparecendo assim no topo.

Ao que parece a UCP recorreu ao mesmo expediente e «uma análise dos artigos da UCP mostra que há um pequeno grupo deles com grande número de citações publicados no “Lancet”, “JAMA Oncology” ou “New England Journal of Medicine”, os quais têm em comum serem de Medicina, terem um enorme número de autores e corresponderem a estudos à escala mundial da incidência, prevalência e sobrevivência de doença». Não é muito católico, pois não?

Não é surpreendente que ele o pense, muitos outros o pensam. É surpreendente (só à primeira vista) que ele não o esconda

«Quem tentar actividades separatistas em qualquer parte da China acabará com o corpo esmagado e os ossos quebrados» avisou Xi Jinping, o imperador presidente chinês, durante uma visita de Estado ao Nepal.

14/10/2019

É mais o que os divide do que aquilo que os une

«Se os eleitores do PSD, CDS-PP, Iniciativa Liberal, Chega e Aliança tivessem votado na mesma lista esta teria colocado 97 deputados na Assembleia da República, ganhando dez ao PS.» (Jornal Económico)

Crónica da asfixia da sociedade civil pela Passarola de Costa (1)

Avarias da geringonça e do país seguidas de asfixias

Et maintenant que vais je faire?

Durante 150 semanas publiquei a «Crónica da anunciada avaria irreparável da geringonça» à qual, por falta de comparência até então da avaria irreparável, sucedeu durante outras 58 semanas a «Crónica da avaria que a geringonça está a infligir ao País».

Realizadas as eleições, os parceiros do PS na ménage à trois perderam no conjunto mais de 170 mil votos (os comunistas suportaram dois terços dessa perda), perdas que só parcialmente foram compensadas pelos 124 mil votos ganhos pelo PS - 124 mil depois de quatro anos de governação numa conjuntura irrepetível por longos anos é muito poucochinho, não é verdade Dr. Costa? Desses resultados desastrosos concluíram os parceiros do PS que afinal a relação poliamorosa tinha sido como a estória da fusão entre o porco e a galinha para fazer uma omelete de presunto em que os berloquistas e comunistas fariam o papel do porco.

Percebido qual o seu papel, os comunistas recusaram desempenhá-lo e os berloquistas imaginaram vender o seu presunto mais caro, preço que o PS não quis pagar. E Costa concluiu que só com um fornecedor o preço do presunto ficaria demasiado alto e encenou uma negociação cujo propósito ficou claro quando deixou de fora da equipa socialista Pedro Nunes Santos, o mestre-de-obras da construção da geringonça e seu putativo sucessor em concorrência com o favorito Medina.

Avariada assim, segundo parece, a geringonça e decidido a prosseguir uma espécie de serviço público gratuito com uma outra crónica, qual seria o seu título? Consumido pela dúvida, ocorreu-me que segundo a lenda o padre Bartolomeu de Gusmão fez várias experiências, quase todas mal sucedidas, com um zingarelho cuja configuração exacta se perdeu nos tempos, ficando para a história com o aspecto que um discípulo do padre, um infante que viria a ser o 2.º Marquês de Abrantes, desenhou com a concordância do mestre para confundir os curiosos. A esse zingarelho botaram-lhe o nome de Passarola de Gusmão. E foi assim que, decidido a continuar com uma crónica, a alusão à Passarola de Costa se me impôs com naturalidade.

13/10/2019

Manifestações de paranóia/esquizofrenia (29) - Da paranóia esquerdizante à ecoansiedade infanto-juvenil

Outras manifestações de paranóia/esquizofrenia

Progressive Paranoid Psychosis in a 20-Year-Old
Segundo psicólogos esquerdizantes, está a tornar-se cada vez mais comum nas crianças e adolescentes o medo e a frustração associados às alterações climáticas, transtornos mentais baptizados de ecoansiedade.

Ecoansiedade resultante, acrescento, da obsessiva insistência nas ideologias apocalípticas por "climatologistas" que também sofrem de paranóia esquerdizante, Essas ideologias, frequentemente combinadas com ideologias da identidade de género, são endoutrinadas nas tenras meninges de infantes e jovens como vulgata politicamente correcta pelas milícias do pensamento único.

No passado não muito remoto, os infanto-juvenis alvo desta endoutrinação provavelmente sugeririam aos endoutrinadores para irem tomar onde tomam as galinhas. Se isso não resultasse, os pais dos infanto-juvenis ofereceriam umas cachaporradas. Hoje deve ser difícil ser-se infanto-juvenil dividido entre as preocupações de ser afogado pela subida do nível do mar e as dúvidas angustiantes sobre vestir umas calças ou um vestido de babados.

12/10/2019

A estupidez de pensar que uma gaga negra não deve ser deputada tem equivalente na estupidez de fazer da gaguez e da negritude uma bandeira

Pensei escrever umas linhas sobre a polémica que aflige a nação a propósito de Joacine Katar Moreira, doutorada em Estudos Africanos, guineense, gaga e deputada do Livre, uma agremiação que foi uma spin-off unipessoal do Bloco de Esquerda, de vocação proibicionista e natureza totalitária. Não vale a pena. Quase tudo o que tinha para dizer já foi escrito neste artigo de Alberto Gonçalves. Eis uns quantos excertos:

«(...) a dra. Joacine declarou que as “legislativas” iriam medir a capacidade do eleitorado em aceitar uma mulher negra na Assembleia da República. Com o devido respeito, hã? A que título é que o eleitorado, que já “aceitou” em S. Bento resmas de mulheres brancas e dois ou três homens negros, não estaria preparado para uma mulher negra? A presunção tem graça. Por um lado, porque é mentira: a primeira deputada negra aconteceu ainda antes de 1974, chamava-se Sinclética Soares Santos e vinha de Angola (e a primeira deputada negra da democracia, Nilza Mouzinho de Sena, pertence ao PSD e chegou à AR em 2015). Por outro lado, porque a presunção é estúpida. 
(...)
A dra. Joacine não precisou de explicitar o último critério. De resto, é justamente a incapacidade de o fazer que o torna evidente. Não existe maneira diferente de o dizer (ou existe, mas nunca mais saíamos daqui): a dra. Joacine é gaga. Às vezes, é um bocado gaga. Às vezes, é bastante gaga. Às vezes, é gaga para lá de qualquer hipótese de comunicação. Por causa da referida característica, alguns gozam com a dra. Joacine, e alguns acreditam que a dra. Joacine goza com eles. Não são melhores nem piores do que os que lhe elogiam a “coragem” por “assumir”. A propósito disto, gostaria de informar os deslumbrados que não há coragem em se assumir um defeito impossível de ocultar. Um sujeito com 15 dioptrias não é um herói: é um pitosga. 
(...)
No fundo, e à superfície, o Livre mistura os horrores do BE com as abominações do PAN, preservando o ressentimento, o moralismo, o revisionismo, a vocação proibicionista e a natureza totalitária de ambos. Parece-me impecável.»

Pro memoria (397) - Como parou de convergir já sabemos. Experimentem perguntar porquê


De 1995 até agora, o PIB per capita português não se aproximou da média da UE.

Desde 1995 o Partido Socialista foi governo em 18 anos dos 25 anos e em outros 4 dos anos desses 25 o país esteve a recuperar de um resgate da responsabilidade do Partido Socialista.

11/10/2019

Títulos inspirados (88) - A grande realização do governo de Costa vai fraquejar, titula um diário da manhã


Nos quatro anos de geringonça até ao final do 2.º trimestre deste ano o número de utentes da vaca marsupial pública aumentou cerca de 41 mil de 659.144 para 690.494 [Síntese Estatística do Emprego Público (SIEP)]. Trata-se das consequências da obra mais significativa atribuível ao governo de Costa - a reversão para as 35 horas que não iria custar nada. O resto ou não tem importância nenhuma ou deve-se a uma combinação das seguintes quatro causas:
  1. a intervenção da troika; 
  2. as tímidas reformas do governo de Passos Coelho induzidas pela troika; 
  3. conjuntura internacional favorável; 
  4. o que resta de iniciativa na iniciativa privada do Portugal dos Pequeninos. 
Foi com o título acima que o diário da manhã Diário de Notícias anunciou que essa obra mais significativa vai fraquejar. Se for verdade, não vai sobrar nada para a posteridade.

Será o Papagaio-mor do reino neto do grande Papagaio de Bordallo Pinheiro?

Dúvida que me foi induzida por um comentário

10/10/2019

COMO VÃO DESCALÇAR A BOTA (28) - Os amanhãs que cantam do Dr. Centeno

Outras botas para descalçar

«Se mantivermos a trajetória de avaliações positivas consecutivas nos próximos tempos, diria que num prazo muito curto Portugal poderia atingir, não só nesta, mas em outras agências de ‘rating’, essa classificação A”», garantiu há dias, para efeitos das eleições, um eufórico Dr. Centeno à Lusa, a propósito do upgrade dBBB para BBB+ do rating da DBRS.

É especulativo até em relação à notação da DBRS, uma agência que tem desempenhado o papel de muleta de Draghi e do BCE para se conseguir que pelo menos uma agência, essa mesmo, não considere junk a dívida pública portuguesa o que impediria o BCE de a comprar e manteria Portugal sob resgate. Com uma dívida de mais de 120% do PIB e uma economia em desaceleração num contexto internacional de elevado risco, em relação às notações das majors S&P, Fitch e Moody's isso seria pura conversa fiada.

Fez-me lembrar o seu antecessor Teixeira dos Santos, o ministro das Finanças de Sócrates, em 2008 no início da crise, que garantia que os problemas na banca se circunscreviam aos bancos americanos, depois a alguns bancos europeus, mas que os bancos portugueses estavam a salvo. Pouco depois em Novembro de 2008 começou por nacionalizar o BNP e a seguir a banca afundou-se gradualmente até que só restaram o espanhol Santander a o BPI e no que foi consumido até 2014 mais de um quinto do PIB e desde então sempre a crescer.

Tomemos nota para memória futura.

09/10/2019

PS, um vencedor derrotado

«Depois de tantas derrotas (Tancos, incêndios, Sócrates, declínio dos serviços públicos, corrupção, famílias no Estado, investimento insuficiente e endividamento crescente), é uma grande vitória os Socialistas terem resistido. Os eleitores não consideraram negativamente aquelas derrotas. Também é verdade que, depois de um êxito tão grande na estabilidade do governo, na paz social, na queda do desemprego e no aumento de rendimentos, é evidentemente uma derrota política não ter vencido com maioria absoluta

Escreveu António Barreto no Público (citado no seu blogue Jacarandá). Concordo e acrescento que, depois de quatro anos de bonança e velas enfunadas pela conjuntura, o PS apenas cresceu 120 mil votos e desses provavelmente apenas uma parte foi ganha aos 400 mil perdidos pela direita. Se isto não é uma derrota, o que é uma derrota?

ESTÓRIA E MORAL: Quem quer controlar o presente tenta controlar o passado para controlar o futuro

Estória

A Direcção-Geral da Educação Endoutrinação do ministério da Educação Verdade propõe-se criar uma nova disciplina do 12.º ano chamada “História, Culturas e Democracia”, disciplina que visa transmitir aos alunos as "aprendizagens essenciais" e está organizada em quatro grandes temas, a saber:
  • “A História faz-se com critério”
  • “Global e Local (“Glocal”) e Consciência Patrimonial”
  • “Passados Dolorosos na História” 
  • “História e tempo Presente”
Sobre o tema “Passados Dolorosos na História”, a Direcção-Geral da Educação Endoutrinação explica que «as memórias individuais e coletivas devem ser valorizadas por constituírem contributos importantes para a compreensão de questões socialmente vivas. Assumir as heranças dolorosas pode e deve contribuir para o apaziguamento das relações sociais inerentes a uma cultura democrática»

Reinterpretar o passado à luz de uma ideologia do presente corresponde a uma necessidade profunda e constitui o comportamento padrão da esquerdalhada em relação à História. O exemplo mais notável e extremo é a reescrita da História pelo Estalinismo que apagou das fotos dos caídos em desgraça, a começar por Leon Trotsky mandado assassinar no México. Ironicamente, Trotsky foi o inspirador da 4.ª Internacional representada em Portugal pela LCI, liderada pelo tele-evangelista Louçã, hoje uma figura de cera do Estado Sucial com pouso no Conselho de Estado e no Conselho Consultivo do BdP.

O Bloco de Esquerda, uma espécie de geringonça avant la lettre do esquerdismo infantil, agrupou sob o mesmo tecto os netos de Trotsky, os netos ideológicos de Estaline, que o mandou assassinar e os netos ideológicos de Mao que, desavindos, se tornaram inimigos dos dois anteriores.

O BE, uma caldeirada ideológica que encontrou nas causas fracturantes o elixir que tem reunido os inimigos do passado, e a quem o PS paga tributo para apoiar o governo no parlamento e fazer o papel de 5.ª coluna nos mídia, com a ajuda interna da tendência pedronunista do PS, o BE, dizia, tem aproveitado para infiltrar o Estado Sucial com a ideologia e os militantes do politicamente correcto, que na essência é o marxismo cultural, uma transmutação do marxismo clássico cujas profecias desabaram com a queda do Império Soviético e a conversão do PC chinês às delícias do capitalismo de Estado.

Moral

A modificação retroactiva da narrativa histórica pela esquerdalhada foi muito bem caracterizada por George Orwell no seu 1984, uma distopia inspirada na União Soviética.

Para quem possa ainda estar distraído, recordo que o preço que o PS de Costa nos está a fazer pagar pelo apoio da geringonça não se limita a ter desperdiçado uma oportunidade, que não voltará tão cedo, de fazer as reformas necessárias para aliviar a sociedade civil e a economia da tutela sufocante do Estado Sucial.

Esse preço já é muito pesado, mas não é tudo. A esse preço devemos juntar a tentativa de condicionar as mentes dos portugueses às obsessões doentias do esquerdismo politicamente correcto.

08/10/2019

CASE STUDY: Trumpologia (50) - Ele não é assim tão diferente dos outros. Apenas tem mais ousadia e nenhuma sensatez

Mais trumpologia.


«As I have stated strongly before, and just to reiterate, if Turkey does anything that I, in my great and unmatched wisdom, consider to be off limits, I will totally destroy and obliterate the Economy of Turkey (I’ve done before!). They must, with Europe and others, watch over...».

Donald Trump, arrotando postas de pescada no Twitter, sobre a sua eventual resposta à anunciada intervenção militar turca depois da retirada das tropas americanas no norte da Síria, deixando exposta aos ataques da tropa de Erdogan a minoria curda, que foi crucial para a derrota do Estado Islâmico.

Nem só o Estado é amigo do empreendedor (14) - A maldição do jornalismo promocional, o epílogo e a moral da estória

Outras maldições do jornalismo promocional.

Em retrospectiva:

A Maló Clinic é um dos casos de sucesso mediático de empreendedores com amigos nos jornais, nomeadamente e não por acaso, no semanário de reverência que algum tempo antes da queda se referia, em tom encomiástico, a «Maló, o dentista global»:
«Não quis ser dentista, mas hoje orgulha-se do império criado. Aos 48 anos, Paulo Maló é dono do maior grupo dentário mundial, com clínicas nos quatros continentes»
Sete anos e quase 100 milhões de dívidas depois (mais de 3 vezes a facturação que não ultrapassa 30 milhões), o Grupo Maló Clinic foi adquirido pelo fundo Atena Equity Partners e está em Processo Especial de Revitalização a ver se lhe perdoam uma parte das dívidas.

Epílogo: «Contribuintes perdem trinta milhões com perdões à Malo Clinic»

Moral da estória: 

O complexo político-empresarial socialista facilita com atalhos e subsidia com o dinheiro dos contribuintes, o jornalismo promocional promove e no final os sujeitos passivos voltam a financiar a «revitalização».

07/10/2019

Em suma, como habitualmente, todos ganharam, mas uns ganharam mais do que outros

Entre os todos que ganharam, é de salientar a vitória estrondosíssima do partido do ICpOP com 4.468.798 votos ou seja 2,39 vezes mais votos do que o PSdC e 3,15 vezes mais votos do que o PSdR.

Aos vencedores os meus parabéns pelos resultados, lembrando que terão o que não escolheram.

ICpOP = Ide Catar-vos para Outro Planeta
PSdC = PS do Costa
PSdR = PS do Rio

DEIXAR DE DAR GRAXA PARA MUDAR DE VIDA: Portugueses no topo do mundo (23) - O avião eléctrico com design português

Outros portugueses no topo do mundo.

Quando li o título «Alice, um avião elétrico israelita com design português» antecipei que iríamos finalmente ter o cluster aviação e dar um préstimo ao aeroporto de Beja, o aeroporto que só abre aos domingos, levando para lá os israelitas e adicionando-os aos brasileiros da Embraer em Évora.

A coisa parecia confirmar-se ao ler «chama-se Alice, é um avião comercial totalmente elétrico, fabricado pela empresa israelita Eviation mas… com design português». Ora aí está, pensei. Estamos no projecto, nas actividades nobres e de grande valor acrescentado da aviação e deixamos os israelitas vestirem os fatos-macaco para montarem o Alice.

Enfunei as vales até à frase seguinte: «a Almadesign é a empresa responsável por todo o desenho, conceito e produção dos interiores deste avião eléctrico.» Ora gaita, afinal só vamos fazer a decoração de interiores. Fiquei a pensar nesta necessidade patética, infantil e doentia de se construírem ficções para fingir que «somos muito bons, somos dos melhores dos melhores», enquanto desperdiçamos as oportunidades para ir fazendo o que podemos fazer e elevar a fasquia para fazermos mais e melhor.

06/10/2019

A liberdade de expressão, a liberdade de imprensa e até simplesmente a liberdade, vista por um pensador radical chic

«É precisamente isto que está prestes a acontecer com a compra da TVI pelo grupo Cofina, que já tem um brutal peso no cabo e na imprensa. O mais poderoso grupo de comunicação social português passará a estar nas mãos de um grupo que se dedica ao jornalismo sensacionalista e que tem uma agenda política conservadora bastante clara. E este grupo terá uma dimensão inaceitável para a realidade portuguesa, o que faz perigar o pluralismo informativo e, consequentemente, a democracia. (...)

Se a Cofina fosse apenas um grupo de comunicação social isto seria já de si grave. Mas não é. A Cofina tem uma agenda política. Recomendo que vejam a série “The Loudest Voice”, na HBO. É sobre o nascimento da Fox News e como um projeto comercial e um projeto político se casaram, sob a tutela empresarial de Rupert Murdoch, e rebentaram com adquiridos direitos democráticos de décadas.»

Foi com estas palavras e outras palavras que o jornalista de causas / militante / comentador / analista,  ex-comunista, ex-Plataforma de Esquerda, ex-Política XXI, ex-bloquista, ex-Livre, ex-Tempo de Avançar, Daniel Oliveira, mostrou a sua preocupação pelas consequências da compra da TVI pelo grupo Cofina.

Poderia partilhar das suas preocupações pela agenda política da Cofina se ele partilhasse das minhas preocupações pelas outras agendas políticas. Agendas que determinam há muito o que acontece nos canais públicos de televisão, em tempos dominados pelo partido no governo e gradualmente transformados em plataformas da esquerda. E principalmente, preocupações com a presença dominante nas redacções de jornais e canais de TV de jornalistas de causas da esquerda e de porta-vozes de partidos disfarçados de comentadores que fazem dos mídia câmaras de eco da esquerdalhada e da independência e do pluralismo uma piada grosseira.

Crónica da avaria que a geringonça está a infligir ao País (208)

Outras avarias da geringonça e do país.

Esta é a última crónica da avaria que a geringonça está a infligir ao país

Termina aqui, hoje, dia de eleições, esta crónica, depois de 207 edições, em que cada exemplar foi um número e cada número gostaria de ter sido exemplar, como o Pif-Paf que Millôr Fernandes publicou durante dez anos no Diário Popular.

Termina não porque cesse a avaria que infelizmente tudo indica vai continuar a ser infligida ao país por Costa e a sua clique socialista, entremeada com os restos do socratismo. É a última crónica porque a geringonça, ou pelo menos a geringonça com esta configuração, vai dar lugar a outra coisa, provavelmente mais capaz de infligir danos e, em qualquer caso, em condições diferentes que tornarão mais difícil o ilusionismo de Costa.

Ver-se-à na próxima semana se haverá outra crónica e, havendo-a, como será.

Quem se mete com o PS leva

A cena de Costa a ameaçar, espetando o dedo no nariz no velhote que o acusou de ir de férias na época a nos incêndios de Pedrogão Grande diz imenso sobre o próprio Costa, o PS e o país.

Primeiro, pela reacção sobranceira e ameaçadora de Costa que teve de ser travado pelos seguranças que, como se disse no programa «Gente que não sabe estar» (um nome muito adequado a esta clique do PS), estavam lá não para defender o Costa mas para evitar que ele desse porrada nos velhotes.

Segundo, porque mostra como Costa é um ilusionista ao indignar-se pela imprecisão do velhote. Na verdade, Costa não estava de férias na altura do incêndio. Se estivesse, isso seria uma coincidência e não teria sido grave. Não estava de férias, foi de férias depois dos incêndios, e isso, sim, é muito grave.

Terceiro, também diz muito sobre um país que, se fosse decente e exigente com os políticos que tem, Costa teria terminado aí a sua carreira.

05/10/2019

Sim, vou votar inutilmente útil no Iniciativa Liberal, mas, por favor, da próxima vez façam primeiro o circuito da carne assada,...

... recebam os beijinhos húmidos das peixeiras, deixem-se abraçar por aqueles cromos com sovaco mal-cheiroso, enfim, saiam da bolha onde vivem enclausurados e conheçam a porra do país onde se candidatam para poderem explicar ao que vêm sem sound bites que só são entendidos dentro da vossa bolha de bem-pensância.

Sobretudo não usem em cada frase a palavra "liberalismo" que neste país é mais tóxica do que "comunismo". Entendam não ser por acaso que Portugal é o país da Europa mais colectivista e mais à esquerda, onde ainda existe um dinossauro chamado Partido Comunista, com um povo que valoriza pouco a liberdade e está disposto a trocá-la por um Estado Sucial que espera tire aos ricos para dar aos pobres.

Quando alguém vos confrontar com a corrupção e parasitismo que mina o «privado», como Ricardo Araújo Pereira queixando-se que o BES lhe torrou o seu fundo de pensões, não respondam com chavões e expliquem por que razão este «privado» é o privado dos empresários parasitários e de uma elite extractiva que vive pendurada e usa o Estado Sucial em seu benefício.

LA DONNA E UN ANIMALE STRAVAGANTE: O sexo do churrasco

🙋🏻‍♂HOMENS organizando churrasco pelo Whatsapp:

 Assunto: CHURRASCO

 Homem 1: Manos quando vamos fazer um churrasco?
 Homem 2: Quinta feira às 20h na casa do “Homem 9”
 Homem 1: Ok, o que levamos?
 Homem 9: Eu compro a carne e as bebidas, depois dividimos.
 Homem 5: Ok
 Homem 1: Ok
 Homem 3: Ok
 Homem 2: Ok
 Homem 4: Ok
 Homem 6: Ok
 Homem 7: Ok
 Homem 8: Ok
 Homem 10: Ok
 Homem 11: Ok
 Homem 12: Ok
 Homem 13: Ok
 Homem 14: Ok
 Homem 15: Ok
FIM DA CONVERSA

🙋🏼 MULHERES organizando churrasco pelo Whatsapp:

 Assunto: CHURRASCO

 Mulher 1: Oi gente, quando marcamos para fazer um churrasco?
 Mulher 2: Quinta feira às 20h?
 Mulher 3: Onde?
 Mulher 2: Não sei
 Mulher 4: Onde meninas?
 Mulher 4: Se quiserem podem vir a casa dos meus pais
 Mulher 2: Não seria melhor ir a um restaurante?
 Mulher 5: Não, em casa é melhor, assim não gastamos tanto e temos mais tempo
 Mulher 2: Por mim ok
 Mulher 3: Ok
 Mulher 5: Ok
 Mulher 4: Ok
 Mulher 6: Ok o que? Restaurante ou casa?
 Mulher 2: Casa
 Mulher 7: Restaurante
 Mulher 2: Vamos na casa da Mulher 4 então
 Mulher 3: Ok, o que levamos?
 Mulher 8: Alguém sabe fazer churrasco?
 Mulher 2: Adoroooo
 Mulher 6: O que temos de comprar então?
 Mulher 2: Vamos fazer uma lista
 Mulher 8: Ok
 Mulher 4: Um pouco de carne e salada, o que acham?
 Mulher 5: Por mim tudo bem. Estou de dieta então vou comer só alface e tomate
 Mulher 2: Ok, então?
 Mulher 1: Faço uma lista e cada uma diz o que vai levar
 Mulher 2: Picanha
 Mulher 3: Frango
 Mulher 4: Toscanas
 Mulher 5: Alface, tomate e mais alguns legumes para outra salada
 Mulher 1: Ok, quanto?
 Mulher 6: Não sei
 Mulher 2: 5 toscanas?
 Mulher 2: Quem come toscana?
 Mulher 2: Eu não
 Mulher 5: Eu não
 Mulher 7: Eu não
 Mulher 3: Eu não
 Mulher 4: Eu não
 Mulher 8: Eu não
 Mulher 1: Ok, não compro toscana então
 Mulher 2: Mas, Mulher 4, por que disseste que ias comprar toscana se não comes?
 Mulher 4: Porque tinha-me colocado no lugar de quem come toscana
 Mulher 1: Ok, sem toscana
 Mulher 1: Picanha e Frango, 2 kilos picanha e 4 frangos, está bom?
 Mulher 7: parece pouco
 Mulher 1: Quanto então?
 Mulher 2: Não sei
 Mulher 2: Meninas? O que acham?
 Mulher 8: Acho que é meio quilo por pessoa
 Mulher 4: Quantas somos?
 Mulher 1: Não sei. Meninas, confirmem quem vai
 Mulher 2: Eu vou
 Mulher 3: Eu vou
 Mulher 5: Eu vou
 Mulher 6: Eu vou
 Mulher 7: Eu vou
 Mulher 8: Eu vou
 Mulher 9: Eu vou
 Mulher 10: Eu vou
 Mulher 11: Eu vou
 Mulher 4: Quando é?
 Mulher 2: Quinta feira?
 Mulher 4: Eu não posso, tenho médico
 Mulher 2: Que azar, ficamos sem casa para fazer o churrasco então?
 Mulher 4: Desculpem meninas, acabou de tocar o lembrete dessa consulta
 Mulher 1: Que outra casa está disponível?
 Mulher 8: Quantas somos?
 Mulher 2: 10
 Mulher 3: Na minha casa não cabe
 Mulher 5: Na minha também não
 Mulher 6: Na minha também não
 Mulher 7: Muito menos na minha
 Mulher 8: Na minha também não
 Mulher 9: Na minha também não
 Mulher 10: Na minha pode ser.....mas preciso de cadeiras, alguém pode trazer?
 Mulher 2: a Mulher 11 montes de cadeiras na garagem, ela pode levar
 Mulher 5: Mas ela não responde, deve estar a trabalhar
 Mulher 9: Eu não como toscana
 Mulher 2: Ainda estamos a ver onde vamos fazer
 Mulher 12: Desculpem meninas, acabei de pegar o telefone, o que aconteceu?
 Mulher 2: Estamos a ver em em que casa ainda
 Mulher 12: Venham na minha casa, sem stress
 Mulher 2: Ok, excelente
 Mulher 12: Esperem...que dia?
 Mulher 2: Quinta feira às 20h
 Mulher 12: Huummmmm quinta não dá… pode ser na quarta feira?
 Mulher 2: Por mim ok
 Mulher 2: Mesmo horário?
 Mulher 2: Sim?
 Mulher 3: Eu vou
 Mulher 4: Eu vou
 Mulher 5: Eu tenho que levar a minha filha na casa da avó, mas consigo passar mais tarde depois quando ela for dormir
 Mulher 8: Ok.
 Mulher 9: Eu vou
 Mulher 6: Eu vou
 Mulher 7: Eu vou
 Mulher 11: Eu vou
 Mulher 2: Feito, quarta feira na casa da Mulher 12.
 Mulher 3: Sim
 Mulher 1: Meninas, voltando ao churrasco… compro meio kilo por pessoa?
 Mulher 8: Sim
 Mulher 1: Ok, assim peço ao Paulo para comprar
 Mulher 2: Ok…e como fazemos com as bebidas?
 Mulher 3: Cada uma leva o que for beber e pronto
 Mulher 9: Eu não posso porque vou direta do trabalho
 Mulher 6: Bom, melhor a Mulher 1 comprar tudo e dividimos depois
 Mulher 1: Meninas, não consigo comprar tudo, alguém pode ir também?
 Mulher 6: Eu ajudo, o que vocês bebem meninas?
 Mulher 2: Coca Zero
 Mulher 4: Água
 Mulher 5: Mateus Rose
 Mulher 6: Agua com gás
 Mulher 9: Refri
 Mulher 3: Meninas, podemos comprar um "Ice tea" de Pêssego?
 Mulher 8: oh que carago! Vamos para um restaurante meninas, assim dá menos trabalho
 Mulher 2: Também acho
 Mulher 4: Eu também
 Mulher 6: Eu também
 Mulher 7: Eu também
 Mulher 9: Eu também
 Mulher 11: Eu também
 Mulher 12: Eu também
 Mulher 1: Ahhh não meninas, já mandei o Paulo comprar tudo, temos que fazer o churrasco
 Mulher 2: Uhh que cagada…
 Mulher 4: Eu quero água, mas tem que ser Monchique, assim não fico inchada
 Mulher 1: Meninas, podemos nos organizar por favor?????
 Mulher 2: Ok
 Mulher 6: Ok
 Mulher 4: Ok
 Mulher 9: Ok
 Mulher 5: Ok
 Mulher 8: Ok
 Mulher 11: Eu não como toscana também
 Mulher 5: (enviando una corrente) Meninas… por favor partilhem… O caozinho chama-se Pirata, perdeu-se ontem perto da estação, se todos partilharem podemos fazer com o que ele volte para a sua família
 Mulher 6: Sim, coitadinhoooo
 Mulher 9: Que lindo. Que raça é?
 Mulher 5: Não sei… vi e partilhei como era daqui
 Mulher 2: Mas conheces os donos?
 Mulher 5: Não, mas deu-me pena.
 Mulher 1: O Paulo ligou, não tem picanha, se queremos maminha ou bife
 Mulher 2: Eu prefiro bife
 Mulher 4: Eu maminha
 Mulher 1: Meninas, podemos resolver logo a carne porque o Paulo vai me matar, está no talho aguardar que a gente decida.
 Mulher 6: Eu acho injusto ser sempre assim, somos sempre as mesmas a organizar tudo e ninguém mais se mexe para fazer nada
 Mulher 10: Oi meninas, acabei de acordar e tenho 369 mensagens no nosso grupo, o que aconteceu?
 Mulher 3: Vou te contar.....

04/10/2019

Então? E a gestão do Dr. Costa, do Dr. Medina e do Arquitecto Salgado, a Web Summit e as startups que florescem em cada esquina não contam?

Com grande indignação patriótica, as elites alfacinhas tomaram conhecimento que, não obstante a excelência da gestão municipal de oito anos do Dr. Costa, de quatro anos do Dr. Medina e de doze anos do Arquitecto Salgado, filho de António Maria Roma Machado Cardoso Salgado, sobrinho-bisneto do 1.° Visconde de Faria e Maia, e de sua mulher Maria Amália Inês do Carmo Pais de Sande e Castro, trineta do Representante do Título de Marquês de Sabugosa e 7.° Conde de Sabugosa, 9.° Conde de São Lourenço e 9.° Alferes Mor do Reino de Portugal, e do 1.° Conde da Figueira e bisneta do 1.° Conde de Burnay e primo-irmão de Ricardo Salgado, as elites alfacinhas tomaram conhecimento, dizia eu, não obstante tudo isso e ainda a Web Summit e as startups que florescem em cada esquina, o IMD Smart City Index 2019 coloca-nos no 76.º lugar, no quartil inferior do ranking de 100 das cidades mais inteligentes.

E o pior de tudo é ficarmos atrás da Cidade de Ho Chi Min e de Nova Deli, entre outras cidades do antigamente chamado Terceiro Mundo ou Países Subdesenvolvidos e actualmente designado por Países em Vias de Desenvolvimento, por oposição a Países em Vias de Subdesenvolvimento, como Portugal.


Para perceber por que nos fazem essa desfeita vejamos alguns dos índices que nos deixem ficar pior.


E lá está a governação do Dr. Costa, do Dr. Medina e do Arquitecto Salgado nas estruturas e nas tecnologias e a mobilidade que eles nos ofereceram durante os últimos doze anos.