Se Parkinson vivesse em Portugal teria acesso a um vastíssimo campo de observação a começar pela câmara municipal da capital do país. De facto, à medida que a população da cidade vêm diminuindo há meio século a população dos funcionários da câmara vem aumentando a um ritmo ainda mais rápido até atingir hoje 9.956 funcionários ou seja 1 por cada 55 residentes e o dobro de Madrid ou Barcelona, parqueados em cerca de 300 departamentos e divisões. Entre esses funcionários encontram-se (2):
- 330 arquitectos
- 101 assistentes sociais
- 73 psicólogos
- 104 sociólogos
- 146 licenciados em marketing
- 260 engenheiros civis
- 156 historiadores
- 303 juristas, cujo serviço se supõe que deve ser dar parecer sobre os pareceres que a CML encomenda a gabinetes de advocacia privados, incluindo um a quem a câmara pagou 75 mil euros por um ano e 10 meses.
Vem a propósito recordar que em 5 dos últimos 23 anos passaram pela presidência da câmara de Lisboa um primeiro-ministro do PSD (Santana Lopes) e o seu homem de confiança (Carmona Rodrigues). Nos restantes 18 passaram por lá um líder do PS e futuro PR (Jorge Sampaio), o filho do fundador do PS (João Soares), e o provável futuro líder do PS (António Costa) e, em consequência, possível próximo primeiro-ministro – possibilidade preocupante tendo em conta a experiência da criatura como dirigente municipal.
(1) Em rigor são duas leis: Lei da Multiplicação dos Subordinados e a Lei da Multiplicação do Trabalho (ver aqui).
(2) Segundo uma informação que recebi por email de um amigo, que parece plausível quando confrontada com o «Mapa de Pessoal do Município de Lisboa». Este mapa proporciona uma leitura muito instrutiva e permite acrescentar àquela lista mais as seguintes especialidades:
- 170 licenciados em Economia, Gestão e Finanças
- 30 engenheiros agrários e agrónomos
- 12 engenheiros químicos
- 54 técnicos superiores de línguas e literatura
- 17 médicos veterinários
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