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19/12/2012

TIROU-ME AS PALAVRAS DA BOCA: Take Another Plane Plan

«Estarão a defender o País e os portugueses da possibilidade de se livrarem de um problema gigantesco, para o qual só apareceu um candidato disponível a pagá-lo? É uma defesa que todos, até os que são contra a venda da TAP porque querem ver a bandeira portuguesa desenhada nos aviões com nomes como Pedro Álvares Cabral ou Gago Coutinho, dispensaríamos.

Para que conste, como o Económico revela na edição de hoje, a TAP está em ruptura de tesouraria e vai ter uma injecção de 100 milhões de euros, porque não há banco privado que assuma esse risco. E a tese de que a TAP n ão recebe dinheiro público é, como se vê, falsa. Pior, a ruptura de tesouraria é uma regra no final de cada ano.

Fazem-se contas a EBITDA, a múltiplos, sem ter em conta as necessidades por força dos encargos financeiras e o investimento em reestruturação. E, mais ainda, o mercado. Fazem lembrar Luís Filipe Vieira que anunciava ao mundo que Mantorras valia 18 milhões de contos. Infelizmente, nunca nenhum clube, nem mesmo os controlados por príncipes ou milionários russos, ofereceu um décimo disso.

Quaisquer 35 milhões de euros de receita do Estado, mais 316 milhões de euros para reequilibrar capitais próprios, mais 1,5 mil milhões de euros de assumpção de dívida, mais quatro mil milhões de euros de investimento em novos aviões, são irrelevantes. Surpreendentemente irrelevantes, para quem se queixa de pagar tantos impostos. Para quem está sob intervenção da ‘troika'. Estão, afinal, dispostos a pagar mais. A privatização da TAP é necessária, amanhã em Conselho de Ministros, ou, venha o plano B, num Conselho de Ministros mais próximo de si.»

António Costa, no Económico

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