Esqueçamos que a história americana explica o «direito adquirido», para usar um conceito adorado pelos portugueses, ao porte de armas reconhecido na Constituição e vejamos então o que se passa num mundo onde em que quase todos os países têm forte restrições legais à venda e ao porte de armas, para perceber em que medida é que este direito e costume americanos podem ter influência e explicar em termos relativos o impacto nos homicídios. (*)
Segundo as estatísticas 1995-2011 do «Intentional homicide» (defined as unlawful death purposefully inflicted on a person by another person) da UNODOC (agência da ONU para as drogas e o crime) em 94 dos 207 países a taxa por cem mil habitantes do ano mais recente disponível é superior à dos Estados Unidos. Entre os países com taxas superiores encontramos:
- Ex-colónias portuguesas como Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Timor Leste;
- Paraísos socialistas como Cuba, Venezuela (taxa 9 vezes superior à dos EU), Coreia do Norte (3 vezes);
- Países pacíficos como o Brasil (taxa 4 vezes superior à dos EU) e Groenlândia;
- Países do extinto paraíso soviético como Estónia, Cazaquistão, Quirguistão, Lituânia, Moldávia, Rússia (2 vezes), Ucrânia.
(*) Convirá acrescentar que uma das armas do tarado de serviço em Newtown era da mãe, ela própria com uma mulher perturbadíssima, e que Connecticut, onde se situa Newtown, é dos estados com maiores restrições ao porte de armas.
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