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10/10/2019

COMO VÃO DESCALÇAR A BOTA (28) - Os amanhãs que cantam do Dr. Centeno

Outras botas para descalçar

«Se mantivermos a trajetória de avaliações positivas consecutivas nos próximos tempos, diria que num prazo muito curto Portugal poderia atingir, não só nesta, mas em outras agências de ‘rating’, essa classificação A”», garantiu há dias, para efeitos das eleições, um eufórico Dr. Centeno à Lusa, a propósito do upgrade dBBB para BBB+ do rating da DBRS.

É especulativo até em relação à notação da DBRS, uma agência que tem desempenhado o papel de muleta de Draghi e do BCE para se conseguir que pelo menos uma agência, essa mesmo, não considere junk a dívida pública portuguesa o que impediria o BCE de a comprar e manteria Portugal sob resgate. Com uma dívida de mais de 120% do PIB e uma economia em desaceleração num contexto internacional de elevado risco, em relação às notações das majors S&P, Fitch e Moody's isso seria pura conversa fiada.

Fez-me lembrar o seu antecessor Teixeira dos Santos, o ministro das Finanças de Sócrates, em 2008 no início da crise, que garantia que os problemas na banca se circunscreviam aos bancos americanos, depois a alguns bancos europeus, mas que os bancos portugueses estavam a salvo. Pouco depois em Novembro de 2008 começou por nacionalizar o BNP e a seguir a banca afundou-se gradualmente até que só restaram o espanhol Santander a o BPI e no que foi consumido até 2014 mais de um quinto do PIB e desde então sempre a crescer.

Tomemos nota para memória futura.

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