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06/10/2019

Crónica da avaria que a geringonça está a infligir ao País (208)

Outras avarias da geringonça e do país.

Esta é a última crónica da avaria que a geringonça está a infligir ao país

Termina aqui, hoje, dia de eleições, esta crónica, depois de 207 edições, em que cada exemplar foi um número e cada número gostaria de ter sido exemplar, como o Pif-Paf que Millôr Fernandes publicou durante dez anos no Diário Popular.

Termina não porque cesse a avaria que infelizmente tudo indica vai continuar a ser infligida ao país por Costa e a sua clique socialista, entremeada com os restos do socratismo. É a última crónica porque a geringonça, ou pelo menos a geringonça com esta configuração, vai dar lugar a outra coisa, provavelmente mais capaz de infligir danos e, em qualquer caso, em condições diferentes que tornarão mais difícil o ilusionismo de Costa.

Ver-se-à na próxima semana se haverá outra crónica e, havendo-a, como será.

Quem se mete com o PS leva

A cena de Costa a ameaçar, espetando o dedo no nariz no velhote que o acusou de ir de férias na época a nos incêndios de Pedrogão Grande diz imenso sobre o próprio Costa, o PS e o país.

Primeiro, pela reacção sobranceira e ameaçadora de Costa que teve de ser travado pelos seguranças que, como se disse no programa «Gente que não sabe estar» (um nome muito adequado a esta clique do PS), estavam lá não para defender o Costa mas para evitar que ele desse porrada nos velhotes.

Segundo, porque mostra como Costa é um ilusionista ao indignar-se pela imprecisão do velhote. Na verdade, Costa não estava de férias na altura do incêndio. Se estivesse, isso seria uma coincidência e não teria sido grave. Não estava de férias, foi de férias depois dos incêndios, e isso, sim, é muito grave.

Terceiro, também diz muito sobre um país que, se fosse decente e exigente com os políticos que tem, Costa teria terminado aí a sua carreira.

A obra socialista

Em 14 dos últimos 20 anos, o PS governou e conduziu ao resgate pela terceira vez o país em 2011. Quatro anos depois recomeçou a reconstruir o Estado Sucial parasitário que nos há-de conduzir ao quarto resgate.

Durante esses 20 anos, e apesar do crescimento dos últimos quatro anos, tornado possível pelas reformas do governo anterior, ainda que tímidas, pela conjuntura internacional favorável e pelo dinamismo dos exportadores e do turismo que a souberam aproveitar, o país empobreceu ao contrário dos outros países que aderiram à UE mais recentemente, a maior parte deles saídos da tutela comunista do Império Soviético. Se usarmos como indicador sintético o crescimento do rendimento médio em percentagem da EU28 o panorama é desolador.

Alexandre Patrício Gouveia no Observador
L’État c’est nous

A CRESAP (Comissão de Recrutamento e Selecção para a Administração Pública) foi criada pelo governo de Passos Coelho para introduzir isenção e independência na escolha dos dirigentes da administração pública. Antes mesmo de anunciar no seu programa eleitoral que pretende "reformar" esse obstáculo à nomeação dos seus boys sem complicações desnecessárias, o PS vem ensaiando o seu modelo e fintando os procedimentos da CRESAP para o que chuta para a frente concursos públicos e faz nomeações em regime de substituição que de provisórias passam a definitivas. É uma espécie de ensaio geral para o que segue.

Hoje há conquilhas, amanhã não sabemos

Indiferentes aos avisos do Commerzbank olhando de perto, nem tudo está tão bem quanto parece em Portugal») ou da CNBCa cloud is hanging over its export-led economy»), entre muitos outros, e entretidos com os ilusionismos de Costa e de Centeno (o primeiro diz que tira do chapéu os coelhos que o segundo diz que estão dentro), as famílias portuguesas continuam a poupar menos de metade da média europeia, as vendas de veículos voltaram a subir em Setembro e as vendas de imóveis a atingir os níveis anteriores à bancarrota socrática, ao mesmo tempo que a bolsa perde 10 empresas cotadas em 10 anos e um quinto do volume diário médio em quatro anos.

As dívidas não são para se pagar, foi isto que ele aprendeu

Prosseguindo o seu propósito de colocar «Portugal na Liga dos Campeões» da dívida, Centeno dá instruções para a chutar para a frente, empurrando 910 milhões com maturidades em 2021 e 2022 para 2023 e 2027 (ver gráfico).

Expresso
Enquanto isso, o stock de dívida pública voltou a subir em Agosto para 251 mil milhões de euros, ao mesmo tempo que paga se aos fornecedores a prazos cada vez mais longos, chegando nalguns casos a um ano e meio.

O choque da realidade com a Boa Nova

Dos dois Programas de Arrendamento Acessível concorrentes, cada um obra dos dois putativos sucessores de Costa (Medina nomeado por Costa e Pedro Nunes Santos nomeado por ele próprio), de um não sabemos nada (o de Medina) e do outro sabemos que em 3 meses se celebraram 44 (quarenta e quadro) contratos, ou uns 15 por mês dos cerca de 10 mil novos arrendamentos por mês.

1 comentário:

Anónimo disse...

Ó meu caro,

Não deixe a crónica morrer!
O dano continuará a ser feito...

Acho que faz aqui um serviço público incomensurável...

Por favor, continue.

Cumprimentos,
Anónimo.
(Nunca se sabe quem está a ler...)