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29/05/2015

Lost in translation (241) – there is no such thing as flag carrier (V)

A sublinhar a singularidade no concerto das nações da companhia de bandeira das caravelas dos Descobrimentos (d'après Costa), uma das vacas sagradas do regime, singularidade já aqui mostrada e agora outra vez reproduzida, registe-se que o governo irlandês decidiu vender a sua participação na Aer Lingus à IAG, a holding que detém a British Airways e a Iberia.


É claro que o governo irlandês não vai pagar à IAG para lhe ficar com a Aer Lingus, como eventualmente o governo português terá de fazer, porque para começar a Aer Lingus não tem o passivo da TAP nem está tecnicamente falida.

A Aer Lingus tem capitais próprios positivos de 660 milhões mais do que o buraco da TAP de 400 milhões and counting. Ou seja, em termos contabilísticos simplistas a Aer Lingus vale mais mil milhões do que a TAP. Em termos de resultados operacionais os 44 milhões da TAP comparam com os 72 milhões da Aer Lingus. Isto apesar da Aer Lingus transportar apenas 10 milhões de passageiros/ano com um staff de 4 mil contra 28 milhões da TAP com um staff de 11,5 mil. É claro que se metermos nos pratos da balança os mil pilotos da TAP, o seu sindicato e o seu consultor é o fim da conversa. (ver relatório de 2014 da Aer Lingus)

É por isso que o governo irlandês poderá arrecadar uns 1,4 mil milhões de euros vendendo a um consórcio que incorpora dois grandes operadores (British Airways e Iberia), enquanto o governo português se tem de contentar com os candidatos que apareceram (oremos para que seja adjudicado à Azul, porque quanto ao Sr. Efromovich estamos conversados).

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