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03/05/2015

De boas intenções está o inferno cheio (30) – A religião é a política por outros meios? (III)

Uma espécie de continuação daqui.

Recordando: instintivamente, desconfiei do Papa Francisco. Tive e tenho dúvidas que seja um bom papa para a Igreja e tenho dúvidas de que seja um bom papa para o mundo. É o estilo e a substância. Cheira-me a teologia da libertação. E não só a mim cheira – vejam-se os narizes sensíveis da esquerdalhada, sempre excitadíssima en masse com qualquer trivialidade de Francisco.

Quase todas as semanas poderia voltar a escrever o parágrafo anterior face à abundância das declarações de Francisco a propósito de tudo e de nada. Apenas como mais um exemplo, leiam-se as suas declarações sobre a desigualdade de salário entre géneros (isto é sexo, já que não estamos a comparar os salários do Homo sapiens com os do Pan troglodytes) onde produz uma combinação de catequese com lugares-comuns, votos piedosos e disparates.

De caminho, Francisco tapa o sol com uma peneira, faz um exercício de sociologia de causas e classifica como «machismo» pensar que a crise do casamento está relacionada com «a emancipação da mulher» - como se fizesse sentido negar uma óbvia correlação histórica (quanto à causação, isso são contas de outro rosário) entre «a emancipação da mulher», a crise do casamento e, claro, a queda brutal da natalidade.

4 comentários:

Unknown disse...

Os numeros indicam que o papa Francisco é um espectaculo; tanto nas presenças em comicios, nas visitas ao vaticano, as referencias as suas declarações por todos os meios mundiais, catolicos ou não catolicos.
Este papa cada tiro cada lebre.
Até eu que não tenho religiao acho que este até merece uma atenção ao que diz.

Anónimo disse...

Na Igreja Católica, a Congregação para a Doutrina da Fé publicou dois documentos sobre esta teologia: Libertatis nuntius (“Instrução sobre alguns aspectos da Teologia da Libertação”) em 1984, e Libertatis Conscientia em 1986. Os documentos, defendem a importância do compromisso radical para com os pobres, porém considera a teologia da libertação herética por fazer uma releitura marxista e de outras ideologias políticas da religião, sendo incompatível com a doutrina católica. Os Papas João Paulo II e Bento XVI também a repudiaram. Pontos fortes na condenação católica são a defesa do ideário comunista e pelo aberto apoio dado a regimes totalitários (Cuba, Venezuela, Coreia do Norte, p.ex)

A posição do Vaticano sobre a Teologia da Libertação mudou sensivelmente desde a eleição do Papa Francisco. Ele formou-se na Argentina na “Teologia do Povo”. Pouco depois de assumir o cargo, Francisco recebeu a 11 de Setembro de 2013 o padre Gustavo Gutiérrez, num gesto visto por observadores como “um passo para a reabilitação total da Teologia da Libertação”. Em 2004, o cardeal Gerhard Ludwig Müller e Gustavo Gutiérrez publicaram um livro na Alemanha, “Pobres e para os Pobres”.
Gerhard Müller foi nomeado em 2012 como Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé. Em 2014, o livro foi reimpresso em italiano com prólogo do próprio Francisco, abrindo o caminho para o que alguns especialistas consideram como uma “Teologia da Libertação normalizada”, o que agora causa uma atenção considerável.

abraço

Anónimo disse...

O Papa não é inteligente. É esperto. Atributos antagónicos na espécie humana.
Vai pelo caminho político em vez de ir pelo de Cristo.
É um populista. Claro que tem jornalismos de causas com fartura, coisa que os seus antecessores não tiveram.
Seguir Cristo pela leitura é canja. Segui-Lo pelos actos é estremamente difícil.

o abraço

Anónimo disse...

Já me esquecia sobre a "igualdade de sexos". Mais populismo.
Não há igualdade de sexo em nenhum ser complexo. Nem mesmo caracóis e lesmas; quando mudam de funções, mudam de sexo.
Se a mulher for igual ao homem quem é que emprenha? Sem ser pelos ouvidos...
Não me venham com estórias tipo «Admirável mundo novo» ou «1984».
A fêmea tem funções que o macho não tem, e vice-versa.

Mais um abraço