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04/02/2015

Mitos (186) – A crise agravou as desigualdades, teve efeitos mais graves em Portugal e os pobres foram os mais afectados e entre eles os idosos (II)

Este é um dos mitos que mais faz salivar de excitação o jornalismo de causas e a comentadoria engagé. Já neste post tratei da coisa com algum detalhe. Vou agora acrescentar apenas duas trivialidades.

A primeira refere-se a uma constatação de Manuel Lemos que, certamente com grande escândalo daquelas corporações, garante que «em Portugal, só passa fome quem quer». Como presidente da União das Misericórdias, deve conhecer melhor o assunto do que qualquer jornalista de meia tijela.

A segunda é a confusão recorrente em que incorre a maioria das referidas corporações – e, mais do que elas, resmas de luminárias – é medir a pobreza em termos relativos, confundindo-a com desigualdade, o que as conduz a concluir que a pobreza aumenta mesmo quando os mais pobres têm o mesmo ou mais rendimento, apenas porque há mais gente com menos do que os tais x por cento do rendimento mediano. Ou, ainda mais ridiculamente, as pode fazer chegar à conclusão que a pobreza é maior em Portugal do que em Cuba ou na Coreia do Norte.

1 comentário:

Unknown disse...

Na URSS eram proibidos filmes americanos, porque os pobres de lá tinham carros, e a classe média na URSS não os tinha!

Tal como cá muitos pobres e ou necessitados tem carro, se fosse dado a conhecer isso na Coreia do Norte, achavam que Portugal era um país riquissimo, (atenção que não estou a dizer que não deviam ter!, até acho que deviam ter dois!)

O que me revolta é a ignorância que se vê escrita, o insulto a uma pessoa que lida com a pobreza tem que ouvir, porque alguém se sente no direito e conhecimento de decidir o que pobreza, sem nunca ter trabalhado com ela, e mais, acham que não tiveram nada a ver com essa Pobreza.

Mas tiveram, pois todas as politicas permanentes de apoio social, resultam sempre na continuação da pobreza, e neste momento Portugal é um perpetuador da pobreza por medidas de apoio social que diminuem o individuo.

Mas o que não se entende em Portugal, é que quem ganha com os dinheiros dados aos pobres são sempre os interesses instalados.

Os pobres irão gastar todo o dinheiro disponível pois será sempre pouco. Mesmo os que trabalham e recebem Habitação social, nunca vão exigir um salário superior, as empresas tem uma mão de obra barata suportada pela classe média via impostos, que sustentam o estado social.

Ou seja as pessoas que reclamam que há pobreza são na sua maior parte defensores do estado social e perpetuadores da pobreza.