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27/02/2015

CAMINHO PARA A INSOLVÊNCIA: De como o melhor que pode acontecer ao paraíso prometido aos gregos pelo Syriza é ser um purgatório (IX) – o ministro das Finanças Gregas não tem perdão

Outros purgatórios a caminho dos infernos.

Como que a provar, uma vez mais, que se as coisas correm mal nada impede que possam correr pior, assim como quando se fazem asneiras não se aprende necessariamente com elas e pode-se sempre fazer outras, Yanis Varoufakis, o ministro das Finanças Gregas (não, não é um lapso), voltou a cantar a mesma canção do perdão da dívida que já não constava do lista que ele próprio assinou, irritando Wolfgang Schäuble, o ministro alemão das Finanças, numa altura em que estava a tentar persuadir dos deputados do seu próprio partido a votarem o prolongamento do programa da Grécia.

Por falar em perdão da dívida, não está demonstrado que a Grécia não possa pagar a sua dívida (ver por exemplo o artigo do WSL «Greece Can Pay Its Debts in Full, but It Won’t»), o que parece indiscutível é que este governo fará tudo para não a pagar e não é muito provável que os gregos consigam vir a ter, não apenas um governo, uma sequência de governos nas próximas décadas capacitados para o fazer - ver diagrama.

Fonte: WSL
Se o governo grego está cada vez mais desacreditado nas «instituições» europeias, também as famílias e as empresas não parecem ter grandes expectativas. Em Janeiro foram levantados 12,5 mil milhões de euros dos quais mais de 70% por particulares.

Entretanto, o governo Tsipras-Anel começa a provar do seu próprio veneno nas ruas. A manifestação de ontem foi provavelmente apenas um primeiro ensaio por parte de alguns dos grupúsculos que compõem o saco de gatos do Syriza.

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