Our Self: Um blogue desalinhado, desconforme, herético e heterodoxo. Em suma, fora do baralho e (im)pertinente.
Lema: A verdade é como o azeite, precisa de um pouco de vinagre.
Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
The Second Coming: «The best lack all conviction, while the worst; Are full of passionate intensity» (W. B. Yeats)

08/09/2011

CASE STUDY: À primeira vista e à segunda vista

Já ouvi criticar a aplicação do Fundo de Compensação de Trabalho e da redução das indemnizações por despedimento de 30 para 20 dias por ano apenas aos novos contratos como mais uma manifestação dos famigerados direitos adquiridos (*). À primeira vista pareceria ser isso, se o propósito principal fosse facilitar os despedimentos.

À segunda vista, talvez não. Se o propósito principal for, como deve, aumentar o emprego total, reduzindo o risco do empresário e facilitando a criação de novos empregos estáveis, de nada serviria facilitar o despedimento de quem tem emprego. Fazê-lo seria trabalhar para as estatísticas, como o fizeram os governos de Sócrates, chegando à desvergonha de reinterpretar o seu programa transformando «recuperar postos de trabalho perdidos» em «postos de trabalho criados» e concluindo ter sido um sucesso criar uns milhares de postos de trabalho enquanto o desemprego aumentava em centenas de milhar.

(*) Assim definidos no Glossário: direitos que os seus detentores pretendem manter, essencialmente à custa dos que os não podem adquirir, por já terem sido adquiridos. Pertencem à categoria das chamadas conquistas de Abril e são as nossas vacas sagradas.

Sem comentários: