Recapitulação da saga do aeroporto que só
Ao princípio era o verbo do Eng. José Sócrates: mais de um milhão de passageiros até 2015 e o investimento seria recuperado nos 10 anos seguintes. Era o multiplicador socialista a funcionar de acordo com o estudo «Plano Regional de Inovação do Alentejo» da autoria de Augusto Mateus – um ex-ministro socialista da Economia do 1.º governo de Guterres que nos últimos tempos tem tentado sacudir a água do capote dos seus estudos «multiplicativos».
Hoje o aeroporto de Beja é o desastre que qualquer alma com um módico de realismo anteciparia: 1.200 passageiros este ano à razão de 4 por dia. Desastre que qualquer observador mesmo a muitas horas de voo, como o euobserver.com, percebeu perfeitamente e escreve uma notícia com título, onde só a interrogação está a mais, que dispensa o texto - «Beja airport: A runway to nowhere?» Isso não impede o presidente da câmara de Beja de continuar a delirar (veja-se a partir do minuto 2 este vídeo).
Actualização: A média diária desde 2011 é de seis passageiros e o aeroporto desde o dia 16 perdeu o único voo que ainda restava. Segundo um responsável do aeroporto, eis a nova fábula: «a prioridade em Beja são os voos de carga, bem como os executivos … outros voos comerciais irão aterrar em breve.» A fé nunca morre. O que falece é o dinheiro para a alimentar.