A rua árabe do dr. Soares é um largo pequenino |
Our Self: Um blogue desalinhado, desconforme, herético e heterodoxo. Em suma, fora do baralho e (im)pertinente.
Lema: A verdade é como o azeite, precisa de um pouco de vinagre.
Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
The Second Coming: «The best lack all conviction, while the worst; Are full of passionate intensity» (W. B. Yeats)
Lema: A verdade é como o azeite, precisa de um pouco de vinagre.
Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
The Second Coming: «The best lack all conviction, while the worst; Are full of passionate intensity» (W. B. Yeats)
30/11/2011
Multiplicador de protestos
A esta hora estão em frente ao parlamento umas poucas centenas de manifestantes arregimentados pela CGTP para protestarem contra o orçamento. Vão encher os telejornais e ao seu insignificante peso social será aplicado o multiplicador de protesto da esquerdalhada, potenciado pelo jornalismo de causas. O resultado final parecerá o levantamento do país contra as medidas de austeridade, rebéubéu pardais ao ninho. Enquanto isso, milhões de cidadãos verão nos telejornais as imagens devidamente enquadradas por câmaras-homens socialmente sensíveis e comentadas por repórteres socialmente empenhados, enquanto mastigam o jantar e se interrogam com os seus botões: o que é que estes gajos querem?
BREIGUINGUE NIUZ: agora é oficial – estamos sob a ditadura europeia
Não me vou repetir em relação à volubilidade do professor doutor Freitas do Amaral. Remeto apenas para um de vários posts onde abordei as consequências políticas dessa faceta da persona do insigne. Vou tão somente registar o alastramento dessa volubilidade ao domínio jurídico, facto até para mim, que já espero quase tudo, espantoso. Muito mais espantoso do que a sua eventual adesão ao Partido Comunista ou ao Bloco de Esquerda, algo bastante mais trivial.
Pensava, na minha ingenuidade, não sendo o Conselho Europeu eleito isso não transformava a União Europeia numa ditadura. Também pensava, não obstante o protagonismo do casal Merkosy, inconveniente e criador de entropia no processo decisório, continuarem a ser cumpridas as regras de decisão das instituições da União. Imaginava igualmente que o casal não substituiria as instâncias próprias, nomeadamente o Conselho Europeu e para as questões monetárias o Euro Grupo e o BCE, que decidem por unanimidade ou maioria qualificada. Admitia até serem os membros desses órgãos uns bananas e uns paus-mandados, mas nem mesmo assim via a União como uma ditadura.
Pensava, imaginava e admitia, mas mal. O insigne veio iluminar a minha ignorância. Afinal o «ser híbrido a que chamam ‘Merkozy' … é capaz de ser imperialismo, hegemonia, colonialismo, protectorado, mas o que temos é uma ditadura de dois chefes de estado ou de governo a mandar em dezenas de países». Compreendo e louvo esta fortíssima sensibilidade democrática e imagino o sofrimento do insigne no cumprimento do seu mandato como procurador à Câmara Corporativa - não o blogue com esse nome dos peões do socratismo, mas verdadeira e genuína Câmara criada pelo professor doutor Oliveira Salazar.
Pensava, na minha ingenuidade, não sendo o Conselho Europeu eleito isso não transformava a União Europeia numa ditadura. Também pensava, não obstante o protagonismo do casal Merkosy, inconveniente e criador de entropia no processo decisório, continuarem a ser cumpridas as regras de decisão das instituições da União. Imaginava igualmente que o casal não substituiria as instâncias próprias, nomeadamente o Conselho Europeu e para as questões monetárias o Euro Grupo e o BCE, que decidem por unanimidade ou maioria qualificada. Admitia até serem os membros desses órgãos uns bananas e uns paus-mandados, mas nem mesmo assim via a União como uma ditadura.
Pensava, imaginava e admitia, mas mal. O insigne veio iluminar a minha ignorância. Afinal o «ser híbrido a que chamam ‘Merkozy' … é capaz de ser imperialismo, hegemonia, colonialismo, protectorado, mas o que temos é uma ditadura de dois chefes de estado ou de governo a mandar em dezenas de países». Compreendo e louvo esta fortíssima sensibilidade democrática e imagino o sofrimento do insigne no cumprimento do seu mandato como procurador à Câmara Corporativa - não o blogue com esse nome dos peões do socratismo, mas verdadeira e genuína Câmara criada pelo professor doutor Oliveira Salazar.
29/11/2011
AVALIAÇÃO CONTÍNUA: Mário Soares parece ter encalhado no terceiro quartel do século passado
Secção Padre Anchieta
Depois de ter assinado um manifesto que apela à rua árabe em Portugal, parecendo confundir Cavaco Silva com Mubarak e o directório de generais seu sucessor, Mário Soares apela hoje numa entrevista no i a uma revolução na Europa se as coisas não mudarem, parecendo confundir a Europa com o Portugal salazarista.
Das duas vezes Soares esqueceu-se da intervenção do FMI pela sua mão para resolver a pesada herança da orgia do PREC e esqueceu-se do papel do partido que fundou - e do seu próprio papel, apadrinhando-o - na orgia despesista dos últimos 16 anos, cuja pesada herança requereu outra intervenção do FMI.
Tal como os índios da lenda do padre José Anchieta, também Soares na rapidez da caminhada deixou ficar a alma para trás e precisa de esperar por ela. Por isso, e também como prémio de carreira, leva cinco chateaubriands pela confusão entre causas e efeitos e quatro bourbons por não esquecer nada e aprender pouco.
Depois de ter assinado um manifesto que apela à rua árabe em Portugal, parecendo confundir Cavaco Silva com Mubarak e o directório de generais seu sucessor, Mário Soares apela hoje numa entrevista no i a uma revolução na Europa se as coisas não mudarem, parecendo confundir a Europa com o Portugal salazarista.
A rua do Dr. Soares |
Das duas vezes Soares esqueceu-se da intervenção do FMI pela sua mão para resolver a pesada herança da orgia do PREC e esqueceu-se do papel do partido que fundou - e do seu próprio papel, apadrinhando-o - na orgia despesista dos últimos 16 anos, cuja pesada herança requereu outra intervenção do FMI.
Tal como os índios da lenda do padre José Anchieta, também Soares na rapidez da caminhada deixou ficar a alma para trás e precisa de esperar por ela. Por isso, e também como prémio de carreira, leva cinco chateaubriands pela confusão entre causas e efeitos e quatro bourbons por não esquecer nada e aprender pouco.
TIROU-ME AS PALAVRAS DA BOCA: «Não há revoluções grátis»
«Na quinta-feira, a máquina sindical do PCP no sector público fez, com o brio do costume, mais uma das suas provas de vida. E a pergunta é simples: porque é que o doutor Carvalho da Silva, convencido como está da iniquidade da atual situação, não aproveitou para fazer "outro 25 de abril"? Os meios da CGTP não chegam para paralisar o país, mas chegariam provavelmente, com o auxílio dos "indignados", para paralisar o Governo. Carvalho da Silva podia, por exemplo, cercar São Bento, como em 1975, e confrontar o regime com o mesmo problema de ordem pública que, no Egito, faz tremer a tutela militar. Talvez não resultasse. Mas porque é que nem tenta? Por muitas razões, mas também por esta: não há dinheiro.
A quem pede "outro 25 de abril" - querendo de facto dizer outro PREC, que é uma coisa diferente - convém explicar por que motivo o "processo revolucionário" deixou uma memória de violência, mas não de miséria. Porque, durante a maior parte do tempo, houve dinheiro para gastar - o dinheiro poupado, acumulado, entesourado pelo Dr. Salazar. Portugal não tinha o petróleo da Venezuela, mas depois de duas décadas de crescimento económico num quadro de equilíbrio orçamental, dispunha, em relação à sua economia, das maiores reservas de ouro e de divisas do mundo. Em 1974, segundo Abel Mateus, davam para o país pagar 14 meses de importações. Eram o equivalente do petróleo, sem o qual, como está provado, o socialismo é apenas uma receita para a pobreza.
Salazar foi o mecenas póstumo do PREC. O seu pé de meia permitiu algo nunca visto até então: uma "transição para o socialismo" que coincidiu, apesar do inevitável colapso da economia, com uma orgia de consumo. Terá sido essa a grande originalidade da revolução portuguesa de 1974-1975. Mas no verão de 1975, quando o povo do Norte começou a sacudir o controlo comunista do Estado, já o dinheiro ia acabando. O primeiro discurso de austeridade em Portugal depois de 1974 foi feito por Vasco Gonçalves, em 26 de julho de 1975. O "companheiro Vasco" explicou então aos trabalhadores que tinham de se deixar dessa mania burguesa de ter carro ou frigorífico. Aproximava-se o momento das prateleiras vazias, típicas do socialismo soviético. Por isso, no outono de 1975, houve que apelar, pela primeira vez, à ajuda financeira da Europa comunitária. Os nossos futuros parceiros europeus disponibilizaram 200 milhões de dólares. Mas com uma condição: o estabelecimento de uma democracia pluralista em Portugal. O nosso regime democrático deve alguma coisa aos antepassados da atual troika.
Se houvesse dinheiro para uns meses de férias venezuelanas, como por obséquio de Salazar havia em 1974, talvez Carvalho da Silva se abalançasse a acampar no poder com os seus funcionários públicos e os seus indignados. Mas não há. No governo, dificilmente o presidente-camarada Carvalho da Silva escaparia à sorte do seu correligionário Raul Castro, que este ano teve de anunciar o despedimento de umas centenas de milhares de funcionários em Cuba. Não são só os almoços: também não há revoluções grátis.»
Rui Ramos, no Expresso de 26-11
[Dedicado ao tele-evangelista Francisco Louçã que pediu outro 25 de Abril e a Mário Soares que pede uma revolução com 3 décadas de atraso em relação à intervenção do FMI pela sua mão]
A quem pede "outro 25 de abril" - querendo de facto dizer outro PREC, que é uma coisa diferente - convém explicar por que motivo o "processo revolucionário" deixou uma memória de violência, mas não de miséria. Porque, durante a maior parte do tempo, houve dinheiro para gastar - o dinheiro poupado, acumulado, entesourado pelo Dr. Salazar. Portugal não tinha o petróleo da Venezuela, mas depois de duas décadas de crescimento económico num quadro de equilíbrio orçamental, dispunha, em relação à sua economia, das maiores reservas de ouro e de divisas do mundo. Em 1974, segundo Abel Mateus, davam para o país pagar 14 meses de importações. Eram o equivalente do petróleo, sem o qual, como está provado, o socialismo é apenas uma receita para a pobreza.
Salazar foi o mecenas póstumo do PREC. O seu pé de meia permitiu algo nunca visto até então: uma "transição para o socialismo" que coincidiu, apesar do inevitável colapso da economia, com uma orgia de consumo. Terá sido essa a grande originalidade da revolução portuguesa de 1974-1975. Mas no verão de 1975, quando o povo do Norte começou a sacudir o controlo comunista do Estado, já o dinheiro ia acabando. O primeiro discurso de austeridade em Portugal depois de 1974 foi feito por Vasco Gonçalves, em 26 de julho de 1975. O "companheiro Vasco" explicou então aos trabalhadores que tinham de se deixar dessa mania burguesa de ter carro ou frigorífico. Aproximava-se o momento das prateleiras vazias, típicas do socialismo soviético. Por isso, no outono de 1975, houve que apelar, pela primeira vez, à ajuda financeira da Europa comunitária. Os nossos futuros parceiros europeus disponibilizaram 200 milhões de dólares. Mas com uma condição: o estabelecimento de uma democracia pluralista em Portugal. O nosso regime democrático deve alguma coisa aos antepassados da atual troika.
Se houvesse dinheiro para uns meses de férias venezuelanas, como por obséquio de Salazar havia em 1974, talvez Carvalho da Silva se abalançasse a acampar no poder com os seus funcionários públicos e os seus indignados. Mas não há. No governo, dificilmente o presidente-camarada Carvalho da Silva escaparia à sorte do seu correligionário Raul Castro, que este ano teve de anunciar o despedimento de umas centenas de milhares de funcionários em Cuba. Não são só os almoços: também não há revoluções grátis.»
Rui Ramos, no Expresso de 26-11
[Dedicado ao tele-evangelista Francisco Louçã que pediu outro 25 de Abril e a Mário Soares que pede uma revolução com 3 décadas de atraso em relação à intervenção do FMI pela sua mão]
Continuando a falar no cavaquismo...
… ainda não vi em lado nenhum a «violência verbal incontida que jorra logo por todo o lado, quando aparece qualquer dissenso, qualquer objecção e dúvida» descrita por Pacheco Pereira. E se «o Presidente da República já provou desse cálice de fel» não deve ter sido por «qualquer objecção e dúvida». Pelo menos por estes lados, Cavaco Silva foi simplesmente confrontado com o contraste entre silêncio cúmplice durante 6 anos, face ao afundamento do país, e a verborreia opinativa em declarações falsamente espontâneas aos jornalistas e, ridículo dos ridículos, na sua prosa no Twitter, onde ensaia gorjeios e nos expõe os estados de alma, objecções e dúvidas que nunca teve durante o reinado de José Sócrates. Precisamente agora, quando se tomam algumas medidas, mesmo sem ideia estruturante e concepção de estado e sociedade, e está em marcha alguma coisa para emagrecer o monstro que ele próprio criou com desvelo. É agora assaltado por objecções e dúvidas? Tende piedade!
E tende piedade também, ao menos neste contexto de pré-falência, com tiradas de demagogia sonsa como «Passos Coelho retirou 25% do poder de compra a centenas de milhares de portugueses, que estão longe de ser mais do que remediados, na melhor das hipóteses, e não teve para com eles uma palavra sequer.» 25% do poder de compra? E eu a pensar de 2/14 do rendimento bruto eram menos de 15% e ainda menos do rendimento líquido. Remediados? Terá Pacheco Pereira noção do que seja um reformado remediado neste país, onde 4 em cada 5 reformados têm pensões inferiores a 600 euros e por isso não terão cortes na versão ontem aprovada no parlamento?
Se não for pedir muito, tende também piedade com a retórica, dirigida a atrasados mentais, do «quarteto maldito» dos «serventuários do poder».
E tende piedade também, ao menos neste contexto de pré-falência, com tiradas de demagogia sonsa como «Passos Coelho retirou 25% do poder de compra a centenas de milhares de portugueses, que estão longe de ser mais do que remediados, na melhor das hipóteses, e não teve para com eles uma palavra sequer.» 25% do poder de compra? E eu a pensar de 2/14 do rendimento bruto eram menos de 15% e ainda menos do rendimento líquido. Remediados? Terá Pacheco Pereira noção do que seja um reformado remediado neste país, onde 4 em cada 5 reformados têm pensões inferiores a 600 euros e por isso não terão cortes na versão ontem aprovada no parlamento?
Se não for pedir muito, tende também piedade com a retórica, dirigida a atrasados mentais, do «quarteto maldito» dos «serventuários do poder».
28/11/2011
A metalúrgica do regime afunda-se com ele (4)
(Continuação (1), (2) e (3))
Já foi contado nos posts anteriores a estória resumida da Martifer, uma das empresas amigas do regime durante o socratismo com vários favores prestados no activo e recebidos no passivo, foi-se afundando desde que entrou na bolsa em 2007, descendo de 10€ para pouco mais de 1€, apesar de levada ao colo pelo jornalismo promocional. Em 2007 foi comprada pela Mota-Engil, outra empresa do regime dirigida pelo ex-estradista Jorge Coelho.
Desde 2008 a Martifer só tem dado desgostos ao doutor Coelho. E continua, nos primeiros 9 meses contribuiu com um rombo de 13 milhões, não obstante estar a desfazer-se dos anéis ou dos dedos, não se sabe.
É a maldição do jornalismo promocional.
Já foi contado nos posts anteriores a estória resumida da Martifer, uma das empresas amigas do regime durante o socratismo com vários favores prestados no activo e recebidos no passivo, foi-se afundando desde que entrou na bolsa em 2007, descendo de 10€ para pouco mais de 1€, apesar de levada ao colo pelo jornalismo promocional. Em 2007 foi comprada pela Mota-Engil, outra empresa do regime dirigida pelo ex-estradista Jorge Coelho.
Desde 2008 a Martifer só tem dado desgostos ao doutor Coelho. E continua, nos primeiros 9 meses contribuiu com um rombo de 13 milhões, não obstante estar a desfazer-se dos anéis ou dos dedos, não se sabe.
É a maldição do jornalismo promocional.
Uma Europa a 3 velocidades? E porque não uma Europa a 27 velocidades?
Segundo alguns jornais alemães, o governo alemão, depois de ter experimentado o veneno da não conseguir colocar mais do que 40% da última emissão de obrigações, estará em conversações com o governo francês para apresentarem um projecto de alteração do pacto de estabilidade transformando-o em acordos bilaterais. No final, teríamos 3 grupos de países: os do núcleo duro do Euro (Alemanha, França, Holanda, Áustria, Finlândia, talvez Itália e algum outro país), os restantes dos 17 da Zona Euro e os 10 países fora da Zona Euro.
Será (ou seria?) uma Europa já não a duas velocidades, como quando surgiram os primeiros revezes com a aprovação do Tratado de Lisboa, mas a 3 velocidades. Pessoalmente prefiro uma Europa a 27 velocidades, resumida ao mercado comum ampliado com a liberdade de prestação de serviços e sem a PAC, ao acordo de Schengen, e pouco mais. As fantasias da «construção europeia», com ou sem moeda comum, impingida aos cidadãos pelos sacerdotes da religião europeia são perigosamente irrealizáveis ou irrealizavelmente perigosas, como demonstra a ameaça de colapso à primeira crise. Podemos optar pelo desmantelamento negociado e faseado, minimizando os danos, ou esperar pelo colapso estrondoso.
Será (ou seria?) uma Europa já não a duas velocidades, como quando surgiram os primeiros revezes com a aprovação do Tratado de Lisboa, mas a 3 velocidades. Pessoalmente prefiro uma Europa a 27 velocidades, resumida ao mercado comum ampliado com a liberdade de prestação de serviços e sem a PAC, ao acordo de Schengen, e pouco mais. As fantasias da «construção europeia», com ou sem moeda comum, impingida aos cidadãos pelos sacerdotes da religião europeia são perigosamente irrealizáveis ou irrealizavelmente perigosas, como demonstra a ameaça de colapso à primeira crise. Podemos optar pelo desmantelamento negociado e faseado, minimizando os danos, ou esperar pelo colapso estrondoso.
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antes isso que outra coisa,
Desfazendo ideias feitas,
Óropa
TIROU-ME AS PALAVRAS DA BOCA: «Poder político, brutalidade e poder económico»
«Desde pequeno ouço em família que a melhor maneira de evitar os totalitarismos é através da dispersão do poder. É não permitir a coincidência entre o poder político, o poder económico e o poder religioso.
O grande perigo no século XX não veio do liberalismo mas das ideologias 'de salvação', como o nazismo ou o comunismo, das doutrinas 'luminosas' que partem da conquista do Estado - e a partir daí submetem o capital económico e financeiro, nacionalizando a economia e nacionalizando os bancos, e proíbem os cultos religiosos.
Por isso estranho que pessoas que conhecem bem estas situações, como Manuel Alegre, Mário Soares ou o novo líder do PS, António José Seguro, falem constantemente da necessidade de ser o Estado a liderar, a vigiar, a controlar o poder económico.
É que a economia tem uma vantagem sobre o Estado: vive da realidade. Vive dos números. É objectiva. E o Estado pode viver de ideologias erradas, como tragicamente se viu no século passado.
Argumenta-se que os políticos são eleitos e que os funcionários que gerem o poder económico e financeiro são pessoas 'sem rosto', que não foram eleitas por ninguém.
Isso é verdade.
Mas é bom não esquecer que esses 'homens sem rosto' não caíram do céu. Dependem dos resultados que obtêm: se não apresentarem bons resultados, são substituídos. E a sua escolha para os cargos é muitas vezes mais difícil do que a dos políticos: estes são frequentemente eleitos pela sua imagem, ou por serem mais de direita ou mais de esquerda - enquanto os 'homens sem rosto' são escolhidos pelo currículo, pelos resultados que alcançaram, pelos seus sucessos e insucessos.
Todos sabemos que o capitalismo muitas vezes é cruel, impiedoso. Mas as grandes tragédias humanas foram praticadas pelo poder político, quando se arvorou em salvador.
Assim, todos devemos sentir-nos mais tranquilos quando o poder está disperso ¸quando o poder político faz o seu trabalho, quando o poder económico e financeiro tem liberdade para agir e quando o poder religioso tem liberdade de culto.»
Excerto de «Poder político, brutalidade e poder económico» e António José Saraiva no Sol de 25-11.
Desde que fundou o Sol, AJS tem vindo gradualmente a descontaminar-se da atmosfera estatizante do Expresso, e a caminhar para uma saudável desconfiança em relação ao Estado e às suas perversões. A isso talvez não seja estranha a tentativa de chantagem que lhe fizeram com o financiamento do SOL dependente da não publicação de material inconveniente para a cloaca socrática. Nessa altura AJS provou do veneno dos abusos de poder, possíveis pela ocupação do aparelho de estado por uma clique sem escrúpulos, apesar dos mecanismos formais da democracia funcionarem e de vivermos oficialmente num estado de direito.
O grande perigo no século XX não veio do liberalismo mas das ideologias 'de salvação', como o nazismo ou o comunismo, das doutrinas 'luminosas' que partem da conquista do Estado - e a partir daí submetem o capital económico e financeiro, nacionalizando a economia e nacionalizando os bancos, e proíbem os cultos religiosos.
Por isso estranho que pessoas que conhecem bem estas situações, como Manuel Alegre, Mário Soares ou o novo líder do PS, António José Seguro, falem constantemente da necessidade de ser o Estado a liderar, a vigiar, a controlar o poder económico.
É que a economia tem uma vantagem sobre o Estado: vive da realidade. Vive dos números. É objectiva. E o Estado pode viver de ideologias erradas, como tragicamente se viu no século passado.
Argumenta-se que os políticos são eleitos e que os funcionários que gerem o poder económico e financeiro são pessoas 'sem rosto', que não foram eleitas por ninguém.
Isso é verdade.
Mas é bom não esquecer que esses 'homens sem rosto' não caíram do céu. Dependem dos resultados que obtêm: se não apresentarem bons resultados, são substituídos. E a sua escolha para os cargos é muitas vezes mais difícil do que a dos políticos: estes são frequentemente eleitos pela sua imagem, ou por serem mais de direita ou mais de esquerda - enquanto os 'homens sem rosto' são escolhidos pelo currículo, pelos resultados que alcançaram, pelos seus sucessos e insucessos.
Todos sabemos que o capitalismo muitas vezes é cruel, impiedoso. Mas as grandes tragédias humanas foram praticadas pelo poder político, quando se arvorou em salvador.
Assim, todos devemos sentir-nos mais tranquilos quando o poder está disperso ¸quando o poder político faz o seu trabalho, quando o poder económico e financeiro tem liberdade para agir e quando o poder religioso tem liberdade de culto.»
Excerto de «Poder político, brutalidade e poder económico» e António José Saraiva no Sol de 25-11.
Desde que fundou o Sol, AJS tem vindo gradualmente a descontaminar-se da atmosfera estatizante do Expresso, e a caminhar para uma saudável desconfiança em relação ao Estado e às suas perversões. A isso talvez não seja estranha a tentativa de chantagem que lhe fizeram com o financiamento do SOL dependente da não publicação de material inconveniente para a cloaca socrática. Nessa altura AJS provou do veneno dos abusos de poder, possíveis pela ocupação do aparelho de estado por uma clique sem escrúpulos, apesar dos mecanismos formais da democracia funcionarem e de vivermos oficialmente num estado de direito.
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Desfazendo ideias feitas,
eu diria mesmo mais
27/11/2011
DIÁRIO DE BORDO: «PS pergunta a Passos se emigração é solução para jovens desempregados»
A esta pergunta manhosa eu responderia sim, sem a menor dúvida. É solução para jovens, desempregados ou não, e para jovens ou não. É a solução adoptada desde o século XV pelos portugueses pobres e aventureiros, ou simplesmente aventureiros, para escapar à fatalidade das elites merdosas que nos têm governado, nos têm carregado de impostos, nos têm impingido as suas obras subsidiadas, nos têm vendido os seus produtos de má qualidade e na sua maioria têm vivido penduradas no Estado.
Para mencionar só a minha parentela, e haverá muitas outras assim, em 4 gerações existem ou existiram uma dezena de emigrados em meia dúzia de países de 3 continentes. Eu próprio já trabalhei em Portugal e fora para ou com mais de uma dezena de empresas originárias de mais de meia dúzia de países diferentes. Portanto, sim. A emigração é solução para jovens desempregados e emigrar é uma solução melhor e mais digna do que inscrever-se nas juventudes (socialistas ou outras) para fazer carreira à boleia do estado sucial e às custas dos contribuintes.
Para mencionar só a minha parentela, e haverá muitas outras assim, em 4 gerações existem ou existiram uma dezena de emigrados em meia dúzia de países de 3 continentes. Eu próprio já trabalhei em Portugal e fora para ou com mais de uma dezena de empresas originárias de mais de meia dúzia de países diferentes. Portanto, sim. A emigração é solução para jovens desempregados e emigrar é uma solução melhor e mais digna do que inscrever-se nas juventudes (socialistas ou outras) para fazer carreira à boleia do estado sucial e às custas dos contribuintes.
Por falar no cavaquismo e ...
… nos seus paus na engrenagem é inevitável pensar na oposição interna mais interessada em trinados e gorjeios demonstrando «independência de espírito» do que noutra coisa, lamentando como Pacheco Pereira a falta de «uma ideia estruturante … ou sequer uma concepção do estado e da sociedade», como se «ideias estruturantes» e «concepções do estado» fossem coisas que nos tivessem faltado durante 50 anos de estado corporativo e 35 anos de estado social. E lamentando porque «não estamos a “mudar” nada», talvez porque só quisesse mudar o indispensável para ressuscitar o cavaquismo da naftalina.
¿Por qué no te callas y los dejas trabajar?
Repetindo-me, uma vez mais, a quem ficou calado durante 6 anos, assistindo silencioso à ruína do país pela mão de José Sócrates, é difícil de aguentar sem reacção a verborreia dos últimos meses. E como se não fosse suficiente, à verborreia acrescentou o veto de gaveta ruminando com todos os vagares diplomas com medidas legislativas exigidas pela troika retidos para promulgação. Lembrar-se-á a criatura do «deixem-nos trabalhar» e das inúmeras velhacarias do doutor Soares quando estava no governo?
Os últimos meses confirmam o juízo que faço de Cavaco Silva como um homem prepotente quando julga ter as costas quentes, como agora com o PSD no poder dando um púlpito à tralha cavaquista. Como um político calculista, mais preocupado com o seu rodapé de página na história do que com o país. E como um homem com grande falta de coragem quanto tem que enfrentar seja uma aula de alunos contestatários durante o PREC, seja o animal feroz Sócrates e os seus cães-de-fila, e nestas circunstâncias mete o rabinho entre as pernas e ensaia a vitimização.
Os últimos meses confirmam o juízo que faço de Cavaco Silva como um homem prepotente quando julga ter as costas quentes, como agora com o PSD no poder dando um púlpito à tralha cavaquista. Como um político calculista, mais preocupado com o seu rodapé de página na história do que com o país. E como um homem com grande falta de coragem quanto tem que enfrentar seja uma aula de alunos contestatários durante o PREC, seja o animal feroz Sócrates e os seus cães-de-fila, e nestas circunstâncias mete o rabinho entre as pernas e ensaia a vitimização.
26/11/2011
ESTÓRIA E MORAL: Better dead than red
Estória
Enquanto na Europa ocidental a esquerdalhada nos anos 80 gritava «better red than dead» nas manifs de protesto contra a instalação dos mísseis Pershing na RFA, a primeira linha de defesa contra o império soviético, os súbditos do império escapuliam do paraíso socialista por todos os buracos do muro e, sempre que uma delegação artística ou desportiva do império visitava o mundo livre, regressava com menos um ou vários dos seus membros.
Decorridos 30 anos, já ninguém tem lata para gritar «better red than dead» e os que então o faziam esqueceram-se e os seus filhos políticos gritam agora outros gritos. Quem não esqueceu esses anos são os povos que os viveram debaixo do jugo soviético.
Por isso, se não surpreende ainda hoje nos EU se inaugurarem estátuas de Ronand Reagan, 7 anos depois da sua morte, assim como também não espanta outras serem vandalizadas, não fora aquela memória dos povos do império soviético não se compreenderia terem sido inauguradas nos últimos dias estátuas na Polónia por Lech Walesa e na Georgia por Mikheil Saakashvili. Compreende-se porque Reagan foi um dos que mais contribuiu para tear down that wall.
Moral
Better dead than red, o grito silencioso dos que tentavam escapar do paraíso soviético, enfrentando o risco de serem assassinados durante a fuga.
Enquanto na Europa ocidental a esquerdalhada nos anos 80 gritava «better red than dead» nas manifs de protesto contra a instalação dos mísseis Pershing na RFA, a primeira linha de defesa contra o império soviético, os súbditos do império escapuliam do paraíso socialista por todos os buracos do muro e, sempre que uma delegação artística ou desportiva do império visitava o mundo livre, regressava com menos um ou vários dos seus membros.
Decorridos 30 anos, já ninguém tem lata para gritar «better red than dead» e os que então o faziam esqueceram-se e os seus filhos políticos gritam agora outros gritos. Quem não esqueceu esses anos são os povos que os viveram debaixo do jugo soviético.
Por isso, se não surpreende ainda hoje nos EU se inaugurarem estátuas de Ronand Reagan, 7 anos depois da sua morte, assim como também não espanta outras serem vandalizadas, não fora aquela memória dos povos do império soviético não se compreenderia terem sido inauguradas nos últimos dias estátuas na Polónia por Lech Walesa e na Georgia por Mikheil Saakashvili. Compreende-se porque Reagan foi um dos que mais contribuiu para tear down that wall.
Os polacos não esqueceram |
Moral
Better dead than red, o grito silencioso dos que tentavam escapar do paraíso soviético, enfrentando o risco de serem assassinados durante a fuga.
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a memória dos povos é curta,
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ARTIGO DEFUNTO: O jornalismo de causas tenta passar no teste de matemática elementar?
Não fiz as contas e não sei se Portugal irá pagar 34,4 mil milhões de euros de juros ao FMI/BCE/FEEF. O que sei é que os termos destes empréstimos são consideravelmente mais favoráveis do que os disponíveis nos mercados de dívida pública – se eles estivessem disponíveis para nos emprestar nos montantes e com as maturidades de que precisamos. Este «se» é evidentemente retórico porque toda a gente tem obrigação de saber nesta altura que não estão disponíveis.
Se Portugal pagar juros de 34,4 mil milhões de euros, é em resultado das taxas e dos montantes negociados há meses e publicamente conhecidos. Assim, quando se vêem plantados nos mídia títulos como «Portugal vai pagar €34.400 milhões de juros à troika» como se isto fosse uma notícia, isso só pode significar duas coisas:
Alguns exemplos do «Portugal vai pagar €34.400 milhões de juros à troika»: Lusa, Público, Expresso, Correio da Manhã, Rádio Renascença, TSF, A Bola, Visão, RTP.
Se Portugal pagar juros de 34,4 mil milhões de euros, é em resultado das taxas e dos montantes negociados há meses e publicamente conhecidos. Assim, quando se vêem plantados nos mídia títulos como «Portugal vai pagar €34.400 milhões de juros à troika» como se isto fosse uma notícia, isso só pode significar duas coisas:
- O jornalismo de causas está a tentar demonstrar que sabe fazer contas;
- O jornalismo de causas escreveu esse título porque não tem coragem de assumir a alucinação da esquerdalhada e escrever «os juros cobrados são usura» (bloquistas) ou «a ajuda da "troika" é um negócio» (comunistas).
Alguns exemplos do «Portugal vai pagar €34.400 milhões de juros à troika»: Lusa, Público, Expresso, Correio da Manhã, Rádio Renascença, TSF, A Bola, Visão, RTP.
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25/11/2011
Estará o eleitorado a sair da adolescência?
Não sei qual o grau de fiabilidade do barómetro da Marktest, mas, depois das medidas inevitavelmente impopulares já tomadas por este governo, depois das manobras do cavaquismo a trabalhar para o seu mentor ficar num rodapé da estória como o amigo do povo, depois do PS ter arruinado o país e continuar a propor agora medidas mistificadoras, se o barómetro valer alguma coisa, poderá a subida para 45,4% do principal partido da coligação significar alguma maturidade do eleitorado?
Declaração de interesse: nada me liga ao PSD, em quem em 35 anos apenas votei 2 vezes. Se fizessem um partido à medida para as minhas preferências seria pouco parecido com este.
Declaração de interesse: nada me liga ao PSD, em quem em 35 anos apenas votei 2 vezes. Se fizessem um partido à medida para as minhas preferências seria pouco parecido com este.
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O ruído do silêncio da gente honrada no PS é ensurdecedor (48) – défice de memória, outra vez
Costa Pina, o ex-secretário de Estado do Tesouro de José Sócrates, declarou ontem na conferência da Ordem dos Economistas (na sua maioria macroeconomistas conexos) que o financiamento negociado com a troika é insuficiente e serão precisos mais entre 20 e 25 mil milhões de euros.
Para quem pertenceu a um governo que há 8 meses garantia não ser preciso ajuda, é muita falta de memória. E se ele próprio o declarou à Bloomberg, estão estamos perante um caso irremediável de falta de vergonha.
Enquanto o PS não se depurar desta gente não pode esperar a confiança dos eleitores.
Para quem pertenceu a um governo que há 8 meses garantia não ser preciso ajuda, é muita falta de memória. E se ele próprio o declarou à Bloomberg, estão estamos perante um caso irremediável de falta de vergonha.
Enquanto o PS não se depurar desta gente não pode esperar a confiança dos eleitores.
CASE STUDY: a Madeira como região de culto (7)
[Sequela de (1), (2), (3), (4), (5) e (6)]
«O executivo da Madeira prepara memorando para enviar às embaixadas dos países do euro enquanto retarda apresentação de plano de austeridade junto do Governo nacional.» (Público)
Será agora que o Bokassa das Ilhas vai finalmente declarar a independência? Bem-haja. Deixem-no. É preferível perdoar-lhe a dívida e soltar a amarra ao contenente deixando-o à deriva. Perdem-se uns 5,2 mil milhões da dívida (ou 7,3 mil milhões segundo o Tozé) mas é dinheiro bem gasto. Contem comigo – a minha parte de 520 euros (ou 730 milhões segundo o Tozé) vou tirá-la do que resta do subsídio de Natal.
«O executivo da Madeira prepara memorando para enviar às embaixadas dos países do euro enquanto retarda apresentação de plano de austeridade junto do Governo nacional.» (Público)
Será agora que o Bokassa das Ilhas vai finalmente declarar a independência? Bem-haja. Deixem-no. É preferível perdoar-lhe a dívida e soltar a amarra ao contenente deixando-o à deriva. Perdem-se uns 5,2 mil milhões da dívida (ou 7,3 mil milhões segundo o Tozé) mas é dinheiro bem gasto. Contem comigo – a minha parte de 520 euros (ou 730 milhões segundo o Tozé) vou tirá-la do que resta do subsídio de Natal.
24/11/2011
BREIQUINGUE NIUZ: Indignados atacam as suas fontes de rendimento?
«Duas repartições de Finanças em Lisboa, uma na zona de Alvalade e outra em Benfica, foram hoje vandalizadas com o lançamento de 'cocktails molotov'. Uma terceira repartição, na zona oriental de Lisboa, foi atingida por latas de tinta.» (Negócios)
Será a revolta dos sujeitos passivos? Não creio – estes pagam mansa e ordeiramente os seus tributos. Isto é coisa de sujeitos activos. Cheira-me a «indignados», pois é de «indignação» que se trata. Nesse caso, porquê atacar as máquinas de extorsão do Estado seu benfeitor? Se foi isso, é um tiro no pé indignado.
Será a revolta dos sujeitos passivos? Não creio – estes pagam mansa e ordeiramente os seus tributos. Isto é coisa de sujeitos activos. Cheira-me a «indignados», pois é de «indignação» que se trata. Nesse caso, porquê atacar as máquinas de extorsão do Estado seu benfeitor? Se foi isso, é um tiro no pé indignado.
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Mitos (59) - Há agências de rating nossas amigas
O amigo Jianzhong |
Uma das agências amigas é a chinesa Dagong, pelo menos amiga do banqueiro do regime o doutor Ricardo Salgado. Por uma grande coincidência, frequente num país aconchegado como o nosso, depois de uns desaguisados nos tempos em que Cristo desceu a terra e o Professor Doutor Marcelo Rebelo de Sousa era presidente do PSD, o professor tornou-se íntimo do doutor Salgado, com férias em comum (esta, parece conversa das revistas da socialite). Daí talvez o contágio da ciência financeira entre estas duas figuras do regime.
Pois a agência amiga Dagong hoje mesmo «daunegradou» a notação da dívida portuguesa de BBB+ para BB+, com outlook negativo. Por coincidência (mas não há coincidências segundo as teorias da conspiração), a agência hostil Fitch baixou também hoje a notação de BBB- para BB+. Por falar em Fitch, recorde-se que esta agência americana afinal é 60% francesa.
Com agências amigas como a Dagong não precisaremos de agências inimigas como a Fitch.
Exemplos do costume (8) – a Síria, esse campeão dos direitos humanos
A Síria ao ser admitida no comité dos direitos humanos da UNESCO, junta-se aos outros campeões que as Nações Unidas fazem questão de promover, como recentemente a
Líbia e muitos outros campeões de todos os continentes, cumprindo uma antiga tradição.
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DIÁRIO DE BORDO: Dicionário de sindicalês (corrigido)
Greve geral: uma greve sectorial nas empresas públicas de transportes das regiões metropolitanas de Lisboa e Porto que a CGTP, por vezes em conúbio com a UGT, classifica como geral.
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Não invoques os demónios
Tele-evangelista perorando no seu púlpito |
O tele-evangelista Louçã diz querer um novo 25 de Abril. Recorde-se que o 25 de Abril destronou uma minoria que falava abusivamente em nome do povo. Quererá a criatura que o derrubemos do seu púlpito de onde nos insulta a inteligência?
23/11/2011
Títulos inspirados (5) – o pior, o melhor dos piores ou o pior dos melhores?
Os títulos:
Os factos: o FT posiciona Vítor Gaspar no 12.º lugar dos ministros das Finanças de 19 dos 27 países da UE. Esta posição resulta de 3 critérios dos quais só um depende directamente do ministro baseado nas avaliações por sete economistas de três atributos (conhecimento dos assuntos, impacto das suas opiniões no palco europeu e eficácia interna). Neste critério Vítor Gaspar foi considerado o 5º melhor ministro a seguir ao sueco, alemão, irlandês e o britânico.
Já agora compare-se com a mesma avaliação pelo FT de Teixeira dos Santos: em 2008 foi o pior dos 19 ministros das Finanças da Zona Euro, em 2009 foi o 15.º, ou seja o quinto pior, e em 2010 foi o 16.º, ou seja o 4.º pior. Veja-se também o tratamento do jornalismo de causas a essas classificações.
- Jornal de Negócios
- «Vítor Gaspar é o 12º melhor ministro das Finanças europeu»
- Diário de Notícias
- 1.ª versão: «Vítor Gaspar é o sétimo pior ministro das Finanças da UE»
- 2.ª versão: «Vítor Gaspar é o 12º na lista do Financial Times»
Os factos: o FT posiciona Vítor Gaspar no 12.º lugar dos ministros das Finanças de 19 dos 27 países da UE. Esta posição resulta de 3 critérios dos quais só um depende directamente do ministro baseado nas avaliações por sete economistas de três atributos (conhecimento dos assuntos, impacto das suas opiniões no palco europeu e eficácia interna). Neste critério Vítor Gaspar foi considerado o 5º melhor ministro a seguir ao sueco, alemão, irlandês e o britânico.
Já agora compare-se com a mesma avaliação pelo FT de Teixeira dos Santos: em 2008 foi o pior dos 19 ministros das Finanças da Zona Euro, em 2009 foi o 15.º, ou seja o quinto pior, e em 2010 foi o 16.º, ou seja o 4.º pior. Veja-se também o tratamento do jornalismo de causas a essas classificações.
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ESTÓRIA E MORAL: Esquerdismo senil
Estória
Era uma vez um Mário Soares. No PREC bateu-se contra a tropa golpista, a versão doméstica da ditadura do proletariado e os esquerdismos. Nos idos dos anos 80 defendeu a intervenção do FMI para salvar as finanças públicas da falência e viu as paredes do país borradas com o seu nome ao lado do FMI.
Agora assina um manifesto em conjunto com os últimos abencerragens do socialismo, refrescados com JS e bloquistas arrependidos. O manifesto propõe-se «combater a crise» com «a mobilização dos cidadãos de esquerda que se revêem na justiça social e no aprofundamento democrático» (isto é, uma minoria de menos de 1/3 dos cidadãos) e dá como exemplo a «rua árabe». O manifesto propõe um velho rumo a que chama «Um Novo Rumo» e apela à «participação política e cívica dos cidadãos... e... (à) construção de um novo paradigma».
Não se espere deste novo paradigma a ajuda para aumentar a produtividade, retomar o crescimento, tornar a economia competitiva, aumentar as exportações, pagar as dívidas, equilibrar as contas públicas e a balança de transacções correntes. Na verdade, nem mesmo para tratar da parte política da doença: responsabilizar os políticos pelas suas acções e perante os eleitos, diminuir a corrupção e o clientelismo. Tudo indica ser o novo paradigma parecido com o velho - o mesmo que nos trouxe até aqui, com a grande ajuda do doutor Soares .
Moral
A sabedoria não decorre necessariamente da idade. A única coisa que decorre necessariamente da idade são as artroses.
Era uma vez um Mário Soares. No PREC bateu-se contra a tropa golpista, a versão doméstica da ditadura do proletariado e os esquerdismos. Nos idos dos anos 80 defendeu a intervenção do FMI para salvar as finanças públicas da falência e viu as paredes do país borradas com o seu nome ao lado do FMI.
Agora assina um manifesto em conjunto com os últimos abencerragens do socialismo, refrescados com JS e bloquistas arrependidos. O manifesto propõe-se «combater a crise» com «a mobilização dos cidadãos de esquerda que se revêem na justiça social e no aprofundamento democrático» (isto é, uma minoria de menos de 1/3 dos cidadãos) e dá como exemplo a «rua árabe». O manifesto propõe um velho rumo a que chama «Um Novo Rumo» e apela à «participação política e cívica dos cidadãos... e... (à) construção de um novo paradigma».
Não se espere deste novo paradigma a ajuda para aumentar a produtividade, retomar o crescimento, tornar a economia competitiva, aumentar as exportações, pagar as dívidas, equilibrar as contas públicas e a balança de transacções correntes. Na verdade, nem mesmo para tratar da parte política da doença: responsabilizar os políticos pelas suas acções e perante os eleitos, diminuir a corrupção e o clientelismo. Tudo indica ser o novo paradigma parecido com o velho - o mesmo que nos trouxe até aqui, com a grande ajuda do doutor Soares .
Moral
A sabedoria não decorre necessariamente da idade. A única coisa que decorre necessariamente da idade são as artroses.
22/11/2011
DIÁRIO DE BORDO: Pensamento do dia
«Rendimentos passados não são garantia de rendimentos futuros», ocorreu-me a propósito do berço da democracia (e de muitas outras coisas) e do país que deu novos mundos ao mundo estarem hoje no estado em que estão.
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SERVIÇO PÚBLICO: Diferentes, mas iguais
Do ponto de vista da dívida total externa bruta - o indicador determinante para o risco de insolvência, não apenas do Estado mas do país - a situação de Portugal e da Grécia não podiam estar mais próximas. Apesar da dívida do Estado português ser significativamente menor, isso não ajuda muito porque o serviço (amortização + juros) total da dívida externa é da mesma ordem de grandeza. Assim, confirma-se ter a reestruturação da dívida pública portuguesa uma probabilidade elevada, como nós andamos a escrever há bastante tempo.
[Uma dica de JB]
Fonte: BBC - Eurozone debt web: Who owes what to whom? |
Do ponto de vista da dívida total externa bruta - o indicador determinante para o risco de insolvência, não apenas do Estado mas do país - a situação de Portugal e da Grécia não podiam estar mais próximas. Apesar da dívida do Estado português ser significativamente menor, isso não ajuda muito porque o serviço (amortização + juros) total da dívida externa é da mesma ordem de grandeza. Assim, confirma-se ter a reestruturação da dívida pública portuguesa uma probabilidade elevada, como nós andamos a escrever há bastante tempo.
[Uma dica de JB]
21/11/2011
Lost in translation (129) - «jurisprudência última» significa a constituição não serve de boia no oceano da falência
«Não acho aceitável do ponto de vista constitucional que haja esta redução [salarial]. Agora, diria que o Tribunal Constitucional, muito naturalmente, tendo em conta a jurisprudência última, iria entender no sentido da constitucionalidade», é esta a douta opinião do professor Pedro Romano Martinez.
Não deveria a «jurisprudência última» fazer o Tribunal Constitucional entender que «sociedade a caminho do socialismo» significa país a caminho da insolvência?
Não deveria a «jurisprudência última» fazer o Tribunal Constitucional entender que «sociedade a caminho do socialismo» significa país a caminho da insolvência?
Vivemos num estado policial? (2)
Não se sabe quantos polícias existem em Portugal. Talvez 46 mil, talvez 49 mil. Fora de dúvida é sermos um dos países mais policiados do mundo – talvez o quarto. Por muito que isso custe a acreditar ao cidadão ao percorrer as ruas das cidades e não encontrar um polícia – estão todos nas esquadras à esperar de dar umas murraças.
Podem ser muitos mas não são os suficientes. O ministro da Administração Interna anunciou o recrutamento de mais 1.100 polícias e militares da GNR o que nos deve fazer subir pelo menos um lugar no ranking. Depois admirem-se que eles precisem de acompanhamento psicológico.
Podem ser muitos mas não são os suficientes. O ministro da Administração Interna anunciou o recrutamento de mais 1.100 polícias e militares da GNR o que nos deve fazer subir pelo menos um lugar no ranking. Depois admirem-se que eles precisem de acompanhamento psicológico.
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20/11/2011
Deviam respeitar um período de nojo (7)
Silva Pereira, o lugar-tenente de José Sócrates, não se cala no seu afã de branquear o governo a que pertenceu. Não se cala e combinando o mais completo desaforo com uma grande ignorância repete as mesmas coisas: «a natureza sistémica da crise implica pôr de lado a versão simplista de que esta crise teria sido causada pela irresponsável indisciplina orçamental dos chamados países periféricos (conceito, aliás, em permanente evolução...) como se o comportamento das agências de ‘rating' não fosse anómalo...»
Como se a natureza sistémica da crise justificasse retroactivamente o endividamento pantagruélico de Portugal e o comportamento anómalo das agências de rating tivesse atingido os países com as finanças e a economia sólidos.
Percebe-se a sua preocupação pelo branqueamento do maior desemprego dos últimos 90 anos, da maior dívida pública dos últimos 160 anos, do mais baixo crescimento económico dos últimos 90 anos, da maior dívida externa dos últimos 120 anos, da mais baixa taxa de poupança dos últimos 50 anos e da segunda maior taxa de emigração dos últimos 160 anos. Não se percebe que ele não perceba ter de esperar alguns anos para a sua lengalenga entrar noutras meninges além das ressabiadas hostes do socratismo.
Como se a natureza sistémica da crise justificasse retroactivamente o endividamento pantagruélico de Portugal e o comportamento anómalo das agências de rating tivesse atingido os países com as finanças e a economia sólidos.
Percebe-se a sua preocupação pelo branqueamento do maior desemprego dos últimos 90 anos, da maior dívida pública dos últimos 160 anos, do mais baixo crescimento económico dos últimos 90 anos, da maior dívida externa dos últimos 120 anos, da mais baixa taxa de poupança dos últimos 50 anos e da segunda maior taxa de emigração dos últimos 160 anos. Não se percebe que ele não perceba ter de esperar alguns anos para a sua lengalenga entrar noutras meninges além das ressabiadas hostes do socratismo.
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incorrigível
Estamos a falar da mesma electridade?
«Os preços da electricidade em Portugal estão inferiores à média da União Europeia e ao preço referência que é Espanha, tanto no sector industrial como residencial», garantiu Pedro Neves Ferreira, director de planeamento energético da EDP.
«Em 2012, se fossem repercutidos todos os custos, as tarifas subiriam em média 27%. Para evitar este crescimento insustentável diferiram-se custos que vão elevar a dívida tarifária para cerca de 2.800 milhões de euros no final do próximo ano» disse Henrique Gomes, secretário de Estado da Energia. Apesar disso, «estes diferimentos não serão suficientes para impedir que Portugal, em 2012, fique em quarto lugar no ‘ranking' de preços do segmento doméstico mais elevados da Europa e, corrigida a paridade do poder de compra, o custo da electricidade no sector doméstico é já mesmo o mais elevado».
Estamos a falar da mesma electridade ou Grande Energizador António Mexia ainda não tem amigos no governo?
«Em 2012, se fossem repercutidos todos os custos, as tarifas subiriam em média 27%. Para evitar este crescimento insustentável diferiram-se custos que vão elevar a dívida tarifária para cerca de 2.800 milhões de euros no final do próximo ano» disse Henrique Gomes, secretário de Estado da Energia. Apesar disso, «estes diferimentos não serão suficientes para impedir que Portugal, em 2012, fique em quarto lugar no ‘ranking' de preços do segmento doméstico mais elevados da Europa e, corrigida a paridade do poder de compra, o custo da electricidade no sector doméstico é já mesmo o mais elevado».
Estamos a falar da mesma electridade ou Grande Energizador António Mexia ainda não tem amigos no governo?
DIÁRIO DE BORDO: Grande Auditório Gulbenkian, o Pequeno Met dos tesos (4)
Satyagraha, uma ópera minimalista de 3,5 horas a que se resiste, por vezes com prazer, com a ajuda de uma produção magnífica |
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19/11/2011
SERVIÇO PÚBLICO: BCE, um exército derrotado na guerra do euro (2)
Já aqui o escrevi, a estratégia de combate à crise do euro está meio-certa ou meio-errada, dependendo das perspectivas. Ou seja, está a meio caminho para sítio nenhum. Inspirada na ortodoxia germânica fundada nos traumas dos anos 30, tem subjacente a doutrina da racionalidade absoluta dos mercados, ignorando a evidência de nos momentos de pânico os mercados reagirem irracionalmente, como as multidões - e as manadas.
Drowning the euro in dogma
«German orthodoxy ignores the possibility that rising bond yields are being driven by a self-fulfilling panic in financial markets. Investors who once regarded Italian bonds as a safe asset now worry about everything from the integrity of the credit-default-swap market to a possible break-up of the single currency. The result is a stampede for the exit, which cannot be stopped by Italian policy reforms alone. So by adding to the pressure on the governments of countries in crisis, the Germans and their allies succeed in forcing reform, but at the cost of making it far harder to rescue the euro.
Emerging economies which borrow in a foreign currency have long been vulnerable to these kinds of self-fulfilling crises of confidence. As the pool of euro assets deemed “safe” dwindles, more countries may face such runs. Judging by this week’s leap in yields, France looks to be next in line. The big difference, however, is that average emerging-market debt is less than 40% of GDP. Italy’s debt ratio is more than three times higher; France’s twice as high.
The euro zone’s most recent plan—to amplify the existing rescue fund with financial engineering and money from China—has failed miserably. That leaves two alternatives. Either Europe’s governments will have to assume explicitly some joint liability for each other’s debts. Or they will have to do so implicitly, by allowing the ECB to counter a panic with purchases of government bonds: in effect, letting it act as a lender of last resort. The danger lies in eschewing both options.
Each route has risks, but both are exaggerated by the German dogma. With demand weak and the fiscal vice tightening, it is hard to see an imminent danger of inflation. In theory, if joint liability was designed properly, errant countries would be stopped from going on a bender at other Europeans’ expense. But such rules are hard to craft, and Europe’s governments move slowly. For the foreseeable future, the ECB is the only institution that can staunch market panic quickly. The ECB could still keep pressure on the likes of Italy, and prevent them from backsliding on reform, by making sure that its support was at a sufficiently punitive interest rate.
Technically, there are ways around German opposition. Mr Weidmann, for instance, could be outvoted at the ECB. But, in practice, any solution must be blessed in Berlin. That is why Mrs Merkel must make the case for greater pragmatism. Otherwise Teutonic rigidity will wreck the European project.»
[The German problema, Economist 19-11]
Drowning the euro in dogma
«German orthodoxy ignores the possibility that rising bond yields are being driven by a self-fulfilling panic in financial markets. Investors who once regarded Italian bonds as a safe asset now worry about everything from the integrity of the credit-default-swap market to a possible break-up of the single currency. The result is a stampede for the exit, which cannot be stopped by Italian policy reforms alone. So by adding to the pressure on the governments of countries in crisis, the Germans and their allies succeed in forcing reform, but at the cost of making it far harder to rescue the euro.
Emerging economies which borrow in a foreign currency have long been vulnerable to these kinds of self-fulfilling crises of confidence. As the pool of euro assets deemed “safe” dwindles, more countries may face such runs. Judging by this week’s leap in yields, France looks to be next in line. The big difference, however, is that average emerging-market debt is less than 40% of GDP. Italy’s debt ratio is more than three times higher; France’s twice as high.
The euro zone’s most recent plan—to amplify the existing rescue fund with financial engineering and money from China—has failed miserably. That leaves two alternatives. Either Europe’s governments will have to assume explicitly some joint liability for each other’s debts. Or they will have to do so implicitly, by allowing the ECB to counter a panic with purchases of government bonds: in effect, letting it act as a lender of last resort. The danger lies in eschewing both options.
Each route has risks, but both are exaggerated by the German dogma. With demand weak and the fiscal vice tightening, it is hard to see an imminent danger of inflation. In theory, if joint liability was designed properly, errant countries would be stopped from going on a bender at other Europeans’ expense. But such rules are hard to craft, and Europe’s governments move slowly. For the foreseeable future, the ECB is the only institution that can staunch market panic quickly. The ECB could still keep pressure on the likes of Italy, and prevent them from backsliding on reform, by making sure that its support was at a sufficiently punitive interest rate.
Technically, there are ways around German opposition. Mr Weidmann, for instance, could be outvoted at the ECB. But, in practice, any solution must be blessed in Berlin. That is why Mrs Merkel must make the case for greater pragmatism. Otherwise Teutonic rigidity will wreck the European project.»
[The German problema, Economist 19-11]
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18/11/2011
SERVIÇO PÚBLICO: Dêem-nos a massa e deixem a coisa por nossa conta
Tenho ouvido e lido comentários acusando Passos Coelho de ter mentido em relação à recapitalização dos bancos ao garantir que o governo não interferiria na sua gestão. Em primeiro lugar, o que disse PPC? Segundo a Agência Financeira disse o seguinte:
O Estado «será um accionista passivo. … Isso não quer dizer que não transporte algumas recomendações, como a não distribuição de dividendos, porque se o banco precisa do dinheiro público, não faz sentido. … O Estado não tenciona envolver-se na gestão dos bancos, não quer nacionalizá-los nem ser dono dos bancos. Logo que possível, a intenção do Estado é permitir que os accionistas originais retomem a propriedade total das instituições».
Tentando ver por detrás do nevoeiro mediático e do paleio dos banqueiros, respigo do texto da proposta de lei em discussão as partes mais importantes em relação a este tema.
Artigo 4.º
8 - Independentemente da participação que adquira nos termos das alíneas a) e b) do n.º 2, e sem prejuízo do disposto no número seguinte e no artigo 16.º-A, o Estado só pode exercer os seus direitos de voto em deliberações que respeitem à alteração do contrato de sociedade, fusão, cisão, transformação, dissolução, ou outros assuntos para os quais a lei ou os estatutos exijam maioria qualificada.
9 - Quando a participação que o Estado adquira nos termos das alíneas a) e b) do n.º 2 ultrapasse um limiar a definir por portaria do membro do Governo responsável pela área das finanças, tendo em conta as regras e orientações comunitárias em matéria de auxílios de Estado, pode o Estado exercer os direitos de voto inerentes à participação detida na medida em que exceda o referido limiar 1 - Os direitos de voto adquiridos pelo Estado no âmbito da presente lei não são considerados para efeito do dever de lançamento de oferta pública geral de aquisição.
Artigo 16.º
1 - Se o desinvestimento público não ocorrer no prazo de três anos, ou, a todo o tempo, em caso de incumprimento do plano de recapitalização:
a) o Estado pode exercer a totalidade dos direitos de voto correspondentes à participação social que detenha na instituição;
b) o Estado pode nomear ou reforçar o número de membros dos órgãos de administração e fiscalização da instituição de crédito que o representam, de forma a assegurar representatividade nos órgãos sociais da instituição na proporção correspondente à percentagem dos direitos de voto detidos na instituição;
Como se pode confirmar, só está prevista a interferência na gestão corrente se o Estado continuar a participar no capital depois de 3 anos (há uma proposta do BdeP para aumentar para 5 anos). Durante este período, o Estado só interfere nas questões estruturais, por assim dizer.
Independentemente do período, cuja suficiência para endireitar as coisas é de facto discutível, pergunta-se: se o Estado vai usar o dinheiro dos contribuintes para salvar o pescoço dos banqueiros, poderia ser de outra maneira? Poderia o governo deixar os banqueiros à solta a usar o nosso dinheiro como lhes conviesse? Convém não esquecer que o dinheiro não é da troika - é dos contribuintes porque são eles que vão pagar a dívida.
Veja-se o que aconteceu com o TARP nos EU em que o governo controlou os bancos e seguradoras onde injectou dinheiro enquanto não devolveram a massa. Os banqueiros queriam o nosso dinheiro, manter os seus bónus e no final talvez perdoar-lhes a devolução.
A indignação pela «interferência» na gestão dos bancos até tem graça num país que não se indigna com a intromissão do Estado em todos os poros da economia, a lançar dinheiro para cima dos problemas e a deixá-lo torrar pelas chusmas de empresários subsídio-dependentes.
Tentando ver por detrás do nevoeiro mediático e do paleio dos banqueiros, respigo do texto da proposta de lei em discussão as partes mais importantes em relação a este tema.
Artigo 4.º
8 - Independentemente da participação que adquira nos termos das alíneas a) e b) do n.º 2, e sem prejuízo do disposto no número seguinte e no artigo 16.º-A, o Estado só pode exercer os seus direitos de voto em deliberações que respeitem à alteração do contrato de sociedade, fusão, cisão, transformação, dissolução, ou outros assuntos para os quais a lei ou os estatutos exijam maioria qualificada.
9 - Quando a participação que o Estado adquira nos termos das alíneas a) e b) do n.º 2 ultrapasse um limiar a definir por portaria do membro do Governo responsável pela área das finanças, tendo em conta as regras e orientações comunitárias em matéria de auxílios de Estado, pode o Estado exercer os direitos de voto inerentes à participação detida na medida em que exceda o referido limiar 1 - Os direitos de voto adquiridos pelo Estado no âmbito da presente lei não são considerados para efeito do dever de lançamento de oferta pública geral de aquisição.
Artigo 16.º
1 - Se o desinvestimento público não ocorrer no prazo de três anos, ou, a todo o tempo, em caso de incumprimento do plano de recapitalização:
a) o Estado pode exercer a totalidade dos direitos de voto correspondentes à participação social que detenha na instituição;
b) o Estado pode nomear ou reforçar o número de membros dos órgãos de administração e fiscalização da instituição de crédito que o representam, de forma a assegurar representatividade nos órgãos sociais da instituição na proporção correspondente à percentagem dos direitos de voto detidos na instituição;
Como se pode confirmar, só está prevista a interferência na gestão corrente se o Estado continuar a participar no capital depois de 3 anos (há uma proposta do BdeP para aumentar para 5 anos). Durante este período, o Estado só interfere nas questões estruturais, por assim dizer.
Independentemente do período, cuja suficiência para endireitar as coisas é de facto discutível, pergunta-se: se o Estado vai usar o dinheiro dos contribuintes para salvar o pescoço dos banqueiros, poderia ser de outra maneira? Poderia o governo deixar os banqueiros à solta a usar o nosso dinheiro como lhes conviesse? Convém não esquecer que o dinheiro não é da troika - é dos contribuintes porque são eles que vão pagar a dívida.
Veja-se o que aconteceu com o TARP nos EU em que o governo controlou os bancos e seguradoras onde injectou dinheiro enquanto não devolveram a massa. Os banqueiros queriam o nosso dinheiro, manter os seus bónus e no final talvez perdoar-lhes a devolução.
A indignação pela «interferência» na gestão dos bancos até tem graça num país que não se indigna com a intromissão do Estado em todos os poros da economia, a lançar dinheiro para cima dos problemas e a deixá-lo torrar pelas chusmas de empresários subsídio-dependentes.
SERVIÇO PÚBLICO: Curto prazo vs longo prazo (2)
O jogo da corda da transferência dos fundos de pensões da banca continua pelo lado dos activos, ao menos por agora. O governo quer valorizar a dívida pública a preços de mercado, ou seja, consoante as maturidades, qualquer coisa como um desconto de pelo menos 30% em relação ao valor nominal das OT. Os bancos tentam valorizá-la ao valor nominal ou, na pior das hipóteses, ao custo amortizado, diluindo as imparidades até à maturidade. Não deixa de ser curioso o emitente pretender valorizar a sua dívida com haircut, quando se trata de a aceitar para cobrir as responsabilidades a transferir dos seus credores.
Quanto ao lado dos passivos, isto é das responsabilidade pelas pensões, não se sabe se o governo concordou sem discussão com as premissas actuariais dos bancos. Seria uma boa ideia ligar o desconfiómetro e confirmar se são de facto realistas as premissas quanto a taxa de inflação futura, taxa de desconto, taxas de mortalidade, incrementos salariais futuros e estimativas do tempo de serviço futuro.
E, por falar em pensões, na conferência em que foi apresentado o estudo sobre poupança da Associação Portuguesa de Seguros, um dos autores antecipou a inevitabilidade da redução para 60% da percentagem máxima para calcular a pensão estatutária, actualmente em 80%. Recorde-se ter a alteração de 1999 do regime de pensões sido apresentada, pelo então primeiro-ministro Guterres, como um regime para durar 50 anos. Depois disso, todos os governos deram sucessivas garantias de sustentabilidade, sucessivamente postas em causa pela alteração seguinte do sistema. Como dizia um, é só fazer as contas e como dizia o outro, habituem-se. É a vida (e a morte).
Quanto ao lado dos passivos, isto é das responsabilidade pelas pensões, não se sabe se o governo concordou sem discussão com as premissas actuariais dos bancos. Seria uma boa ideia ligar o desconfiómetro e confirmar se são de facto realistas as premissas quanto a taxa de inflação futura, taxa de desconto, taxas de mortalidade, incrementos salariais futuros e estimativas do tempo de serviço futuro.
E, por falar em pensões, na conferência em que foi apresentado o estudo sobre poupança da Associação Portuguesa de Seguros, um dos autores antecipou a inevitabilidade da redução para 60% da percentagem máxima para calcular a pensão estatutária, actualmente em 80%. Recorde-se ter a alteração de 1999 do regime de pensões sido apresentada, pelo então primeiro-ministro Guterres, como um regime para durar 50 anos. Depois disso, todos os governos deram sucessivas garantias de sustentabilidade, sucessivamente postas em causa pela alteração seguinte do sistema. Como dizia um, é só fazer as contas e como dizia o outro, habituem-se. É a vida (e a morte).
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17/11/2011
Títulos inspirados (4) - o grande salto do esfregona
«Van Rompuy antecipa perda de soberania» é o título do Diário Económico para uma notícia em que o sujeito com menos carisma que uma esfregona, como o caracterizou o deputado euro-céptico Nigel Farage, avisa na sua lengalenga redonda que não há almoços grátis e para manter o euro há que dar «um grande salto em termos de integração das políticas económicas. [E] isto vai implicar, em algumas áreas, uma concentração de soberania».
Tem o esfregona toda a razão. No nosso caso particular, vai ser preciso escolher entre ser um protectorado do eixo Berlim-Paris, abandonando o «não se deixa governar» do general romano, ou optar pelo «não se governa» e ficarmos entregue às elites medíocres que nos cavalgam há séculos.
Tem o esfregona toda a razão. No nosso caso particular, vai ser preciso escolher entre ser um protectorado do eixo Berlim-Paris, abandonando o «não se deixa governar» do general romano, ou optar pelo «não se governa» e ficarmos entregue às elites medíocres que nos cavalgam há séculos.
De boas intenções está o inferno cheio (8) – tiro no pé
O sapato de M. Barnier |
Pergunto-me: em que circunstâncias um investidor estará melhor colocado para processar uma agência de rating por «grande negligência»? Por exemplo, quando uma agência dá uma notação A à dívida de um país, o investidor investe uma pipa de massa na dívida pública desse país baseado nessa apreciação, e no dia seguinte outras agências revêm a notação para B, os yields sobem para estratosfera e o investidor perde uma parte substancial da pipa de massa que investiu. O que tenderá a agência a fazer para evitar ser processada por «grande negligência»? Na dúvida, provavelmente antecipar o downgrade - pelos vistos o que se queria evitar.
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16/11/2011
DIÁRIO DE BORDO: estórias do outro mundo (3) – vocês não têm remédio, disse ele
[Outras estórias do outro mundo: (1), (2)]
Viu ontem no telejornal da Holomac (a TV por holograma de Melmac) a notícia do grupo de cidadãos portugueses «Ver para agir» liderado por suposto economista (Alf acha que o Castro Caldas, pela conversa, é «aquele advogado») que pretende «saber quem são os credores (da dívida pública), em que circunstâncias foi contratada a dívida pública e para identificar parcelas ilegítimas».
Dito isto, Alf bombardeou-me com uma torrente de perguntas. «Vocês já não sabem quem são os credores? Quando estive aí (vai fazer 10 anos Alf esteve incógnito na Quinta da Balaia de férias com os Tanners) havia um instituto não sei quê, já fechou? E essa coisa não sabe quem são os credores?» Sendo os títulos ao portador é difícil, disse eu. «E o que é isso de parcelas ilegítimas? Os gajos desse Instituto ficaram com o dinheiro?» Penso que não, esse dinheiro foi aplicado em … interrompeu-me e fechou a conversa com um definitivo «vocês não têm remédio», mandou abraços e desligou.
A última vez que Alf me telefonou foi por alturas do início do caso Face Oculta. Quase dois anos depois, voltou a dar sinais de vida. Desta vez já através da Telmac, a operadora de Melmac, entretanto privatizada.
Viu ontem no telejornal da Holomac (a TV por holograma de Melmac) a notícia do grupo de cidadãos portugueses «Ver para agir» liderado por suposto economista (Alf acha que o Castro Caldas, pela conversa, é «aquele advogado») que pretende «saber quem são os credores (da dívida pública), em que circunstâncias foi contratada a dívida pública e para identificar parcelas ilegítimas».
Dito isto, Alf bombardeou-me com uma torrente de perguntas. «Vocês já não sabem quem são os credores? Quando estive aí (vai fazer 10 anos Alf esteve incógnito na Quinta da Balaia de férias com os Tanners) havia um instituto não sei quê, já fechou? E essa coisa não sabe quem são os credores?» Sendo os títulos ao portador é difícil, disse eu. «E o que é isso de parcelas ilegítimas? Os gajos desse Instituto ficaram com o dinheiro?» Penso que não, esse dinheiro foi aplicado em … interrompeu-me e fechou a conversa com um definitivo «vocês não têm remédio», mandou abraços e desligou.
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ESTÓRIA E MORAL: A falta de vergonha elimina a má consciência
Estória
«Nove meses depois de ter ido ao Parlamento acusar o PS de ter partidarizado as estruturas da Segurança Social, Pedro Mota Soares, agora à frente do Ministério da Segurança Social, recebe a acusação de volta do partido que em Fevereiro quis colocar no banco dos réus. Rui Santos, deputado socialista, apresentou hoje à tarde no Parlamento uma lista de dirigentes de vários Centros Distritais de Segurança Social que, entretanto, denuncia terem sido tomadas por militantes do PSD e do CDS/PP.» (Negócios)
Moral
(Dando de barato não haver batota na lista do socialista Rui Santos)
Diz o roto ao nu, porque não te veste tu.
«Nove meses depois de ter ido ao Parlamento acusar o PS de ter partidarizado as estruturas da Segurança Social, Pedro Mota Soares, agora à frente do Ministério da Segurança Social, recebe a acusação de volta do partido que em Fevereiro quis colocar no banco dos réus. Rui Santos, deputado socialista, apresentou hoje à tarde no Parlamento uma lista de dirigentes de vários Centros Distritais de Segurança Social que, entretanto, denuncia terem sido tomadas por militantes do PSD e do CDS/PP.» (Negócios)
Moral
(Dando de barato não haver batota na lista do socialista Rui Santos)
Diz o roto ao nu, porque não te veste tu.
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a memória dos povos é curta,
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pela boca morre o peixe
TIROU-ME AS PALAVRAS DA BOCA: Irresistível
Nós, aqui no (Im)pertinências, temos um particular gosto em desfazer ideias feitas. Quaisquer ideias feitas e, em particular, ideias feitas na fábrica de ideias feitas da esquerdalhada. Por isso, espero a indulgência de O Insurgente pela apropriação integral deste post que «I wish I had written (there is no higher praise)» – para usar a boutade egotista de Krugman a propósito de um paper de Paul De Grauwe.
«Mito: A origem da dívida pública está no salvamento dos depósitos do BPN, nas ajudas aos restantes bancos e em gastos com a Defesa Nacional como a compra dos submarinos.
Realidade: Os gastos com a defesa constituem menos de 2% do total do orçamento para 2012. Mesmo assumindo que todos os custos incorridos com o BPN e a compra dos submarinos foram financiados por dívida, o custo dos submarinos corresponde a 0.5% do total de dívida pública e do salvamento dos depósitos do BPN de cerca de 3% do total da dívida. A maioria esmagadora dos gastos do estado, e consequentemente as fontes da dívida pública, são com Segurança Social, Educação e Saúde. Esta é a realidade em Portugal e na Grécia. Apenas no caso da Irlanda se pode dizer que foi o salvamento aos bancos locais que despoletou a crise.
Mito: A austeridade é uma forma de defender os bancos, punindo a população em geral
Realidade: Os bancos de países como a Grécia e Portugal estão já absolutamente descapitalizados. Como resultado desse processo, os principais bancos portugueses valem neste momento um décimo do que valiam há 2 anos atrás, ou seja, os accionistas desses bancos perderam 90% das suas poupanças. Foram eles quem até hoje mais perdeu com a crise da dívida soberana. O dinheiro que hoje vai para os bancos, embora não seja esse o objectivo assumido, é basicamente para garantir o dinheiro dos depositantes. Esse dinheiro é aplicado maioritariamente em dívida pública, e se essa dívida não for paga, os depositantes correm o risco de perderem o seu dinheiro. Qualquer default do estado irá também fazer com que o estado não seja capaz de obter empréstimos por muitos anos. Se a austeridade exigida para atingir défices de 5% é penosa, mais penosa será a austeridade necessária para ter défice zero.
Mito: Os bancos orquestaram a crise para poderem emprestar dinheiro a juros altos enquanto obtêm financiamento do BCE a 1%
Realidade: Os empréstimos do BCE aos bancos são por um dia, renováveis e mediante colateral. Os empréstimos dos bancos ao estado são feitos por prazos prolongados (1, 2, 5 e 10 anos) e sem colateral, pelo que o risco é muito superior. Como prova desse risco, os bancos que emprestaram dinheiro à Grécia perderam metade do montante emprestado.
Mito: A crise da dívida só se resolve se os estados lançarem políticas expansionistas que façam crescer a economia
Realidade: Foram as políticas expansionistas e os défices constantes que trouxeram países como a Grécia e Portugal à actual situação. Se políticas Keynesianas de expansão do investimento e défice das contas públicas funcionassem, nem a Grécia, nem Portugal estariam na actual situação. Ambos os países apresentarem défices públicos de forma permanente nos últimos 10 anos e nem por isso cresceram mais que os seus pares que mantiveram contas equilibradas. Investimentos públicos como o Euro2004 em Portugal e os Jogos Olímpicos na Grécia apenas deram um empurrão temporário à economia, de imediato invertido nos anos seguintes. Pelo contrário, a Irlanda que lançou um plano de austeridade mais cedo e mais agressivo que o Português, já está hoje novamente a crescer e a equilibrar as suas contas. A única forma de relançar a economia é voltar a ter contas equilibradas para que se possam baixar impostos e incentivar o investimento privado.
Mito: Roosevelt resolveu a depressão de 1929 com políticas expansionistas, impondo grandes défices nas contas públicas, e é essa a estratégia que os países europeus devem seguir
Realidade: Muitos académicos contestam que as políticas levadas a cabo por Roosevelt tenham de facto resolvido a Grande Depressão. Alguns estudos apontam para que apenas a tenha prolongado. Mas mesmo assumindo que tal seja verdade, convém notar que o maior défice público incorrido por Roosevelt durante o New Deal foi de 5.5% em 1936. Por comparação, em 2010 Portugal teve um défice de 10.1% e a Grécia de 15.8%. É errado chamar expansão a um défice de 5.5% mas depois reclamar de austeridade quando são impostos défices superiores na Grécia e em Portugal.
Mito: Os mercados são uma entidade bem definida, dominado por poucos agentes com um plano maquiavélico para destruir a Democracia e tomar conta do Mundo
Realidade: Os “mercados” são constítuidos por todos os aforradores e seus representantes que escolhem a melhor forma de aplicar as suas poupanças. A taxa de juro das dívidas soberanas sobe se esses aforradores duvidarem da capacidade de pagamento desses países e por isso se recusem a emprestar-lhes dinheiro. A recusa de muitos investidores em emprestar dinheiro à Grécia que nos últimos dois anos fez aumentar a taxa de juro exigida, acabou por revelar-se certeira, uma vez que a Grécia acabou por acordar não pagar metade dessa dívida.
Mito: Os mercados têm uma intervenção malévola na democracia, sendo as recentes situações na Grécia e Itália um bom exemplo disso
Realidade: O processo democrático levou a uma situação de insustentabilidade financeira para alguns países. Terá que ser o mesmo processo democrático a resolver essa situação. A mudança de líderes na Grécia e na Itália, que foram aprovadas pelos parlamentos eleitos democraticamente, visa atingir esse objectivo. Dizer que os mercados são inimigos da democracia porque os investidores não emprestam dinheiro a líderes que não confiam é o mesmo que dizer que a Física é inimiga da democracia porque não permite que seja revogada a lei da gravidade.
Mito: As agências de rating são culpadas pela crise da dívida soberana por terem baixado os ratings de dívida soberana dos países e dessa forma aumentado os juros da dívida
Realidade: Se alguma culpa pode ser atribuida às agências de rating foi não terem feito downgrade da dívida soberana de países como Portugal e a Grécia mais cedo. Quando os downgrades foram feitos a países como Portugal e a Grécia, já os aforradores e os seus representantes se recusavam a emprestar dinheiro a esses países. Em segundo lugar, nada impede os investidores de continuar a comprar dívida soberana depois de um downgrade se acharem que realmente o país tem capacidade de pagar. Um bom exemplo disso são os EUA que depois de um downgrade de uma agência de rating conseguiram obter empréstimos a uma taxa de juro ainda mais baixa que antes do downgrade.»
«Mito: A origem da dívida pública está no salvamento dos depósitos do BPN, nas ajudas aos restantes bancos e em gastos com a Defesa Nacional como a compra dos submarinos.
Realidade: Os gastos com a defesa constituem menos de 2% do total do orçamento para 2012. Mesmo assumindo que todos os custos incorridos com o BPN e a compra dos submarinos foram financiados por dívida, o custo dos submarinos corresponde a 0.5% do total de dívida pública e do salvamento dos depósitos do BPN de cerca de 3% do total da dívida. A maioria esmagadora dos gastos do estado, e consequentemente as fontes da dívida pública, são com Segurança Social, Educação e Saúde. Esta é a realidade em Portugal e na Grécia. Apenas no caso da Irlanda se pode dizer que foi o salvamento aos bancos locais que despoletou a crise.
Mito: A austeridade é uma forma de defender os bancos, punindo a população em geral
Realidade: Os bancos de países como a Grécia e Portugal estão já absolutamente descapitalizados. Como resultado desse processo, os principais bancos portugueses valem neste momento um décimo do que valiam há 2 anos atrás, ou seja, os accionistas desses bancos perderam 90% das suas poupanças. Foram eles quem até hoje mais perdeu com a crise da dívida soberana. O dinheiro que hoje vai para os bancos, embora não seja esse o objectivo assumido, é basicamente para garantir o dinheiro dos depositantes. Esse dinheiro é aplicado maioritariamente em dívida pública, e se essa dívida não for paga, os depositantes correm o risco de perderem o seu dinheiro. Qualquer default do estado irá também fazer com que o estado não seja capaz de obter empréstimos por muitos anos. Se a austeridade exigida para atingir défices de 5% é penosa, mais penosa será a austeridade necessária para ter défice zero.
Mito: Os bancos orquestaram a crise para poderem emprestar dinheiro a juros altos enquanto obtêm financiamento do BCE a 1%
Realidade: Os empréstimos do BCE aos bancos são por um dia, renováveis e mediante colateral. Os empréstimos dos bancos ao estado são feitos por prazos prolongados (1, 2, 5 e 10 anos) e sem colateral, pelo que o risco é muito superior. Como prova desse risco, os bancos que emprestaram dinheiro à Grécia perderam metade do montante emprestado.
Mito: A crise da dívida só se resolve se os estados lançarem políticas expansionistas que façam crescer a economia
Realidade: Foram as políticas expansionistas e os défices constantes que trouxeram países como a Grécia e Portugal à actual situação. Se políticas Keynesianas de expansão do investimento e défice das contas públicas funcionassem, nem a Grécia, nem Portugal estariam na actual situação. Ambos os países apresentarem défices públicos de forma permanente nos últimos 10 anos e nem por isso cresceram mais que os seus pares que mantiveram contas equilibradas. Investimentos públicos como o Euro2004 em Portugal e os Jogos Olímpicos na Grécia apenas deram um empurrão temporário à economia, de imediato invertido nos anos seguintes. Pelo contrário, a Irlanda que lançou um plano de austeridade mais cedo e mais agressivo que o Português, já está hoje novamente a crescer e a equilibrar as suas contas. A única forma de relançar a economia é voltar a ter contas equilibradas para que se possam baixar impostos e incentivar o investimento privado.
Mito: Roosevelt resolveu a depressão de 1929 com políticas expansionistas, impondo grandes défices nas contas públicas, e é essa a estratégia que os países europeus devem seguir
Realidade: Muitos académicos contestam que as políticas levadas a cabo por Roosevelt tenham de facto resolvido a Grande Depressão. Alguns estudos apontam para que apenas a tenha prolongado. Mas mesmo assumindo que tal seja verdade, convém notar que o maior défice público incorrido por Roosevelt durante o New Deal foi de 5.5% em 1936. Por comparação, em 2010 Portugal teve um défice de 10.1% e a Grécia de 15.8%. É errado chamar expansão a um défice de 5.5% mas depois reclamar de austeridade quando são impostos défices superiores na Grécia e em Portugal.
Mito: Os mercados são uma entidade bem definida, dominado por poucos agentes com um plano maquiavélico para destruir a Democracia e tomar conta do Mundo
Realidade: Os “mercados” são constítuidos por todos os aforradores e seus representantes que escolhem a melhor forma de aplicar as suas poupanças. A taxa de juro das dívidas soberanas sobe se esses aforradores duvidarem da capacidade de pagamento desses países e por isso se recusem a emprestar-lhes dinheiro. A recusa de muitos investidores em emprestar dinheiro à Grécia que nos últimos dois anos fez aumentar a taxa de juro exigida, acabou por revelar-se certeira, uma vez que a Grécia acabou por acordar não pagar metade dessa dívida.
Mito: Os mercados têm uma intervenção malévola na democracia, sendo as recentes situações na Grécia e Itália um bom exemplo disso
Realidade: O processo democrático levou a uma situação de insustentabilidade financeira para alguns países. Terá que ser o mesmo processo democrático a resolver essa situação. A mudança de líderes na Grécia e na Itália, que foram aprovadas pelos parlamentos eleitos democraticamente, visa atingir esse objectivo. Dizer que os mercados são inimigos da democracia porque os investidores não emprestam dinheiro a líderes que não confiam é o mesmo que dizer que a Física é inimiga da democracia porque não permite que seja revogada a lei da gravidade.
Mito: As agências de rating são culpadas pela crise da dívida soberana por terem baixado os ratings de dívida soberana dos países e dessa forma aumentado os juros da dívida
Realidade: Se alguma culpa pode ser atribuida às agências de rating foi não terem feito downgrade da dívida soberana de países como Portugal e a Grécia mais cedo. Quando os downgrades foram feitos a países como Portugal e a Grécia, já os aforradores e os seus representantes se recusavam a emprestar dinheiro a esses países. Em segundo lugar, nada impede os investidores de continuar a comprar dívida soberana depois de um downgrade se acharem que realmente o país tem capacidade de pagar. Um bom exemplo disso são os EUA que depois de um downgrade de uma agência de rating conseguiram obter empréstimos a uma taxa de juro ainda mais baixa que antes do downgrade.»
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15/11/2011
Deve ser por causa do tédio
Este ano já se suicidaram 4 polícias. Rondando a taxa masculina de suicídios em Portugal os 13 por 100.000 e sendo Portugal um estado policial com 46 ou 49 mil polícias, consoante as fontes, a esmagadora maioria homens, até 31 de Outubro seriam de esperar 5,15 suicídios = (10/12)x(13/100.000)x[(46.000+49.000)/2]. Em consequência, as 4 mortes só são surpreendentes para o jornalismo sofrendo de inumeracia profunda que vê nelas uma notícia.
Sem dúvida surpreendente é o terço de polícias com acompanhamento psicológico. Isso, sim, é obra. Possivelmente deve-se ao tédio. Imagine-se a legião de 46 ou 49 mil polícias acampados em esquadras lúgubres, sem saírem a rua durante todo o turno, cuja única diversão é dar umas murraças de vez em quando num suspeito engavetado. É deprimente.
Sem dúvida surpreendente é o terço de polícias com acompanhamento psicológico. Isso, sim, é obra. Possivelmente deve-se ao tédio. Imagine-se a legião de 46 ou 49 mil polícias acampados em esquadras lúgubres, sem saírem a rua durante todo o turno, cuja única diversão é dar umas murraças de vez em quando num suspeito engavetado. É deprimente.
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a tabuada faz muita falta,
jornalismo de causas
A toga e o avental
«O sistema de justiça português é constituído por lojas maçónicas e controlado pela maçonaria. Além de controlar as decisões dos processos - incluindo os casos da Universidade Moderna, Portucale, Casa Pia, Apito Dourado e Isaltino Morais -, controla igualmente a carreira dos juízes e dos magistrados do Ministério Público e dos altos funcionários do Estado» escreveu o ex-juiz José da Costa Pimenta numa carta dirigida à ministra da Justiça.
Porque será que não estou surpreendido? Aguardo ansiosamente a publicação prometida do livro de José da Costa Pimenta.
Porque será que não estou surpreendido? Aguardo ansiosamente a publicação prometida do livro de José da Costa Pimenta.
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Quem fala assim não é gago
14/11/2011
A maldição da Rua da Horta Seca (III)
(Outras maldições da Rua da Horta Seca: I e II)
13-10-2006 - «O ministro da Economia, Manuel Pinho, anunciou hoje o fim da crise em Portugal».
30-09-2008 - «O ministro da Economia considerou …que o mundo da prosperidade, que marcou os últimos 10 a 15 anos, terminou».
14-11-2011 - «2012 certamente irá marcar o fim da crise. Será o ano da retoma para o crescimento gradual de 2013 e 2014», Álvaro Santos Pereira no parlamento.
Ao ler «Os mitos da economia portuguesa» publicado em 2007, percebe-se que ASP fez uma análise lúcida e tem ideias claras para sair da crise, umas melhores outras piores. Como explicar a evaporação de boa parte da lucidez e das ideias claras depois de ter tomado posse como ministro da Economia?
Como explicar em particular que ASP faça previsões cor-de-rosa de alto risco quando quase toda a gente já percebeu serem necessárias décadas para reduzir a dívida para um montante suportável e enquanto não o fizermos gastaremos com o serviço da dívida o dinheiro que seria para investir? E, especialmente, como explicar a frase «fim da crise» que ASP deveria saber ser uma frase marcada, desacreditando quem a usa?
Talvez seja preferível responder a outra pergunta? Porquê se deve esperar que um académico com mérito seja um político com mérito, se as exigências das duas profissões são bastante diferentes? A resposta óbvia é: não se deveria esperar. Nesse caso, porque se espera? Está explicado há muito - é o resultado do efeito halo, que nos leva a projectar uma avaliação positiva numa área a outras.
13-10-2006 - «O ministro da Economia, Manuel Pinho, anunciou hoje o fim da crise em Portugal».
30-09-2008 - «O ministro da Economia considerou …que o mundo da prosperidade, que marcou os últimos 10 a 15 anos, terminou».
14-11-2011 - «2012 certamente irá marcar o fim da crise. Será o ano da retoma para o crescimento gradual de 2013 e 2014», Álvaro Santos Pereira no parlamento.
Ao ler «Os mitos da economia portuguesa» publicado em 2007, percebe-se que ASP fez uma análise lúcida e tem ideias claras para sair da crise, umas melhores outras piores. Como explicar a evaporação de boa parte da lucidez e das ideias claras depois de ter tomado posse como ministro da Economia?
Como explicar em particular que ASP faça previsões cor-de-rosa de alto risco quando quase toda a gente já percebeu serem necessárias décadas para reduzir a dívida para um montante suportável e enquanto não o fizermos gastaremos com o serviço da dívida o dinheiro que seria para investir? E, especialmente, como explicar a frase «fim da crise» que ASP deveria saber ser uma frase marcada, desacreditando quem a usa?
Talvez seja preferível responder a outra pergunta? Porquê se deve esperar que um académico com mérito seja um político com mérito, se as exigências das duas profissões são bastante diferentes? A resposta óbvia é: não se deveria esperar. Nesse caso, porque se espera? Está explicado há muito - é o resultado do efeito halo, que nos leva a projectar uma avaliação positiva numa área a outras.
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He talks the talk but doesn't walk the walk
DIÁRIO DE BORDO: «Nós precisamos de valorizar cada vez mais a palavra, para que quando ela é proferida possamos acreditar nela».
Aviso aos incautos: as frases seguintes são de Passos Coelho, depois de eleito presidente do PSD e antes de formar governo, e foram recolhidas neste vídeo pelo blogue Aventar. Algumas das frases retidas são meras opiniões sobre a governação de José Sócrates. Eventualmente, outras, poderão ter sido retiradas do contexto e significar algo diferente da sua interpretação literal. Seja como for, muitas delas reflectem uma notável discrepância, para não dizer contradição, com o que disse que faria e o que tem feito Passos Coelho no governo. Em muitos casos, o que disse que faria era infazível na situação real do país e, por isso, não deveria ter sido dito.
Como aqui no (Im)pertinências costumamos escrever, quem aplaudiu ou meramente silenciou durante 6 anos as políticas desastrosas, as mentiras, as meias verdades, a manipulação, as trapalhadas, os golpes, o abuso de poder, do governo de José Sócrates não tem moral para criticar Passos Coelho enquanto não fizer retroactivamente a mesma crítica a José Sócrates e ao seu governo.
O governo está a alienar participações como quem vende os anéis para ir buscar dinheiro.
Nós não podemos aumentar mais esta receita aumentando mais impostos.
Estão a preparar para aumentar a carga fiscal … reduzindo as deduções … em sede de IRS.
Tratar os portugueses à bruta e de lhes dizer agora não há outra solução.
Tributar mais o capital financeiro? Com certeza que sim.
Não se pode manter o país a gerir a austeridade sem reforma estrutura, sem crescimento.
A política de privatizações nos próximos anos em Portugal será criminosa se visar apenas vender activos ao desbarato para arranjar dinheiro.
… com uma condição: a de não trazerem um novo aumento de impostos, nem directo nem encapotado.
Do nosso lado, não contem com mais impostos.
Nós precisamos de valorizar cada vez mais a palavra, para que quando ela é proferida possamos acreditar nela.
Espero, como futuro primeiro-ministro, nunca dizer ao país ingenuamente que não conhecemos a situação. Nós temos uma noção de como as coisas estão.
Não podemos por «reformistas» e pensionistas a pagar…
Se vier a ser necessário algum ajustamento fiscal ainda, a minha garantia é de que ela seria canalizada para os impostos sobre o consumo e não sobre os impostos sobre o rendimento das pessoas.
Já ouvi o primeiro-ministro dizer infelizmente que o PSD quer acabar com muitas coisas e também com o 13.º mês mas nós nunca falámos nisso e isso é um disparate.
O que o país precisa para superar esta situação de dificuldade não é de mais austeridade. Portugal já vive em austeridade.
O PSD acha que o aumento de impostos que já está previsto por este governo já é mais do que suficiente. Não é preciso fazer mais aumentos de impostos.
Como aqui no (Im)pertinências costumamos escrever, quem aplaudiu ou meramente silenciou durante 6 anos as políticas desastrosas, as mentiras, as meias verdades, a manipulação, as trapalhadas, os golpes, o abuso de poder, do governo de José Sócrates não tem moral para criticar Passos Coelho enquanto não fizer retroactivamente a mesma crítica a José Sócrates e ao seu governo.
O governo está a alienar participações como quem vende os anéis para ir buscar dinheiro.
Nós não podemos aumentar mais esta receita aumentando mais impostos.
Estão a preparar para aumentar a carga fiscal … reduzindo as deduções … em sede de IRS.
Tratar os portugueses à bruta e de lhes dizer agora não há outra solução.
Tributar mais o capital financeiro? Com certeza que sim.
Não se pode manter o país a gerir a austeridade sem reforma estrutura, sem crescimento.
A política de privatizações nos próximos anos em Portugal será criminosa se visar apenas vender activos ao desbarato para arranjar dinheiro.
… com uma condição: a de não trazerem um novo aumento de impostos, nem directo nem encapotado.
Do nosso lado, não contem com mais impostos.
Nós precisamos de valorizar cada vez mais a palavra, para que quando ela é proferida possamos acreditar nela.
Espero, como futuro primeiro-ministro, nunca dizer ao país ingenuamente que não conhecemos a situação. Nós temos uma noção de como as coisas estão.
Não podemos por «reformistas» e pensionistas a pagar…
Se vier a ser necessário algum ajustamento fiscal ainda, a minha garantia é de que ela seria canalizada para os impostos sobre o consumo e não sobre os impostos sobre o rendimento das pessoas.
Já ouvi o primeiro-ministro dizer infelizmente que o PSD quer acabar com muitas coisas e também com o 13.º mês mas nós nunca falámos nisso e isso é um disparate.
O que o país precisa para superar esta situação de dificuldade não é de mais austeridade. Portugal já vive em austeridade.
O PSD acha que o aumento de impostos que já está previsto por este governo já é mais do que suficiente. Não é preciso fazer mais aumentos de impostos.
13/11/2011
O ruído do silêncio da gente honrada no PS é ensurdecedor (47) – Silva Pereira não tem remédio
O que mais me espanta não são os truques compulsivos de Silva Pereira, umas vezes a mentir descaradamente, outras - mais frequentes porque o homem não é estúpido – a dizer mentiras que trazem à mistura alguma coisa de verdade, como o poeta Aleixo classificava as mentiras com mais alcance e profundidade. O que mais me espanta é a incapacidade do PSD para desmontar esses truques e o silêncio resignado de alguma gente honrada que ainda possa ter ficado perdida no aparelho socialista, depois da sua ocupação pelo socratismo.
Desta vez o ajudante de José Sócrates, multiplicando-se em entrevistas à Renascença e à TVI, usando os restos da central de manipulação que ajudou a montar, desmente o governo garantindo que não há nenhum sítio do MoU, assinado também pelo PS, onde «se diga que a consolidação orçamental tem de ser feita em 2/3 pelo lado da despesa».
Ora a verdade é que à letra ele tem razão. Isso não é dito no MoU. O MoU apenas diz que o défice de 2010 não pode ultrapassar 7.645 milhões de euros e para tal lista um conjunto de medidas que «serão definidas na lei do orçamento de 2012 (4T 2011), a menos que especificado em contrário». Esse conjunto de medidas listadas nos itens 1.7. a 1.25. totalizam pelo lado da redução da despesa 3.275 milhões de euros e pelo lado do aumento das receitas 1.535 milhões de euros. Ou seja, as medidas que MoU obriga a serem tomadas em 2012 para reduzir o défice em 4.810 milhões de euros, «a menos que especificado em contrário», são 68% pelo lado da redução da despesa e 32% pelo lado do aumento da receita.
Dir-se-á que perante estes factos, nomeadamente pelo facto de 68% ser maior do que 2/3, ficaria exposta a distorção mentirosa de Silva Pereira. Ficaria, mas não fica, porque o homem conta com a ajuda duma mídia incompetente ocupada pelo jornalismo de causas, para o qual uma mentira pode ser aceitável se ajudar uma «boa causa»; conta com o aparelho do PS a contar os dias que faltam para voltar a fruir as mordomias perdidas; conta com a ajuda da inércia e negligência das hostes do PSD e a oposição interna mais interessada em trinados e gorjeios demonstrando «independência de espírito» do que noutra coisa e conta com uma opinião pública acrítica.
Desta vez o ajudante de José Sócrates, multiplicando-se em entrevistas à Renascença e à TVI, usando os restos da central de manipulação que ajudou a montar, desmente o governo garantindo que não há nenhum sítio do MoU, assinado também pelo PS, onde «se diga que a consolidação orçamental tem de ser feita em 2/3 pelo lado da despesa».
Ora a verdade é que à letra ele tem razão. Isso não é dito no MoU. O MoU apenas diz que o défice de 2010 não pode ultrapassar 7.645 milhões de euros e para tal lista um conjunto de medidas que «serão definidas na lei do orçamento de 2012 (4T 2011), a menos que especificado em contrário». Esse conjunto de medidas listadas nos itens 1.7. a 1.25. totalizam pelo lado da redução da despesa 3.275 milhões de euros e pelo lado do aumento das receitas 1.535 milhões de euros. Ou seja, as medidas que MoU obriga a serem tomadas em 2012 para reduzir o défice em 4.810 milhões de euros, «a menos que especificado em contrário», são 68% pelo lado da redução da despesa e 32% pelo lado do aumento da receita.
Dir-se-á que perante estes factos, nomeadamente pelo facto de 68% ser maior do que 2/3, ficaria exposta a distorção mentirosa de Silva Pereira. Ficaria, mas não fica, porque o homem conta com a ajuda duma mídia incompetente ocupada pelo jornalismo de causas, para o qual uma mentira pode ser aceitável se ajudar uma «boa causa»; conta com o aparelho do PS a contar os dias que faltam para voltar a fruir as mordomias perdidas; conta com a ajuda da inércia e negligência das hostes do PSD e a oposição interna mais interessada em trinados e gorjeios demonstrando «independência de espírito» do que noutra coisa e conta com uma opinião pública acrítica.
12/11/2011
SERVIÇO PÚBLICO: o milagre do défice tarifário faz toda a gente feliz?
O governo Barroso inventou e os governos Sócrates desenvolveram um expediente miraculoso para praticar preços políticos da electricidade, ao mesmo tempo que aparentemente liberalizavam o mercado. A coisa chama-se défice tarifário e corresponde à diferença entre os custos de produção e a facturação dos produtores. O milagre consiste em os produtores contabilizarem como rendimentos a facturação acrescida do défice tarifário e, consequentemente, os preços subsidiados não afectam os seus lucros e os consumidores ficam felizes porque pagam a electricidade abaixo do seu custo. Os produtores vão contabilizando no seu activo esses «défices tarifários» que no final são créditos sobre alguém que um dia vai pagar e podem titularizar esses créditos transferindo-os para um banco e recebendo-os o seu valor com um desconto.
É o paraíso em que toda a gente fica feliz: os produtores que não têm os seus lucros afectados, os consumidores que pagam a electricidade a custos subsidiados, os bancos que ganham umas comissões com a operação de titularização, e os governos que ganham uns votos (ou deixam de os perder) com este milagre.
Parece um daqueles truques dos consultores powerpoint que descrevem uma solução mirífica e no último slide aparece win-win. Neste caso, até seria mais do que win ao quadrado, seria win à quarta potência: win para os produtores, win para os consumidores, win para os bancos e win para os governos.
Haverá algum perdedor esquecido no powerpoint? Há sim senhor. São vocês, os vossos filhos e quem sabe os vossos netos. Segundo as últimas contas, o défice tarifário vai em 2,7 mil milhões. Quando os vossos filhos e netos perceberem a pesada herança que lhes deixais, de que o défice tarifário é apenas mais uma parcela, irão tirar-vos dos asilos em largar-vos nos pinhais do interior.
Declaração de interesse: quando escrevo os vossos filhos e netos, não é que não tenha filhos e netos. Tenho sim senhor. Só que ando a informá-los há mais de 10 anos (contra a vontade deles, que me dizem que os faço infelizes). Não têm desculpas.
É o paraíso em que toda a gente fica feliz: os produtores que não têm os seus lucros afectados, os consumidores que pagam a electricidade a custos subsidiados, os bancos que ganham umas comissões com a operação de titularização, e os governos que ganham uns votos (ou deixam de os perder) com este milagre.
Parece um daqueles truques dos consultores powerpoint que descrevem uma solução mirífica e no último slide aparece win-win. Neste caso, até seria mais do que win ao quadrado, seria win à quarta potência: win para os produtores, win para os consumidores, win para os bancos e win para os governos.
Haverá algum perdedor esquecido no powerpoint? Há sim senhor. São vocês, os vossos filhos e quem sabe os vossos netos. Segundo as últimas contas, o défice tarifário vai em 2,7 mil milhões. Quando os vossos filhos e netos perceberem a pesada herança que lhes deixais, de que o défice tarifário é apenas mais uma parcela, irão tirar-vos dos asilos em largar-vos nos pinhais do interior.
Declaração de interesse: quando escrevo os vossos filhos e netos, não é que não tenha filhos e netos. Tenho sim senhor. Só que ando a informá-los há mais de 10 anos (contra a vontade deles, que me dizem que os faço infelizes). Não têm desculpas.
11/11/2011
SERVIÇO PÚBLICO: Curto prazo vs longo prazo
Sem surpresa, o governo está a chegar à conclusão que os fundos de pensões da banca são insuficientes para cobrir as responsabilidades a transferir para a SS. Com o rigor habitual, a insuficiência pode rondar 1 milhão ou … o dobro. Vai ser um jogo da corda interessante de seguir.
Por um lado, o governo em estado de necessidade de curtíssimo prazo com o buraco orçamental Sócrates-Jardim para tapar, por outro, a banca em estado de necessidade de longo prazo com o buraco dos fundos para tapar. Considerando o estado dos capitais próprios da banca, já delapidados com a dívida grega (da qual entidades portuguesas detêm 10%, logo a seguir à França com 54% e à Alemanha com 19%) e agora ainda mais delapidados com o colapso em curso da dívida italiana, não se vê a banca a facilitar a vida ao governo e reforçar os fundos com 1 ou 2 mil milhões. A não ser que.
A não ser que a coisa seja compensada com a operação de recapitalização da banca comprando o governo as acções a cotações as if (as if estivéssemos em 2007, ou 2008, ou como se os bancos estivessem devidamente capitalizados…).
Por um lado, o governo em estado de necessidade de curtíssimo prazo com o buraco orçamental Sócrates-Jardim para tapar, por outro, a banca em estado de necessidade de longo prazo com o buraco dos fundos para tapar. Considerando o estado dos capitais próprios da banca, já delapidados com a dívida grega (da qual entidades portuguesas detêm 10%, logo a seguir à França com 54% e à Alemanha com 19%) e agora ainda mais delapidados com o colapso em curso da dívida italiana, não se vê a banca a facilitar a vida ao governo e reforçar os fundos com 1 ou 2 mil milhões. A não ser que.
A não ser que a coisa seja compensada com a operação de recapitalização da banca comprando o governo as acções a cotações as if (as if estivéssemos em 2007, ou 2008, ou como se os bancos estivessem devidamente capitalizados…).
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a tabuada faz muita falta,
pensões,
vida para além do orçamento
Título inspirados (3)
Nesta rubrica podemos encontrar títulos inspirados pela inteligência (ou pelo humor, que pressupõe sempre inteligência) ou pela estupidez. É caso do seguinte título do ionline num artigo onde sublinha que 1,2 milhões de portugueses gastam mais de metade do salário para pagar dívidas e 5 milhões não poupam um cêntimo – vidé a este respeito o mito «os portugueses não poupam por falta de dinheiro».
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artigo defunto,
insultos à inteligência
Lost in translation (128) – a confiança dos investidores na empresa esfumou-se, queria ele dizer
«A confiança (nos ratings), quer por parte da empresa quer pelos investidores, esfumou-se» declarou Nuno Alves o CFO da EDP, sem nos iluminar com a explicação de como a confiança dos investidores nas agências se esfumou ao mesmo tempo que «a metodologia dos fundos de investimento e das seguradoras continua a basear-se nas agências de rating».
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Conversa fiada,
momentos fugazes de lucidez
CASE STUDY: A banca do regime queixa-se deste governo depois de 6 anos na cama com o outro
Depois de anos de desvario a enfiar crédito barato pelas goelas dos clientes, ao mesmo tempo que lhes remunerava miseravelmente os seus depósitos, a comprar dívida pública dos PIGS (aqui o «I» é de Itália) e a financiar os projectos de estimação do governo socrático, a banca não consegue cumprir os rácios de solvência e de crédito/depósitos numa conjuntura em que os accionistas estão sem cheta e os seus bancos valem uma fracção do que valiam há 4 anos.
Perante a necessidade de recapitalização e com as directrizes troikáticas para aceitarem a entrada temporária de capitais públicos, a Associação Portuguesa de Bancos, empurrada pela banca do regime (BES, CGD, BDP), foi fazer queixa a Bruxelas comparando essa entrada com as nacionalizações de 1975. A comparação já é ridícula em si mesma, mas quando nos lembramos do conúbio que a banca do regime praticou com os governos, sobretudo socialistas, ela passa a ser um insulto à inteligênciados daqueles portugueses que não são burros.
Perante a necessidade de recapitalização e com as directrizes troikáticas para aceitarem a entrada temporária de capitais públicos, a Associação Portuguesa de Bancos, empurrada pela banca do regime (BES, CGD, BDP), foi fazer queixa a Bruxelas comparando essa entrada com as nacionalizações de 1975. A comparação já é ridícula em si mesma, mas quando nos lembramos do conúbio que a banca do regime praticou com os governos, sobretudo socialistas, ela passa a ser um insulto à inteligência
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insultos à inteligência,
Ridendo castigat mores
10/11/2011
Mitos (58) – o governo vai mais longe do que o MoU. Folga? Qual folga? A folga do aperto?
Actualizando o vai mais longe e a folga, as estimativas da Comissão Europeia apontam para uma folga de 0,1% do défice em 2011, de 0% em 2012 e um aperto de 0,2% em 2013. Uma folga de 0,1% ou 170 milhões de euros não chega nem para pagar as facturas esquecidas em gavetas.
É certo que as estimativas da CE valem menos (vide o caso da Grécia) do que as previsões dos meteorologistas, mas sempre valerão mais do que as do PS, na versão Sócrates ou na versão Seguro.
É certo que as estimativas da CE valem menos (vide o caso da Grécia) do que as previsões dos meteorologistas, mas sempre valerão mais do que as do PS, na versão Sócrates ou na versão Seguro.
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Desfazendo ideias feitas,
incorrigível,
jornalismo de causas
BREIQUINGUE NIUZ: Finalmente uma agência de rating amiga?
Trazida pela mão dos Espíritos, os banqueiros deste regime e de todos os regimes, segundo a sua própria definição, chegou a Portugal a Dagond Global Credit Rating Co. Supunha-se tratar-se de uma agência de rating amiga dos Espíritos e, consequentemente, amiga do regime.
À primeira vista aquela suposição confirma-se quando o senhor Guan Jianzhong, presidente da Dagond, afirma que «foi o actual sistema de notação financeira que despoletou a crise» confirmando, assim, a tese oficial do governo Sócrates, do PS, da esquerda em geral e da banca do regime.
À segunda vista, quando o senhor Jianzhong entra nos detalhes (o diabo está sempre nos detalhes) e confessa que «a nossa base de análise do BES não é tão má como a das outras agências de rating» e «actualmente é arriscado comprar dívida portuguesa», borra a pintura.
À segunda vista, quando o senhor Jianzhong entra nos detalhes (o diabo está sempre nos detalhes) e confessa que «a nossa base de análise do BES não é tão má como a das outras agências de rating» e «actualmente é arriscado comprar dívida portuguesa», borra a pintura.
Mitos (57) – o governo vai mais longe do que o MoU. Folga? Qual folga?
Ainda a propósito da mitologia do vai mais longe e das folgas, é conveniente saber-se que o défice de 2012 (e a dívida pública), por cortesia das heranças do governo de José Sócrates, inchou 1,2 mil milhões pela inclusão dos prejuízos de 7 empresas públicas reclassificadas na contabilidade nacional.
E, por falar nisso, a RTP não irá contar para os prejuízos porque em 2012 receberá do Estado 344,5 milhões de euros para amortizar a sua dívida . Não é maravilhosa esta contabilidade que tira de uns bolsos e coloca noutros e é sempre a somar?
E, por falar nisso, a RTP não irá contar para os prejuízos porque em 2012 receberá do Estado 344,5 milhões de euros para amortizar a sua dívida . Não é maravilhosa esta contabilidade que tira de uns bolsos e coloca noutros e é sempre a somar?
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Desfazendo ideias feitas,
incorrigível,
jornalismo de causas
09/11/2011
AVALIAÇÃO CONTÍNUA: Concurso de terrorismo
Secção Frases Assassinas
O conhecido terrorista venuzuelano Carlos el Chacal, responsável por mais de uma centena de atentados que ele próprio estima terem causado entre 1.500 a 2.000 mortos, reconhece que o ainda mais conhecido Fidel de Castro terá morto mais pessoas do que ele.
Bem vistas as coisas, quer el Chacal quer Fidel de Castro merecem cinco ignóbeis e o primeiro ainda merece 3 urracas pelo excesso de modéstia.
O conhecido terrorista venuzuelano Carlos el Chacal, responsável por mais de uma centena de atentados que ele próprio estima terem causado entre 1.500 a 2.000 mortos, reconhece que o ainda mais conhecido Fidel de Castro terá morto mais pessoas do que ele.
Bem vistas as coisas, quer el Chacal quer Fidel de Castro merecem cinco ignóbeis e o primeiro ainda merece 3 urracas pelo excesso de modéstia.
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Iguais mas diferentes,
Les bons esprits se rencontrent
Mitos (56) – os portugueses não poupam por falta de dinheiro
Este é um mito recorrente para explicar a queda da poupança. Os crentes não devem ter pais, avós ou bisavós que num passado remoto dividiam uma sardinha por 2 ou por 3 para pousar a fracção de sardinha em cima de um pedaço de casqueiro e ainda assim guardavam umas notas no colchão. E, talvez por isso, explicam a falta de poupança com a falta de dinheiro. Não estão sozinhos, porque, a acreditar no inquérito do BdeP, quase 5 em cada 10 portugueses não faz qualquer poupança e 4 desses 5 apontam o rendimento insuficiente para justificar a falta de poupança.
Fica por explicar uma porção de coisas (além do gráfico, bem entendido), como por exemplo as conclusões do estudo da Deloitte: este ano os portugueses vão gastar mais 70 euros nos presentes de Natal do que em 2007 e no conjunto das despesas de Natal prevêem gastar mais 20% do que os alemães e quase o dobro dos holandeses.
Se o mito não é suportada pelos factos, tanto pior para os factos (Fonte: Pordata) |
Fica por explicar uma porção de coisas (além do gráfico, bem entendido), como por exemplo as conclusões do estudo da Deloitte: este ano os portugueses vão gastar mais 70 euros nos presentes de Natal do que em 2007 e no conjunto das despesas de Natal prevêem gastar mais 20% do que os alemães e quase o dobro dos holandeses.
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