
Quanto ao lado dos passivos, isto é das responsabilidade pelas pensões, não se sabe se o governo concordou sem discussão com as premissas actuariais dos bancos. Seria uma boa ideia ligar o desconfiómetro e confirmar se são de facto realistas as premissas quanto a taxa de inflação futura, taxa de desconto, taxas de mortalidade, incrementos salariais futuros e estimativas do tempo de serviço futuro.
E, por falar em pensões, na conferência em que foi apresentado o estudo sobre poupança da Associação Portuguesa de Seguros, um dos autores antecipou a inevitabilidade da redução para 60% da percentagem máxima para calcular a pensão estatutária, actualmente em 80%. Recorde-se ter a alteração de 1999 do regime de pensões sido apresentada, pelo então primeiro-ministro Guterres, como um regime para durar 50 anos. Depois disso, todos os governos deram sucessivas garantias de sustentabilidade, sucessivamente postas em causa pela alteração seguinte do sistema. Como dizia um, é só fazer as contas e como dizia o outro, habituem-se. É a vida (e a morte).
Sem comentários:
Enviar um comentário