Our Self: Um blogue desalinhado, desconforme, herético e heterodoxo. Em suma, fora do baralho e (im)pertinente.
Lema: A verdade é como o azeite, precisa de um pouco de vinagre.
Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
The Second Coming: «The best lack all conviction, while the worst; Are full of passionate intensity» (W. B. Yeats)

03/11/2011

AVALIAÇÃO CONTÍNUA: O joker do poker doméstico palpita sobre o poker europeu

Secção George Orwell

Manuel Maria Carrilho, com a autoridade imanente à sua condição de filósofo do regime, achou que a decisão de referendar o plano de resgate da Grécia «é uma jogada genial (no poker europeu), um lance genial de Papandreou. No sentido em que vai alterar os dados, todos os dados do jogo. Introduz um factor que foi aqui falado que é a democracia».

Não me recordo do professor Carrilho ter achado algum dia que os gregos deveriam ter referendado a adesão à CEE, a entrada no euro e o tratado de Lisboa e por isso tenho dificuldade em perceber porque acha que terão de referendar um plano de resgate para permanecerem no euro.

Aparte essas considerações serem mais diletantismo de filósofo de desfile de moda do que alguma coisa séria, o professor Carrilho parece não ter percebido que, com vários deputados do PASOK e a oposição contra o referendo, isto não passa de um exercício fútil cujas consequências são mais alguns passos para a desintegração da Zona Euro, preâmbulo da desintegração da União Europeia por ele tão venerada.

Por tudo isto e pela sua carreira, merece o professor Carrilho 5 chateaubriands, por encarnar o joker no poker doméstico, e outros 5 bourbons, por permanecer fiel à sua imagem de porta-voz pedante de vacuidades.

Sem comentários: