«Desde pequeno ouço em família que a melhor maneira de evitar os totalitarismos é através da dispersão do poder. É não permitir a coincidência entre o poder político, o poder económico e o poder religioso.
O grande perigo no século XX não veio do liberalismo mas das ideologias 'de salvação', como o nazismo ou o comunismo, das doutrinas 'luminosas' que partem da conquista do Estado - e a partir daí submetem o capital económico e financeiro, nacionalizando a economia e nacionalizando os bancos, e proíbem os cultos religiosos.
Por isso estranho que pessoas que conhecem bem estas situações, como Manuel Alegre, Mário Soares ou o novo líder do PS, António José Seguro, falem constantemente da necessidade de ser o Estado a liderar, a vigiar, a controlar o poder económico.
É que a economia tem uma vantagem sobre o Estado: vive da realidade. Vive dos números. É objectiva. E o Estado pode viver de ideologias erradas, como tragicamente se viu no século passado.
Argumenta-se que os políticos são eleitos e que os funcionários que gerem o poder económico e financeiro são pessoas 'sem rosto', que não foram eleitas por ninguém.
Isso é verdade.
Mas é bom não esquecer que esses 'homens sem rosto' não caíram do céu. Dependem dos resultados que obtêm: se não apresentarem bons resultados, são substituídos. E a sua escolha para os cargos é muitas vezes mais difícil do que a dos políticos: estes são frequentemente eleitos pela sua imagem, ou por serem mais de direita ou mais de esquerda - enquanto os 'homens sem rosto' são escolhidos pelo currículo, pelos resultados que alcançaram, pelos seus sucessos e insucessos.
Todos sabemos que o capitalismo muitas vezes é cruel, impiedoso. Mas as grandes tragédias humanas foram praticadas pelo poder político, quando se arvorou em salvador.
Assim, todos devemos sentir-nos mais tranquilos quando o poder está disperso ¸quando o poder político faz o seu trabalho, quando o poder económico e financeiro tem liberdade para agir e quando o poder religioso tem liberdade de culto.»
Excerto de «Poder político, brutalidade e poder económico» e António José Saraiva no Sol de 25-11.
Desde que fundou o Sol, AJS tem vindo gradualmente a descontaminar-se da atmosfera estatizante do Expresso, e a caminhar para uma saudável desconfiança em relação ao Estado e às suas perversões. A isso talvez não seja estranha a tentativa de chantagem que lhe fizeram com o financiamento do SOL dependente da não publicação de material inconveniente para a cloaca socrática. Nessa altura AJS provou do veneno dos abusos de poder, possíveis pela ocupação do aparelho de estado por uma clique sem escrúpulos, apesar dos mecanismos formais da democracia funcionarem e de vivermos oficialmente num estado de direito.
Our Self: Um blogue desalinhado, desconforme, herético e heterodoxo. Em suma, fora do baralho e (im)pertinente.
Lema: A verdade é como o azeite, precisa de um pouco de vinagre.
Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
The Second Coming: «The best lack all conviction, while the worst; Are full of passionate intensity» (W. B. Yeats)
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Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
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28/11/2011
TIROU-ME AS PALAVRAS DA BOCA: «Poder político, brutalidade e poder económico»
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