Our Self: Um blogue desalinhado, desconforme, herético e heterodoxo. Em suma, fora do baralho e (im)pertinente.
Lema: A verdade é como o azeite, precisa de um pouco de vinagre.
Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
The Second Coming: «The best lack all conviction, while the worst; Are full of passionate intensity» (W. B. Yeats)

10/06/2012

DIÁRIO DE BORDO: A regra e a excepção

A minha apreciação pelo Expresso já viu melhores dias. Pode ser impressão minha, mas na medida em que economia se degradava com impacto sobre a situação financeira do grupo Imprensa mais o Expresso ficou debaixo da asa dos banqueiros do regime (com uma média de meia dúzia páginas de publicidade), perdeu distância em relação ao governo socrático e tornou-se uma espécie de Acção Socialista camuflado.

Apesar disso, continuo a ler habitualmente o Expresso porque é possível encontrar algumas peças dignas de atenção, perdidas no oceano do jornalismo de causas e do jornalismo promocional. Como exemplo, só neste sábado, o artigo de opinião de Rui Ramos e uma passagem num outro de Ricardo Costa onde reconhece evidências como «este governo tem uma folha de serviços incontestavelmente mais limpa do que o anterior em matéria de banco» e ainda «a utilização discricionária da Caixa e a tomada de assalto do BCP durante o consulado de Sócrates são difíceis de ultrapassar em descaramento».

Poderá dizer-se que Ricardo Costa está só a abrir caminho para o mano António que não pode, mas precisa, deitar para a sarjeta a herança socrática. Ou está a abrir caminho para tornar tragável a sua visão incontestavelmente estatista. Pois pode. Mas este segundo desiderato é o que andam a fazer 9 em cada 10 jornalistas do Expresso com muito menos inteligência.

É pouco, pois é. No entanto, talvez seja suficiente para uma parte dos leitores continuar a ler o Expresso. Se calhar é uma estratégica da esquerda inteligente

Sem comentários: