Ainda a propósito das «críticas inflamadas» à admissão por António Borges da emergência de baixar ainda mais os salários (ver aqui, aqui, e aqui), sinto-me obrigado a fazer uma referência a Daniel Amaral, um economista da área socialista que, não deixando de criticar o homem (já somos dois), faz umas contas simples para honestamente concluir:
«Com isto chegamos às famosas declarações de António Borges, conselheiro influente e figura de proa de um Governo que, até hoje, mais não fez do que aumentar os impostos, diminuir os salários, facilitar os despedimentos e elevar a taxa de desemprego até níveis insuportáveis. Borges foi conivente - e inconveniente. Eu posso dizer o que ele disse. Ele não. O que ele disse é verdade. Mas há verdades que o pudor recomenda que não se digam.»Leva 3 afonsos por se distinguir dos seus correligionários que não conseguem separar a verdade das conveniências.
Aparte as verdades dependerem de pudores, poderia subscrever o juízo de Daniel Amaral substituindo em «de um Governo que, até hoje, mais não fez do que» o «mais não fez» por «pouco mais fez». Isto não é um pormenor: estou convicto que parte do que o governo não fez e deveria fazer não tem suporte social para ser feito num país profundamente colectivista e dependente do Estado Sucial.
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