No exercício dessa obsessão escrutinamos com um filtro o que dizem e escrevem os estrangeiros procurando confortar a nossa insegurança e fortalecer o nosso frágil ego. Por isso, duvido que se dê a atenção devida ao que nos disse Subir Lall, chefe da missão do FMI. Por várias razões, além da óbvia que é não nos dar graxa: é «escurinho», como disse aquela alma subtil que comanda a legião comunista, a propósito do antecessor de Lall; é «técnico» - uma espécie de insulto reservado a quem não partilha o pensamento mágico da esquerda; e representa a tutela dos credores que nos obriga a conviver com a realidade, exercício penoso e desgastante.

Se Subir Lall viu o relógio de Paulo Portas, deve ter suspeitado que o seu proprietário e os portugueses que por ele se orientam ainda não acertaram as horas, decorridos mais de 2 anos de tutela.
Sem comentários:
Enviar um comentário