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14/10/2013

TIROU-ME AS PALAVRAS DA BOCA: A reforma do Estado foi reformada e Sócrates dá aulas de moral

«Em suma, há um Executivo empenhadíssimo em proceder a numerosas operações estéticas a fim de parecer reformar o Estado. Há um Tribunal Constitucional (e uma Constituição) que corrobora a farsa, "provando" que o Governo fez o que pôde de modo a reduzir o Estado. Há uma oposição que, sem se rir, acusa o Governo de reduzir o Estado. E há, contas feitas, um Estado perpetuado na capacidade de alimentar os que melhor o usam. Os contribuintes, distantes destes arranjos, pagam-nos mansamente. Vale que alguns dos contribuintes são alemães, pelo que a mansidão está em risco. E os arranjos também.

Não me escandaliza que alguém classifique de vergonhosas as desculpas de Rui Machete a Angola. Faz-me certa impressão que esse alguém seja José Sócrates, também conhecido por "o Engenheiro". Desde logo, porque nenhum outro governante em democracia abusou tanto da representatividade para subjugar o país a regimes pouco recomendáveis, desde a tenda de Kadhafi às sucessivas vénias a Hugo Chávez. Mas sobretudo porque se trata do "eng." Sócrates, cujo currículo geral devia isentá-lo de classificar o que quer que fosse. Vergonhosa de facto é a presença semanal da criatura na RTP, que passou há muito o estatuto de anedota e começa a incorrer no de ofensa.»

A menos que se ache natural colocar o incendiário do Caramulo a comentar incêndios em horário nobre, ou contratar Otelo a fim de dissertar sobre geo-estratégia, o programinha do "eng." Sócrates é dos principais sintomas do enlouquecimento acelerado da nossa vida pública. Não falo da radical ironia que consiste em obrigar o contribuinte a patrocinar (incluindo, parece, os custos em protecção policial) o homem que, acima de todos, ajudou a desgraçá-los. Ainda que o "eng." Sócrates pagasse do seu bolso o tempo de antena de que dispõe, o absurdo permaneceria.»


RTP, símbolo da nação por ALBERTO GONÇALVES no DN

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