Também sou da opinião que o governo deveria ter feito as reformas de maior impacto nos primeiros tempos quando ainda tinha algum suporte popular. Concordo que o nunca aparecido guião/argumentário do Dr. Portas é uma mistificação, como seria previsível vindo de um emérito mistificador. Verifico que os cortes da despesa do orçamento de 2014 são mais uma vez «transversais», «cegos», etc., tal como os cortes anteriores. Sei que a consolidação orçamental se está a fazer a um ritmo muito mais lento do que o previsto no Memorando de Entendimento e mais à custa do aumento de impostos. Não desconheço que no orçamento de 2014 as despesas sociais são uma vez mais cortadas.
Sei e concordo com tudo isso, mas acho uma estupidez ou um despautério ou uma enorme falta de vergonha, conforme os casos, que quem clamou contra a «austeridade» agora critique a falta de reformas atempadas cujo resultado teria sido mais «austeridade», ou quem clamou contra a falta de redução da despesa agora lamente que já devia ter sido feita, ou que quem exigiu mais tempo agora se queixe que se perdeu tempo demais, ou quem está contra os despedimentos dos funcionários públicos ou a aproximação dos seus salários e pensões aos dos restantes trabalhadores se indigne com o corte das despesas sociais.
Também sei que o governo está a falhar, mas, para usar as palavras de jcd no Blasfémias, «este falhanço não pode nem deve ser avaliado pela mesma bitola do falhanço do governo Sócrates. Sócrates é culpado de ter arrastado Portugal para a bancarrota. Este governo só é responsável de não ter sido capaz de nos salvar dessa bancarrota.»
Não se cuidem e, quando a realidade vos cair em cima, podereis encontrar-vos no país antecipado por jcd, que espero esteja redondamente enganado para bem dos meus filhos e netos.
Our Self: Um blogue desalinhado, desconforme, herético e heterodoxo. Em suma, fora do baralho e (im)pertinente.
Lema: A verdade é como o azeite, precisa de um pouco de vinagre.
Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
The Second Coming: «The best lack all conviction, while the worst; Are full of passionate intensity» (W. B. Yeats)
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Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
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