Caixa de correio do almirante Tomás com cartas de emigrantes que trabalhavam no bâtiment e viviam na bidonville |
Queixa-se o rapaz de se sentir «expulso» do país, informa que vai trabalhar para Londres e «implora» que não seja criado um «imposto sobre as lágrimas e muito menos sobre a saudade». Sorte a dele que não vai a salto arriscando-se a levar uma bala no canastro. Na pior hipótese voa na easyjet pelo preço de um bilhete para o Rock in Rio e tem à sua espera um emprego num hospital público de Northampton e não um trabalho de pedreiro a dias no bâtiment e um alojamento numa bidonville.
DECLARAÇÃO DE INTERESSE:
Sei que num país de queixinhas, infestado pela songamonguice, onde muitos dos nossos jovens fazem cursos para serem felizes em universidades a 10 minutos da casa da mãezinha, este post pode ser considerado uma ofensa à auto-estima autóctone. Invoco em minha defesa ter uma família e parentela de emigrantes e um filho em Londres, onde estudou trabalhando e onde trabalha estudando, e declaro solenemente que se o rapaz escrevesse uma carta daquelas fosse a quem fosse tê-lo-ia deserdado - na hipótese remota de, quando bater a bota, sobrar algo do meu «fundo de compensação» do esbulho das pensões que o Estado Sucial está a levar a cabo.
3 comentários:
Pode ver-se como esta cultura protetora de esquerda tornou as pessoas em vítimas.
tina
"Queixa-se o rapaz de se sentir «expulso» do país, informa que vai trabalhar para Londres e «implora» que não seja criado um «imposto sobre as lágrimas e muito menos sobre a saudade». Sorte a dele que não vai a salto arriscando-se a levar uma bala no canastro. Na pior hipótese voa na easyjet pelo preço de um bilhete para o Rock in Rio e tem à sua espera um emprego num hospital público de Northampton e não um trabalho de pedreiro a dias no bâtiment e um alojamento numa bidonville." De facto, a memória é uma coisa muito curta.
Brilhante.
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