No PSD, principal partido da oposição, a coordenadora das Mulheres Sociais-Democratas iniciou um processo de recrutamento via WhatsApp para "ajudar" a preencher uma quota de 40% de mulheres.
Em Portugal as mulheres já são mais numerosas do que os homens em profissões socialmente prestigiadas como médicos (56%), magistrados (62%) e advogados (55%) e já estão em maioria (58%) nos diplomados pelas universidades o que à medida em que esses diplomados entrarem o mercado de trabalho aumentará a maioria feminina nessas e noutras profissões.
Em termos comparativos as mulheres portuguesas já estão muito bem posicionadas na OCDE, como se pode ver nos gráficos seguintes.
Dirão, sim, está-se mais próximo da igualdade mas ainda há um longo caminho a percorrer. Longo? Depende da perspectiva. Em termos temporais, o Homo sapiens sapiens por cá anda há 300 mil anos e nos últimos 60 anos, desde que foi inventada e se generalizou a pílula e o aborto foi sendo liberalizado, as mulheres alcançaram ou sobrepuseram-se aos homens em muitos domínios onde no passado não estavam presentes. Foi uma grande vitória dirão. Depende da perspectiva, porque nesta competição pela igualdade as mulheres adoptaram os critérios e os valores masculinos de sucesso.
Chegados aqui está na altura de chamar Mme Giroud e aplicar o seu critério prático de igualdade. Para Françoise Giroud, jornalista e fundadora de L'Express, escritora, política francesa e feminista, a igualdade de oportunidades entre homens e mulheres seria alcançada quando uma mulher incompetente fosse preferida a um homem competente.
Se Mme Giroud ainda vivesse, suspeito que já teria concluído que em muitos países já falta pouco e em Portugal pode não faltar nada para se atingir a igualdade desse ponto de vista. Vejamos alguns exemplos recentes.
Olhemos, por exemplo, para o governo português com as suas 8 ministras e 16 secretárias de Estado que num governo geralmente incompetente em conjunto não se destacam pela competência, to say the least. Pelo contrário, algumas das governantes estão abaixo dos mínimos e poderiam facilmente ser substituídos por homens menos incompetentes. Há alguns casos terminais como as ministras da Coesão Territorial e da Agricultura ou a maioria das secretárias de Estado que vivem na quase clandestinidade. Certamente Mme Giroud, com o seu intelecto superior, concluiria que todas estas governantes foram preferidas a homens que poderiam ser mais competentes sem dificuldade.
Dirão, ah, mas isto é aqui no Portugal dos Pequeninos. Não, não é. Olhemos para a Comissão Europeia e o desastre da presidência (o
fiasco negocial das vacinas é um paradigma de incompetência) por uma Ursula von der Leyen que, tendo sido uma ministra da Defesa que em tempos me pareceu aceitável, foi vítima do Princípio de Peter e podemos concluir ter sido preferida (ao que parece por uma jogada de Macron) a pelo menos meia dúzia de homens mais competentes.
1 comentário:
O aborrecimento, o desprazer, a gaita, é que onde houver mulheres a mandar há bosta — termo consagrado pelo azul-escuro mamoma bá no BE.
Abraço
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