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14/10/2014

Pro memoria (198) – Ora acontece que António Costa se fez de morto

Evidentemente não faria sentido nenhum responsabilizar um presidente da câmara pelas chuvadas que caem no concelho. Nem mesmo pelas inundações causadas por estas chuvadas quando um conjunto de circunstâncias meteorológicas e hidrológicas excepcionais se reúnem para causar inundações, nomeadamente quando a precipitação atinge um nível com probabilidade de ocorrência muito baixa.

Ora acontece que segundo os dados do IPMA em Lisboa «os valores registados em 22 de Setembro de 2014 são mais baixos que os valores registados em 18 de Fevereiro de 2008» e foi o que se viu. A coisa foi justificada pela câmara com o período de precipitação mais forte entre as 13:00 e as 15:00 coincidir com a preia-mar às 14:13.

Ora acontece que ontem 2.ª feira, a chuva mais forte foi no mesmo período e desta vez a baixa-mar foi às 12:59 e a preia-mar às 19:33.

Ora acontece que, ontem como no dia 22 de Setembro, não foram só as zonas baixas da cidade que sofreram inundações, também as zonas altas: Sete-Rios, S. Sebastião, Calçada de Carriche, Av. João XXI, túneis do Campo Grande, Praça de Espanha, etc.

Ora acontece que o presidente da câmara vai para 5 meses que se dedica à promoção da sua candidatura a candidato a primeiro-ministro e ao comentário político na Quadratura do Círculo. Se no dia 22 de Setembro ainda se mostrou aos mídia, ontem fez-se de morto, bem como toda a vereação. Ter-se-ia feito de morto se em vez de uma cidade alagada tivesse uma inauguração para fazer?

Ora acontece que ninguém exigiu que a criatura pedisse desculpa aos residentes e aos que trabalham em Lisboa. Nem ninguém pediu a sua demissão. Percebe-se porque a criatura foi ungida, tem boa imprensa e está a caminho de S. Bento para continuar a obra socialista.

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