Secção Com a verdade me enganas
Já por diversas vezes [(1), (2) e (3)] fiz apreciações negativas de Ricardo Costa, apesar de o considerar um dos melhores jornalistas no mercado das causas. Com alguma surpresa, li o seu editorial do Expresso de sábado passado onde se distancia da «vaga de fundo», para usar uma expressão parva, da antecipação das eleições que se move no lago do jornalismo de causas e dos opinion dealers, vaga que o ungido António Costa, por acaso o seu irmão, pretende surfar.
Por acaso, ou talvez não, Ricardo Costa também se distancia do bota-abaixismo a Durão Barroso prevalecente nos opinativos – desde logo o inefável Miguel Sousa Tavares que derrama numa das páginas seguintes um dos seus ódios de estimação para compensar a inacreditável veneração por José Sócrates. Costa faz um balanço relativamente equilibrado dos dois mandatos, apenas se perdendo quando critica o «inconseguimento», para usar uma palavra parva, como se Barroso pudesse ter sido uma espécie de Obama da União Europeia.
Desta vez leva três afonsos por se ter disposto a contrariar a doutrina Somoza.
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