Our Self: Um blogue desalinhado, desconforme, herético e heterodoxo. Em suma, fora do baralho e (im)pertinente.
Lema: A verdade é como o azeite, precisa de um pouco de vinagre.
Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
The Second Coming: «The best lack all conviction, while the worst; Are full of passionate intensity» (W. B. Yeats)

20/03/2015

CAMINHO PARA A INSOLVÊNCIA: De como o melhor que pode acontecer ao paraíso prometido aos gregos pelo Syriza é ser um purgatório (XIV) – da falta de dinheiro ao dedo de Varoufakis

Outros purgatórios a caminho dos infernos.

Nem todos parecem felizes com o estado de coisas em Atenas como mostram estas imagens da SIC Notícias dos «protestos de grupos de anarquistas, que resultaram em actos de vandalismo». Estes actos se tivessem tido lugar há 2 meses teriam sido os protestos de cidadãos indignados.

Entretanto, apesar de mais uma injecção de liquidez de 400 milhões do BCE à banca grega, o dinheiro aproxima-se perigosamente do fim, com os bancos a perderem na terça-feira passada quase 400 milhões de euros em depósitos - cerca de cinco vezes mais do que a média dos dias anteriores.

Fatalmente, o apoio popular ao governo Syriza-Anel vai-se perdendo tendo descido de mais de 80% para menos de 60% - é possível enganar toda a gente durante algum tempo mas só é possível enganar alguns durante todo o tempo. (Observador)

Na parte humorística, temos o dedo de Varoufakis que andou para cima e para baixo e finalmente, não obstante o empenhamento do jornalismo de causas a tentar limpar a folha da criatura, parece ter-se confirmado que o homem mandou mesmo f*d#r a Alemanha – ver o explicador do Insurgente sobre «O dedo do Varoufakis».

Para concluir com coisas sérias, compare-se o resultado do show off da dupla Tsipras-Varoufakis em diversos palcos europeus, com versões domésticas a insultar a inteligência dos gregos (de cada vez menos, pelos vistos), com os resultados negociais conseguidos pela Irlanda e por Portugal descritos por Pedro Romano no artigo «As lições dos bons alunos» cuja leitura se recomenda e de onde roubo o quadro seguinte.


Actualização:

Stavros Karagkounis, coordenador político do Syriza na região de Atenas e assessor de Tsipras, falou ontem à Agência Lusa em nome dos povos: «O povo de Portugal, o povo espanhol e os povos do sul da Europa em geral estão do lado do governo grego e os governos de Portugal e de Espanha estão contra o povo grego e contra os povos de Portugal e de Espanha. Porque a política que aplicam é contra os interesses do povo português, espanhol e, em geral, contra o sul da Europa»,

A Agência Lusa a ouvir o apparatchik do Syriza é equivalente à agência de notícias grega ANA ouvir o presidente da distrital de Lisboa do PSD a falar em nome dos povos do Sul da Europa que, segundo ele, não estariam dispostos a pagar as asneiras dos sucessivos dirigentes políticos e da cleptocracia grega.

1 comentário:

Lufra disse...

Esse Stavros Karagkounis de Portugal dó deve conhecer BE.