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19/11/2014

ACREDITE SE QUISER: O que foi bom para o GES foi bom para Portugal?

«Em nenhuma situação tomei decisões que decorressem da influência de Ricardo Salgado», garantiu Teixeira dos Santos, o ministro das Finanças de José Sócrates, esta manhã à comissão parlamentar de inquérito ao caso BES.

A mesma garantia seria sem sombra de dúvida dada por todos os membros dos governos de José Sócrates, a começar por ele próprio, e pelos membros de todos os governos anteriores. E por toda a gente que fez parte da «lista dos mais poderosos da economia portuguesa» que o Jornal de Negócios publicou regularmente, onde Ricardo Salgado se encontrou sempre no pódio excepto este ano em que caiu para antepenúltimo.

O que levanta um problema: como foi possível uma criatura que nunca influenciou as decisões de nenhum dos mais poderosos se ter tornado o mais poderoso dos poderosos – o Dono Disto Tudo?

Tenho uma explicação inspirada no conhecido episódio de Charles E. Willson, ex-presidente da General Motors que durante as audiências no Senado em 1953 para confirmação da sua nomeação para secretário da Defesa de Eisenhower, interrogado sobre os potenciais conflitos de interesse, disse «o que é bom para os Estados Unidos é bom para General Motors». A partir de então foi quase sempre citado como tendo dito o inverso «o que é bom para a General Motors é bom para os Estados Unidos», provavelmente mais próximo do que ele pensava.

Admito, pois, apesar de num país em que a discrição impera nunca ninguém ter dito «o que é bom para o GES é bom para Portugal», que todos os poderosos da lista o pensassem e decidissem em conformidade.

1 comentário:

Unknown disse...

E eu que o diga que comprei um painel solar com apoio a uma empresa do DDT e não cumpriram o contrato, nem see poderá processá-lo.Os ditos representantes do estado nomeados pelo governo de socrates nem se deram ao trabalho de responder.