Our Self: Um blogue desalinhado, desconforme, herético e heterodoxo. Em suma, fora do baralho e (im)pertinente.
Lema: A verdade é como o azeite, precisa de um pouco de vinagre.
Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
The Second Coming: «The best lack all conviction, while the worst; Are full of passionate intensity» (W. B. Yeats)

04/11/2014

TIROU-ME AS PALAVRAS DA BOCA: «Não admira, pois, que António Costa ande tão calado»

«A governação de Bernardino em Loures é a prova definitiva do grande impasse político em que vivemos: se até um comunista tem de governar como um neoliberal, não há mesmo alternativa ao rigor orçamental. Ou seja, não há mesmo espaço para divergências políticas, para promessas ou para combates ideológicos. Na oposição, cada um que diga o que quiser. Mas, no poder, comunistas, socialistas e sociais-democratas, todos serão “neoliberais” enquanto tiverem contas por pagar.

No fundo, é isto: depois da ‘festa’ vem sempre o rigor orçamental. Governe quem governar. Bernardino está aí para o demonstrar. Não admira, pois, que António Costa ande tão calado

A ler na íntegra «O comunista neoliberal» no Observador onde Alexandre Homem Cristo comenta a gestão e o discurso de Bernardino Soares na sua encarnação como presidente da CM Loures. Sim, este Bernardino é o mesmo inseguro sobre se a Coreia do Norte não seria uma democracia e o mesmo que produziu aqueles discursos incendiários contra a austeridade.

Estaremos perante mais um caso de aplicação do trilema de Žižek? Recorde-se que este trilema, formulado por Slavoj Žižek, postulava a incompatibilidade, sob um regime de constrangimento ideológico como o comunismo, entre as virtudes de honestidade, inteligência e adesão sincera a esse regime.

Sem comentários: