Our Self: Um blogue desalinhado, desconforme, herético e heterodoxo. Em suma, fora do baralho e (im)pertinente.
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22/11/2014

Dúvidas (62) - Porque será que não estou surpreendido?

É certo que toda a gente deve ser presumida inocente até ser provada a culpa -  embora haja casos em que a imperfeição humana substitui por razões práticas o benefício da dúvida pelo prejuízo da certeza. É certo que já está a correr a previsível tese socialista da cabala. É certo que não se sabe se é apenas uma coincidência mandar prender José Sócrates para o ouvir como «suspeito de crimes de corrupção, fraude fiscal agravada, branqueamento de capitais e falsificação de documentos» na antevéspera da entronização como líder do PS do incumbido de legitimar a sua governação.

Isto não é uma tentativa de associar o ungido ao
animal feroz é apenas uma evidência dessa associação
Ainda assim, depois dos casos Cova da Beira, apartamento Héron Castilho, curso na UI acabado ao domingo, Freeport, PT-TVI, Face Oculta, Taguspark-Luís Figo, compra por 3 milhões de euros de uma casa em Paris, alegado envolvimento no caso Monte Branco de branqueamento de capitais, parece-me difícil alguém se poder surpreender por ler notícias como:
ADITAMENTOS:

Tomo nota dos escrúpulos e preocupações da jornalista Clara Ferreira Alves, a autora da entrevista de branqueamento do «chefe democrático que a direita sempre quis ter», das dúvidas de uma cidadã que leu com atenção os livros de Direito, na falta de confiança nos tablóides para a informarem e da esperança que o bom jornalismo em Portugal impeça os atropelos e a manipulação política. Será a jornalista com o mesmo nome que derramou um vómito cor-de-rosa no mesmo jornal há 5 semanas numa peça, indigna até de um tablóide, salpicada de insultos, subentendidos e insinuações sobre o «passarito» e o «passarão»?

Também tomo nota que Helena Matos defende que «A culpa não é de Sócrates. É nossa». Percebo a retórica e a ideia, mas tenho a esclarecer não me encontrar entre os culpados, como entre eles não se encontra Helena Matos nem os outros portugueses que activamente usaram as suas vozes ou a sua escrita para denunciar a criatura.

RECAPITULAÇÕES:

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