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05/10/2011

A metalúrgica do regime afunda-se com ele (3)

(Continuação deste e deste posts)

A Martifer foi uma das empresas amigas do regime durante os governos de Sócrates. Fez vários favores (a compra das minas de Aljustrel à Lundin Mining não foi dos menores), e recebeu outros e uma ampla cobertura mediática pelo jornalismo promocional. Entrou em bolsa em 2007 cotada a 10€ para descer sucessivamente até aos 1,2€ dos últimos dias.

Depois de vários anos a fazer crescer o Grupo Martifer numa espécie de modelo mini-kaebol, o negócio começou a patinar e os irmãos Martins tiverem que vender várias empresas do grupo: a Martifer Renewables e a Home Energy à EDP (os amigos são para as ocasiões), o Tavira Gran-Plaza, a participação financeira na EDP, 2 parques eólicos na Alemanha, participações na REpower Portugal e Powerblades e nos últimos dias 3 parques eólicos na Polónia e prepara-se para vender outros na Roménia.

Com resultados a degradarem-se e um rácio de autonomia financeira em 31-12-2010 inferior a 1/3, que a Martifer considera reflectir «uma estrutura financeira robusta», mas que por via de regra se considera uma excessiva dependência do financiamento por passivos (uma parte significativa a curto prazo). Não admira que tenha sido forçada a vender activos e não vai parar tão cedo.

É a maldição do jornalismo promocional.

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