Our Self: Um blogue desalinhado, desconforme, herético e heterodoxo. Em suma, fora do baralho e (im)pertinente.
Lema: A verdade é como o azeite, precisa de um pouco de vinagre.
Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
The Second Coming: «The best lack all conviction, while the worst; Are full of passionate intensity» (W. B. Yeats)

19/10/2011

Concurso de ideias sobre o OE 2012

João Cravinho, o inventor das SCUTS, acusa o governo de «uma espécie de ressentimento e ressabiamento vingativo em relação ao funcionalismo público e pensionistas» por lhes cortar 2 dos 14 meses, com a autoridade que lhe advém de ter sido um dos maiores responsáveis por dar ao governo razões para este se «vingar» do funcionalismo público e pensionistas.

«Este OE constitui uma declaração de guerra e é um programa de agressão aos trabalhadores, ao povo e ao país» disse Arménio Carlos, membro da comissão executiva da CGTP, com a autoridade que lhe advém de não ter a qualidade de trabalhador há algumas décadas.

O OE 2012 é «como uma recessão induzida, um suicídio assistido à classe média» disse o economista Sandro Mendonça do ISCTE, com a autoridade que lhe advém de, sendo especialista em inovação, não ter inovado nada repetindo baboseiras de sindicalista.

O corte dos 2 meses aos funcionários públicos e pensionistas «é a violação de um princípio básico de equidade fiscal» disse o professor de economia que habita em Belém, aproveitando para ensinar aos ignaros que «a redução de vencimentos e pensões a grupos específicos é um imposto porque obedece à definição de imposto», com a autoridade que lhe advém de ter ficado calado durante 6 anos, assistindo silencioso, impávido e sereno ao crescimento da despesa e da dívida públicas que tornou indispensável reduzir os vencimentos e pensões ou aumentar os impostos ou fazer outra coisa qualquer para reduzir o défice que ele diz que deve ser reduzido.

Provisoriamente, o professor de economia que habita em Belém ganha o concurso. Não apenas pela originalidade do seu pensamento fiscal, mas porque acrescenta a isso a sofisticação de fazer o papel de Soares ao contrário. Durante os últimos anos do consulado de Cavaco, enquanto este implorava deixem-nos trabalhar, Soares apelava ao direito à indignação para preparar o terreno para o retorno do seu partido ao governo. Cavaco faz o mesmo para o partido do doutor Soares.

Sem comentários: