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14/05/2020

Repugnante é a política da pedinchice

«Os portugueses, ou a maioria deles, necessitam de duas coisas: primeiro, de culpar alguém pelos seus males e, segundo, do próximo ilusionista. Trata-se dum modo sequencial de complacência. É curioso que muitos portugueses vejam António Costa como um herói perante a relutância dos outros em nos ajudar, mas que nada digam quando o Primeiro-ministro nada faz para que os portugueses tenham o respeito dos nossos parceiros europeus e não só. Respeito que merecem. Resultado? Há 44 anos que os mesmos partidos são eleitos para a Assembleia da República e para o governo. Há 44 anos que Portugal fica mais pobre. (...)

Há que manter vivo o velho ideal socialista. Os ricos ainda não foram todos suprimidos. Mas, como o Estado português já é um autêntico pedinte, é só uma questão de tempo.
É escandaloso a persistência na pedinchice de mão estendida com um sorriso na cara.
É indecente que nada seja feito para mudar o que os outros pensam sobre nós.
É indecoroso que a despesa pública continue a aumentar.
É indigno a promoção da discriminação enquanto se restringem as liberdades.
É imoral a dívida que vamos deixar aos nossos filhos e netos.

Entretanto, as reformas estruturais estão por fazer. O dinheiro dos contribuintes continua a ser “investido” nas empresas privadas em falência técnica. E que aqueles que diziam não pagar dívidas são os primeiros a prostrar-se perante os pés dos credores, implorando por caridade. Insignificâncias. Nada que preocupe o governo.

E isto é que é repugnante. Verdadeiramente re-pug-nan-te!»

É tão raro encontrar na imprensa portuguesa referência a esta vergonha nacional, que é o peditório à Óropa, que deixo aqui o meu reconhecimento a Vicente Ferreira da Silva por ter a impopular ousadia de condenar práticas políticas que nos deveriam envergonhar como povo mas que, infelizmente, mais do que toleradas, são exaltadas.

1 comentário:

Unknown disse...

Nada e novo.
Recordando o " Ilustre Zé Maria" : " O povo do caldo da portaria do convento".
O Empréstimo como desígnio nacional e, com um pouco de sorte, o Calote - se possível sem consequências...