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02/05/2020

Encalhados numa ruga do contínuo espaço-tempo (93) - As leis "capitalistas" não se aplicam aos comunistas

Como é sabido, o Partido Comunista é um baluarte da defesa dos trabalhadores contra os despedimentos e é ferozmente contra o patronato. Salvo se o patrão foi o próprio Partido e o despedido for um seu funcionário de muitos anos que não aceitou uma mudança compulsiva do seu local habitual de trabalho de Setúbal para o recinto da Festa do Avante no Seixal.

Como o Tribunal da Relação de Lisboa decidiu que o partido-patrão deveria reintegrar o trabalhador-dirigente, o «colectivo partidário» - supõe-se que seja o equivalente ao conselho executivo do partido-patrão - considera que  «todo o processo até hoje mostra que a pessoa em causa provocou as condições objectivas de um conflito laboral para em torno dele alcançar o que pretendia: atacar o PCP, denegrir a sua imagem e pôr em causa a sua identidade». O facto deste argumento poder ser usado por qualquer patrão capitalista substituindo apenas «o PCP» por «a empresa» não é coisa que tire o sono ao «colectivo partidário».

Talvez os comunistas consideram que não se lhes aplicam as leis "capitalistas", o que explicaria ter o Sr. Jerónimo, secretário-geral do PCP e deputado, morador em Pirescoxe, saído do concelho da residência para o concelho de Lisboa para participar na manif do 1.º de Maio, acompanhado de vários outros funcionários residentes fora de Lisboa, em manifesta violação das regras em vigor do estado de emergência. Sem consequências, acrescente-se.



Já que falo na manif do 1.º de Maio, constato que este ano o Partido Comunista dispensou os fotógrafos e operadores de câmara de causas que costumam compor os vazios da manif escolhendo as objectivas, os ângulos apropriados e as profundidades de campo apropriadas.

7 comentários:

Anónimo disse...

O confinamento ou a confinação, venha lá o mafarrico escolher, até tem feito perder a alguns a noção do "respeitinho". A vós. v.g.
Do princípio até ao fim, foi malhar no PQP em grande e com muita graça.
Antão o respeitinho?

Post scriptum: Não há para aí uma empresa chamada Confina? Há nomes enviados do Alto.

Cansado do Dia-do-Mandrião, vos saúdo!
ao

aamgvieira disse...

Não habitamos um país moderno.

O que aconteceu ontem na Alameda foi um espelho da decadência ética do comunismo na sua mais vil forma de estar.

O governo abriu uma excepção a uma agremiação de dinossauros mentais em contraponto com aquilo que determinou para a movimentação dos restantes portugueses.

Pode-se dizer que o governo é um "cordeirinho" nas mãos do PC e BE, ou por outras palavras: baixou as calças.....

A.Vieira

Emídio disse...

Isto é tudo muito lindo, sem dúvida. As regras são para respeitar, excepto para alguns, como por exemplo, PCP, islamistas com o Ramadão e ciganada (que vive à margem de tudo e de todos, e depois ainda se dizem discriminados) . É mesmo para rir a bandeiras despregadas...

Unknown disse...

Portanto , quanto a Fátima o "embargo" logicamente desaparece...

Anónimo disse...

Claro que a justificação está no título de um livro de Cunhal: «A superioridade moral dos comunistas»
Não é preciso grandes explicações para os perceber.

Unknown disse...

" Mural", era "mural".
Houve gralha do tipógrafo...

Camisa disse...

E já disseram que a Festa do Avante é para se fazer!