Our Self: Um blogue desalinhado, desconforme, herético e heterodoxo. Em suma, fora do baralho e (im)pertinente.
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27/05/2020

Pro memoria (402) - Agora que o Dr. Costa mudou o hashtag de #EuFicoEmCasa para #EuVouParaARua vamos começar a esquecer a SARS-CoV-2 como esquecemos a gripe de Hong Kong


Visual Capitalist
Sim, é verdade. Eu estava lá, vi, vivi, li e escutei. A gripe chamada de Hong-Kong causada pelo H3N2, um vírus "híbrido" provavelmente vindo também da China, andou por aí dois anos entre 1968 e 1970 e matou cerca de um milhão de pessoas, dos quais 100 mil nos EUA. Por cá foi relativamente benigna e ninguém sabe exactamente quantos morreram - seguramente menos do que as mortes nesses anos na guerra colonial.

Seja como for, num ano em que tivemos o Maio de 68 e la plage sous les pavés!, e no ano seguinte Woodstock, sex and drugs and rock and roll, quem é que queria saber de pandemias? e, sobretudo, quem é queria saber de confinamento?

Agora andamos acagaçados (anda a maioria dos portugueses e S. Ex.ª, o PR), a toque de caixa com o batuque do jornalismo de causas, espevitado pela esquerdalhada outra vez a anunciar amanhãs que cantam e já a ver-se a ocupar o Leviatã pós-pandemia. Acagaçados por uma pandemia "boazinha" que poupa praticamente quase toda a gente e apenas antecipa a morte de velhotes adoentados que já estavam na fila de espera da Ceifeira. So much ado for nothing, diria o Bardo que viveu pelo menos três pestes bubónicas: 1563-4, 1592-3 e 1603.

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