O Expresso Curto, para quem não saiba, é um email diário do semanário de reverência que funciona como um teaser para as notícias do dia. Por via de regra, não costuma ser um modelo de jornalismo profissional objectivo e isento.
Como o Pif Paf, a revista brasileira de Millôr Fernandes dos anos sessenta, cada exemplar do Expresso Curto é um número e cada número é um exemplar, sem o humor do Pip Paf. O de hoje é da autoria de Germano Oliveira, editor executivo - no semanário de reverência há mais editores do que generais nos exércitos sul-americanos.
O número de hoje é mais exemplar do que os outros. É um panfleto esquerdóide sem um pingo de objectividade. Só não é um vómito cor-de-rosa, como o falecido comunista Castrim baptizou o jornal Comércio do Funchal do princípio dos anos 70 ocupado pelo esquerdismo infantil, porque o Expresso Curto não tem essa cor. É um vómito branco.
Um curto excerto: «Na Sodoma que é o Twitter de Trump está lá esse escárnio para prosélitos, que tem tanto de sagaz para entusiasmar a base de fanáticos do presidente americano (LOL) como para assustar os que andaram na escola e leem livros ... Trump não é asno absoluto e o tweet saloio que escreveu...».
Our Self: Um blogue desalinhado, desconforme, herético e heterodoxo. Em suma, fora do baralho e (im)pertinente.
Lema: A verdade é como o azeite, precisa de um pouco de vinagre.
Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
The Second Coming: «The best lack all conviction, while the worst; Are full of passionate intensity» (W. B. Yeats)
Lema: A verdade é como o azeite, precisa de um pouco de vinagre.
Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
The Second Coming: «The best lack all conviction, while the worst; Are full of passionate intensity» (W. B. Yeats)
31/01/2019
CAMINHO PARA A SERVIDÃO: A estatística (e a inteligência) está contra o socialismo e o comunismo
Trilema de Žižek |
Ora, do ponto de vista estatístico, em 60 observações em que o resultado possível é falhar ou não falhar, estamos perante uma distribuição binomial. É como atirar uma moeda ao ar. Se atirarmos a moeda uma vez, sairá cara ou coroa. Se atirarmos muitas vezes, cerca de metade das vezes terá de sair cara e a outra metade sairá coroa. O que diríamos de uma moeda que atirada muitas vezes, saísse sempre cara? Que estava “viciada”. Isso parece tão evidente que não merece discussão.
Só que quando olhamos para todas (repito, todas) as experiências socialistas, todas (repito, todas) falharam. Na Europa de Leste. Na América Latina. Em África. No Vietname e no Camboja. Na Coreia do Norte (embora mantendo-se no poder, o nível de miséria e atraso do país rotula-o como mais um insucesso). Onde quer que a charlatanice tenha sido tentada.»
Desta vez (também) não deu certo!, Joaquim Miranda Sarmento no Eco
_____________________________________________________________________________
Se não deu certo à escala dos Estados, é provável que no final também não dê certo à escala dos municípios. Exemplo: o agora celebérrimo Bairro Jamaica situa-se no concelho do Seixal onde desde a queda do fassismo (o fassismo é o "fascismo" de Salazar) a câmara municipal é dominado por comunistas.
E não é só no Seixal. Segundo Víctor Reis, ex-presidente Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana (IHRU), as câmaras comunistas não querem «ter o ónus de desalojar pessoas e de se tornarem suas senhorias, arrastando um problema que o Programa Especial de Realojamento, desenhado em 1993 para as Áreas Metropolitanas de Lisboa e do Porto, tentou resolver.» Ou, dito de outro modo, as câmaras comunistas não querem acabar com a miséria porque a miséria lhes proporciona clientela.
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30/01/2019
CONDIÇÃO FEMININA / CONDIÇÃO MASCULINA: O mantra da diversidade
Entre os muitos mitos construídos pelo politicamente correcto (ou marxismo cultural) sobre os temas da sexualidade, a que eles chamam género, e da raça, a que eles chamam etnia (que é outra coisa diferente), ou sobre o tema da diversidade que envolve os outros dois, consiste em concluir a priori, antes de qualquer verificação experimental e sem suporte científico, por vezes contra a evidência científica, que em todas as profissões os desempenhos das equipas melhoram quando se aumenta a proporção de mulheres e/ou de homens não brancos, expediente a que costumam chamar aumentar a diversidade.
Sob esta forma genérica e universal é razoavelmente evidente que essa melhoria proveniente da diversidade pode não se verificar. Para dar alguns exemplos mais óbvios: incluir mais homens em equipas de tradutores (a arquitectura do cérebro torna as mulheres mais competentes do que os homens no domínio da linguagem) ou incluir mais mulheres nas equipas de mineiros (não carece de explicação), possivelmente em média diminuem o desempenho das equipas.
Um estudo de Josh Lerner, professor de banca de investimento na Harvard Business School, citado pelo FT, conclui que, ao contrário do mantra em moda no sector, o facto de haver mais mulheres e maior diversidade raças entre os gestores de activos não tem efeitos mensuráveis na rentabilidade. E porque haveria de ter?
Uma coisa é remover os obstáculos institucionais à igualdade de oportunidades entre homens e mulheres de qualquer raça, outra coisa diferente, e possivelmente nociva para este propósito, é a panaceia ideológica e a ciência de causas.
Sob esta forma genérica e universal é razoavelmente evidente que essa melhoria proveniente da diversidade pode não se verificar. Para dar alguns exemplos mais óbvios: incluir mais homens em equipas de tradutores (a arquitectura do cérebro torna as mulheres mais competentes do que os homens no domínio da linguagem) ou incluir mais mulheres nas equipas de mineiros (não carece de explicação), possivelmente em média diminuem o desempenho das equipas.
Um estudo de Josh Lerner, professor de banca de investimento na Harvard Business School, citado pelo FT, conclui que, ao contrário do mantra em moda no sector, o facto de haver mais mulheres e maior diversidade raças entre os gestores de activos não tem efeitos mensuráveis na rentabilidade. E porque haveria de ter?
Uma coisa é remover os obstáculos institucionais à igualdade de oportunidades entre homens e mulheres de qualquer raça, outra coisa diferente, e possivelmente nociva para este propósito, é a panaceia ideológica e a ciência de causas.
29/01/2019
DEIXAR DE DAR GRAXA PARA MUDAR DE VIDA: Portugueses no topo do mundo (10)
Pergunta o Expresso em título, explicando quem é le mec: «Jérôme Rodrigues, atingido por um disparo, no sábado à tarde, na praça da Bastilha, em Paris, quando filmava, de cara destapada e com um telemóvel, uma manifestação do movimento, falou esta segunda-feira com o Expresso, no hospital onde foi operado durante cinco horas ao olho direito. Militante 'colete amarelo' desde a primeira hora, diz que não é um radical. “A família portuguesa era católica, a francesa era mais comunista. Não sou um extremista nem um vândalo, de modo nenhum”»
Finalmente! Já estava a desesperar. Passaram várias semanas desde que os gilets jaunes começaram manifestar-se e nada. Nem um português na mêlée, entre as enormes multidões de manifestantes (prá aí dois em cada mil franceses vestiram o gilet jaune) que fizeram tremer Macron. Até que soubemos do Jérôme e logo um híbrido de galo de Barcelos católico e poulette communiste française.
Seria a primeira vez em que algo de relevante no mundo aconteceria sem um português. Exagero? Quereis apostar que quando começarem a ser divulgadas fotos tiradas pelo veículo chinês Yutu-2 na face oculta da Lua os nossos jornalistas patriotas vão reconhecer um luso-chinês?
28/01/2019
Crónica da avaria que a geringonça está a infligir ao País (172)
Outras avarias da geringonça e do país.
Os favores cobram-se e pagam-se. Quando Costa procurava enxotar Seguro da liderança do PS, Pacheco Pereira deu-lhe palco mediático no «Quadratura do Círculo» da SIC transformando mais um político no activo em comentador, uma espécie rara noutras paragens e abundante neste Reino de Pacheco, como lhe chamou O'Neill há uns 60 anos. Agora foi a vez de Costa retribuir e preparar o terreno para a RTP dar abrigo ao programa de Pacheco, entretanto expulso da SIC por falta de audiência.
Porém, o que a SIC tira com uma mão, dá a Impresa com a outra mão no Expresso. Por exemplo, o caderno de Economia de sábado passado na pág. 11, com chamada na 1.ª página, esforça-se por ajudar o governo a passar a mentira de que a comunicação pelos bancos ao fisco dos saldos acima de 50 mil euros resulta de uma imposição internacional de combate ao branqueamento - na verdade, essa imposição aplica-se apenas aos valores detidos no estrangeiro e não no próprio país.
Os tambores socialistas voltaram a rufar na imprensa amiga pela melhoria de 475 milhões do défice. Em todo o caso pior do que previsto em Outubro, convindo acrescentar que o feito foi alcançado com um aumento da receita de mais de 10 mil milhões - dito de outro modo, por cada 100 euros que o Ronaldo das Finanças nos aliviou a mais em 2018, usou menos de 5 euros na redução do défice.
Os favores cobram-se e pagam-se. Quando Costa procurava enxotar Seguro da liderança do PS, Pacheco Pereira deu-lhe palco mediático no «Quadratura do Círculo» da SIC transformando mais um político no activo em comentador, uma espécie rara noutras paragens e abundante neste Reino de Pacheco, como lhe chamou O'Neill há uns 60 anos. Agora foi a vez de Costa retribuir e preparar o terreno para a RTP dar abrigo ao programa de Pacheco, entretanto expulso da SIC por falta de audiência.
Porém, o que a SIC tira com uma mão, dá a Impresa com a outra mão no Expresso. Por exemplo, o caderno de Economia de sábado passado na pág. 11, com chamada na 1.ª página, esforça-se por ajudar o governo a passar a mentira de que a comunicação pelos bancos ao fisco dos saldos acima de 50 mil euros resulta de uma imposição internacional de combate ao branqueamento - na verdade, essa imposição aplica-se apenas aos valores detidos no estrangeiro e não no próprio país.
Os tambores socialistas voltaram a rufar na imprensa amiga pela melhoria de 475 milhões do défice. Em todo o caso pior do que previsto em Outubro, convindo acrescentar que o feito foi alcançado com um aumento da receita de mais de 10 mil milhões - dito de outro modo, por cada 100 euros que o Ronaldo das Finanças nos aliviou a mais em 2018, usou menos de 5 euros na redução do défice.
27/01/2019
ESTÓRIA E MORAL: Tenho esta cor e posso ter outra se não gostarem desta
Estória
Era uma vez uma criatura que jurava seguir a linha do Siryza, indignava-se com a ditadura do défice e garantia virar a página da austeridade.
Fez uma campanha com fotos branqueadas para disfarçar a cor da sua pele, perdeu as eleições, aliou-se, segundo as suas palavras, a «um partido oportunista que parasita a desgraça alheia e é incapaz de assumir responsabilidades» para chegar a primeiro-ministro, passou a orgulhar-se da redução do défice à custa do aumento da carga fiscal e da redução das despesas de investimento deixando o adorado SNS exangue.
Num debate no parlamento a semana passada, quando perguntado pela líder de um partido da oposição se condenava ou não actos de vandalismo num bairro degradado habitado por africanos, a criatura, agora primeiro-ministro, respondeu
Moral
Como groucho-marxista, Costa não só tem os princípios que tem e pode ter outros se não gostarem destes, como também tem esta cor e pode ter outra se não gostarem desta.
Era uma vez uma criatura que jurava seguir a linha do Siryza, indignava-se com a ditadura do défice e garantia virar a página da austeridade.
Costa claro: Cartaz de campanha |
Num debate no parlamento a semana passada, quando perguntado pela líder de um partido da oposição se condenava ou não actos de vandalismo num bairro degradado habitado por africanos, a criatura, agora primeiro-ministro, respondeu
«Deve ser pela cor da minha pele que me pergunta»
Costa escuro: foto recente durante um comício |
Moral
Como groucho-marxista, Costa não só tem os princípios que tem e pode ter outros se não gostarem destes, como também tem esta cor e pode ter outra se não gostarem desta.
Se tirarmos o privado ao SNS fica o público
UM SNS PUBLICO
(Um exercício irónico de João Duque no Expresso sobre a obsessão esquerdista de engolir os «privados»)
«Parece que a ”geringonça” quer o Serviço Nacional de Saúde exclusivamente público, sem espaço para que gulosos interesses privados o desvirtuem e desfrutem. Têm toda a razão.
Fui ao Centro de Saúde. À entrada, o segurança de uma empresa privada falava com uma senhora da limpeza de outra empresa privada que concluía a sua tarefa à luz de lâmpadas fornecidas por uma empresa privada e alimentadas por eletricidade fornecida por outra empresa privada. O ambiente estava agradável, pois o aquecimento a gás fornecido por uma empresa privada, mantinha a sala numa temperatura ame- · na. Retirei uma senha de uma máquina comprada e alimentada por uma empresa privada e dirigi-me a uma funcionária administrativa simpática que estava sentada numa ·cadeira fornecida por uma empresa privada e se apoiava numa secretária fornecida pela mesma empresa privada enquanto concluía uma chamada telefónica estabelecida através de um contrato que o Centro de Saúde tem com uma empresa privada. Fiquei à espera, sentado em cadeiras fornecidas por empresas privadas, até ser alertado para a minha consulta por um equipamento moderno instalado por uma empresa privada. Antes porém, tinha ido comprar uma garrafa de água a uma máquina dispensadora instalada e abastecida por uma empresa privada. Entrei no consultório e, como era de esperar, o médico tinha ao pescoço o seu moderno estetoscópio desenvolvido e adquirido a uma empresa privada. Depois de me ter mandado deitar na marquesa hospitalar adquirida a uma empresa privada e devidamente revestida por uma folha de papel provida por uma empresa privada mandou-me sentar frente à sua secretária numa cadeira vendida por uma empresa privada. Ele mesmo se sentou depois à secretária fornecida igualmente por uma empresa privada e começou a preencher a minha ficha e prescrições num computador produzido e fornecido por empresas privadas. Todo o sistema agora está informatizado, tendo este sido desenvolvido por uma empresa privada. No final imprimiu a prescrição numa impressora de marca privada em papel fornecido por uma empresa privada.
Saí do Centro de Saúde e fui à farmácia privada comprar o medicamento prescrito, o qual foi desenvolvido e produzido por uma empresa privada.
A ida ao Centro de Saúde correu bem. Saí satisfeito e seguro que, se a organização de todo este processo tivesse tido a mais leve intromissão de um privado teria corrido muito mal.»
26/01/2019
DIÁRIO DE BORDO: Senhor, concedei-nos a graça de não termos outros cinco anos de TV Marcelo (72) - Tapando a fossa séptica da Caixa
Outras preces
Se a criatura que faz as vezes de presidente da República tivesse um módico de bom senso só falaria quando tivesse alguma coisa para dizer e só faria o seu papel. Assim, ficaria a maior parte do tempo calado e ter-se-ia poupado a fazer de árbitro do PSD, intrigando sucessivamente com Rio e Montenegro, e de promotor do putativo futuro líder, fazendo Moedas gastar imenso dinheiro com viagens de Bruxelas a Lisboa para encher o espaço mediático de banalidades.
A confirmar a falta do referido módico, na semana seguinte, quando lhe pediram para comentar o escândalo do crédito mal-parado da Caixa ligado a figuras do regime que vão desde Berardo e os Finos (para comprar acções do BCP dando-as como garantia, e abrir a porta a Santos Ferreira e a Vara para transitarem da Caixa para o BCP), até a empresas do GES, passando por muitas outras, Marcelo, habitualmente opinativo e verborreico, refugia-se em banalidades como «isso há-de chegar às minhas mãos. Vou ter de me pronunciar. Vou esperar por esse momento». Banalidades que foram, por boas razões, interpretados por quem as ouviu como «Marcelo tenta proteger Caixa de auditoria ao passado».
Se a criatura que faz as vezes de presidente da República tivesse um módico de bom senso só falaria quando tivesse alguma coisa para dizer e só faria o seu papel. Assim, ficaria a maior parte do tempo calado e ter-se-ia poupado a fazer de árbitro do PSD, intrigando sucessivamente com Rio e Montenegro, e de promotor do putativo futuro líder, fazendo Moedas gastar imenso dinheiro com viagens de Bruxelas a Lisboa para encher o espaço mediático de banalidades.
A confirmar a falta do referido módico, na semana seguinte, quando lhe pediram para comentar o escândalo do crédito mal-parado da Caixa ligado a figuras do regime que vão desde Berardo e os Finos (para comprar acções do BCP dando-as como garantia, e abrir a porta a Santos Ferreira e a Vara para transitarem da Caixa para o BCP), até a empresas do GES, passando por muitas outras, Marcelo, habitualmente opinativo e verborreico, refugia-se em banalidades como «isso há-de chegar às minhas mãos. Vou ter de me pronunciar. Vou esperar por esse momento». Banalidades que foram, por boas razões, interpretados por quem as ouviu como «Marcelo tenta proteger Caixa de auditoria ao passado».
25/01/2019
Chávez & Chávez, Sucessores (71) - O inferno chávista visto pelo jornalismo de causas
Outras obras do chávismo.
«Não há narrativas fáceis para o que se passa há vários anos naquele país sul-americano, por muito que haja a tentação de tudo acantonar na habitual e simplista dicotomia bons e maus. Não há inocentes, na Venezuela. Não há, sequer, uma oposição. Há um conglomerado de oposições, quase sempre muito divididas como reflexo dos muitos e contraditórios interesses representados. E há um setor de extrema-direita, cada vez mais radicalizado, a assumir o palco, empurrado e alimentado por atores externos, cuja intervenção desejam.
A Venezuela vive uma situação política, social e económica desastrosa, seja quais forem as razões que cada um entenda privilegiar para justificar o caos instalado, com exponencial aumento da pobreza, colapso dos serviços públicos, hiperinflação e crescente violência nas ruas.»
A Venezuela vive uma situação política, social e económica desastrosa, seja quais forem as razões que cada um entenda privilegiar para justificar o caos instalado, com exponencial aumento da pobreza, colapso dos serviços públicos, hiperinflação e crescente violência nas ruas.»
Esta narrativa de Valdemar Cruz no Expresso Curto é o máximo que o jornalismo de causas que escrevinha nos jornais consegue produzir sobre o inferno chávista quando já é impossível esconder a realidade. Repare-se: simplista dicotomia bons e maus, não há inocentes, sector de extrema-direita (uma designação suave para fascismo), alimentado por actores externos (cá está Trump e o Império do Mal), seja quais forem as razões. E onde pára o socialismo chávista responsável pela miséria e pela opressão?
O que dizer a este branqueamento? Felizmente, por cá ainda não temos Jerónimo e Catarina em S. Bento e, por isso, podemos procurar a resposta dentro do próprio semanário de reverência onde coexistem jornalistas que não foram contaminado pela lengalenga esquerdista, como Henrique Raposo que há 5 meses escreveu no Expresso Diário:
«Em nome da tradição, os intelectuais de esquerda portugueses sempre apoiaram facínoras. Mas o apoio à Venezuela é um salto em frente. Não se trata de uma mera traição da decência e da verdade, é uma traição a centenas de milhares de portugueses ou de luso-descendentes, que, curiosamente, continuam por descobrir pelo jornalismo português. No fundo, no fundo, o português da Venezuela também tem um problema: não é grego, não foi “oprimido” por Merkel ou pela troika ou por Passos.»
«Em nome da tradição, os intelectuais de esquerda portugueses sempre apoiaram facínoras. Mas o apoio à Venezuela é um salto em frente. Não se trata de uma mera traição da decência e da verdade, é uma traição a centenas de milhares de portugueses ou de luso-descendentes, que, curiosamente, continuam por descobrir pelo jornalismo português. No fundo, no fundo, o português da Venezuela também tem um problema: não é grego, não foi “oprimido” por Merkel ou pela troika ou por Passos.»
24/01/2019
ACREDITE SE QUISER: Não há limites para a estupidez humana
Maria Stuart, Rainha de França, viúva ainda adolescente volta à sua Escócia natal em 1561 e reclama o trono enfrentando Elisabete I. Ao que parece, nunca se encontraram pessoalmente, mas isso não impediu o filme «Maria, Rainha dos Escoceses», acabado de estrear, de as mostrar juntas a falar mal dos homens. Só faltou uma declaração conjunta #MeToo.
Como se fosse pouco, decorrendo a acção na sexta década do século XVI, o filme mostra um embaixador negro e um gay secretário particular da rainha. Só faltou mostrar um casal de lésbicas com um filho gerado por inseminação artificial com sémen criopreservado de um cavaleiro da Távola Redonda.
23/01/2019
Dúvidas (253) - Como é que foi possível? pergunta ele
Pergunta-nos Pedro Santos Guerreiro, o director do semanário de reverência, no email Expresso Curto:
«Como é que um relatório de auditoria sobre 15 anos de gestão na Caixa Geral de Depósitos revela agora o que 15 relatórios de auditorias anuais não revelaram?
Como é que tantas notícias publicadas naqueles anos sobre os casos agora confirmados não conseguiram que alguém entrasse por ali adentro para verificar o desmando?
Como é que apesar dessas notícias foi possível que os dois administradores mais importantes da Caixa, ambos ligados ao PS de Sócrates que então governava, saltassem para o BCP, liderando assim os dois maiores bancos portugueses?»
Assim de repente, ocorre-me responder que talvez tenha sido porque, devido a razões que me escapam, a audiência do (Im)pertinências ainda é menor do que a do Diário de Noticias e limita-se a umas poucas milhares de almas que essas, sim, leram pelo menos alguns das muitas dezenas de posts que aqui publicámos a esse respeito, entre os quais os seguintes, na primeira década de vida do (Im)pertinências:
27/09/2004 SERVIÇO PÚBLICO: O clientelismo como política de clientes.
02/08/2005 ESTÓRIA E MORAL: uma primeira impressão com segundas intenções
03/08/2005 SERVIÇO PÚBLICO: a ventoinha do PS começa a trabalhar (ACTUALIZADO)
12/08/2005 TRIVIALIDADES: salto à vara
04/01/2008 ESTADO DE SÍTIO: do conúbio do estado napolónico-estalinista com o empresariado de olho vivo e pé ligeiro
09/01/2008 A parte submersa do iceberg Millenium bcp
02/10/2008 A mão pesada versus a mão invisível
08/10/2008 Deserto? Jamais! Pescadinha de rabo na boca.
21/12/2008 O toque de finados para os elefantes brancos
21/02/2009 ESTADO DE SÍTIO: La putain de la republique
27/02/2009 ESTADO DE SÍTIO: La putain de la republique (2) - sans virgules
14/05/2009 Mais um a caminho
12/06/2009 CASE STUDY: Sócrates & Pinho, uma dupla de sucesso nos negócios – o caso La Seda
28/07/2009 CASE STUDY: Sócrates & Pinho Santos, uma dupla de sucesso nos negócios – La Seda (ACTUALIZAÇÃO)
05/10/2009 Estado empreendedor – (10) sequelas do assalto ao Millenium bcp
12/11/2009 SERVIÇO PÚBLICO: «Cronologia de um golpe»
19/12/2009 Lost in translation (14) - uma espécie de condicionamento industrial socialista
12/02/2010 ESTADO DE SÍTIO: la strategia del ragno
23/02/2010 Lost in translation (32) – Rigor? Já fizemos engenharia orçamental no passado. Voltaremos a fazê-lo no futuro, queria ele dizer. (V)
26/03/2010 O ruído do silêncio da gente honrada no PS é ensurdecedor (13) – amarrados ao Vara
05/07/2010 CAMINHO PARA A SERVIDÃO: Os objectivos e a estratégia
23/07/2010 O ruído do silêncio da gente honrada no PS é ensurdecedor (21) – cada tiro, cada melro
04/10/2010 CAMINHO PARA A SERVIDÃO: As rameiras do regime
06/10/2010 CAMINHO PARA A SERVIDÃO: As rameiras do regime (2)
25/07/2011 Lost in translation (114) – esta manhã acordei e senti-me um homem novo, terá dito ele com os seus botões
14/02/2012 Uma Caixa de Pandora
19/02/2012 Uma Caixa de Pandora (2)
10/04/2012 A defesa dos centros de decisão nacional (7) - a procissão já saiu do adro mas ainda há muitos penitentes com promessas por pagar
10/08/2012 Estado empreendedor (68) – outro PIN auto-abortado
02/10/2012 Uma Caixa de Pandora (3)
22/10/2013 Estado empreendedor (76) - Sequelas do assalto ao Millenium bcp (III)
25/08/2014 Pro memoria (189) – Quase um quinto do PIB consumido em 6 anos para manter os bancos a flutuar
Outra pergunta pertinente, desta vez de Rui Rio, o líder que teve uma epifania nocturna a semana passada: «Governo já sabia de irregularidades na CGD? Se sim, “é grave”» Mais outro que não frequenta o (Im)pertinente.
«Como é que um relatório de auditoria sobre 15 anos de gestão na Caixa Geral de Depósitos revela agora o que 15 relatórios de auditorias anuais não revelaram?
Como é que tantas notícias publicadas naqueles anos sobre os casos agora confirmados não conseguiram que alguém entrasse por ali adentro para verificar o desmando?
Como é que apesar dessas notícias foi possível que os dois administradores mais importantes da Caixa, ambos ligados ao PS de Sócrates que então governava, saltassem para o BCP, liderando assim os dois maiores bancos portugueses?»
Assim de repente, ocorre-me responder que talvez tenha sido porque, devido a razões que me escapam, a audiência do (Im)pertinências ainda é menor do que a do Diário de Noticias e limita-se a umas poucas milhares de almas que essas, sim, leram pelo menos alguns das muitas dezenas de posts que aqui publicámos a esse respeito, entre os quais os seguintes, na primeira década de vida do (Im)pertinências:
27/09/2004 SERVIÇO PÚBLICO: O clientelismo como política de clientes.
02/08/2005 ESTÓRIA E MORAL: uma primeira impressão com segundas intenções
03/08/2005 SERVIÇO PÚBLICO: a ventoinha do PS começa a trabalhar (ACTUALIZADO)
12/08/2005 TRIVIALIDADES: salto à vara
04/01/2008 ESTADO DE SÍTIO: do conúbio do estado napolónico-estalinista com o empresariado de olho vivo e pé ligeiro
09/01/2008 A parte submersa do iceberg Millenium bcp
02/10/2008 A mão pesada versus a mão invisível
08/10/2008 Deserto? Jamais! Pescadinha de rabo na boca.
21/12/2008 O toque de finados para os elefantes brancos
21/02/2009 ESTADO DE SÍTIO: La putain de la republique
27/02/2009 ESTADO DE SÍTIO: La putain de la republique (2) - sans virgules
14/05/2009 Mais um a caminho
12/06/2009 CASE STUDY: Sócrates & Pinho, uma dupla de sucesso nos negócios – o caso La Seda
28/07/2009 CASE STUDY: Sócrates & Pinho Santos, uma dupla de sucesso nos negócios – La Seda (ACTUALIZAÇÃO)
05/10/2009 Estado empreendedor – (10) sequelas do assalto ao Millenium bcp
12/11/2009 SERVIÇO PÚBLICO: «Cronologia de um golpe»
19/12/2009 Lost in translation (14) - uma espécie de condicionamento industrial socialista
12/02/2010 ESTADO DE SÍTIO: la strategia del ragno
23/02/2010 Lost in translation (32) – Rigor? Já fizemos engenharia orçamental no passado. Voltaremos a fazê-lo no futuro, queria ele dizer. (V)
26/03/2010 O ruído do silêncio da gente honrada no PS é ensurdecedor (13) – amarrados ao Vara
05/07/2010 CAMINHO PARA A SERVIDÃO: Os objectivos e a estratégia
23/07/2010 O ruído do silêncio da gente honrada no PS é ensurdecedor (21) – cada tiro, cada melro
04/10/2010 CAMINHO PARA A SERVIDÃO: As rameiras do regime
06/10/2010 CAMINHO PARA A SERVIDÃO: As rameiras do regime (2)
25/07/2011 Lost in translation (114) – esta manhã acordei e senti-me um homem novo, terá dito ele com os seus botões
14/02/2012 Uma Caixa de Pandora
19/02/2012 Uma Caixa de Pandora (2)
10/04/2012 A defesa dos centros de decisão nacional (7) - a procissão já saiu do adro mas ainda há muitos penitentes com promessas por pagar
10/08/2012 Estado empreendedor (68) – outro PIN auto-abortado
02/10/2012 Uma Caixa de Pandora (3)
22/10/2013 Estado empreendedor (76) - Sequelas do assalto ao Millenium bcp (III)
25/08/2014 Pro memoria (189) – Quase um quinto do PIB consumido em 6 anos para manter os bancos a flutuar
Outra pergunta pertinente, desta vez de Rui Rio, o líder que teve uma epifania nocturna a semana passada: «Governo já sabia de irregularidades na CGD? Se sim, “é grave”» Mais outro que não frequenta o (Im)pertinente.
22/01/2019
Bons exemplos (129) - Preso por arames, disse ele
Preso por arames |
Mostrou-o na entrevista de ontem a que o Observador deu um título que diz muito: «O Diabo não veio, mas isto está por arames».
Destaque à guiza de teaser: «não acredito que (Centeno) vá ser ministro das Finanças no próximo governo. Vai para qualquer coisa. E, antes de mais, porque não vai poder gerir as consequências da política que tem sido seguida. Mário Centeno sabe perfeitamente que o ministro das Finanças que vier a seguir vai ter muitos problemas herdados da gestão que foi feita nesta legislatura».
ACREDITE SE QUISER: Educando os jovens para eliminar Israel da Terra
«O comandante da Força Aérea do Irão assegura que os seus efetivos estão preparados para eliminar Israel, horas depois de o Estado hebreu ter bombardeado alvos iranianos na Síria. “Os jovens estão impacientes e preparados para lutar contra o regime sionista (Israel) e eliminá-lo da Terra”, disse o general Aziz Nasirzadeh, citado no site de notícias iraniano Clube de Jovens Jornalistas, sublinhando que as novas gerações estão a receber “a educação necessária para o dia prometido e a eliminação de Israel”, e a ser treinadas ao nível da assistência de voo e de pilotagem, mas também da guerra eletrónica e cibernética.» (Expresso)
Eliminar da Terra? Não fazem isso por menos? E ainda há quem duvide que o Islão é uma região de paz.
Eliminar da Terra? Não fazem isso por menos? E ainda há quem duvide que o Islão é uma região de paz.
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até vi estrelas,
Quem fala assim não é gago
21/01/2019
Crónica da avaria que a geringonça está a infligir ao País (171)
Outras avarias da geringonça e do país.
Não vou contar a estória das casinhas vendidas e compradas por Costa que está contada pelo Correio da Manhã aqui e aqui e em muitos outros sítios por vários outros jornais, com aquela excepção previsível que é o semanário de reverência. Vou apenas falar da moral da estória, a trafulhice rasteira para fugir ao IRS sobre as mais-valias, ele que é o principal responsável por virar a página da austeridade aumentando a carga fiscal. A propósito, refira-se que o governo de Costa fez de Portugal um dos apenas 6 países entre 94 analisados pela OCDE que aumentaram os impostos às empresas.
Mostrando merecer o rótulo de habilidoso, Costa enquanto mantém quente a cama. levantando os lençóis de um lado para o PSD de Rio, aconchega do outro lado os cobertores para comunistas e berloquistas garantindo que quer renovar os laços da geringonça.
E assim tem de ser porque Costa já percebeu estarem a amainar os ventos que sopravam as velas murchas da economia portuguesas e, por isso, tal como os mais atentos também perceberam, receia a desaceleração e está a mudar o discurso na economia. E Costa não foi muito lesto a perceber porque os sinais já se multiplicavam: na Zona Euro a produção industrial em queda acentuada, as importações a subirem e o excedente a descer, a Alemanha a crescer ao ritmo mais baixo em 5 anos e o sistema bancário grego a desfazer-se; na China as exportações no mínimo de dois anos e o crescimento do PIB a ser revisto em baixa.
Não vou contar a estória das casinhas vendidas e compradas por Costa que está contada pelo Correio da Manhã aqui e aqui e em muitos outros sítios por vários outros jornais, com aquela excepção previsível que é o semanário de reverência. Vou apenas falar da moral da estória, a trafulhice rasteira para fugir ao IRS sobre as mais-valias, ele que é o principal responsável por virar a página da austeridade aumentando a carga fiscal. A propósito, refira-se que o governo de Costa fez de Portugal um dos apenas 6 países entre 94 analisados pela OCDE que aumentaram os impostos às empresas.
Mostrando merecer o rótulo de habilidoso, Costa enquanto mantém quente a cama. levantando os lençóis de um lado para o PSD de Rio, aconchega do outro lado os cobertores para comunistas e berloquistas garantindo que quer renovar os laços da geringonça.
E assim tem de ser porque Costa já percebeu estarem a amainar os ventos que sopravam as velas murchas da economia portuguesas e, por isso, tal como os mais atentos também perceberam, receia a desaceleração e está a mudar o discurso na economia. E Costa não foi muito lesto a perceber porque os sinais já se multiplicavam: na Zona Euro a produção industrial em queda acentuada, as importações a subirem e o excedente a descer, a Alemanha a crescer ao ritmo mais baixo em 5 anos e o sistema bancário grego a desfazer-se; na China as exportações no mínimo de dois anos e o crescimento do PIB a ser revisto em baixa.
20/01/2019
Dúvidas (252) - O que devemos pensar?
Depois de um ano a saltar para o colo do governo e a oferecer-se como futuro parceiro de governo do PS, Rui Rio na noite de quinta para sexta-feira tem uma epifania e conclui que «agora é o momento de carregar no discurso contra o PS e cavalgar a contestação social».
O que devemos pensar da visão e das convicções de um líder partidário que se apresentou como um campeão da ética e escolheu de seguida como seus lugares-tenentes um Barreiras Duarte, uma Elina Fraga e um Salvador Malheiro e, agora, pressionado pela oposição interna mudou de estratégia por epifania? Ou teria sido «uma luz que lhe deu», como ao presidente do Benfica que também numa noite passou de despedir o treinador para lhe renovar a confiança? Recordemos, a propósito, que Luís Filipe Vieira poucas semanas depois teve outra epifania e despachou o treinador.
Poderá aplicar-se a Rio a anedota de Groucho Marx?
DEIXAR DE DAR GRAXA PARA MUDAR DE VIDA: Web Summit - as 200 mil dormidas já ninguém nos tira (6)
Uma sequela de (1), (2), (3), (4) e (5)
Recapitulando: já concedi que umas dezenas de milhar de visitantes (o número de participantes deste ano foi cerca de 70 mil), vá lá, uns cento e tantos mil, que por cá apareçam para ver o show de várias luminárias, incluindo o extra-programa do presidente Marcelo a agitar-se no palco, gastem umas dezenas de milhões de euros, vá lá uns cento e tantos milhões, justificando assim os 11 milhões que o governo paga com o nosso dinheiro ao Paddy. Quanto aos intangíveis, que por serem intangíveis nunca ninguém os vai tanger, esses, como já aqui escrevi são insultos à inteligência.
Um dos intangíveis que justificaria a Web Summit seria o efeito atractivo das palhaçadas sobre os investidores que, segundo o wishful thinking dos promotores, trariam resmas de investidores dispostos a torrar o seu dinheiro nas ideias luminosas das luminárias de serviço.
Um dos intangíveis que justificaria a Web Summit seria o efeito atractivo das palhaçadas sobre os investidores que, segundo o wishful thinking dos promotores, trariam resmas de investidores dispostos a torrar o seu dinheiro nas ideias luminosas das luminárias de serviço.
Não é bem essa a ideia de Stephan Morais, o promotor da Indico Capital Partners, um fundo privado e independente de capital de risco, que reuniu 46 milhões para investir em startups tecnológicas e que, por isso, tem de pôr o dinheiro onde põe a boca.
Segundo ele «a vasta maioria das pessoas e das instituições com quem falamos e que não quis investir, disseram que não faziam venture capital e que esta classe de ativos não lhes interessava. Ou então diziam que não investiam no sul da Europa. (...) A credibilidade de Portugal foi um fator importante… negativamente (...) o país é visto como o sul da Europa, ou seja, não aparece no radar. Os investidores institucionais não querem saber do Web Summit.»
Lá se vai mais um mito.
Lá se vai mais um mito.
19/01/2019
Se fazer comentários homofóbicos é discriminação, despedir uma criatura por homofobia é o quê?
Sergei Polunin é um dos mais talentosos bailarinos da sua geração - o mais talentoso, muita gente considera. Começou a dançar no Royal Ballet de Londres aos 19 anos e abandonou quatro anos depois. Em 2015 gravou o vídeo «Take Me to Church» que tem 26 milhões de visualizações.
Recentemente, em posts no Instagram, Polunin escreveu frases polémicas, algumas classificáveis como óbvio ululante, diria Nelson Rodrigues se ainda por cá andasse, e outras de gosto discutível, tais como:
Se homofobia é o preconceito contra a homossexualidade, devemos usar o adjectivo heterofobia para designar o preconceito contra a heterossexualidade? Se fazer comentários homófobos é censurável, terminar uma relação contratual com esse fundamento é o quê?
Recentemente, em posts no Instagram, Polunin escreveu frases polémicas, algumas classificáveis como óbvio ululante, diria Nelson Rodrigues se ainda por cá andasse, e outras de gosto discutível, tais como:
«Man should be a man and woman should be a woman, that’s the reason you’ve got balls.»
«Females now trying to take on the man role because you (gay male dancers) don’t f--- them and because you are an embarrassment.»
«Let’s slap fat people when you see them. It will help them and encourage them to lose some fat. No respect for laziness!»O Ballet da Opera de Paris que tinha convidado Polunin para dançar no próximo mês o «Lago dos Cisnes anulou o convite por «propos homophobes et grossophobes».
Se homofobia é o preconceito contra a homossexualidade, devemos usar o adjectivo heterofobia para designar o preconceito contra a heterossexualidade? Se fazer comentários homófobos é censurável, terminar uma relação contratual com esse fundamento é o quê?
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18/01/2019
Finalmente, os comunistas estão plenamente integrados na democracia à portuguesa...
Primeiro foram os marxistas-leninistas-trotskistas-maoistas do BE com o caso Robles e agora são os estalinistas do PCP a demonstrarem a plena integração na democracia à portuguesa...
«A reportagem (da TVI) conta que Jorge Bernardino, casado com Marília de Sousa, filha do secretário-geral do PCP, celebrou com a Câmara Municipal de Loures um total de seis contratos desde 2015 por serviço como limpezas de vidros, trocas de cartazes ou substituição de lâmpadas — serviços para os quais aquele ex-talhante e trabalhador de supermercado não teria experiência. Todos somados, os contratos valeram ao genro de Jerónimo de Sousa mais de 150 mil euros. Os contratos foram celebrados depois de Jorge Bernardino ter estado desempregado perto de três anos.
Nos últimos meses de 2018, refere ainda a reportagem, Jorge Bernardino chegou a faturar 11 mil euros por mês com serviços prestados à autarquia de Loures. Em outubro de 2018, terá recebido essa quantia por ter mudado oito lâmpadas e dois casquilhos. Em novembro do mesmo ano, também ganhou 11 mil euros, tendo efetuado a mudança de 10 lâmpadas e a substituição de 160 cartazes publicitários.» (Observador)
... sem, contudo, deixarem de ser comunistas, ...
«A reportagem (da TVI) conta que Jorge Bernardino, casado com Marília de Sousa, filha do secretário-geral do PCP, celebrou com a Câmara Municipal de Loures um total de seis contratos desde 2015 por serviço como limpezas de vidros, trocas de cartazes ou substituição de lâmpadas — serviços para os quais aquele ex-talhante e trabalhador de supermercado não teria experiência. Todos somados, os contratos valeram ao genro de Jerónimo de Sousa mais de 150 mil euros. Os contratos foram celebrados depois de Jorge Bernardino ter estado desempregado perto de três anos.
Nos últimos meses de 2018, refere ainda a reportagem, Jorge Bernardino chegou a faturar 11 mil euros por mês com serviços prestados à autarquia de Loures. Em outubro de 2018, terá recebido essa quantia por ter mudado oito lâmpadas e dois casquilhos. Em novembro do mesmo ano, também ganhou 11 mil euros, tendo efetuado a mudança de 10 lâmpadas e a substituição de 160 cartazes publicitários.» (Observador)
... sem, contudo, deixarem de ser comunistas, ...
CASE STUDY: É preciso ser muito saudável para resistir a tanta doença (10.º capítulo). Virada a página da austeridade o burnout é geral
Outras doenças a que resistimos heroicamente
Já não são só os professores universitários. Segundo «os dados mais recentes da Ordem dos Psicólogos e da Associação Portuguesa de Psicologia da Saúde Ocupacional, relativos a 2016, estimam que cerca de 14% dos profissionais no ativo em Portugal sofriam de burnout e 82% estavam em risco elevado de exposição à doença.» (Expresso)
Já não são só os professores universitários. Segundo «os dados mais recentes da Ordem dos Psicólogos e da Associação Portuguesa de Psicologia da Saúde Ocupacional, relativos a 2016, estimam que cerca de 14% dos profissionais no ativo em Portugal sofriam de burnout e 82% estavam em risco elevado de exposição à doença.» (Expresso)
O facto de os dados mais recentes já terem 3 anos não indiciará que os psicólogos também já estão em burnout? E se só 4% dos profissionais no activo não estão em burnout como estarão os profissionais no passivo? E o que se passará com os funcionários públicos que viram o virar da página do Costa reduzir-lhes o horário de trabalho de 40 para 35 horas? Sofrerão mais do que os sujeitos passivos vulgaris?
Teaser: não deixem de conhecer «as 12 etapas que levam o trabalhador de um estado de paixão até ao colapso - na edição do semanário [de reverência] do próximo sábado».
17/01/2019
ESTÓRIAS E MORAIS: Como ter chuva na eira e sol no nabal
Estória
Há mais de 20 anos sucessivos governos vêm concedendo benefícios vários à EDP, a eléctrica do regime, engordando-a à medida que a vendiam em bolsa para alimentar o monstro cravejado de dívidas, como Cavaco Silva chamou ao Estado Sucial, depois de ter contribuído para o inchar. Ao mesmo tempo, para não perderem votos, esses governos mantiveram preços políticos compensando-os com um expediente miraculoso chamado défice tarifário.
Eduardo Catroga, ex-presidente do Conselho Geral e de Supervisão da EDP, ele próprio uma figura do regime, lembrou ontem à comissão parlamentar de inquérito sobre as rendas da energia:
«O Estado arrecadou ao longo das oito fases de privatização da EDP 10 mil milhões de euros, que, capitalizados, seriam hoje 13 mil milhões de euros, mais do que o valor em bolsa atual da empresa. O Estado encheu os cofres com a privatização da EDP. O que fez ao dinheiro, não sei", declarou o ex-ministro das Finanças aos deputados, lembrando que parte desse encaixe resultou da projeção de 'cash flows' com base em contratos de venda de energia de longo prazo criados em 1996.»
Moral
«You can't have your cake and eat it»
Há mais de 20 anos sucessivos governos vêm concedendo benefícios vários à EDP, a eléctrica do regime, engordando-a à medida que a vendiam em bolsa para alimentar o monstro cravejado de dívidas, como Cavaco Silva chamou ao Estado Sucial, depois de ter contribuído para o inchar. Ao mesmo tempo, para não perderem votos, esses governos mantiveram preços políticos compensando-os com um expediente miraculoso chamado défice tarifário.
Eduardo Catroga, ex-presidente do Conselho Geral e de Supervisão da EDP, ele próprio uma figura do regime, lembrou ontem à comissão parlamentar de inquérito sobre as rendas da energia:
«O Estado arrecadou ao longo das oito fases de privatização da EDP 10 mil milhões de euros, que, capitalizados, seriam hoje 13 mil milhões de euros, mais do que o valor em bolsa atual da empresa. O Estado encheu os cofres com a privatização da EDP. O que fez ao dinheiro, não sei", declarou o ex-ministro das Finanças aos deputados, lembrando que parte desse encaixe resultou da projeção de 'cash flows' com base em contratos de venda de energia de longo prazo criados em 1996.»
Moral
«You can't have your cake and eat it»
Dúvidas (251) - Será Luís Montenegro o líder que o PSD precisa? (2)
Perguntava-me se Luís Montenegro maçónico e sócio de empresas que enquanto deputado tiveram contratos com o Estado adjudicados por ajuste directo, seria o líder que o PSD precisa, supondo que o país precisa do PSD?
Esclareço: ser maçónico, para mim, não é em abstracto um atributo negativo, tal como não é ter uma religião ou ser sócio do Benfica (a este respeito já tenho mais dúvidas). Para um político em concreto, no século XXI, neste país em concreto, impregnado de um colectivismo viscoso em que o grupo é uma espécie de elevador social e plataforma da cunha, ser maçónico em concreto não é um atributo recomendável.
Colei o rótulo maçónico a Luís Montenegro baseado nesta entrada da Wikipedia que o referia como "irmão" da Grande Loja Regular de Portugal, através da Loja Mozart. Entretanto, Montenegro nega qualquer ligação à maçonaria. Espero bem que sim, porque já lhe chega ser sócio de empresas com ajustes directos. Seja como for, seria muito apreciado que explicasse as suas ideias e as políticas públicas que propõe para o país, em alternativa a falar de banalidades, como fez.
Esclareço: ser maçónico, para mim, não é em abstracto um atributo negativo, tal como não é ter uma religião ou ser sócio do Benfica (a este respeito já tenho mais dúvidas). Para um político em concreto, no século XXI, neste país em concreto, impregnado de um colectivismo viscoso em que o grupo é uma espécie de elevador social e plataforma da cunha, ser maçónico em concreto não é um atributo recomendável.
Colei o rótulo maçónico a Luís Montenegro baseado nesta entrada da Wikipedia que o referia como "irmão" da Grande Loja Regular de Portugal, através da Loja Mozart. Entretanto, Montenegro nega qualquer ligação à maçonaria. Espero bem que sim, porque já lhe chega ser sócio de empresas com ajustes directos. Seja como for, seria muito apreciado que explicasse as suas ideias e as políticas públicas que propõe para o país, em alternativa a falar de banalidades, como fez.
16/01/2019
É mais fácil encontrar as caganitas do lince da Serra da Malcata em S. Bento, do que um liberal na Grande Lisboa ou noutras paragens
Político liberal almoçando à borla |
Lamento, mas não há ideia liberal que resista cinco minutos entre nós. O único desses partidos novos que tem hipóteses de singrar é a Aliança. Não por ser liberal mas por ser o partido de Santana Lopes (que não é, que se saiba um liberal).
Todos esses partidos ameaçam cair em cima do PSD. Cairão mortos, estou em crer. O personagem principal, seja Rui Rio ou outro qualquer, limpará as penas e, ligeiro, reivindicará o que os portugueses sempre gostaram de ouvir: Estado, mais Estado, muito Estado. Ou, por outras palavras, e como Sá Carneiro dizia: social-democracia hoje e sempre!»
Ricardo Leite Pinto no Jornal Económico
Como perceberá facilmente qualquer freguês que frequente ocasionalmente esta loja (Established since 2003), nós apreciaríamos que o liberalismo numa das suas variadas modalidades tivesse audiência significativa entre os tugas. Porém, as coisas são como são e não como gostaríamos que fossem e é por isso que desde tempos remotos escrevemos coisas como o título deste post.
Dúvidas (250) – Irá o Brexit consumar-se? (X) O dilema de querer sol na eira e chuva no nabal
Outras dúvidas sobre a consumação do Brexit.
Como podem entender-se os brexiters que querem sair como se ficassem e os remainers que querem ficar como se saíssem? No lugar dos britânicos, os portugueses não teriam dúvidas, teriam dívidas.
Como podem entender-se os brexiters que querem sair como se ficassem e os remainers que querem ficar como se saíssem? No lugar dos britânicos, os portugueses não teriam dúvidas, teriam dívidas.
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Óropa,
prognósticos só no fim do jogo,
unintended consequences
15/01/2019
ARTIGO DEFUNTO: As disputas de liderança partidária são todas iguais, mas há umas mais iguais do que outras
Quereis mais uma demonstração de como a imprensa do regime está enfeudada ao Partido Socialista? Reparai no modo como o desafio de Luís Montenegro a Rui Rio é tratada pelo jornalismo de causas e como é comentado pelos opinion dealers do regime. É a autofagia do PSD que devora os seus dirigentes, é a incoerência de Luís Montenegro que disse que não candidatava e agora candidata-se, é a disputa de lugares, etc. - um grande etc.
Comparai agora com a compreensão desse mesmo jornalismo e comerciantes de opinião perante o passado de lutas sem tréguas pelo poder no PS e com o que se passou recentemente com António Costa a apear António José Seguro, apesar de ter assinado com ele o «documento de Coimbra», depois da vitória de Seguro nas europeias por «poucochinho». Recordai que à vitória por «poucochinho» de Seguro se seguiu a derrota de Costa no ano seguinte, apesar do enorme desgaste do governo PSD-CDS forçado a aplicar o memorando assinado com a troika pelo agora acusado de vários crimes, primeiro-ministro de dois governos em que Costa foi ministro de um deles.
Reparai também na complacência com que Rui Rio é tratado pela imprensa do regime, porque vê nele o que ele vê em si próprio - um candidato a parceiro menor de Costa, um dois em um, sucedâneo de Jerónimo e Catarina -, em contraponto com hostilidade reservada a Luís Montenegro, não por causa de não estar à altura das suas ambições (talvez não esteja), mas porque se propõe combater o governo socialista da geringonça.
O milagre da redução do défice visto por praticantes da ciência sombria
Barómetro Fiscalidade 4.º T 2018 da Ordem dos Economistas |
Pois se até 93 (41,9 + 26,5 + 24,7) em cada 100 economistas que responderam ao inquérito da Ordem dos Economistas já perceberam o milagre da redução do défice pelo Ronaldo das Finanças.
14/01/2019
Crónica da avaria que a geringonça está a infligir ao País (170)
Outras avarias da geringonça e do país.
Quanto vemos a distância abissal entre os factos e a lengalenga do governo, é forçoso reconhecer a Costa o talento de um mistificador e ao aparelho socialista o controlo que tem sobre os mídia, mais discreto mas muito mais eficaz do que o espalhafato berloquista. Alguns factos: até Novembro as exportações de bens reduziram-se 8,7% em relação a 2017 enquanto que o défice da balança comercial aumentou 1,2 mil milhões; a dívida pública atingiu em Outubro um recorde de 251 mil milhões; o investimento público quase se limita ao anúncio de 20 mil milhões de grandiosas obras; a carga fiscal bateu novo recorde e está 5 pontos percentuais acima da média da OCDE; no PIB per capita descemos para 77% da média da UE e caímos pela mão deste governo de 13.º para 15.º lugar nos 19 países da Zona Euro.
No dia 11 Costa falou no parlamento sobre o pomposo Programa Nacional de Investimentos 2030 de 20 mil milhões e deve ter-se distraído, deixando fugir-lhe a boca para a verdade. «Estes não são investimentos que sejam para esta legislatura, ou para a próxima legislatura. São, seguramente, para séculos», disse. A boca fugiu-lhe de novo quando implicitamente confirmou que o anunciado arranque das obras do aeroporto do Montijo é apenas para fazer passar a ampliação da Portela, entregando à ANA a Base Aérea de Figo Maduro para expansão do aeroporto actual, o que permitirá empurrar com a barriga a obra do Montijo, com o know-how em que o governo é exímio, como ficou patente nas obras escolares (ver aqui).
Quanto vemos a distância abissal entre os factos e a lengalenga do governo, é forçoso reconhecer a Costa o talento de um mistificador e ao aparelho socialista o controlo que tem sobre os mídia, mais discreto mas muito mais eficaz do que o espalhafato berloquista. Alguns factos: até Novembro as exportações de bens reduziram-se 8,7% em relação a 2017 enquanto que o défice da balança comercial aumentou 1,2 mil milhões; a dívida pública atingiu em Outubro um recorde de 251 mil milhões; o investimento público quase se limita ao anúncio de 20 mil milhões de grandiosas obras; a carga fiscal bateu novo recorde e está 5 pontos percentuais acima da média da OCDE; no PIB per capita descemos para 77% da média da UE e caímos pela mão deste governo de 13.º para 15.º lugar nos 19 países da Zona Euro.
No dia 11 Costa falou no parlamento sobre o pomposo Programa Nacional de Investimentos 2030 de 20 mil milhões e deve ter-se distraído, deixando fugir-lhe a boca para a verdade. «Estes não são investimentos que sejam para esta legislatura, ou para a próxima legislatura. São, seguramente, para séculos», disse. A boca fugiu-lhe de novo quando implicitamente confirmou que o anunciado arranque das obras do aeroporto do Montijo é apenas para fazer passar a ampliação da Portela, entregando à ANA a Base Aérea de Figo Maduro para expansão do aeroporto actual, o que permitirá empurrar com a barriga a obra do Montijo, com o know-how em que o governo é exímio, como ficou patente nas obras escolares (ver aqui).
13/01/2019
Lost in translation (316) - O berloquês é um dialecto muito difícil
O Estado Sucial português gasta quase metade do valor total dos bens e serviços produzidos no país e apropria-se de 35% desse valor total em impostos e contribuições. Graças às cativações e à contenção do investimento que explicam a degradação dos serviços públicos, o governo prevê no OE de 2019 que as receitas constituídas essencialmente por impostos e contribuições extorquidos às famílias e às empresas superem as despesas em 6 mil milhões - valor que constitui o excedente primário que o governo da geringonça não se tem cansado de propagandear.
Como o Estado Sucial se endividou anos após ano, atingindo a dívida pública actualmente mais de 250 mil milhões, equivalente a quase 6 anos de impostos e contribuições, o governo prevê que serão pagos 8 mil milhões de juros.
Dito de uma forma simples em português corrente, segundo as previsões do governo socialista, o Estado Sucial em 2019 cobrará a Portugal mais 6 mil milhões do que o valor dos serviços que vai prestar aos seus cidadãos o que, ainda assim, não chega para pagar aos credores os 8 mil milhões de juros.
Como pode ser esta realidade, assim descrita em português corrente, ser traduzida para o dialecto berloquês, uma variedade do politiquês usada pelo Berloque de Esquerda? Assim:
Como o Estado Sucial se endividou anos após ano, atingindo a dívida pública actualmente mais de 250 mil milhões, equivalente a quase 6 anos de impostos e contribuições, o governo prevê que serão pagos 8 mil milhões de juros.
Dito de uma forma simples em português corrente, segundo as previsões do governo socialista, o Estado Sucial em 2019 cobrará a Portugal mais 6 mil milhões do que o valor dos serviços que vai prestar aos seus cidadãos o que, ainda assim, não chega para pagar aos credores os 8 mil milhões de juros.
Como pode ser esta realidade, assim descrita em português corrente, ser traduzida para o dialecto berloquês, uma variedade do politiquês usada pelo Berloque de Esquerda? Assim:
«Como a Marisa explica, ‘um segredo bem escondido é que Portugal dá lucro. O excedente primário do OE será de 6 mil milhões de euros mas, devido ao serviço da dívida, mais de 8 mil milhões serão canalizados para o sistema financeiro.»Catarina Martins, líder da agremiação marxista-leninista-trotskista-maoista, citando no Twitter uma outra luminária berloquista que nos ilustra as meninges com três grandes descobertas: (1) Portugal é o Estado Sucial; (2) lucro é o saldo entre receitas e uma parte das despesas e (3) a propaganda do governo é um segredo bem guardado.
12/01/2019
Dúvidas (249) - Será Luís Montenegro o líder que o PSD precisa?
Maçónico, ou seja membro de uma sociedade semi-secreta, e sócio de empresas que enquanto deputado tiveram contratos com o Estado adjudicados por ajuste directo, será Luís Montenegro o líder que o PSD precisa, supondo que o país precisa do PSD?
Não sabemos. Sabemos apenas que Rui Rio talvez seja o adjunto de Costa que o PS precisa mas, ao fim de um ano, está razoavelmente demonstrado distinguirem-se mal as suas ideias das ideias de um socialista, não se notar a sua invocada ética quando escolhe os adjuntos e, como quer que seja, foi um bom presidente da câmara do Porto mas falece-lhe o jeito para ser um líder nacional.
Não sabemos. Sabemos apenas que Rui Rio talvez seja o adjunto de Costa que o PS precisa mas, ao fim de um ano, está razoavelmente demonstrado distinguirem-se mal as suas ideias das ideias de um socialista, não se notar a sua invocada ética quando escolhe os adjuntos e, como quer que seja, foi um bom presidente da câmara do Porto mas falece-lhe o jeito para ser um líder nacional.
11/01/2019
DIÁRIO DE BORDO: Senhor, concedei-nos a graça de não termos outros cinco anos de TV Marcelo (71) - É possível enganar quase todos durante algum tempo...
Barómetro político da Aximage |
É possível enganar quase todos durante algum tempo, é possível enganar alguns durante quase sempre, não é possível enganar quase todos quase sempre.
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é muito para um homem só,
incorrigível,
picareta falante
10/01/2019
ACREDITE SE QUISER: A condução tem sexo
Não obstante o pensamento mágico e os esforços manipulativos dos militantes do politicamente correcto - que, por grosso, abrangem uma boa parte da esquerdalhada e até alguns idiotas de direita - as mulheres não são iguais aos homens, para além, claro, daquela pequena diferença óbvia que, ainda assim, pode ser suprimida por ablação.
Por exemplo, para quem está familiarizado com o risco não é novidade nenhuma que as mulheres têm uma sinistralidade média de acidentes de viação inferior à dos homens em quase todos os escalões etários, como se pode inferir dos dados da maior seguradora do mercado (uma empresa pública vendida aos chineses da Fosun para aliviar a dívida do Estado Sucial) no quadro seguinte, extraído daqui:
Note-se que há variações etárias importantes e sobretudo nas idades de menopausa - outra pequena diferença - as mulheres têm uma sinistralidade muito superior à dos homens.
Já que falamos de diferenças sexuais e de serviços de seguros, remeto para um outro post já com 15 anos comentando uma directiva bruxelense sobre a eliminação das desigualdades sexuais no acesso a produtos e serviços.
Por exemplo, para quem está familiarizado com o risco não é novidade nenhuma que as mulheres têm uma sinistralidade média de acidentes de viação inferior à dos homens em quase todos os escalões etários, como se pode inferir dos dados da maior seguradora do mercado (uma empresa pública vendida aos chineses da Fosun para aliviar a dívida do Estado Sucial) no quadro seguinte, extraído daqui:
Note-se que há variações etárias importantes e sobretudo nas idades de menopausa - outra pequena diferença - as mulheres têm uma sinistralidade muito superior à dos homens.
Já que falamos de diferenças sexuais e de serviços de seguros, remeto para um outro post já com 15 anos comentando uma directiva bruxelense sobre a eliminação das desigualdades sexuais no acesso a produtos e serviços.
09/01/2019
SERVIÇO PÚBLICO: O milagre do défice tarifário faz toda a gente feliz? (9)
Outros défices tarifários
Recapitulando: o governo Barroso inventou e os governos Sócrates desenvolveram um expediente miraculoso para praticar preços políticos da electricidade, ao mesmo tempo que aparentemente liberalizavam o mercado. A coisa chama-se défice tarifário e corresponde à diferença entre os custos de produção e a facturação dos produtores. O milagre consiste em os produtores contabilizarem como rendimentos a facturação acrescida do défice tarifário e, consequentemente, os preços subsidiados não afectam os seus lucros e os consumidores ficam felizes porque pagam a electricidade abaixo do seu custo. Os produtores vão contabilizando no seu activo esses «défices tarifários» que no final são créditos sobre alguém que um dia vai pagar e podem titularizar esses créditos transferindo-os para um banco e recebendo-os o seu valor com um desconto.
Um exemplo referido por Luís Miral Amaral, no Expresso, das consequências das políticas energéticas erradas que conduzem a ineficiências e a preços políticos e chutar o problema para a frente:
«Temos uma ponta de consumo a noite de 3900MW para uma potência instalada renovável, basicamente eólica produzindo a noite, de quase 6000MW, e durante o dia a ponta de consumo e apenas de 9500MW para uma potencia instalada total de 19000MW, pois e preciso ter redundância face a intermitência das renováveis. Investimos em excesso na eólica.
Era evidente para mim que iria ser difícil aos novos projetos fotovoltaicos entrarem sem preços políticos, não conseguindo financiamento bancário porque há o risco das receitas em mercado não permitirem pagar o investimento. Contratos de longo prazo com consumidores ajudariam a viabilizar esses projetos, mas a fraca interligação entre Espanha e França dificulta contratos com o Centro da Europa. Esse tipo de contratos (PPA) e aliás habitual nos EUA mas não na Europa.»
Recapitulando: o governo Barroso inventou e os governos Sócrates desenvolveram um expediente miraculoso para praticar preços políticos da electricidade, ao mesmo tempo que aparentemente liberalizavam o mercado. A coisa chama-se défice tarifário e corresponde à diferença entre os custos de produção e a facturação dos produtores. O milagre consiste em os produtores contabilizarem como rendimentos a facturação acrescida do défice tarifário e, consequentemente, os preços subsidiados não afectam os seus lucros e os consumidores ficam felizes porque pagam a electricidade abaixo do seu custo. Os produtores vão contabilizando no seu activo esses «défices tarifários» que no final são créditos sobre alguém que um dia vai pagar e podem titularizar esses créditos transferindo-os para um banco e recebendo-os o seu valor com um desconto.
Um exemplo referido por Luís Miral Amaral, no Expresso, das consequências das políticas energéticas erradas que conduzem a ineficiências e a preços políticos e chutar o problema para a frente:
«Temos uma ponta de consumo a noite de 3900MW para uma potência instalada renovável, basicamente eólica produzindo a noite, de quase 6000MW, e durante o dia a ponta de consumo e apenas de 9500MW para uma potencia instalada total de 19000MW, pois e preciso ter redundância face a intermitência das renováveis. Investimos em excesso na eólica.
Era evidente para mim que iria ser difícil aos novos projetos fotovoltaicos entrarem sem preços políticos, não conseguindo financiamento bancário porque há o risco das receitas em mercado não permitirem pagar o investimento. Contratos de longo prazo com consumidores ajudariam a viabilizar esses projetos, mas a fraca interligação entre Espanha e França dificulta contratos com o Centro da Europa. Esse tipo de contratos (PPA) e aliás habitual nos EUA mas não na Europa.»
08/01/2019
DIÁRIO DE BORDO: Senhor, concedei-nos a graça de não termos outros cinco anos de TV Marcelo (70) - O marcelismo como populismo dos "brandos costumes"
Outras preces
«... o “marcelismo” mais não é do que a redução da acção política à encenação de uma ficção em torno de uma personagem criada e permanentemente interpretada por Marcelo, e à exploração mediática da emoção com o simples propósito de conquistar e manter o favor popular. Infelizmente, essa natureza do “marcelismo” não é apenas um problema de carácter pessoal de Marcelo e razão para o olhar com a maior das desconfianças; é um problema político e motivo para temer pela saúde da nossa democracia.
A redução do discurso político à exibição e exploração de emoções retira-lhe qualquer vestígio de racionalidade, argumentação ou sentido, criando assim o ambiente mais propício para que demagogos e populistas obtenham sucesso: aquele em que o debate político é governado, não por argumentos, mas por “paixões”. Marcelo não se cansa de avisar para os perigos de “aventuras”, mas todos os dias contribui para que elas se tornem possíveis, apenas e só porque não consegue deixar de se guiar exclusivamente pelas suas ambições pessoais.»
Escreveu Bruno Alves, no Jornal Económico, um dos pouquíssimos comentadores que não se deixam intimidar por consensos filhos dos interesses tácticos e da patetice e se atrevem a dizer que o presidente vai em cuecas. Sublinho exploração de emoções e ausência de racionalidade, precisamente dois elementos fundamentais da manipulação característica do populismo.
TIROU-ME AS PALAVRAS DA BOCA: Indignações selectivas (aditamento)
A propósito da entrevista a Manuel Machado, uma criatura admiradora do Botas, escrevi aqui que a esquerdalhada que com isso se indignou é a mesma que não se indigna com a presença frequente nas televisões de admiradores de Estaline, Trotsky e Mao, entre outros. E, acrescento agora, que entre os indignados se encontram os próprios admiradores.
Não mencionei, contudo, a parte da indignação resultante do dito Machado ter sido condenado por envolvimento numa morte e ainda por crimes de violência, sequestro, posse de arma e discriminação racial. Na primeira fila dos indignados pudemos encontrar os suspeitos do costume - os berloquistas.
Como é público e notório, os berloquistas são admiradores (consoante a seita de origem) de Estaline, Trotsky e Mao, entre outros, e, lembrou o Blasfémias, deram guarida ao delinquente Luís Gobern Lopes, fundador do grupo terrorista FP 25, condenado por participação em execuções e atentados à bomba e, já agora, indultado pelo falecido presidente Mário Soares em 1995, e candidato autárquico pelo Bloco de Esquerda em 2017.
Temos nesta questão, portanto, dois aspectos. O primeiro e mais importante que, por ser óbvio, não mencionei é o da liberdade de expressão que os indignados querem limitar. O segundo, menos importante mas mais repugnante é a sua duplicidade. Os dois aspectos são porém indissociáveis porque toda a gente aceita a livre expressão das suas ideias, e, por isso, a pedra de toque que permite distinguir os democratas dos não democratas é a aceitação da expressão das ideias com que não concordam.
07/01/2019
Crónica da avaria que a geringonça está a infligir ao País (169)
Outras avarias da geringonça e do país.
Na semana que passou tivemos mais um português no topo do mundo. O nosso Ronaldo que joga na equipa treinada pelo Costa foi escolhido ministro das Finanças do ano pela revista The Banker no mesmo dia que se soube ter a dívida pública atingido um novo máximo.
Concordo que o prémio é merecido se foi pelo reconhecimento de que o cumprimento do défice se fez à custa de: (1) paralisia do Estado, de que esta semana tivemos mais exemplos com o colapso do Hospital Militar ou os 8 anos para comprar material circulante para a CP em substituição do material decrépito que actualmente rasteja nas linhas; (2) aumento da carga fiscal resultante do aumento de 5,4% da receita fiscal até Novembro nomeadamente proveniente dos impostos indirectos (quase metade do acréscimo).
Prémio ainda merecido se foi pelo reconhecimento de que a dívida pública voltou aumentar, apesar do aumento da receita fiscal e das cativações. E ainda mais merecido se foi pelo reconhecimento das capacidades manipulativas que o premiado evidenciou quando, por exemplo, manda dizer que o novo recorde da dívida se ficou a dever ao pagamento antecipado de 4,5 mil milhões do empréstimo do FMI quando as necessidades líquidas de financiamento em 2019 estão estimadas em 8,6 mil milhões.
Na semana que passou tivemos mais um português no topo do mundo. O nosso Ronaldo que joga na equipa treinada pelo Costa foi escolhido ministro das Finanças do ano pela revista The Banker no mesmo dia que se soube ter a dívida pública atingido um novo máximo.
Concordo que o prémio é merecido se foi pelo reconhecimento de que o cumprimento do défice se fez à custa de: (1) paralisia do Estado, de que esta semana tivemos mais exemplos com o colapso do Hospital Militar ou os 8 anos para comprar material circulante para a CP em substituição do material decrépito que actualmente rasteja nas linhas; (2) aumento da carga fiscal resultante do aumento de 5,4% da receita fiscal até Novembro nomeadamente proveniente dos impostos indirectos (quase metade do acréscimo).
Prémio ainda merecido se foi pelo reconhecimento de que a dívida pública voltou aumentar, apesar do aumento da receita fiscal e das cativações. E ainda mais merecido se foi pelo reconhecimento das capacidades manipulativas que o premiado evidenciou quando, por exemplo, manda dizer que o novo recorde da dívida se ficou a dever ao pagamento antecipado de 4,5 mil milhões do empréstimo do FMI quando as necessidades líquidas de financiamento em 2019 estão estimadas em 8,6 mil milhões.
06/01/2019
Vivemos num estado policial? (16) / Maldição da tabuada (49) - Sim, vivemos. E por isso os polícias, cujo número não sabemos ao certo, continuam a ser insuficientes
Outros casos de polícia / Outras maldições da tabuada
Recapitulando:
Segundo o relatório da OCDE divulgado em Fevereiro de 2017, Portugal «tem 432 polícias por 100 mil habitantes, um valor que torna a polícia portuguesa 36% mais bem equipada do que as polícias na média dos países europeus» (jornal Eco). Note-se que os GNR são polícias com outro nome e são contados como tais nas estatísticas da OCDE.
Refira-se também que existem 16-sindicatos-16 de polícias e o mais recente tinha em Abril do ano passado 451 associados e 459 dirigentes e delegados.
Novos desenvolvimentos:
Na realidade não são novos desenvolvimentos. É mais do mesmo. Literalmente mais do mesmo.
Desta vez é o Eurostat que com dois anos de atraso nos informa que, afinal, dois anos antes, a Tugalândia já tinha 451 polícias por 100 mil habitantes, mais do que os 432 que a OCDE nos dizia que tínhamos. Como, num caso e noutro, os dados tiveram origem num departamento qualquer do governo português, esta diferença só pode dever-se a mais uma manifestação da maldição da tabuada que assola a Pátria e em especial o Estado português, maldição que explica, entre outras coisas, as dificuldades dos nossos infantes com a matemática e as dificuldades dos pais deles com os orçamentos e as contas.
Recapitulando:
Segundo o relatório da OCDE divulgado em Fevereiro de 2017, Portugal «tem 432 polícias por 100 mil habitantes, um valor que torna a polícia portuguesa 36% mais bem equipada do que as polícias na média dos países europeus» (jornal Eco). Note-se que os GNR são polícias com outro nome e são contados como tais nas estatísticas da OCDE.
Refira-se também que existem 16-sindicatos-16 de polícias e o mais recente tinha em Abril do ano passado 451 associados e 459 dirigentes e delegados.
Novos desenvolvimentos:
Na realidade não são novos desenvolvimentos. É mais do mesmo. Literalmente mais do mesmo.
Desta vez é o Eurostat que com dois anos de atraso nos informa que, afinal, dois anos antes, a Tugalândia já tinha 451 polícias por 100 mil habitantes, mais do que os 432 que a OCDE nos dizia que tínhamos. Como, num caso e noutro, os dados tiveram origem num departamento qualquer do governo português, esta diferença só pode dever-se a mais uma manifestação da maldição da tabuada que assola a Pátria e em especial o Estado português, maldição que explica, entre outras coisas, as dificuldades dos nossos infantes com a matemática e as dificuldades dos pais deles com os orçamentos e as contas.
05/01/2019
TIROU-ME AS PALAVRAS DA BOCA: Indignações selectivas
A propósito da entrevista a Manuel Machado, escreveu Alberto Gonçalves na sua crónica no Observador:
«Um indivíduo, condenado em tempos por envolvimento num homicídio com motivações raciais e admirador confesso de Salazar, foi a um programa televisivo de variedades. Os censores saltaram com previsível indignação. Infelizmente, no meio da gritaria não se percebeu bem o que os indignou, se a jovialidade com que se entrevistou um criminoso, se o tempo de antena dado a entusiastas de ditaduras.
No primeiro caso, concordo que o tratamento “mediático” (bela palavra) de criaturas responsáveis pela morte de inocentes não deve ignorar o pormenor de as criaturas serem responsáveis pela morte de inocentes. Ou seja, a referida conversa justifica-se em programas de temática criminal ou psiquiátrica, e não em programas “light”, cujos convidados podem incluir, suponho, cançonetistas, cozinheiros, actrizes de telenovela, nutricionistas chamadas Isabel do Carmo, Otelo, o sr. Mortágua e artistas similares.»
Tendo a concordar e acrescentaria que a esquerdalhada indignada em massa pela presença de um admirador de Salazar na televisão, é a mesma esquerdalhada que não consta que se tenha indignado com a presença frequente nas televisões de admiradores de Estaline, Trotsky, Mao e outros ditadores responsáveis pelos gulags, grandes saltos em frente, limpezas étnicas e milhões de mortes.
Por isso, essa indignação a propósito do Botas, uma criatura com um currículo modestíssimo em matéria de atrocidades, além de manifestamente exagerada, é mais um exemplo de uma variante do que costumamos chamar aqui em casa de doutrina Somoza. Neste caso, Roosevelt teria dito «he is a son of a bitch, but he is not our son of a bitch».
«Um indivíduo, condenado em tempos por envolvimento num homicídio com motivações raciais e admirador confesso de Salazar, foi a um programa televisivo de variedades. Os censores saltaram com previsível indignação. Infelizmente, no meio da gritaria não se percebeu bem o que os indignou, se a jovialidade com que se entrevistou um criminoso, se o tempo de antena dado a entusiastas de ditaduras.
No primeiro caso, concordo que o tratamento “mediático” (bela palavra) de criaturas responsáveis pela morte de inocentes não deve ignorar o pormenor de as criaturas serem responsáveis pela morte de inocentes. Ou seja, a referida conversa justifica-se em programas de temática criminal ou psiquiátrica, e não em programas “light”, cujos convidados podem incluir, suponho, cançonetistas, cozinheiros, actrizes de telenovela, nutricionistas chamadas Isabel do Carmo, Otelo, o sr. Mortágua e artistas similares.»
Tendo a concordar e acrescentaria que a esquerdalhada indignada em massa pela presença de um admirador de Salazar na televisão, é a mesma esquerdalhada que não consta que se tenha indignado com a presença frequente nas televisões de admiradores de Estaline, Trotsky, Mao e outros ditadores responsáveis pelos gulags, grandes saltos em frente, limpezas étnicas e milhões de mortes.
Por isso, essa indignação a propósito do Botas, uma criatura com um currículo modestíssimo em matéria de atrocidades, além de manifestamente exagerada, é mais um exemplo de uma variante do que costumamos chamar aqui em casa de doutrina Somoza. Neste caso, Roosevelt teria dito «he is a son of a bitch, but he is not our son of a bitch».
04/01/2019
COMO VÃO DESCALÇAR A BOTA? (21) - O BdP teve uma epifania?
Outras botas para descalçar
Escreve o BdP no seu Boletim Económico de Dezembro:
A produtividade total dos factores (Total factor productivity ou multi-factor productivity) é a parte do output de produto que não resulta do inputs de trabalho e capital, estimada com base no resíduo de Sollow. No caso português, a evolução como o diagrama mostra foi desfavorável de 1999 a 2017 significando provavelmente que os factores além do trabalho e do capital, tais como inovação, custo de contexto, ambiente social, etc., têm tido um impacto negativo na produtividade do trabalho a qual, como se pode ver no quadro seguinte, se deteriorou entre 1995 e 2017 em termos relativos.
Talvez as projecções do BdP resultem de uma epifania do tipo amanhãs que irão cantar. O certo é que esses amanhãs já eram para ter cantado pelo menos desde os longínquos anos do «homem novo» de Cavaco e a fé do BdP tem de ser bastante para ver a reorientação da produção para actividades mais produtivas e as reformas adoptadas ao longo da presente década, bem como no sistema judicial.
Escreve o BdP no seu Boletim Económico de Dezembro:
«A evolução positiva da produtividade total dos fatores refletirá uma melhoria da afetação dos recursos na economia, associada, nomeadamente à reorientação da produção para atividades mais produtivas e expostas à concorrência internacional, ao processo de desalavancagem financeira em curso e às reformas adotadas ao longo da presente década nos mercados de trabalho e do produto, bem como no sistema judicial.»
A produtividade total dos factores (Total factor productivity ou multi-factor productivity) é a parte do output de produto que não resulta do inputs de trabalho e capital, estimada com base no resíduo de Sollow. No caso português, a evolução como o diagrama mostra foi desfavorável de 1999 a 2017 significando provavelmente que os factores além do trabalho e do capital, tais como inovação, custo de contexto, ambiente social, etc., têm tido um impacto negativo na produtividade do trabalho a qual, como se pode ver no quadro seguinte, se deteriorou entre 1995 e 2017 em termos relativos.
Talvez as projecções do BdP resultem de uma epifania do tipo amanhãs que irão cantar. O certo é que esses amanhãs já eram para ter cantado pelo menos desde os longínquos anos do «homem novo» de Cavaco e a fé do BdP tem de ser bastante para ver a reorientação da produção para actividades mais produtivas e as reformas adoptadas ao longo da presente década, bem como no sistema judicial.
03/01/2019
SERVIÇO PÚBLICO: Os ventos alísios que têm enfunado as velas da nau catrineta do Costa estão a amainar
Até a China com 6,3% não escapa à desaceleração geral. Já agora, repare-se que 4 dos 5 worst-performers são regimes autocráticos e o quinto esteve uma década sob o justicialismo (uma variedade do socialismo tropical cola-tudo). Repare-se também que os best-performers são-no porque partem de uma base muito baixa.
02/01/2019
Dúvidas (248) - Não foi por essa razão? Pois não?
Freud poderia explicar porquê o Expresso Diário publicou estas duas notícias seguidas na mesma página |
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é muito para um homem só,
Ridendo castigat mores
Lost in translation (315) - É um veto, mas não é um veto. É só mais um prego para o caixão da maioria de Costa
«Eu o que quis foi, apenas, apreciar a questão formal - mas toda a forma tem algum conteúdo - que era a aplicação da lei do Orçamento através de um processo negocial já agora no ano em que nos encontramos. Foi só isso.»
Marcelo Rebelo de Sousa, em Brasília para a tomada de posse de Bolsonaro, dissertando cabalisticamente a despropósito sobre o veto ao diploma dos professores. Veto que não é um veto, é só mais um prego para o caixão da maioria de Costa e para arranjar espaço para o segundo mandato presidencial.
Marcelo Rebelo de Sousa, em Brasília para a tomada de posse de Bolsonaro, dissertando cabalisticamente a despropósito sobre o veto ao diploma dos professores. Veto que não é um veto, é só mais um prego para o caixão da maioria de Costa e para arranjar espaço para o segundo mandato presidencial.
01/01/2019
CASE STUDY: O estado actual do SNS descrito por quem o conhece bem
José Fragata, médico experimentadíssimo, director da cirurgia cardiotorácica do Hospital de Santa Marta e vice-reitor da NOVA, que, segundo as suas palavras, não se vê como uma pessoa de direita, mas de centro direita ou centro esquerda e não faz a apologia do privado, entrevistado recentemente pelo jornal SOL analisou o SNS e traçou um retrato realista e crítico do qual respigo alguns excertos:
«(...) se compararmos a exigência da gestão pública com a gestão privada, a exigência da privada em termos de quadros é muito mais elevada do que do lado da gestão pública. Os critérios de atribuir lugares na gestão pública entram muito na máquina partidária. (...)
Portugal tem uma democracia muito jovem e há demasiada política na Saúde. Não só nisso. Quando qualquer um de nós está doente, assaltam-lhe duas preocupações. A primeira é se o sítio onde vai tem qualidade. A segunda é se o sítio tem acesso: acesso em tempo e em termos da sua capacidade de pagamento. Nesta equação ninguém diz que a preocupação é ir ao público ou privado. Para esta centragem do doente do sistema, esta cisão entre público e privado entra não na perspetiva do doente mas da política. Temos estado toldados pela discussão do público e do privado que se transformou numa arma de arremesso político e que impede, por receio de perda de votos, os partidos à esquerda e à direita de fazerem o que deviam. (...)
«(...) se compararmos a exigência da gestão pública com a gestão privada, a exigência da privada em termos de quadros é muito mais elevada do que do lado da gestão pública. Os critérios de atribuir lugares na gestão pública entram muito na máquina partidária. (...)
Portugal tem uma democracia muito jovem e há demasiada política na Saúde. Não só nisso. Quando qualquer um de nós está doente, assaltam-lhe duas preocupações. A primeira é se o sítio onde vai tem qualidade. A segunda é se o sítio tem acesso: acesso em tempo e em termos da sua capacidade de pagamento. Nesta equação ninguém diz que a preocupação é ir ao público ou privado. Para esta centragem do doente do sistema, esta cisão entre público e privado entra não na perspetiva do doente mas da política. Temos estado toldados pela discussão do público e do privado que se transformou numa arma de arremesso político e que impede, por receio de perda de votos, os partidos à esquerda e à direita de fazerem o que deviam. (...)
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