«... o “marcelismo” mais não é do que a redução da acção política à encenação de uma ficção em torno de uma personagem criada e permanentemente interpretada por Marcelo, e à exploração mediática da emoção com o simples propósito de conquistar e manter o favor popular. Infelizmente, essa natureza do “marcelismo” não é apenas um problema de carácter pessoal de Marcelo e razão para o olhar com a maior das desconfianças; é um problema político e motivo para temer pela saúde da nossa democracia.
A redução do discurso político à exibição e exploração de emoções retira-lhe qualquer vestígio de racionalidade, argumentação ou sentido, criando assim o ambiente mais propício para que demagogos e populistas obtenham sucesso: aquele em que o debate político é governado, não por argumentos, mas por “paixões”. Marcelo não se cansa de avisar para os perigos de “aventuras”, mas todos os dias contribui para que elas se tornem possíveis, apenas e só porque não consegue deixar de se guiar exclusivamente pelas suas ambições pessoais.»
Escreveu Bruno Alves, no Jornal Económico, um dos pouquíssimos comentadores que não se deixam intimidar por consensos filhos dos interesses tácticos e da patetice e se atrevem a dizer que o presidente vai em cuecas. Sublinho exploração de emoções e ausência de racionalidade, precisamente dois elementos fundamentais da manipulação característica do populismo.
1 comentário:
"There´s no business like show business".
Palco de segunda, palhaço(s) de terceira e assistência de quarta...
Todos (muito) bem uns para os outros, na paz do redil.
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