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18/01/2019

Finalmente, os comunistas estão plenamente integrados na democracia à portuguesa...

Primeiro foram os marxistas-leninistas-trotskistas-maoistas do BE com o caso Robles e agora são os estalinistas do PCP a demonstrarem a plena integração na democracia à portuguesa...

«A reportagem (da TVI) conta que Jorge Bernardino, casado com Marília de Sousa, filha do secretário-geral do PCP, celebrou com a Câmara Municipal de Loures um total de seis contratos desde 2015 por serviço como limpezas de vidros, trocas de cartazes ou substituição de lâmpadas — serviços para os quais aquele ex-talhante e trabalhador de supermercado não teria experiência. Todos somados, os contratos valeram ao genro de Jerónimo de Sousa mais de 150 mil euros. Os contratos foram celebrados depois de Jorge Bernardino ter estado desempregado perto de três anos.

Nos últimos meses de 2018, refere ainda a reportagem, Jorge Bernardino chegou a faturar 11 mil euros por mês com serviços prestados à autarquia de Loures. Em outubro de 2018, terá recebido essa quantia por ter mudado oito lâmpadas e dois casquilhos. Em novembro do mesmo ano, também ganhou 11 mil euros, tendo efetuado a mudança de 10 lâmpadas e a substituição de 160 cartazes publicitários.» (Observador)

... sem, contudo, deixarem de ser comunistas, ...

«A peça da TVI e os interesses que a comandam revelam até que ponto pode chegar a mercenarização do papel jornalístico e o atrevimento inqualificável de uma estação televisiva que parece ter adotado como critérios editoriais a opção pela especulação e insulto gratuito a par da conhecida promoção da extrema-direita e da reabilitação de Salazar e do regime fascista. (...)

os serviços referenciados na reportagem decorrem de um contrato publicamente escrutinável a uma empresa unipessoal (que a TVI transforma, sem escrúpulos e falsamente, em escolha de uma pessoa), a exemplo do que, para a mesma atividade, foi feito para outra empresa e de milhares de contratos idênticos 

A insidiosa invocação da relação entre uma empresa e as relações familiares do secretário-geral do PCP só pode ser vista como uma gratuita provocação. (...)

Jerónimo de Sousa e o PCP pautam a sua atitude, como é notório e reconhecido, por critérios e opções de elevada exigência ética, de honestidade e recusa de benefícios pessoais na sua ação política. (...)

Aqueles que, como a TVI, pensam que com o silenciamento, a difamação e a perseguição podem calar o PCP estão profundamente enganados. O PCP não se deixará intimidar hoje, como não se deixou intimidar no passado, incluindo com as mais torpes e soezes difamações e perseguições movidas pelo regime fascista que a TVI agora branqueia.» (DN)

... ora repare-se, o genro do secretário-geral é uma «empresa unipessoal», a adjudicação directa por uma câmara, cujo presidente foi o líder durante doze anos do grupo parlamentar do partido do genro do contratado, é um «contrato publicamente escrutinável». Tudo embrulhado na receita do costume: provocação, perseguição, fascismo e superioridade moral dos comunistas, a fechar com a ameaça. Sobre os 150 mil euros, as lâmpadas, os casquilhos e os cartazes, nem uma palavra.

3 comentários:

Ricardo disse...

Bem dizia(salvo seja) o sr Soares(e outros afins),o pcp é muito necessário à "demo-cracia" pá!

Anónimo disse...

PCP - A trair Portugal desde 1921.

Anónimo disse...

Será que os Bernardinos são parentes?