Our Self: Um blogue desalinhado, desconforme, herético e heterodoxo. Em suma, fora do baralho e (im)pertinente.
Lema: A verdade é como o azeite, precisa de um pouco de vinagre.
Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
The Second Coming: «The best lack all conviction, while the worst; Are full of passionate intensity» (W. B. Yeats)

24/07/2016

QUEM SÓ TEM UM MARTELO VÊ TODOS OS PROBLEMAS COMO PREGOS: O alívio quantitativo aliviará? (43) - Unintended consequences (XIII)

Outras marteladas.

Após anos de injecção de liquidez na economia pelos bancos centrais e de juros próximos de zero ou mesmo negativos, os resultados não confirmam a bondade destas políticas. Se nos EU a economia retomou o crescimento e o desemprego baixou, na Zona Euro e no Japão tudo ficou mais ou menos na mesma. Se os desconfiómetros das luminárias não estivessem desligados, seria caso para duvidar se o one size fits all não seria um equívoco e poderia suspeitar-se que, se o alívio quantitativo parece ter funcionado apenas nos EU, talvez isso afinal de contas não se deva ao alívio quantitativo. Entre outras razões porque nos sistemas financeiros modernos os bancos centrais estão longe de serem os únicos ou mesmo os principais «fornecedores de liquidez» (ver aqui porquê).

Por outro lado, há os efeitos indesejados dessas políticas dos bancos centrais que se nos EU poderão ser sido o custo razoável dos efeitos positivos na economia, no caso da Zona Euro são visíveis até agora sobretudo os efeitos negativos, nomeadamente a lenta asfixia dos bancos e das seguradoras (ver aqui porquê), o desincentivo à poupança e a crescente insuficiência dos fundos de pensões para cobrir as responsabilidades.

Sem comentários: