Our Self: Um blogue desalinhado, desconforme, herético e heterodoxo. Em suma, fora do baralho e (im)pertinente.
Lema: A verdade é como o azeite, precisa de um pouco de vinagre.
Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
The Second Coming: «The best lack all conviction, while the worst; Are full of passionate intensity» (W. B. Yeats)

21/12/2015

Dúvidas (138) – Alguns factos, uma certeza e uma dúvida sobre o Banif

Alguns factos:
  • Desde 2013 o governo PSD-CDS entrou com 700 milhões para o capital do Banif e ficou accionista de 60% e ainda fez um empréstimo de 125 milhões em obrigações CoCos; 
  • Desde então o governo PSD-CDS tentou vender sem sucesso o Banif; 
  • Pelo caminho a solução adoptada em 2014 para BES foi intensamente atacada pelo PS, BE e PCP; 
  • Há uma semana a TVI divulgou uma notícia falsa do próximo encerramento do Banif; 
  • Nos dias seguintes a cotação do Banif desce a praticamente zero; 
  • Uma semana depois o governo PS com apoio do BE e PCP negoceia num fim-de-semana a venda da parte boa do Banif ao Santander por 150 milhões, tendo o Estado de injectar 1,7 mil milhões e o Fundo de Resolução 500 milhões; 
  • Os 1,7 mil milhões de euros serão suportados pelos contribuintes; 
  • Dentro de 10 dias a Banking Resolution and Recovery Directive cujo propósito é a minimização dos prejuízos a serem suportados pelos Estados, ou seja pelos contribuintes, obrigaria à resolução do Banif em que seriam chamados a participar no bail-in os accionistas, os detentores de dívida subordinada e de dívida senior e os depositantes com mais de 100 mil euros. 
Uma certeza:
  • O governo PSD-CDS acolitado pelo BdeP andou a encanar a perna à rã e a empurrar a questão com a barriga para a frente, com um olho no calendário eleitoral, evitando os impactos nas contas de 2015.
Uma dúvida:
  • Qual o propósito de um governo PS apoiado por BE e PCP com tão grandes preocupações sociais ao dispor-se a fazer os contribuintes pagar 1,7 mil milhões em vez de esperar 10 dias e fazer os accionistas, os obrigacionistas e os grandes depositantes do Banif suportarem os prejuízos?
Aditamento:
É verdade que com a corrida ao Banif cada dia tornaria a solução mais difícil e mais cara, mas o que impediria adoptar a resolução prevista na directiva e aplicá-la já, poupando os contribuintes?

5 comentários:

Anónimo disse...

Regra Geral:
Esquerda: só faz algo, mesmo bosta, com o dinheiro dos outros.

Lufra disse...

Só uma pergunta:
Quais são as ligações entre o Santander e o PSOE, e o PS?

Anónimo disse...

«os accionistas, os obrigacionistas e os grandes depositantes do Banif» são amiguinhos do goberno, tásse a ver.

Dudu disse...

Tenho duvidas que participaçao de accionistas, obrigacionistas e depositantes acima de 100 m evitassem a intervençao dos contribuintes.

Carlos Conde disse...

Se em Portugal existisse uma entidade de tutela das empresas cotadas em bolsa, uma notícia como a que foi emitida pela TVI teria alguma consequência?