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29/01/2012

SERVIÇO PÚBLICO: Diferentes, mas iguais (2)

A Grécia e Portugal não são só diferentes nos pesos que arrastam de dívida pública (aqui nós menos mal do que eles) e de dívida externa (aqui nós iguais a eles). Também são diferentes nas atitudes para com os credores.

Nós portugueses, atentos, veneradores e gratos, enfiamos o rabinho entre as pernas e tentamos escapar entre os pingos de chuva (*), prontos a vender os restos da soberania em troca de mais uns empréstimos para adiar o inevitável. Todos os portugueses? Não. Há um punhado de resistentes, uma espécie de coligação de tristezas não pagam dívidas, que vai desde Mário Soares, acolitado pelos sobreviventes saudosos do socratismo, até Louçã e as suas várias fracções berloquistas, passando pelo Jerónimo de Sousa e os saudosos do poder soviético.

Eles, os gregos rebeldes, fariam a felicidade do doutor Soares e da sua coligação de resistentes. Por agora recusam alinear a sua soberania orçamental para um «comissário do Orçamento», mesmo com o risco de lhes fecharem a torneira dos euros. Se estivéssemos nas vacas gordas poderiam ter sucesso com as suas chantagens, mas não agora que o pasto está seco.

Hole in one
(*) Quem tem tido sucesso assinalável a escapar entre os pingos de chuva, na tradição do seu ex-governador Vítor Constâncio, o ministro anexo, são os apparatchiks do BdeP. Entre outros exemplos possíveis, escolho o carrinho e equipamento de golf de 5 mil euros comprado por ajuste directo há um ano e meio. É uma espécie de prenda que se concederam como prémio da contribuição para o hole in one do país, pela cumplicidade durante pelo menos uma década com o seu silêncio e o seu laudo.

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