Silva Pereira foi um dos principais ajudantes na obra de José Sócrates: maior desemprego dos últimos 90 anos, maior dívida pública dos últimos 160 anos, mais baixo crescimento económico dos últimos 90 anos, maior dívida externa dos últimos 120 anos, mais baixa taxa de poupança dos últimos 50 anos e segunda maior taxa de emigração dos últimos 160 anos.
Àquela obra da equipa a que pertenceu Silva Pereira deverão acrescentar-se os défices do orçamento, em particular o défice de 2009 que começou em 2,2% e foi sucessivamente revisto e acabou em 10,0% (ver cronologia das revisões na série de posts «O défice de memória»).
Vem isto a propósito do artigo de Silva Pereira no Diário Económico, onde glosa os supostos erros nas premissas macro-económicas e de previsão de várias rubricas do OE 2012, dos quais resultarão desvios, «antes de iniciada a execução orçamental de 2012» que «o ministro dos Finanças reconhece» pelo que o défice de 2012 será 5,8% do PIB em vez de 4,5%. É um «sarilho» conclui ele.
Talvez seja um sarilho e talvez Silva Pereira tenha razão, mas a mim parece-me preferível reconhecer eventuais erros antes da execução orçamental do que passar mais de um ano a escondê-los debaixo do tapete como fez o seu colega de infortúnio Teixeira dos Santos. Em qualquer caso, com razão ou sem ela, falta-lhe a moral - talvez por, também ele, sofrer de um défice de memória.
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Lema: A verdade é como o azeite, precisa de um pouco de vinagre.
Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
The Second Coming: «The best lack all conviction, while the worst; Are full of passionate intensity» (W. B. Yeats)
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Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
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14/01/2012
DIÁRIO DE BORDO: O divórcio da razão e da moral (3)
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