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29/01/2012

CAMINHO PARA A INSOLVÊNCIA: O que tem que ser tem muita força

Os analistas financeiros, os comentadores, os políticos e as agências de rating têm em comum o facto de não colocarem o dinheiro onde põem as bocas que proferem as respectivas lengalengas, por muito diferentes que estas pareçam. Ao contrário, os investidores, ou especuladores conforme o glossário dos que não gostam dos mercados, arriscam o dinheiro e não falam muito disso. Segundo o prognóstico implícito destes últimos, a probabilidade de incumprimento da dívida portuguesa a médio prazo seguido de reestruturação continua elevada e a crescer.


Yields da dívida pública portuguesa a 2, 3, 5 e 10 anos (Fonte: Bloomberg)

Estranho? Nem por isso. Há décadas que percorremos o caminho que nos trouxe até aqui. Percorremos e continuamos a percorrer só que sem aquela insensatez alucinada do socratismo. Segundo a Unidade Técnica de Apoio Orçamental, que com o fim do socratismo parece ter acordado duma longa letargia, o ano passado e sobretudo em Dezembro o governo financiou as entidades públicas com quase 10 mil milhões de euros ou mais de 10% da despesa orçamental e apesar disso continuam a acumular-se dívidas em atraso que aumentaram de Junho a Novembro quase 800 milhões e atingiram em Novembro 5,7 mil milhões de euros. Deve ser isto a que o PS chama folga.

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