Tem de se reconhecer alguma coerência nas políticas do Partido Socialista. Nos últimos 15 anos, estiverem no poder quase 13 anos prosseguindo afincadamente o investimento em obras públicas faraónicas e muitas delas sem um cêntimo de retorno líquido de custos-benefícios, engordando a vaca marsupial pública com dezenas de milhar de utentes e inevitavelmente multiplicando a dívida pública. É claro que nesse período foram ajudados pelos 2 anos de governo PSD que teria feito obra comparável, se tivesse tido o tempo que não teve. Por isso, enfiar os dois por igual neste saco é conversa para adormecer.
A coerência do PS continua hoje na oposição, mesmo depois dos feitos dos governos Sócrates que nunca me canso de recordar (a memória do povo é fraca): maior desemprego dos últimos 90 anos, maior dívida pública dos últimos 160 anos, mais baixo crescimento económico dos últimos 90 anos, maior dívida externa dos últimos 120 anos, mais baixa taxa de poupança dos últimos 50 anos e segunda maior taxa de emigração dos últimos 160 anos.
Vem isto a propósito da última posição do PS sobre o aumento dos transportes, sector dominado por empresas públicas com um passivo bancário de cerca de 17 mil milhões. Como a troika não aceita a transferência desse passivo para o Estado (salvo no caso dos metropolitanos de Lisboa e Porto e Refer), resta o aumento das tarifas.
Perante esta situação o que diz o PS? «Lamenta que as soluções até agora apresentadas pelo Governo para o setor dos transportes passem por duas vias: uma primeira ir ao bolso dos portugueses e uma segunda por diminuir a mobilidade dos portugueses».
Não percebe o PS que todas as medidas passam pelo bolso dos portugueses e só se pode optar por passarem pelo bolso dos portugueses que usam os transportes, na precisa medida em que os usam, ou por passarem indiferentemente pelos bolsos de todos os portugueses.
Condenam o Governo não ter apresentado «propostas para fazer face aos endividamentos das empresas», como se estas propostas pudessem passar ao lado de aumento das tarifas e/ou do aumento dos impostos para captar receitas suficientes para capitalizar as EP de transportes no montante necessário para reduzir substancialmente a dívida – qualquer coisa que poderia chegar a 10% do PIB!
E de quem é a culpa? Para o comentador «Desiludido» da notícia do Expresso «é toda de Cavaco. Ou talvez de Salazar. Quem esteve no desgoverno nos últimos 15 anos não tem culpa nenhuma.» Poderia ter acrescentado aos culpados o Infante de Sagres e o senhor Dom Miguel e aos inocentes os governos do PREC e o doutor Mário Soares.
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Lema: A verdade é como o azeite, precisa de um pouco de vinagre.
Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
The Second Coming: «The best lack all conviction, while the worst; Are full of passionate intensity» (W. B. Yeats)
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Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
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