Our Self: Um blogue desalinhado, desconforme, herético e heterodoxo. Em suma, fora do baralho e (im)pertinente.
Lema: A verdade é como o azeite, precisa de um pouco de vinagre.
Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
The Second Coming: «The best lack all conviction, while the worst; Are full of passionate intensity» (W. B. Yeats)

10/10/2010

SERVIÇO PÚBLICO: Brainwashing ou de pequenino é que se torce o pepino

Educação Sexual: 6 mitos e 6 factos


MITO 1: Portugal tem a 2.ª maior taxa de gravidez adolescente da Europa.
 Facto 1: Portugal não tem a 2.ª maior taxa de gravidez adolescente. Piores, por exemplo, estão a França, a Dinamarca, a Suécia, a Noruega, a República Checa, a Islândia, a Eslováquia, o Reino Unido (mais do dobro de Portugal), e a Hungria (o triplo). Já agora, nos EUA, o maior consumidor e exportador de Educação Sexual, a taxa é quatro vezes maior do que a portuguesa.


MITO 2: Os conteúdos de Educação Sexual são totalmente científicos.
Facto 2: A biologia da reprodução, infecções sexuais (IST) e contraceptivos são matérias leccionadas há décadas. Que transmite, então, a Educação Sexual? Uma espécie de revolução sexual tipo Maio de 68, mas para crianças. Num livro divulgado em todas as escolas, propõe-se que alunos de 12 anos debatam em aula as seguintes questões: «Já fingiste um orgasmo?»; «Descreve-me a tua primeira experiência sexual»; «Tens fantasias sexuais?»; «O que te excita sexualmente!». Mais de mil escolas compraram material que propõe: masturbação solitária, em grupo, mútua. No Minho, um professor foi punido por recusar usar um livro que, entre outras coisas, propunha às crianças desenhar o corpo e as partes onde gostam de ser tocadas. No mesmo livro diz-se que as crianças precisam de conhecer «o vocabulário médico (pénis, vagina, relações sexuais), calão (f..., con... , car... )».


MITO 3: A Educação Sexual está cientificamente fundamentada nas ciências da educação e na psicologia. Ora, os pais não são técnicos.
Facto 3: Os materiais de Educação Sexual usam abundantemente os 'jogos de clarificação de valores' de Rogers/Coulson e os 'dilemas morais' de Kohlberg, cientistas famosos. E, de facto, os pais comuns desconhecem essas teorias. Mas note-se que Rogers/Coulson afirmaram ser muito perigoso expor crianças às suas teorias. E Kohlberg concluiu, das suas experiências na Cluster School: «As minhas ideias estavam erradas. O educador deve transferir valores e comportamentos, e não apenas serem facilitados ao jeito de Sócrates ou Carl Rogers». Que aconteceu, entretanto, na Cluster School? «Esta escola serviu para gerar ladrões, mentirosos e drogados, apesar de a escola ter apenas 30 alunos e contar com 6 professores e dúzias de consultores», conclui.


MITO 4: A eficácia da Educação Sexual, na prevenção da gravidez e do contágio de doenças, certamente foi avaliada cientificamente.
Facto 4: Não é verdade: na Educação Sexual escasseia o trabalho científico. Mais de 30 anos após o lançamento da Educação Sexual nas escolas dos EUA, Kirby tentou uma meta-análise sobre a eficácia dos programas e encontrou apenas 23 estudos com um mínimo de qualidade. Neste momento só é certo que: 1. Nenhum modelo é consensual; 2. Continua por provar que exista um modelo de 'sexo seguro' que diminua a gravidez adolescente e o contágio de 1ST.


MITO 5: A Educação Sexual deve ser obrigatória, tal como a Matemática é obrigatória.
Facto 5: A Matemática é obrigatória porque é exigida pela realidade. Um engenheiro precisa do cálculo diferencial e, por isso, precisa de saber derivar. Quem opta por não ter Matemática a partir do 9.° ano está a optar por não ser engenheiro. Mas quem prescinde do 'Maio de 68 para crianças' renuncia a quê? Às convicções sexuais do professor de Educação Sexual. A maioria dos pais ignora as convicções pessoais do professor de Matemática. Mas será que um ateu aceitaria, para professor de Educação Sexual do filho, um padre? E quantos casais aceitariam um activista gay? No modelo actual, tudo isto pode (vai) acontecer, sem que os pais possam impedir.


MITO 6: Os jovens têm actividade sexual e é preciso ajudá-los a praticar sexo seguro sem o risco da gravidez ou 1ST.
Facto 6: Qual é a segurança do 'sexo seguro'? A OMS declarou, em 2005 e 2007, que os contraceptivos hormonais combinados são cancerígenos nos seres humanos (grupo 1, o máximo). Onde estão os materiais sobre 'sexo seguro' que referem isso? Quem informa as adolescentes de que o risco de desenvolver cancro é máximo em quem toma a pílula durante quatro anos antes da primeira gravidez de termo? E quem alerta quanto à ineficácia do preservativo para evitar o contágio de praticamente todas as 1ST? E quem diz às crianças que a intimidade sexual é muito mais que prazer, químicos e borrachas? Mas os pais que não querem filhos expostos a estes riscos nada podem fazer. A partir desta altura haverá nas escolas gabinetes a proporcionar contraceptivos aos alunos sem conhecimento dos pais.

[João Araújo, Professor universitário, jornal Sol de 08-10-2010]

CITAÇÃO DO DIA:
«Brainwashing was made up of two processes:
  • One is the conditioning, or softening-up, process primarily for control purposes.
  • The other is an indoctrination or persuasion process for conversion purposes.»
[Edward Hunter, Brainwashing, Pyramid Books,1956]

Sem comentários: